143
02
143 dias desde a noite do acidente. 18 dias desde o início do verão. 12 dias desde que cheguei em Ginwest.
— Levanta, Tasha! — Minha mãe abre a porta e entra sem ser convidada.
Ela tem um cigarro na mão que está na maçaneta e os cabelos loiros e ondulados — totalmente o oposto dos meus — estão completamente bagunçados, as olheiras profundas. O mal humor me diz que ao menos ainda não começou a beber, ou sim, ultimamente tá difícil saber quando está sóbria ou não.
— Farrah está aqui. — Ela não espera por resposta e sai.
Eu me levanto com um pouco pressa, pondo uma camiseta branca e short de moletom. Quando saio do quarto e vejo minha prima na porta de casa, olhando a decadência que minha mãe está vivendo, eu dou uma corridinha a ela, passando os braços ao redor de seu pescoço.
— Como você tá? — ela pergunta quando nos afastamos.
— Melhor, eu acho. E Saya?
Farrah esmorece, apesar da diferença de idade, ela com 23 e um pouco mais velha que minha irmã, dou-me muito bem com ela, com os meus 17.
— Precisa de um tempo para perceber o quanto está sendo injusta. — Sei onde ela quer chegar.
— Ela sabe que a culpa foi minha.
— Não teve culpa, Tash. Você sabe.
Eu fico calada, ambas sabemos que está mentindo.
— Enfim, não posso demorar, desculpa. Só imaginei como estariam as coisas aqui e trouxe torta para o almoço. Sua mãe já levou. — Ela aponta para a cozinha atrás de mim, posso ver de onde estou uma forma de vidro redonda com uma torta salgada.
— Obrigada — respondo, deixando ser abraçada outra vez e retribuindo com menos entusiasmo que antes.
Sorrio fraco, sabendo que nem ela e nem ninguém irá me tirar desse pesadelo. Respiro fundo enquanto fecho a porta branca atrás de mim e me escoro nela, pensando em como as coisas podem dar tão erradas assim.
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