Capítulo 8
- Só pode estar brincando. - Digo enquanto gargalho alto. - Amei a piada Mateo.
- Eu pareço estar brincando? - Ele pergunta sério.
- Você é doido? - Retruco. - Nem nos conhecemos bem e me pode em casamento?
- Lina...
- Estou errada? - Olho para meu pai.
Ele deve estar furioso por eu não ter aceitado de bom grado essa idiotice.
- Lina...
- Não pretendo me casar com um homem que mal conheço. - Corto meu pai. - E muito menos sem amá-lo.
- O amor vem com o tempo querida. - Meu pai fala.
Ele parece tão calmo, mas por dentro deve estar desejando minha morte.
- Não me importa. - Falo. - Não sou seu objeto.
- Ninguém está falando isso Lina.
- Não precisa falar, está na cara. - Reviro os olhos.
Para mim meu pai está me vendendo para um homem rico, que não tem escrúpulo algum.
- Não pretendo forçá-la se casar comigo Lina. - Mateo diz.
- Então está decidido. - Falo. - Nada de casamento.
- Lina...
- Eu tenho o direito de escolher com quem eu vou me casar. - Corto meu pai novamente.
- Pelo menos dê uma chance para Mateo querida.
Não quero dar chance alguma para um homem que está tentando interferir na minha vida pelas minhas costas. Não confio em nenhum dos dois, e provavelmente tem alguma coisa nessa história que eu não sei.
- Estou ficando velho Lina, então decidi me casar e ter filhos. - Mateo diz com tranquilidade. - Então eu conversei com sei pai e pedi sua permissão para me casar com você.
- Existem mulheres muito melhores que eu, então busque em outro lugar.
- Você vem de uma boa família, é bonita, e tem uma boa educação.
Não vejo sinceridade alguma na sua voz. Tenho certeza que ele está tramando algo, e tudo indica que não é nada bom.
- Deveria ter falado comigo antes de fazer planos com meu pai.
- Você está certa, me desculpe. - Ele sorri abertamente. - Mas espero que pense na minha proposta.
- Não...
- Apenas pense com carinho. - Me interrompe de continuar a falar. - Tenho certeza que nos daremos muito bem.
Não falo nada porque não adiantaria, mas com toda certeza jamais me casarei com um homem sem amor.
- Me desculpe Mateo, mas não preciso pensar. - Digo. - A minha resposta é não.
Já sacrifiquei muito da minha vida pelo meu pai, não pretendo continuar fazendo isso mesmo que eu seja prejudica.
Fico me perguntando como ele tem capacidade de vender a própria filha, mas pensando bem, vindo dele eu não deveria ficar tão surpresa.
- Vou deixá-los por hoje. - Ele se levanta. - Ainda espero que pense na minha proposta.
- Não...
- Boa noite Lina.
Mateo pega minha mão e a beija. Se ele tivesse feito isso antes eu até poderia ficar mexida, mas nesse momento estou com tanta raiva que sinto nojo do seu toque.
- Estarei esperando por sua reposta.
Já disse que não pretendo me casar com ele, mas ele parece não aceitar um não como reposta.
Ele se despede do meu pai e vai embora em seguida.
- Você é louca Lina?! - Meu pai grita.
- Não. - Digo apenas.
- Você sabe quem é ele? - Pergunta. - E o quão rico está se tornando a cada dia?
- É óbvio que estaria olhando para sua fortuna. - Sorrio fraco. - É a única coisa que lhe importa, mesmo que para isso tenha que vender a filha.
- Não seja dramática. - Ele balança as mãos impaciente.
- Não estou sendo dramática. - Retruco.
Meu pai se levanta da sua cadeira, rodeia sua mesa e para de frente para mim.
- Sua vida estaria feita sua burra.
- Não sou igual você, que só se importa com dinheiro.
Quando eu me casar será por amor, e não me importará se ele será rico ou pobre.
- Ligue para ele amanhã e diga que aceita.
- Eu já disse que não. - Falo. - É tão difícil de entender?
- Você vai se casar com ele Lina. - Ele aperta meus ombros com força. - Por bem ou por mal.
- Não pode me obrigar.
Me levanto rápido e me distancio do seu toque.
- Ainda dúvida que sou capaz de alguma coisa? - Ele gargalha de uma forma desagradável. - Tantos anos se passaram e não conhece seu pai.
- Você...
- Tudo que quero eu consigo. - Ele fala sério. - Então é melhor me obedecer para o seu próprio bem.
- Pode me ameaçar o quanto quiser. - Falo com coragem. - Minha resposta ainda será não.
Ele desfere um tapa no seu rosto, e eu me desequilibro e quase caio por não estar esperando sua atitude.
- Você vai me obedecer. - Ele pega meus dois braços e aperta com força.
- Você está me machucando.
- Irá doer ainda mais se me desobedecer querida. - Diz entredentes.
Ele me empurra, e bato meu cotovelo com toda força no chão. Lágrimas turvam minha visão, mas seguro o máximo que consigo. Não pretendo lhe dar o gostinho de me ver chorando em sua frente.
- Me bata o quanto quiser, mas eu não vou me casar com ele. - Falo confiante.
Sou surpreendida quando ele desfere um chute nas minhas costelas. Por um momento achei que fosse morrer quando perco totalmente o ar.
- Olha o que me obriga a fazer com você Lina.
Ele segura o meu cabelo pela nuca e puxa forte, me fazendo gemer de dor.
- Se me obedecesse evitaria tudo isso. - Ele balança a cabeça em negação. - Eu não quero machucá-la querida, mas você me obriga a fazer isso.
- Você é um monstro.
- Eu sei. - Sorri sombriamente. - Então não teste minha paciência.
Ele me puxa para cima de repente, mas eu preferia ter ficado no chão, pois todo meu ar some novamente quando sinto dor nas costelas.
- Eu sabia que você não iria aceitar logo de cara, então eu comprei o prédio onde você e sua amiga moram. - Ele fala. - É Luane o nome dela?
- Você...
- Mais uma coisa... Fiz amizade com a chefe da sua amiga. - Sorri orgulhoso de si. - Se eu fazer duas ligações, sua amiga perde o emprego, e o apartamento onde mora.
- Deixa Luane fora disso! - Grito desesperada.
- Os pais dela não são professores da mesma escola que você?
- Você não faria isso. - Nego com a cabeça.
Ele fica cara a cara comigo, coloca uma mexa do meu cabelo atrás da orelha e diz:
- Eu faria qualquer coisa para conseguir o que quero.
Nesse momento não tenho para onde fugir. Ele planejou tudo muito bem para me deixar de mãos atadas. Ou aceito me casar, ou ele acaba com a vida das pessoas a minha volta.
- Se prometer jamais incomodá-los eu aceito. - Falo.
- Boa garota. - Ele passa a mão pelos meus cabelos.
Me distancio do seu toque com nojo, então ele fala:
- Assim você magoa o papai querida.
A risada que vem a seguir faz todo meu corpo se estremecer de medo.
Não tenho para onde fugir, então terei que abrir mão da minha liberdade e me casar com um homem que mal conheço. Só assim meus amigos estarão seguros da ira do meu pai.
- Mateo será um excelente genro.
Como se ele se importasse com a pessoa de Mateo. Deve estar planejando algum golpe para colocar as mãos sujas no seu dinheiro.
Não sei se Mateo está tramando algo, ou se é apenas burro em querer entrar para essa família degradante.
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