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— Uaaau! Você tá linda — Leon diz, com um sorriso beirando no rosto quando abre a porta.
Eu abaixo o olhar para o vestido frouxo e cinza azulado que estou usando, depois para os pés com a sapatilha plastificada vermelha.
— É. Tenta outra!
Ele ri nasalado, dando-me espaço para entrar. A avó de Leon preparou o melhor purê de batatas de toda a minha vida e fez um excelente frango ao forno.
— Pode vir aqui sempre que quiser, Tasha — o avó de Leon diz, segurando minha mão por alguns segundos por cima da mesa.
— Obrigada, senhor O'Fear, é muito gentil. — Sorrio sem graça, nem um pouco acostumada com demonstração de afeto de pessoas estranhas, ou quase estranhas.
— Espero que tenha gostado da comida.
— Eu me casaria com o purê da senhora se pudesse, e não é brincadeira — digo, levando ela a rir e agradecer.
Como em muito tempo não acontecia, o jantar toma um rumo calmo e familiar. Eu me sinto tranquila e relaxada. Ajudo Leon a retirar a mesa e, antes que começasse com a lavagem das louças, somos tirados da cozinha a protestos.
— Hoje é por minha conta — o Sr. O'Fear diz, com as mãos nos nossos ombros.
— Quando ela não tá aqui não tenho todo esse mimo — ao resmungar, eu dou uma cotovelada de leve na costela de Leon, que faz drama com uma expressão de dor, mas logo passa o braço pelos meus ombros.
Eu levo alguns minutos para me acostumar com aquele contato, mas acaba sendo fácil. E bom.
— Tem uma coisa que você vai adorar ver — fala me puxando casa a dentro.
— O quê?
— Eu tô levando você lá.
— E não pode dizer logo o que é?
— Alguém já disse que é irritante?
—Hmm... Você! Muitas vezes, e nem nos conhecemos a tanto tempo assim.
Leon continua com o suspense por pouco tempo, porque ele me leva ao seu quarto, na verdade, a janela do sei quarto, se passarmos por ela, dá para ficar sentado ou deitado no largo telhado vermelho da casa, como estamos agora. É legal. E dá uma paz tremenda.
Estamos sentados lado a lado. Com os joelhos flexionados e os braços em torno deles. O céu está banhado por estrelas que não precisa de mais nada para iluminar, nem mesmo a luz no fim da rua que, por ter a casa a sua frente, não nos dá nada a mais do que sua penumbra.
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