159
06
A algumas horas a morte do meu pai completou 159 dias. Há uma hora e meia, na verdade.
— Estou tagarelando desde quando chegamos e ainda não me disse nada sobre você — Leon fala, sentado ao meu lado no compartimento mais alto da roda gigante.
— Como quer que diga alguma coisa se você é capaz de defender o Dr. Otto Octavios?
Ele ri, atônito.
— Você sabe quem é?
— Claro que sei. — reviro os olhos, voltando a atenção para a vista adiante.
Leon se senta de lado, ficando de frente para mim, parece surpreso demais.
— Tasha Lincon é uma nerd por debaixo dessa carranca toda. Isso que eu chamo de reviravolta.
Eu o olho com desinteresse, erguendo uma das sobrancelhas.
— Qual, é? Eu contei tipo, a minha vida toda desde que eu tinha cinco anos de idade. Me diz algo sobre você.
— Não sou a melhor quando trata de se abrir com os outros — respondo.
— Acredite, eu percebi! Então a gente faz assim. Me conta só uma coisa que você acha especial, nem precisa ser sobre você. — Ele pede, encarando-me.
— Olha para o céu — digo, ele franze o cenho, sem entender. — Vai.
Como eu pedi, Leon deita a cabeça no encosto atrás de nós e olha para o céu.
— O que vê? — pergunto, olhando ele procurar por alguma coisa na imensidão azul acima de nós.
— Ahn... Estrelas?
Não desvio o olhar do garoto franzino ao meu lado, os cachos dos seus cabelos castanhos se mexiam com o vento e os olhos cor de chocolate focavam no brilho do céu.
— Elas são especiais pra mim.
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