Capítulo 79 | Sob o Céu da Suíça
Anne Green
O dia na Suíça foi cheio de descobertas e novas memórias. Fizemos um passeio de trem panorâmico que nos deixou sem fôlego com as paisagens deslumbrantes. Depois, experimentamos as delícias locais em um tour de chocolates e queijos, e finalizamos com um jantar em um restaurante de clima romântico, com pratos deliciosos que pareciam intensificar ainda mais a conexão entre nós. Isaque já tinha todo o itinerário preparado para aproveitar ao máximo nossa lua de mel: snowboard nos Alpes, construir bonecos de neve, relaxar em águas termais ao ar livre, jantares de fondue, passeios de balão, patinação no gelo, uma visita ao Château de Chillon, e até um passeio de trenó – uma aventura encantadora atrás da outra.
Ao voltarmos para o chalé à noite, o frio intenso envolveu-me, e não pude evitar que meus dentes começassem a trincar. Sem perder tempo, Isaque acendeu a lareira, me enrolou em uma manta e me deu um chocolate quente. Aquele gesto simples me aqueceu de uma maneira que ia além do físico; me senti completamente cuidada e em casa.
Logo, ele teve a ideia de prepararmos um queijo quente juntos, uma desculpa para prolongar o momento na cozinha. O sorriso que ele mantinha enquanto cozinhava me fazia perceber o quanto cada detalhe era pensado para que eu me sentisse confortável e especial. Vê-lo assim, tão dedicado e espontâneo, me lembrava de como fui abençoada ao ter alguém como ele ao meu lado. Lembro-me de quando tentei ignorar a atração que senti na primeira vez que o vi. Hoje, vejo como foi impossível resistir ao homem incrível que é Isaque.
Ele pegou a frigideira, deixando a manteiga derreter suavemente antes de colocar o pão e o queijo, fechando as fatias com precisão. A crocância amanteigada do pão dourado e o queijo derretido foram o toque final; ele ainda salpicou um pouco de orégano antes de me servir. Sentei-me no banco do outro lado do balcão, observando-o enquanto cozinhava com aquela concentração intensa que eu tanto adorava. Era impossível não rir ao vê-lo focado nos mínimos detalhes, como se fosse a criação de um verdadeiro chef.
— Aposto que você nunca comeu um queijo quente assim — ele disse com um sorriso satisfeito, e, ao dar a primeira mordida, o sabor incrível me envolveu por completo.
— O melhor que já provei na vida! — exclamei, apreciando cada pedaço. — Tão simples e tão perfeito.
— Sou mestre na cozinha, meu amor — brincou, servindo-se.
— Tive muita sorte nisso — comentei, arrancando uma risada sincera dele antes de ele se sentar ao meu lado.
Por um momento, ficamos em silêncio, apenas saboreando o queijo quente e observando a neve cair lá fora.
— Já pensou em morarmos na Suíça? — ele perguntou, olhando para o cenário, e percebi um brilho diferente em seu olhar.
— Cem por cento — respondi, rindo, mas gostando da ideia.
— É um lugar tão calmo… — ele murmurou, ainda perdido na paisagem.
— Mas é longe da empresa… Não sei se daria certo — repliquei, e ele me lançou um olhar divertido.
— A menos que abramos uma fábrica de queijos — disse, provocando uma risada em mim.
— Se depender de mim, eu consumiria todo o estoque! — brinquei, e ele balançou a cabeça, rindo com o olhar cheio de carinho.
Ele me olhou por um instante a mais, e senti meu rosto corar ao perceber o calor desse olhar. Trocamos beijos e carícias até aqui, deixando que o carinho falasse por nós, porém não se comparava ao que estava por vir. Havia uma ternura em cada olhar, uma expectativa que aquecia o coração. Isaque sempre foi firme e seguro, mas eu conseguia ver um leve nervosismo, como se estivesse tão ansioso quanto eu, mesmo tentando disfarçar.
Terminamos o queijo quente em um silêncio confortável. Ele se levantou e me deu um beijo na testa, antes de levar os pratos para a pia. Levantei-me também, enrolada na manta, e ele veio até mim, me envolvendo em um abraço. Senti o calor dele me aquecendo, e ele novamente beijou minha testa, olhando em meus olhos com uma intensidade que me fazia sentir amada de uma maneira única.
— Vou aquecer a lareira e tomar um banho, tá? — ele disse, e um frio ansioso percorreu meu corpo.
— Enquanto isso, vou dobrar as mantas do sofá e subir para o quarto — respondi, evitando sustentar o olhar, nervosa e feliz ao mesmo tempo.
Ele assentiu e subiu as escadas, e eu me joguei no sofá, respirando fundo, em uma mistura de alegria e antecipação. Revivi cada detalhe do nosso caminho até ali, desde o primeiro olhar na empresa até o amor que sentia por ele agora. E no meio daquela paz, deixei que a certeza do meu amor por Isaque me preenchesse, aquecendo-me ainda mais.
Quando voltei para o quarto, ainda sentia meu coração acelerado. Enquanto Isaque tomava banho, procurei na mala a roupa especial que tinha preparado, mas minhas mãos tremiam só de pensar no momento que se aproximava. A ansiedade e a timidez misturavam-se dentro de mim, mas a certeza de que estávamos casados e que essa era a nossa noite, me confortava e trazia alegria ao meu coração. Finalmente, estávamos prontos para nos unir de corpo e alma, como sempre sonhamos e conforme o mandamento de Deus. Mas, apesar da paz, minhas mãos trêmulas revelavam o turbilhão que sentia.
Quando Isaque saiu do banho, a visão à minha frente me deixou sem fôlego. Seu cabelo desgrenhado e úmido caía de forma despretensiosa, e gotas de água escorriam por seu abdômen, refletindo na luz suave do quarto. Ele estava apenas com uma toalha branca presa na cintura, e seu olhar calmo, mas repleto de expectativa, encontrou o meu. Engoli em seco, tentando manter o controle enquanto sentia centenas de borboletas agitarem-se em meu estômago.
Um perfume amadeirado e intenso preencheu o quarto, e de repente me senti maravilhada por poder finalmente desfrutar desse momento sem reservas ou culpas. Ele sorriu suavemente antes de voltar ao banheiro, saindo momentos depois com uma bermuda de linho preta e uma camisa de botões branca, num visual descontraído e charmoso.
— A água está quente. Mas, se preferir, pode usar a banheira — ele sugeriu, e eu, ainda hipnotizada por ele, respondi:
— Vou tomar no chuveiro primeiro, e depois pensamos na banheira — comentei timidamente, tentando controlar o olhar que ele me lançava, ao mesmo tempo intenso e cheio de carinho.
— Como quiser, amor — disse ele, dando-me um beijo leve na testa antes de se afastar.
O banho quente foi quase como um momento de preparo. Respirei fundo várias vezes, acalmando meu coração e dando força à minha decisão. Sequei o cabelo, deixando-o liso sem as ondas, e vesti o conjunto que Layla e Sara me ajudaram a escolher para impressioná-lo. A roupa, quase como um segredo partilhado entre nós, me fazia sentir uma versão mais confiante de mim mesma. Passei um batom suave e o perfume doce que ele adorava, e ao me olhar no espelho, vi alguém pronta para viver o momento com o homem que amava. Sorri para mim mesma, meio incrédula, meio encantada com a mulher que me tornei ao lado dele.
Por fim, vesti um robe vermelho e respirei fundo antes de abrir a porta do banheiro. “E se eu não conseguir?”, pensei, sentindo a timidez ameaçar me dominar. Mas, respirando fundo, decidi enfrentar o momento: “É agora ou nunca, Anne!”
Quando entrei no quarto, o ambiente parecia saído de um sonho. As velas estavam acesas, e a lareira iluminava tudo com um brilho quente e romântico. Pétalas de rosa cobriam a cama, e o olhar de Isaque, ao me ver, era profundo e apaixonado, o que fez minhas bochechas corarem. Ele tinha o maxilar travado, uma expressão séria de encantamento que não deixava dúvidas sobre o que sentia.
Ainda hesitante, não consegui tirar o robe, mas ele percebeu e sorriu, um sorriso discreto e cativante. Deu um passo à frente, aproximando-se de mim com calma, e senti toda a minha insegurança desaparecer na intensidade daquele momento. Cada detalhe ao seu redor, seu jeito sereno e o olhar fixo em mim, me fizeram sentir que, finalmente, estávamos prontos para vivermos esse amor.
— Uau — foi tudo o que ele conseguiu dizer num primeiro momento, até que seus olhos se fixaram nos meus. — Você está... perfeita — sua voz grave e profunda ecoou pelo quarto, e o elogio me fez sorrir, aquecendo-me por dentro.
Ele se aproximou, segurando meu queixo com delicadeza, enquanto a outra mão deslizava pela minha cintura, me puxando para mais perto.
— Podemos apenas aproveitar a noite, assistir a um filme ou fazer qualquer outra coisa, se você preferir. Não temos pressa — disse com carinho, e sua preocupação genuína fez meu coração bater mais rápido.
Suas palavras, tão cuidadosas, me trouxeram a confiança que eu precisava, deixando-me mais tranquila e confortável.
— Ei, amor — falei suavemente, segurando seu rosto entre minhas mãos. — Agora sou sua esposa, não precisamos adiar o que tanto desejamos.
Um sorriso apaixonado iluminou seu rosto, e ele subiu a mão para a minha nuca, acariciando meus cabelos enquanto me fitava com aquele olhar intenso e carinhoso. Suas mãos firmes em minha cintura transmitiam segurança, e, antes que eu percebesse, nossos lábios se encontraram num beijo doce e lento, marcando o começo de algo único. À medida que nos beijávamos, a intensidade entre nós aumentava, e eu podia sentir o ritmo acelerado de seu coração, pulsando em sintonia com o meu, que já estava galopando no peito. As borboletas em meu estômago pareciam dançar, e uma onda de novidade e entrega me envolveu.
Isaque me ergueu nos braços e nos levou até a cama, adornada com pétalas que pareciam desenhar o cenário perfeito para nós. Ele interrompeu o beijo por um instante, e, deitados ali, me olhou nos olhos com uma expressão terna e apaixonada, dizendo suavemente:
— Eu te amo.
— Eu também te amo — respondi, deslizando a mão em seu rosto.
— Vou fazer o meu melhor todos os dias para ser o homem que você merece — ele prometeu, acariciando meu braço com delicadeza.
Sorri, encantada com o seu olhar sincero.
— E eu darei o meu melhor todos os dias para ser a mulher que você merece.
Ele me beijou novamente, mas agora foi um beijo intenso, profundo, cheio de significado, marcando nossa entrega total, a consumação de nosso casamento. Cada toque, cada suspiro parecia selar algo maior entre nós, algo sagrado e eterno. Senti a mão dele acariciar meu rosto com uma ternura que me arrepiava, como se estivesse gravando aquele momento em sua memória, e eu me permiti fechar os olhos, entregando-me por completo. Naquele instante, nós nos tornamos um só, numa união que ia além do corpo, fundindo também nossas almas.
Agradeci a Deus por aquele presente extraordinário, por permitir que nossas vidas se cruzassem e nos conectassem de uma forma tão profunda. Foi como se tudo em mim tivesse sido feito para ele, e tudo nele, para mim. A bênção de compartilhar minha vida com Isaque era algo que eu nunca poderia ter imaginado de tal maneira, mas ali, juntos, eu sabia que tínhamos recebido um dom de Deus. Nossa conexão parecia mais intensa, mais viva, a cada gesto, a cada olhar e a cada sussurro.
E assim, com os flocos de neve caindo do lado de fora e a luz da lareira contrastando com um cenário romântico, nos entregamos àquela noite.
🔥❄️
Acordei devagar, sentindo a luz suave da manhã invadir o quarto e aquecer o ambiente, enquanto a lembrança da noite passada me fazia sorrir. Dormimos quase ao amanhecer, depois de compartilhar momentos inesquecíveis entre o chuveiro quente e uma hidromassagem que nos envolveu como um abraço. Tudo parecia um sonho, e eu sentia que a cada instante me apaixonava mais por Isaque, agora de corpo e alma, entregue completamente a ele.
Virei-me para o lado e lá estava ele, ainda adormecido, com os cabelos bagunçados e uma expressão tranquila. Eu sabia que esse momento seria gravado em mim para sempre: a paz e o aconchego de vê-lo ali, tão próximo, compartilhando o mesmo fôlego e o mesmo espaço.
Enquanto admirava o cenário, a neve caindo do lado de fora e o brilho da manhã refletindo no quarto, Isaque despertou. Com um sorriso suave, ele se aproximou e beijou meu ombro em um gesto carinhoso de bom dia, me fazendo fechar os olhos por um segundo, aproveitando o calor de seu toque.
— Bom dia, amor da minha vida — ele murmurou, a voz rouca e grave, ainda embargada pelo sono, enquanto suas mãos deslizavam devagar pelas minhas costas, criando um arrepio bom que me fez sorrir ainda mais.
— Bom dia, príncipe — respondi, deixando que minha felicidade transparecesse. Ele riu levemente e me puxou para mais perto, sua respiração ainda tranquila contra meu rosto. Senti o seu carinho e a profundidade de nosso amor em cada toque.
— Que tal começarmos o dia com um café da manhã e depois um snowboard? — perguntou, e seus olhos brilhavam com animação. A ideia parecia perfeita.
— Acho justo aproveitar tudo o que esse lugar maravilhoso tem a oferecer — comentei, olhando pela janela para a paisagem suíça coberta de neve. Quando voltei o olhar para ele, encontrei seus olhos fixos em mim, admirando-me com um sorriso encantador.
— O que foi?
Ele suspirou, parecendo não conter a admiração.
— Você é linda até quando acorda, sabia? — Seus olhos permaneciam nos meus, e eu senti minhas bochechas corarem.
— Estava com medo de que você me visse assim, com o cabelo bagunçado — ri, e ele balançou a cabeça, como se achasse graça do meu comentário.
— Você continua perfeita para mim, de qualquer jeito — ele sussurrou, com um sorriso no olhar enquanto me puxava para um beijo suave. Seus braços me envolveram, aquecendo-me enquanto nos fundíamos em um abraço delicioso, sentindo o calor de nossos corações transformar a manhã gelada em puro aconchego. Lá fora, a neve caía suavemente, mas ali, entre nós, tudo era calor e ternura.
Era como se cada floco de neve se transformasse em flocos de amor, uma dança delicada no ar, refletindo o brilho do nosso momento. Sentia o mundo se desvanecer enquanto nos perdíamos um no outro. Tudo o que eu queria era viver cada instante ao lado de Isaque, saborear cada manhã como aquela, envoltos no romance de nossa própria história.
Depois de um banho quente e revigorante, descemos para a sala onde uma mesa de café da manhã esperava por nós. Tudo estava perfeito: o aroma do café suíço, a vista dos Alpes pela varanda e, é claro, a companhia de Isaque ao meu lado. Nos acomodamos à mesa e aproveitamos cada pedacinho desse café da manhã juntos.
— Nada como um bom café para dar energia — comentou Isaque, sorrindo para mim.
— Ainda mais com essa vista — concordei, observando a paisagem e imaginando o que o dia nos reservava.
Após o café, decidimos finalmente nos aventurar nos esportes de inverno e experimentar o snowboard. Vestidos com roupas apropriadas, saímos de mãos dadas, prontos para aproveitar o dia, o frio da neve, a adrenalina e, principalmente, o privilégio de estar vivendo tudo aquilo juntos.
Caminhávamos lado a lado pela neve, o frio se misturando ao calor do abraço de Isaque e o ar fresco carregando um sentimento profundo de gratidão que preenchia meu coração. Olhei para ele e percebi o quanto sou abençoada por estar ao lado do homem com quem sempre sonhei. Deus, em Sua sabedoria, escreveu nossa história de forma perfeita, unindo-nos no tempo exato. Tudo pelo que passamos foi para moldar o caminho que nos trouxe até aqui. Muitos desafios surgiram, mas o Senhor, com Seu amor e fidelidade, pôs tudo em ordem quando achou certo, preparando-nos para viver esse amor.
Lembrei-me de duas frases que encontrei no início dessa jornada e que agora faziam tanto sentido: “Ninguém nunca encontrou um amor, sem antes passar pela dor.” Isaque teve que enfrentar algumas dores para compreender o verdadeiro amor, aquele que primeiro encontramos em Cristo, e depois na pessoa certa. A espera, o tempo e a paciência nos fizeram perceber que, quando confiamos no Senhor, o amor vem de uma forma que é duradoura, completa.
A outra frase ecoava em minha mente: “Primeiro Deus vai sacudir, para depois pôr em ordem.” Deus realmente tirou algumas coisas do lugar, fazendo parecer que não havia sentido, mas Ele fez isso para colocar as coisas certas no lugar certo, na hora certa. Esse é Deus. Ele usa as coisas loucas para confundir as sábias; as situações inesperadas para mostrar que o controle está em Suas mãos e, quando Ele age, tudo flui, tudo se encaixa. Hoje, ao lado de Isaque, entendo que nossa união é resultado dessa entrega e obediência a Deus. Sei que juntos, cumpriremos nosso propósito e testemunharemos o amor e a fidelidade de Deus.
— Que tal voltarmos à África em alguns meses? — Isaque perguntou, apertando minha mão com carinho. — Seria nosso primeiro propósito como casal, nossa primeira missão, no lugar onde tudo começou.
— Seria maravilhoso, amor. Vamos sim — respondi, sentindo uma empolgação vibrante ao imaginar essa experiência juntos.
— Fechado — ele sorriu, me puxando para um abraço, e continuamos caminhando. Pouco depois, chegamos ao local onde a diversão iria começar, mas antes mesmo de pegar o snowboard, Isaque aproveitou para fazer uma bolinha de neve e me lançar, começando uma batalha. Soltei uma risada surpresa, pegando um punhado de neve e devolvendo o golpe, e logo estávamos envolvidos em uma brincadeira divertida, como dois adolescentes apaixonados, rindo e correndo, aproveitando cada segundo da companhia um do outro.
Ali, correndo pela neve, sob o céu cinza da Suíça, enquanto flocos de neve caíam ao nosso redor, prometemos continuar caminhando juntos, lado a lado, guiados pelo amor e pela presença de Deus. E então, com o coração em paz, seguimos, prontos para escrever o próximo capítulo dessa linda história que Deus começou a escrever em nossas vidas.
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