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Capítulo 81 | Uma Nova Rotina

Isaque Campbell

Cada vez que olho para a Claire, meu coração transborda de alegria. Ter minha família completa, assistir à Anne cuidar da nossa pequena com tanto amor e carinho, e sentir como esse pequeno ser iluminou nossa casa me faz querer ser o melhor homem que posso ser para elas. Essa nova fase é um desafio incrível, mas cheio de bênçãos.

E olha, vou te contar, ser pai de primeira viagem é uma aventura! Das fraldas que às vezes parecem um enigma, aos banhos cheios de acrobacias, até as tentativas desajeitadas de fazê-la dormir, é tudo novidade. Mas, cá entre nós, tenho que admitir: a Claire puxou o pai aqui. Ela é a minha cara — e nem adianta a Anne dizer o contrário.

Agora mesmo, enquanto ela dorme tranquila no moisés ao lado da nossa cama, me pego a admirando. Porém, Anne chega de mansinho, com o cheiro fresco de quem acabou de sair do banho, e aquele sorriso que sempre me desarma. Perfeita é pouco para descrevê-la.

— Você não cansa de ser linda, não? — falei, puxando-a para perto. Roubei um beijo, e ela, toda provocativa, mordeu o lábio, me lançando um sorriso daqueles.

— Quanto mais apaixonado você for por mim, melhor pra nós dois — respondeu com seu charme que me encanta.

— Mais? Ainda é possível ser mais? — brinquei, rindo, vendo suas bochechas ficarem coradas. Mesmo depois de um ano de casados, ela ainda tinha esse jeitinho tímido que me fazia ainda mais louco apaixonado.

— Claire é a prova do nosso amor — ela disse, aquecendo o meu coração.

Olhamos juntos para Claire, que no meio do sono deu um sorriso espontâneo, como se estivesse sonhando com algo bom. Não seguramos a risada.

— Lá vai ela com o famoso “reflexo de Moro” — Anne comentou, e rimos mais ainda. — Daqui a pouco ela acorda — ela disse, e eu assenti, já sabendo o que vinha.

— E a patrulha da Claire não vai demorar pra aparecer — brinquei, e Anne me lançou um olhar divertido.

— Nossas mães e Esther não vão perder a chance de paparicar — respondeu, rindo.

Concordei, imaginando a cena.

— Esther e Caleb ainda estão adiando filhos, então Claire vai ser o centro das atenções por um bom tempo.

Enquanto conversávamos, a Claire começou a se mexer, abrindo os olhinhos. Aquela cena, tão simples, aqueceu meu coração de um jeito inexplicável.

— Acho que ela está chamando a gente — Anne disse, pegando-a no colo com toda a delicadeza do mundo. Sentou-se na poltrona de amamentação e começou a dar mama. Eu fiquei ali, encantado, observando as duas, completamente bobo de amor.

Foi aí que me toquei: eu podia ajudar a Anne a ficar mais confortável. Peguei o puff para os pés dela, ajeitei direitinho e ainda levei o óleo de massagem. Enquanto ela amamentava, comecei a massagear seus pés. Ela sorria, visivelmente relaxada.

— Você merece ser tratada como uma rainha — falei, com um sorriso satisfeito.

— E você merece o título de melhor marido do mundo — ela respondeu, rindo. — Te amo mil milhões.

Antes que eu pudesse responder, ouvimos batidas na porta.

— Pode entrar! — bradei, já imaginando quem era.

Minha sogra entrou primeiro, seguida pela minha mãe e pela Esther. E, claro, todas estavam prontas para assumir seus postos na “patrulha da Claire”.

— Sabia que elas não iam demorar — sussurrei para Anne, que apenas sorriu.

— Minha princesa acordou! — disse Amelie com uma voz cheia de carinho, típica de uma vó coruja.

— Tá tão linda minha neta! — acrescentou minha mãe, praticamente babando enquanto admirava Claire.

— Isaque, vai lá preparar alguma coisa pra Anne comer. Depois de amamentar, ela vai estar com fome de leão — disse Esther, com aquele tom provocador que ela usa desde criança.

— E você entende o quê sobre amamentação? — retruquei, cruzando os braços e lançando um olhar desafiador.

— Não é porque eu ainda não tenho filhos que não sei do assunto. Olha só o quanto ela mama, querido! — respondeu, apontando para Claire.

— Você e Caleb ainda não pensam em filhos? — Anne perguntou, sua voz sempre tão doce.

— Ainda não. Queremos aproveitar nosso casamento e paparicar nossa sobrinha perfeita — disse Esther, com os olhos brilhando enquanto olhava para Claire.

— Anne, quando ela terminar, me dá ela pra eu ficar com ela um pouco — pediu Amelie, cheia de entusiasmo.

Anne olhou pra mim, e eu apenas assenti, já sabendo que não adianta competir com as avós corujas.

— Isaque, você tá indo pelo caminho certo. Massagem nos pés da mamãe? Estou orgulhosa de você — minha mãe comentou, lançando-me uma piscadela.

— Estão com inveja da massagem? — brinquei, arqueando as sobrancelhas.

— Pode acreditar que vou pedir pro seu pai fazer isso em mim hoje! — disse minha mãe, rindo.

— E Caleb também! — acrescentou Esther, arrancando mais risadas.

— Bom saber que estou sendo um exemplo positivo aqui — comentei, fingindo um ar convencido.

— Vamos deixar a Claire terminar de mamar e depois pegamos ela — disse Amelie, já indo em direção à porta. Minha mãe a seguiu, mas Esther ficou ali, plantada, me olhando com um sorriso enigmático.

— Que foi agora, mulher de Deus?

— Isaque, você é um péssimo irmão, mas é um ótimo esposo e pai. Só queria te parabenizar por isso, maninho — disse ela, do nada.

Fiquei surpreso.

— Obrigado. Vindo de você, isso soa até estranho. — Brinquei, vendo-a rir.

— Vocês dois nunca perdem a chance de se provocar, né? — comentou Anne, balançando a cabeça com um sorriso divertido.

— Vou deixar vocês a sós. Vou procurar meu digníssimo esposo, que deve estar jogando com o meu pai e o pastor Ethan — disse Esther, já se afastando.

— Certamente eu deveria estar jogando tamb... — comecei a falar, mas freei na hora.

Anne me olhou daquele jeito mortal e divertido ao mesmo tempo. Aquele olhar que dizia: “Vai, amor, pode ir jogar se quiser”, mas com uma clara intenção de teste.

Ela não precisou dizer nada. Eu sabia que a resposta certa era ficar. Afinal, eu merecia uma pequena dose de drama marital.

Ontem...

Eu juro, ontem foi um show de bola fora. Tudo começou com os brinquedos. Sim, brinquedos. Parece inofensivo, né? Mas deixa eu explicar: eu estava na sala de TV, tentando testar silenciosamente alguns brinquedos da Claire. Porque, veja bem, a Claire ainda nem brinca, mas já tem uma loja de brinquedos em casa. Só que eu não percebi o barulho absurdo que estava fazendo. Era música aqui, luz piscando ali... um caos.

Do nada, surge Anne na porta da sala, segurando a Claire no colo, com aquele olhar de granada prestes a explodir. Foi nesse exato momento que me toquei: enquanto eu fazia uma sinfonia de brinquedos barulhentos, Anne estava no andar de cima tentando colocar a Claire para dormir. E, bom, eu falhei miseravelmente na minha missão.

Levantei do carpete, tentando me redimir com um beijo na testa de Anne, mas adivinha? Pisei em um brinquedo. Sim, o pior deles. Aquele que toca uma musiquinha ridiculamente alta. Para piorar, Molly começou a latir como se tivesse visto um ladrão, e pronto: Claire acordou, chorando a plenos pulmões.

Naquele momento, eu já sabia meu destino: o sofá.

— Amor, me perdoa... — tentei, com a melhor cara de arrependido.

Anne não disse nada. Só deu as costas e começou a acalmar a Claire. Meu coração apertou. Tentei colocar a Claire para dormir para Anne descansar, até porque a culpa foi minha, mas, dessa vez, ela não parava de chorar, e já sabíamos o que ela queria: mamar para dormir.

Eu precisava me redimir. Então, lá pelas seis da tarde, me aproximei de Anne enquanto ela amamentava Claire. Falei baixinho:

— Amor...

Ela me olhou. Não disse nada. Sério, nada.

— Vacilei. Sei que foi um trabalhão colocar a Claire pra dormir, e eu acabei despertando ela.

— E você sabe que ela só dorme depois que mama. Eu estava exausta e queria dormir também — disse ela, me lançando aquele olhar de “você sabe o que fez”.

— Me deixa compensar! — ergui o dedo. — Hoje à noite, eu cuido dela. A madrugada inteira.

Ela franziu o cenho.

— Sério? Você acordou às cinco da manhã pra aquela videoconferência e quer ficar acordado de madrugada?

— Quero.

Anne deu um sorriso triunfante, aquele sorriso que dizia “ótimo, vamos ver se você aguenta”.

— Combinado.

Só que aí veio a parte trágica. O sono me venceu às dez da noite. Acordei hoje de manhã, olhei pro lado e vi Anne exausta, Claire dormindo tranquila no moisés... e a culpa pesou.

Mas posso explicar. Desde que a Claire nasceu, eu me jogo de cabeça em tudo: troco fraldas, dou banho, faço mamadeira, embalo pra dormir, e revezamos as madrugadas para a Anne descansar. Só que ontem foi um caso à parte. Tive uma reunião com fornecedores do Japão às cinco da manhã e, quando deu dez da noite, o sono me derrubou. Lutei contra ele, mas perdi.

Acordei hoje cedo e percebi: a Anne estava exausta do meu lado, e a Claire no moisés dormindo como um anjo. O peso na consciência bateu na hora. Eu tinha prometido cuidar da Claire e deixei a Anne sozinha.

Levantei na ponta dos pés, tentando compensar. Preparei um café da manhã digno de filme: panquecas, frutas, café fresco, e servi pra Anne assim que ela acordou. Ela tomou banho e, depois que deu mama pra Claire, eu assumi os cuidados da pequena para que a Anne pudesse relaxar um pouco. Layla e Esther chegaram, e as três começaram uma “maratona de cupcakes”. Claro, Layla não aguentou muito tempo — a gravidez dela está no final e ela enjoa fácil — mas foi bom ver Anne se divertindo.

Quando Samuel e Layla foram embora, ficando Esther, meus pais chegaram com meus sogros. O problema é que, mesmo com todo esse esforço, a culpa continuava martelando na minha cabeça. Era como se cada olhar da Anne dissesse: “Você tentou, mas ainda não escapou totalmente.”

E eu sabia que tinha que fazer algo a mais. Não bastava só redimir; eu precisava garantir que a próxima promessa fosse cumprida.

Hoje...

— Eu não vou jogar, vou ficar aqui com você — disse para Anne, tentando parecer firme, mas ela riu.

— Amor, para de se martirizar. Sei que não foi de propósito. Você tentou, mas estava cansado.

— Você estava mais cansada do que eu. Falhei como esposo, como pai...

— Amor! — ela exclamou baixinho, segurando uma risada. — Tá na TPM? Todo sentimental.

Eu ri, jogando a cabeça para trás.

— Tá bom, tá bom. — Ergui as mãos em rendição. — Estava pensando em fazer um jantar de perdão, mas, já que você acha que eu não preciso, então... vou desistir. — Dei de ombros, fingindo indiferença, indo em direção à porta.

— Jantar? — Anne perguntou, e percebi o tom de interesse instantâneo. — Então você deve fazer o jantar. O que você fez foi muito feio, e eu estou muito brava! — disse, tentando esconder o sorriso.

— Ah, entendi... chantagem emocional. — Me aproximei, beijando seu rosto. — Tudo bem, vou fazer o jantar de perdão. E, só pra constar, eu te perdoo.

— Eu que devo te perdoar, querido. — Ela arqueou as sobrancelhas, rindo.

— Eu nunca erro. — Sorri, já me afastando.

— E Isaque Campbell está de volta! — provocou, e eu pisquei para ela antes de sair do quarto.

Molly veio correndo até mim enquanto descia as escadas, me cheirando como se quisesse participar do meu “projeto culinário”.

— Shhhh, Molly! — murmurei. — Eu sei que você sente falta do Duque, mas vai ter que esperar até a gente ir pra casa de campo, combinado? — Ela inclinou a cabeça, me olhando como se entendesse.

— Olha, não dá pra criar o Duque aqui. Ele gosta de espaço, grama, aventura. Esse apartamento é mais a sua vibe. — Molly se deitou, me ouvindo atentamente.

— Quem sabe a gente adote um irmãozinho pra você? — disse, e ela latiu, como se aprovasse.

Dei risada e acariciei sua cabeça.

— Agora vai brincar, mocinha. — E ela saiu correndo, abanando o rabo.

Desci as escadas e dei de cara com Caleb jogado no sofá. Ele estava rindo de algo no celular e eu já sabia que era um dos milhares de reels que Esther manda pra ele. Me aproximei de fininho e ele tomou um susto ao me ver.

— Tá tudo bem, Isaque? — perguntou, sentando-se, claramente assustado.

— Tudo tranquilo. — Respondi. — Não queria estragar seu momento de diversão — zombei.

— Engraçadinho — brincou, me dando um leve tapa no ombro.

— E cadê a Anne, filho? — minha mãe perguntou, se aproximando.

Antes que eu pudesse responder, a própria Anne anunciou:

— Descendo as escadas! — disse ela alto, segurando a Claire no colo.

Levantei num pulo. Corri até a escada antes que ela terminasse de descer.

— Por que não usa o elevador, teimosa? — brinquei, pegando a Claire do colo dela para ajudá-las.

— Geralmente eu uso, mas hoje preferi esperar meu cavalheiro vir ao meu encontro — disse ela, sorrindo daquele jeito que só ela tem, e eu não consegui conter um sorriso bobo de volta.

— Olha só, que menina esperta — comentou minha mãe, já pegando a Claire do meu colo.

— Ela é sua cara, irmão — disse Caleb, admirando minha filha.

— Eu sei — respondi, quase me gabando.

— Sorte que você é incrivelmente perfeito — Anne entrou na conversa, e eu ri, meio desconfiado.

— Incrivelmente perfeito? — arqueei uma sobrancelha, provocando.

— Seu único defeito é ser chato. Fora isso...

— Você vai ver o tanto de cócegas que vou fazer em você quando passar o seu puerpério — brinquei, arrancando uma risada dela.

— Eu te avisei que ele é chato, cunhada — Esther surgiu na sala, com aquele jeito dela de quem sempre chega na hora certa pra provocar.

— Ninguém te chamou na conversa — retruquei, rolando os olhos.

— Amor — Caleb chegou perto de Esther. — Por que a gente não tem um filho?

Eu e Anne nos entreolhamos, tentando segurar o riso.

— Agora? — Esther perguntou, claramente pega de surpresa.

— Olha a Claire, amor, como ela é fofa. Imagina um serzinho nosso! — insistiu ele, arrancando gargalhadas de todo mundo.

— Com certeza seria lindo — disse Amelie, entrando na sala como quem já sabia de toda a conversa.

— Vamos pensar nisso depois, amor — Esther respondeu, pensativa, mas com um leve sorriso.

— Enquanto vocês pensam, preciso encontrar meu pai — falei, aproveitando a deixa. Dei um beijo na testa da Anne e fui até a sala de jogos.

Ao chegar lá, a cena era surreal: pastor Ethan e pastor Jean jogando videogame, rindo alto e bebendo refrigerante como dois adolescentes.

Eu e Caleb nos entreolhamos e caímos na risada.

— Ora, ora, quem diria que o hall da fama dos videogames ia ganhar novos competidores de peso? — comentei, cruzando os braços enquanto analisava a cena.

— E não subestime os veteranos, Isaque — respondeu Jean, erguendo o controle como se fosse um troféu sagrado, sem sequer piscar para a tela. — Ainda sabemos surpreender.

— Isso é... futebol? — Caleb perguntou, inclinando a cabeça para analisar o caos na TV.

— Futebol com estratégia, meu jovem — replicou Ethan, exibindo um sorriso que misturava sabedoria e pura competitividade. — Aqui, não é só sobre gols. É sobre honra e tática.

— Tática pra apertar botões, né? — provoquei, e Caleb riu alto.

— Vocês vão ficar aí na arquibancada ou têm coragem de encarar uma partida de verdade? — Jean desafiou, largando o controle por um segundo para tomar um gole de refrigerante. A confiança pingava mais do que o gelo no copo.

— Quer mesmo testar seu limite, pai? — perguntei, já indo direto pegar outro controle. — Vamos ver se a sabedoria dos anos aguenta a energia da juventude.

— Cuidado, Isaque — alertou Caleb, com aquele tom irritantemente confiante enquanto pegava o controle. — Do jeito que você é, vai acabar perdendo pra mim antes mesmo de chegar nele.

— Ah, pode sonhar, Caleb! Hoje é dia de redenção! — rebati, entrando na formação.

O que se seguiu foi um festival de risadas, gritos de vitória (e de derrota) e discussões acaloradas sobre a validade de certos gols. Foi nesse cenário que Anne apareceu na porta, com Molly no colo e um sorriso contido.

— Isso aqui é a nova torcida organizada ou vocês estão ensaiando pra uma final de Copa? — ela comentou, observando a bagunça com aquele ar de “homens sendo homens”.

— Quer assistir ao show, meu amor? — perguntei sem nem piscar, focado na tela.

— Eu só vim conferir se você tinha sido arrebatado, já que saiu dizendo que ia encontrar seu pai e não deu as caras de novo. Mas pelo visto ele tá ocupado... bem ocupado — respondeu, tentando não rir.

Anne balançou a cabeça, enquanto Molly começava a mexer nos cabelos dela, inquieta.

— Enquanto vocês tão aqui jogando a sério, a Claire tá na sala sendo disputada por um exército de avós e a tia Esther. Se não tomar cuidado, ela será oficialmente adotada por elas.

— Vão nada! — exclamei, pausando o jogo imediatamente. — Certo, pessoal, foi divertido, mas agora é hora de eu exercer minha paternidade.

— Tá com medo de perder, né, Isaque? — Caleb debochou, enquanto Ethan e Jean trocavam um olhar, já preparados para continuar a rivalidade sem a minha interferência.

— Podem chamar do que quiserem, mas o dever de pai fala mais alto! — declarei, largando o controle. — Além disso, alguém precisa impedir que minha mãe e a sua convençam a Claire a falar vovó antes de papai e mamãe — falei para Anne.

— Boa sorte com isso — Anne riu, ajustando Molly no colo. — Sua mãe e tia Esther já estão discutindo qual será a primeira palavra dela.

— Com certeza será papai — murmurei, já indo em direção à porta. — Caleb, fica de olho nos veteranos. Só não vai envergonhar muito o meu pai, hein?

— Prometo nada! — ele respondeu, já dando risada enquanto a competição recomeçava, com Ethan e Jean rindo como dois jogadores no auge de suas carreiras.

Saí da sala de jogos, ainda ouvindo o som das risadas e das provocações, e fui direto para a sala principal. Assim que entrei, encontrei exatamente o cenário que Anne havia descrito: Claire estava aninhada nos braços de Amelie, que a embalava com uma suavidade quase ensaiada, enquanto conversava com Luisa sobre as “maravilhas” da maternidade. Ao lado delas, Esther olhando itens de bebê na Amazon e colocando no carrinho.

— Tá explicado o motivo de tanta voz fofa! — comentei, chamando a atenção do trio. — Estão tentando gravar a palavra vovó na mente da minha filha pra ser sua primeira palavra.

Esther parou de rolar a tela do celular e se virou para mim.

— Olha só quem decidiu fazer uma aparição! O papai superprotetor. Relaxa, Isaque, Claire está em boas mãos.

— Boas mãos não são suficientes — retruquei, cruzando os braços com um sorriso desafiador. — Ela precisa das melhores mãos: as minhas.

Amelie riu e, em uma encenação exagerada, puxou Claire um pouco para trás.

— Nada disso! Estamos aproveitando o raro milagre de vê-la calma. Você vai ter que esperar sua vez, querido.

— É, e mais: estamos competindo pra ver quem ganha o maior sorriso da Claire — acrescentou Luisa, piscando para mim. — Spoiler: você tá perdendo.

Olhei para Claire, que me encarava com aqueles olhinhos brilhantes e cheios de curiosidade. Ela soltou um resmungo fofo e estendeu uma das mãozinhas para mim.

— Acho que temos um vencedor, senhoras. — Peguei minha filha nos braços com uma satisfação triunfante. — Agora, vamos lá. Vocês ainda têm o dia todo amanhã pra paparicar minha princesa, mas por hoje ela é toda minha.

As avós protestaram com sorrisos, mas não resistiram. Enquanto isso, Molly correu na minha direção, como se exigisse a mesma atenção. Esther, com a energia finalmente esgotada, se jogou no sofá, suspirando dramaticamente.

— Melhor pai do ano e destruidor de festas de tia e avós. Parabéns, Isaque — provocou Esther, acenando com uma mão antes de desabar no travesseiro.

Voltei para o quarto com Claire aconchegada no meu peito, encontrando Anne ocupada organizando algumas roupas. Ela levantou o olhar e sorriu ao ver a cena, seus olhos refletindo uma mistura de ternura e exaustão.

— Resgate concluído com sucesso — anunciei, exibindo Claire, que já começava a fechar os olhinhos, pronta para dormir.

Anne se aproximou e passou a mão de leve no rostinho dela.

— Ela confia tanto em você, Isaque... Dá pra ver como se acalma no seu colo.

Olhei para Claire, agora quase dormindo, e senti aquela familiar onda de gratidão e responsabilidade.

— E eu confio em Deus pra cuidar de nós — murmurei, beijando sua testa antes de colocá-la no berço com cuidado.

Anne sorriu, apoiando-se no meu ombro enquanto observávamos nossa pequena princesa se aconchegar no sono.

Mais tarde, naquela noite, após finalmente colocar Claire para dormir depois da sua rotina noturna e a casa mergulhar no silêncio, Anne encontrou a varanda do quarto transformada. Pequenas luzes penduradas criavam um brilho suave, enquanto velas acesas dançavam com a brisa leve. Uma mesa posta com capricho esperava por nós dois.

— Isaque... o que é isso? — ela perguntou, a surpresa suavizando sua voz.

Afastei a cadeira para ela, fazendo um gesto para que se sentasse. Estávamos monitorando a Claire pela babá eletrônica e, da varanda, dava para observá-la.

— É o que você merece, Anne. Só pensei que, no meio dessa nova rotina de fraldas e mamadas, a gente podia ter um momento só nosso.

Ela sorriu, aquele sorriso que sempre fazia meu peito aquecer, e se sentou, claramente emocionada.

Jantamos entre conversas leves e risadas sobre os acontecimentos do dia. Recordamos os pequenos momentos engraçados, como Claire se agarrando ao meu dedo com força, e falamos sobre nossos sonhos para o futuro. A noite parecia suspensa no tempo, como se Deus nos tivesse presenteado com uma pausa especial.

Enquanto dividíamos a sobremesa, Anne entrelaçou os dedos aos meus por cima da mesa, seus olhos brilhando com uma ternura que só ela tinha.

— Isaque, às vezes penso que nunca me senti tão completa quanto agora. Você, Claire... e Deus no centro de tudo. É mais do que eu poderia pedir.

Segurei sua mão com firmeza, sentindo a verdade das palavras dela ecoar no meu coração.

— Vocês duas são meu maior presente, Anne. Minha razão de tudo.

Depois do jantar, fomos para o pequeno sofá na varanda, nos aninhando sob as estrelas. Conversamos sobre o que mais desejávamos para nossa família, sobre as bênçãos que havíamos recebido e a gratidão que preenchia nossos corações. O vento leve trazia o perfume de Anne que tanto me hipnotizava.

Quando voltamos para o quarto, Anne sorriu de lado e perguntou, com um ar curioso:

— Por que toda vez que nos beijamos parece o primeiro beijo?

Puxei-a de leve, encostando minha testa na dela.

— Talvez porque Deus nos fez um para o outro. Somos completos assim.

Dei um beijo na testa dela antes de deixá-la ir para o banho. Enquanto isso, ajeitei a cama, lançando um olhar para Claire, que dormia tranquila no moisés. Ao ouvir Anne sair do banheiro, trocamos um sorriso antes de eu entrar para tomar um banho rápido. A água fria me despertou, mas um sentimento estranho apareceu, como se estivesse me preparando para alguma notícia. Porém, suspirei, tentei fugir dos pensamentos e foquei no agora.

Quando voltei, Anne já estava deitada, cheirosa e tão linda como sempre, mesmo com o cansaço que víamos um no outro. Nos limites do puerpério, ficávamos firmes em nossas escolhas, mas isso nunca diminuía o amor e carícias. Me deitei ao lado dela, puxando-a para o meu peito, passando a mão em seus cabelos com o cuidado que eu sabia que ela amava.

Aos poucos, ela relaxou completamente nos meus braços, e ficamos assim, em silêncio, ouvindo apenas a respiração da nossa pequena ao lado. O cheiro da Claire e a paz daquele momento eram como um lembrete do quanto éramos abençoados.

Adormecemos juntos, com a certeza de que, não importa o que o futuro trouxesse, Anne sempre seria o amor da minha vida. E eu, o dela.

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