' Porquê você machuca tanto meu doce coração de algodão doce? Eu já não sofro o bastante pra você?'

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Eu só chorava, nos ombros confortantes de Ethan, enquanto o Abraçava fortemente com as lágrimas caindo de meus olhos, desejando que toda aquela dor infernal e insuportável fosse embora.
Mas agora... estava feito, não se poderia voltar atrás.
A dor que Rafael Blacktide me causaria seria até onde eu não aguentasse mais.
Ele não é o motivo de toda minha dor, mas ele causa a maior parte dela.
Pois ainda sofro com a morte da minha mãe e a rejeição de meu pai adam e minha madrasta Rosie.
Eu só queria ser feliz, de uma vez por todas.
Ter pais que me amem e cuidem de mim como filha.
Não como escrava, saco de pancadas, ou boneca.
Uma boneca que faz tudo oque eles querem, sem cogitar ou reclamar.
- E-Eu só... estou cansada.
Falei, enquanto pensava em minha vida inteira, levando as mãos aos olhos e secando minhas lágrimas.
Logo olhei novamente para meus braços, e que merda, como eu iria esconder todos esses cortes fundos sem minha blusa de frio?
Fiquei um tempo olhando para meus pulsos machucados, e logo Ethan se afastou um pouco e tirou seu suéter de mangas longas listrado.
Ele estava com o uniforme da escola por debaixo.
- Eu sei, pequena. Aqui, não vou deixar ninguém zoar você.
Meu amigo disse com um doce e gentil sorriso, esticando o suéter para que eu o pegasse.
Sorri de volta, um sorriso pouco expressivo, ainda meio triste, e peguei , o vestindo por cima de minha blusa logo em seguida.
- Muito obrigada,Ethan.Sem você eu não sei oque faria...
Ele era tudo pra mim.
O anjo protetor que nunca tive.
Levei minha mão ao rosto dele, e o acariciei.
Seu rosto macio e levemente corado, sua pele era um pouco bronzeada do tanto que ele amava ficar no mar, seja dia, ou noite.
Impossível não olhar pras águas salgadas e frias, e não se lembrar dele.
Ethan estremeceu um pouco, e senti suas bochechas esquentarem.
-Claire... ontem à noite, lembra que eu queria... d-dizer algo pra você?
Ele falou, gaguejando um pouco, parecia estar nervoso.
Me lembrei que ontem ele realmente parecia estar querendo tirar algo de seu peito que o sufocava, sua ansiedade era perceptível em todos os pontos.
Mãos suadas, suor frio e bochechas avermelhadas.
Porém, eu não o ouvi.
Corri como uma cachorrinha presa na coleira por aquele sádico psicopata.
Tão maníaco.
E lindo...
- Clarinha?
Ele me despertou de Meus pensamentos, que estavam longe.
Em Rafael Blacktide.
O toque dele.
Tão quente e firme, tão bruto e ao mesmo tempo bom...
Aquele homem é minha perdição.
Céus... eu não queria dizer isso, oque estou pensando? É uma loucura!
- Oh... Sim, me lembro... me perdoe por ontem.
Falei, me sentindo mal por ter deixado Ethan sozinho na praia ontem, enquanto tentava não pensar naquele sorriso perverso que Rafael tinha.
Meu melhor amigo então sorriu docemente mais uma vez.
- Já disse que não tem problema, clarinha. Eu só tinha ficado preocupado com você... E sobre ontem, eu queria dizer que...
Ele me olhou com seus olhos brilhando, era como se desejasse, esperasse por algo.
Mas antes que ele terminasse, o sinal de entrada bateu.
Como era aula de artes hoje, eu teria que ir até a coordenação pegar meu livro.
Droga, terei que ver a coordenadora.
Eu odiava Adília do fundo de meu coração, ela adorava ver meu mal, minha tristeza, minha ruína.
E tudo que eu queria era alguém pra substituí -la.
- Droga...
Sussurrou Ethan baixinho, em tom de frustração.
Me levantei do banco da escola, e fiquei de frente para Ethan.
Dei um sorriso e passei uma mão em seus lindos cabelos bagunçados.
- Depois você pode me dizer com mais calma, agora temos uma longa aula pela frente.
Falei, e o puxei pela mão.
Ele então se levantou e deu uma leve risada.
- Certo, tudo bem então. Eu vou passar no meu armário pegar meus lápis, ok?
Ele disse enquanto adentrávamos a escola.
Assenti que sim, que não tinha problema algum, e ele então sorriu.
- eu volto já, se cuide !
Ethan disse enquanto se afastava, indo até o corredor dos armários.
Acenei e me dirigi até a coordenação, abrindo a porta de vidro devagar.
A sala estava silenciosa, todas as cadeiras dos professores e diretor estavam vazias.
Sorri de alívio, eu não veria Adília agora! Que felicidade.
Aquela mulher não vai me esquentar a mente logo de manhã.
Fui até a prateleira onde estavam os livros de artes do terceiro ano, e peguei um pra mim.
Sai logo em seguida, com o livro na mão, em direção à minha sala.
Mas logo senti algo, ou alguém me empurrar com força, e enquanto eu estava prestes a descer as escadas, fui jogada com força contra a mesma e cai rolando pelos degraus, batendo fortemente minha cabeça, a sentindo ficar ainda mais ferida e o sangue quente escorrer de minha cabeça.
MERDA!!! DE NOVO NÃO!!!
Ouvi risadas chegando cada vez mais perto, e logo senti uma dor terrível no estômago.
Haviam chutado minha barriga.
Abri os olhos devagar, tentando controlar o quanto aquilo doía de maneira infernal, e olhei.
Sim, eram as garotas que sempre me machucavam.
Senti algo sair de minha boca, a fazendo arder, e logo percebi que a mesma havia se cortado, e o sangue escorria manchando de vermelho o meu rosto.
- Achou mesmo que iria dar seu showzinho na quadra, zoando com a nossa cara e iria sair impune? Sua branquela?
Gritou liz, enquanto se aproximava ainda mais, junto de suas outras duas amigas, pra me agredir.
Eu não aguentava mais aquilo, não aguentava mais todo aquele sofrimento!
Elas me espancavam todos os dias, mesmo que eu não fizesse nada...
E na quadra, eu apenas estava jogando! Nunca as machuquei, nem fiz mal contra elas!
Senti as lágrimas caírem de meus olhos, eu não conseguia mais suportar tudo isso, sofrer sem motivo algum, e sentir meu corpo perder a força, enquanto soluço de dor no chão.
Não... não posso Deixar isso acontecer, não posso!!
Me levantei, ainda sentindo muita dor, tentei me conter e não gritei, não demonstrei a dor que eu sentia.
Respirei fundo, sentindo tudo doer, e olhei para as três garotas que me machucavam.
-P-Porfav...or, eu nunca fiz nada pra V-vocês, me deixem ir embora...
Falei, sentindo meu corpo estremecer e minhas pernas fraquejarem devido à forte queda que sofri, e logo as ouvi rir debochando do meu sofrimento.
- Mas porquê deixaríamos ? Você tomou nosso lugar, agora tem que aprender uma lição. E isso é justo.
Disse arielle, com ódio nos olhos.
A outra então me olhou, e deu risada.
- Exatamente, vamos dar uma lição nessa vadia.
Não! Eu não vou deixar isso acontecer de novo!  Dei alguns passos pra trás, tentando fugir, mas logo arielle veio e puxou meus cabelos fortemente, e me pôs ainda mais pra perto dela e daquelas outras cobras que ela chamava de "Amigas"
Eu estava com minha cabeça a mil, tudo de ruim acontecia à mim, em casa, escola, e agora tinha Rafael...
Chega! Não aguento mais esse carrossel de sofrimento.
Eu preciso agir.
Arielle então fechou os punhos e tentou socar meu rosto, mas eu segurei a mão dela e a joguei no chão.
-VADIA??? VADIA É VOCÊ E SUAS AMIGUINHAS!!!
gritei enquanto subia em cima de arielle, dando tapas em seu rosto com força e sem pensar em mais nada.
Punição? Não, Eu não ligava pra isso!
Eu sofri muito, e agora quero descontar tudo que passei na cara  dessa Rata imunda!
- LOIRA MALDITA!!
Gritou as outras duas, enquanto tentavam me puxar pra longe, mas eu estava cega por vingança, por dar o troco, e dei um soco no rosto de liz, que gritou de dor e levou as mãos ao rosto.
A outra imediatamente tentou ajudá-la, e a puxou pra longe de mim.
- ISSO É POR MIM!!! É PELA MINHA PAZ!!! VOCÊS TIRARAM MINHA PAZ!!!
Eu gritava e chorava enquanto a agredia, com socos e tapas, mas logo escutei gritos chamando meu nome, e  me levantei.
Vi o sangue daquela inútil em minhas mãos, e o nariz dela estava sangrando.
Ela mal se mexia.
Me aproximei dela e dei pontapés em seu estômago.
- AGORA VOCÊ VÊ??? SENTE COMO É RUIM SER EU?? SENTE A DOR??? VOCÊ SENTE SUA IDIOTA??????
Eu gritava e chorava, a emoção ali fora profunda, enquanto via quem tanto me machucou jogada no chão, sangrando como uma porca abatida, ela estava em meu lugar agora.
Isso era tão cativante! Era a MELHOR sensação que eu poderia sentir!
- CLAIRE???