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05
Apesar do travesseiro tampando os ouvidos. É impossível deixar de ouvir a música horrível e os sons de gemido que minha mãe e sei lá mais quem estão fazendo no quarto ao lado.
Irritada, deixo de lado o lençol e me levanto, vou ao quarto da minha mãe e deixo inúmeras batidas na porta.
— Mãe! Mãe!
Minha resposta é um som mais alto. Solto um grunhido e saio de casa batendo a porta forte. É verão, então a pouca roupa não vai me fazer morrer de frio. Cruzo os braços e jogo a cabeça para trás, andando em círculos pela grama morta e sem cor.
— Vai cavar um buraco se continuar assim. — Ouço, a voz chama a minha atenção e levo meu olhar a ela imediatamente.
— A quanto tempo tá aí? — pergunto encarando o vizinho sentado no degrau da sua porta.
Ele não olha para mim, tem toda a atenção em uns fios e cabos que está mexendo.
— Tempo o suficiente para ver sua mãe entrando com o namorado — responde, levantando o olhar para mim por milésimos de segundo enquanto dava um sorriso fraco antes de voltar a de concentrar nos fios.
— Não é namorado dela.
— Pareceu.
— Muitas coisas não são o que parece.
Encerro a nossa conversa, dando as costas para o vizinho e fazendo o caminho para o parque.
— Aonde vai a essa hora? — Escuto enquanto ainda estou na minha calçada.
— Não acha que está invasivo demais para alguém que não conheço?
Ele não responde, mas para o que está fazendo e começa a guardar fios e aparelhos numa maleta azul de metal. Ele a deixa atrás de um jarro de plantas na entrada da casa, em seguida, caminha na minha direção e para com alguns passos de distância.
— Leon O'Fear. Seu vizinho pelos próximos dois messes. Meio nerd, fã quadrinhos e informática.
Solto um riso nasalar e abaixo o olhar para os meus pés antes de subir para seus olhos cor de chocolate.
— Relacionamento é uma via dupla. Só saber o básico de você não nos faz menos estranhos.
— Tá legal. O que eu preciso saber sobre você?
Contendo um sorriso, eu dou as costas. Ele fica parado no mesmo lugar, então quando percebo que não tem intenção de se mover, eu viro o rosto para olhá-lo.
— Você não vem? — pergunto, vendo a confusão em seu rosto.
— Aonde?
— Parque Firewall — respondo. — A propósito, meu nome é Tasha Lincon.
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