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Capítulo 70 | De Volta à Obra

Isaque Campbell

Depois de ouvir claramente a voz de Deus em meu coração, eu soube que não podia mais perder tempo. Estava evidente que eu precisava retornar aos meus dons e me dedicar inteiramente à obra do Senhor.

Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: “Quem enviarei? Quem irá por nós?” E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me! (Isaías 6:8 NVI).

Estava me preparando para a igreja, uma semana após o casamento de Marcos. Na noite anterior, passei horas lendo e estudando a Bíblia, destacando versículos e preparando o esboço da pregação. Um sorriso brotava no meu rosto, de pura alegria, ao lembrar dos dias em que pregava quando era mais jovem. Após anos, eu sentia novamente o fervor que tanto ansiava: o desejo ardente de ministrar a Palavra de Deus.

Eu sabia que falaria sobre a mulher samaritana, pois essa passagem sempre me lembrava do sonho que tive antes de me entregar totalmente a Cristo. Senti em meu coração que essa era a mensagem que deveria pregar.

“Era-lhe necessário passar por Samaria” (João 4:4 NVI).

Esse versículo me fez pensar sobre propósito. Jesus precisou passar por Samaria porque havia um propósito maior a ser cumprido, e essa reflexão me fez enxergar como tudo o que aconteceu em minha vida também fazia parte do plano de Deus. Anne me veio à mente nesse momento.

Nisso veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: “Dê-me um pouco de água”. (João 4:7 NVI).

Jesus respondeu: “Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna”. (João 4:13-14 NVI).

Assim como a mulher, eu também tive sede, mas não da água comum, e sim daquela que sacia a alma. Eu estava vazio, sedento por dentro, e só agora entendo que a verdadeira satisfação só vem de Cristo, a água viva.

No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. (João 4:23-24 NVI).

Vou encerrar com esse versículo, destacando que devemos nos tornar os adoradores que Deus busca, aqueles que O adoram em espírito e em verdade. Isso é o que Ele espera de nós.

Depois de estudar a Bíblia e marcar os versículos com marca-texto amarelo, com o esboço cuidadosamente escrito no meu caderno (eu sempre prefiro à moda antiga, mesmo sabendo que muitos pregadores hoje escrevem em tablets), tomei um banho quente e me joguei na cama. Antes de dormir, liguei para Anne. Passamos horas conversando, e o assunto inevitavelmente foi parar no nosso casamento.

A proximidade do grande dia trazia uma mistura de nervosismo e empolgação que percorria todo o meu corpo. Só de ouvir a voz suave da Anne, meu coração disparava, e a saudade que eu sentia dela aumentava a cada segundo. Eu a desejava perto de mim, queria abraçá-la, sentir o aroma doce do seu perfume, me perder no oceano profundo dos seus olhos azuis, deixar meus dedos deslizarem por seus cabelos macios e experimentar novamente o gosto suave do seu beijo. Queria me perder em cada detalhe seu, em suas carícias, adormecer e acordar ao seu lado. Mas, ao mesmo tempo, sabia que a espera valia a pena, porque estava aguardando a mulher que Deus preparou para mim.

Era uma benção viver essa expectativa.

No dia seguinte, fui trabalhar e me concentrei no meu escritório da gerência, mas não demorou muito para que minha mente voltasse para Anne. Ela estava no escritório dela com uma nova assistente. Não pude resistir. A cada oportunidade, eu inventava uma desculpa para ir vê-la. Ela até reclamou que eu estava distraindo-a, mas o sorriso tímido que aparecia em seus lábios me dizia outra coisa. E quando finalmente passei um tempo sem ir ao seu encontro, foi ela quem inventou uma desculpa para aparecer na minha sala.

— Posso entrar? — ela perguntou com a porta entreaberta, um leve sorriso se formando nos lábios.

Baixei a tela do MacBook e a olhei daquele jeito intenso que eu sabia que a desmontava. Brinquei com a caneta na mão, sem pressa em responder.

— Sério, Isaque, preciso entrar — disse, impaciente, com alguns papéis na mão.

— Desde quando minha noiva precisa de permissão para entrar na minha sala? — retruquei, fazendo um gesto para que entrasse.

— Eu sou educada — respondeu, fechando a porta ao entrar.

— Não aguentou de saudade e veio me ver, né? — provoquei, levantando-me e me encostando na mesa. Ela se aproximou, os olhos brilhando.

— Na verdade, vim deixar os papéis que você me pediu agora há pouco — ela colocou os papéis na mesa, bem atrás de mim, mas continuou parada à minha frente.

— Poderia deixar no final do dia, mas viu que demorei pra ir até sua sala e resolveu vir até mim, né, senhorita Anne? Pode confessar — brinquei, com um sorriso travesso. Notei o rubor em suas bochechas, indicando que estava acertando em cheio.

— Você é muito convencido, sabia? — ela disse, começando a se afastar, mas a segurei pelo braço, puxando-a suavemente para perto.

— Não faz isso, amor...

— Por quê? Está com medo de não resistir? — perguntei, passando a mão pelo seu braço, provocando. O casamento estava chegando, e eu gostava de deixá-la com aquela ansiedade misturada com timidez que a tornava, carinhosamente, bela.

— É claro que não, mas acho que quem não vai resistir aqui é você — ela respondeu, com os olhos fixos nos meus lábios.

— Se você diz... — continuei com o tom provocador, a puxando para mais perto, até que nossos corpos se colaram.

— Golpe baixo, Isaque... — ela tentou se afastar, mas eu não deixei.

— Um beijo no canto da boca é quebrar o propósito? — perguntei, deslizando os dedos pela maçã do seu rosto, com meu maxilar tenso. Eu estava começando a cair na minha própria provocação, completamente tomado pela atração que sua proximidade despertava em mim. Sabia que estava brincando com fogo, e a sensação de alerta já pulsava no fundo da minha mente, mas o desejo era mais forte.

— Pelo jeito que você está me olhando, até um beijo na bochecha seria uma quebra de promessa — ela brincou, mas seus olhos mostravam seriedade.

— E como estou te olhando? — minha voz saiu grave, rouca pela atração.

— Com desejo — ela respondeu, e eu quase perdi o controle. Soltei-a e passei a mão pelos cabelos, tentando recuperar a calma.

— Tá vendo, é você que não resiste — ela sorriu, e aquele sorriso que normalmente me encantaria agora só fazia me deixar ainda mais louco de vontade de beijá-la.

— Tudo bem, você venceu — ergui as mãos em rendição. — É melhor você ir agora, tenho que pregar hoje à noite, e você está me desconcentrando, garota — brinquei, sentando-me na poltrona preta de couro atrás da mesa.

— Eu fico tão feliz que você vai voltar a ministrar, amor — ela disse, com doçura na voz, e meu coração se aqueceu ao ver a felicidade nos seus olhos.

Ela se aproximou mais, sentou-se na mesa à minha frente, tão perto que eu podia sentir seu perfume invadindo o ambiente.

— Vai me buscar em casa? — perguntou, com aquele olhar provocante.

— Vou sim — respondi, tentando não me perder na presença dela. — É uma pena que o Marcos não vá, ainda estão curtindo Santorini.

— Eles merecem essa viagem — ela disse, levantando-se. — Aliás — virou-se para mim. — Você disse que nossa lua de mel será surpresa. Como vai saber se vou gostar do lugar?

— Porque eu te conheço bem o suficiente pra saber que você vai amar. Confia em mim — disse, observando-a, enquanto ela se aproximava da porta.

— Vamos ver se você vai acertar — respondeu, piscando para mim. — Até logo, Sr. Campbell.

— Até logo, Srta. Campbell — respondi, vendo-a corar antes de sair.

Seu perfume ainda pairava no ar, e, por mais que eu tentasse, a concentração no trabalho já tinha ido embora. Como não havia mais nada urgente a resolver, decidi me recolher para uma sala de reunião vazia. Precisava me conectar novamente, me preparar espiritualmente. Liguei a TV e coloquei um louvor suave, peguei uma xícara de café tradicional e me sentei à mesa. Com a Bíblia aberta à minha frente, comecei a folhear as páginas que seriam o foco da minha pregação, buscando inspiração e paz em meio àquela intensidade de emoções.

Depois que finalizei os últimos ajustes da pregação, me despedi da Anne no escritório dela e fui direto para a cobertura. Aquele banho quente era necessário para me ajudar a processar tudo o que estava por vir. Eu já tinha pregado antes, então não era nervosismo. Mas havia uma ansiedade diferente dessa vez. Voltar a exercer meu chamado, depois de tanto tempo afastado, fazia meu coração bater mais forte, como se fosse a primeira vez.

Escolhi uma camisa social de botão, um paletó preto e uma calça social da mesma cor. Sem gravata — era um dia de semana, afinal. Me arrumei rápido, passei o perfume, ajeitei o cabelo e, por um momento, fiquei me encarando no espelho. O reflexo não mostrava o mesmo homem de antes. Agora, a prioridade na minha mente não era Anne. Era só eu e Deus.

Ajoelhei-me aos pés da cama. Já tinha feito isso tantas vezes, mas dessa vez senti o peso de tudo o que deixei para trás. Os erros, os desvios. Eu sabia que Deus já havia me perdoado, mas aquele sentimento de culpa insistia em ficar. Cheguei a pensar em desistir. Pregar a palavra enquanto ainda lidava com os fantasmas do passado me parecia contraditório. Como eu, que falhei tanto, poderia ser digno de pregar?

Mas, no meio daquela oração, algo mudou. Uma paz que só poderia vir de Deus invadiu o meu coração. Comecei a lembrar das noites de oração, do meu batismo, das vezes que eu recusava festas e compromissos para estar na igreja. Deus me chamou antes, e agora, Ele estava me chamando de novo. Tudo o que eu precisava fazer era responder:

“Eis-me aqui,” murmurei baixinho, ainda ajoelhado.

Levantei, com o coração mais leve, e peguei minha Bíblia. Ao abrir, meus olhos pousaram em Salmos 32:1-5. Parecia uma confirmação do que Deus queria me dizer.

“Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia! Enquanto eu mantinha escondidos os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer. Pois dia e noite a tua mão pesava sobre mim; minhas forças foram-se esgotando como em tempo de seca. Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse: ‘Confessarei as minhas transgressões’, ao Senhor, e tu perdoaste a culpa do meu pecado.”

Ler aquela passagem trouxe o alívio que eu precisava. Então, sem perder tempo, saí do apartamento e fui direto buscar o carro para ir à igreja. Enquanto dirigia, fiquei pensando no quanto eu tinha repulsa só de ouvir o nome “igreja” há algum tempo, e agora, tudo o que eu queria era chegar lá o mais rápido possível.

Passei na casa da Anne para buscá-la, e, quando ela entrou no carro, meu coração disparou. Cara, a Anne estava deslumbrante. Ela vestia um vestido verde sumo, de mangas curtas, com uns detalhes sutis no tecido. O comprimento ia até os joelhos, simples e elegante. Mas o jeito que aquele vestido caía no corpo dela… não dava pra ignorar.

O perfume dela invadiu o ambiente, e naquele instante eu percebi, de novo, como eu estava completamente entregue a essa mulher. Tentei disfarçar, claro, mas era impossível. Ela ajeitou o vestido com um sorriso de canto, daquele jeito que só ela faz, sabendo exatamente o efeito que causava em mim. Eu estava perdidamente apaixonado, e ela sabia.

— Vamos, pregador? — ela brincou, me tirando do transe.

Eu ri e dei partida no carro.

— Claro, princesa. Mas aliás, como você consegue estar sempre tão perfeita?

Ela soltou uma risada, aquela que sempre faz meu coração acelerar.

— Obrigada, você também está muito lindo — ela disse, me elogiando de volta. Eu sorri de canto, sentindo como as palavras dela sempre me afetavam.

— Obrigado — respondi, meio sem jeito. Não era comum eu ficar assim, tímido, mas com Anne, às vezes, eu perdia o controle. Para quebrar o clima, liguei um louvor no carro. Ela começou a cantar logo em seguida, com uma alegria contagiante que me fez esquecer toda a ansiedade do dia. E claro, eu cantei junto, entre risadas e olhares trocados.

Ao chegar à igreja e ver o lugar já enchendo me fez buscar um lugar mais próximo do altar, mas logo fui chamado pela banda para tocar guitarra. Anne, como sempre cheia de ideias, sugeriu que além de tocar, eu cantasse também, mas eu deixei claro: “Só canto se você cantar comigo.”

Ela hesitou por um instante, mas aceitou. Quando finalmente nos deram a oportunidade, subimos juntos ao púlpito. Eu já havia tocado com a banda durante o culto, e a sensação de estar exatamente onde eu deveria estar tomou conta de mim. Mas, naquele momento ao lado dela, tudo ganhou um novo significado.

A igreja estava cheia, a banda tocava como se cada acorde fosse uma oração, e o som das vozes ecoava em adoração. Com o violão nas mãos e o microfone à minha frente, era como se o tempo desacelerasse. Ao meu lado, Anne segurava o microfone com uma firmeza que revelava fé e entrega. Mas por mais que a igreja estivesse cheia, para mim, era como se só existíssemos nós dois, vivendo uma promessa, e a presença de Deus preenchendo cada canto, cada coração.

Quando começamos a cantar, nossas vozes se uniram como se tivessem sido criadas para isso — uma harmonia tão perfeita que transcendia a música. Meus dedos deslizavam pelas cordas, mas o que eu sentia era muito mais que a melodia; era algo surreal. Ver a congregação se entregando ao louvor trouxe uma paz que não era deste mundo. Aquilo não era apenas uma música, era uma oração sincera, uma entrega completa.

Estar ali, ao lado da mulher que em breve seria minha esposa, me encheu de gratidão. Sem aviso, a emoção me pegou. Foi como se, por um momento, o céu tivesse descido e eu quase pudesse tocar o amor de Deus com minhas próprias mãos. Senti um nó na garganta, e por um instante minha voz falhou. Queria chorar, mas havia uma paz tão profunda que me sustentava.

À medida que a canção avançava, o refrão nos levou ainda mais fundo. Quando olhei para Anne, vi lágrimas rolando pelo seu rosto, os olhos fechados em plena adoração. Deus estava movendo naquele lugar.

Encerramos o louvor, e Anne começou a ministrar sobre restauração, milagres e fé. Suas palavras encontraram eco na alma de cada pessoa ali presente, e o mover de Deus se intensificava. Eu continuei tocando, criando um fundo suave enquanto lutava para conter minhas próprias lágrimas. Quando Anne terminou, algo dentro de mim me impulsionou a pegar o microfone. Sem pensar, comecei a profetizar sobre a igreja. As palavras fluíam de forma tão natural que eu sabia: não era eu falando, mas Deus me usando.

Ao descer do altar, eu não era mais o mesmo. Algo em mim havia mudado profundamente. Toda culpa, todo peso que eu carregava, todas as lembranças que antes me assombravam foram arrancadas do meu coração. Fui renovado, tocado pela presença de Deus como nunca antes. As lágrimas ainda desciam pelo meu rosto, mas dessa vez, elas eram de alívio, de libertação.

Eu precisava daquele encontro antes de subir para ministrar. E agora, finalmente, eu me sentia pronto.

Depois de um tempo, subi novamente ao altar, dessa vez para ministrar a Palavra. Os olhares voltados para mim eram de admiração — especialmente os da minha família, da Anne, dos meus sogros e dos meus amigos.

Iniciei com uma oração e, em seguida, li a passagem da Bíblia que guiaria a mensagem da noite.

— Hoje quero compartilhar com vocês uma história que me tocou profundamente: a história da mulher samaritana. Eu me lembro da primeira vez que meditei sobre esse encontro extraordinário entre Jesus e aquela mulher junto ao poço de Jacó. Jesus estava ali, cansado da caminhada, e a mulher se aproximou para tirar água. Para minha surpresa, Jesus fez algo inesperado: Ele pediu água àquela mulher — comecei.

— Naquele momento, ela ficou confusa. Como poderia um judeu, ainda mais um homem, falar com uma mulher samaritana? Afinal, judeus e samaritanos não se davam. Mas Jesus, com Sua compaixão infinita, não se importou com as barreiras culturais. Em vez disso, Ele ofereceu àquela mulher algo que ela nem sabia que precisava: a água viva. Ele disse que quem bebesse da água que Ele dava nunca mais teria sede.

— Enquanto eu refletia, percebi que Jesus não estava falando apenas com a mulher, mas com todos nós. Quantas vezes buscamos matar nossa sede em poços errados, em coisas que não podem realmente nos satisfazer? A mulher samaritana já tinha tido cinco maridos, e o homem com quem vivia nem era seu esposo. Ela estava à procura de algo, assim como muitos de nós já estivemos, e só encontrou verdadeira satisfação quando conheceu Jesus.

— O mais bonito desse encontro é que, ao revelar a verdade sobre a vida dela, Jesus não a condenou. Pelo contrário, Ele a convidou a experimentar uma nova vida, uma vida com propósito. E sabem o que aconteceu depois? Aquela mulher se tornou uma testemunha viva! Ela voltou para sua cidade e contou a todos sobre o homem que havia dito tudo sobre a sua vida. Por causa dela, muitos samaritanos creram em Jesus.

— Meus irmãos, assim como a mulher samaritana, nós também temos poços nos quais estamos buscando, mas apenas Jesus pode nos dar a água viva. Que possamos correr para Ele, como ela correu, e compartilhar a transformação que Ele fez em nossas vidas com aqueles ao nosso redor. Que possamos ser instrumentos de Deus para levar outros à fonte da vida eterna.

Conforme os minutos da pregação passavam, encerramos com uma oração, louvor e agradecimentos. De tudo o que aconteceu naquela noite, algo grandioso me marcou profundamente: almas foram rendidas ao Senhor. Lá na frente, pessoas se entregavam a Cristo, dispostas a experimentar a água da vida e viver plenamente para o Messias.

Depois do culto, o pastor Ethan me cumprimentou com entusiasmo.

— Isaque, que Deus continue lhe usando poderosamente, pois você é um grande cooperador do Reino, e o céu está em festa por esse passo que você deu hoje na obra dEle — disse, apertando minha mão e me puxando para um meio abraço.

— Amém, pastor, muito obrigado — respondi com gratidão.

Pouco depois, Amelie, minha sogra, veio até mim com um sorriso maternal no rosto.

— Deus te abençoe, meu genro. Fiquei arrepiada com a mensagem que você trouxe hoje. Deus falou com várias pessoas aqui através de você.

— Obrigado, Sra. Amelie, fico feliz em ouvir isso da senhora — respondi com um sorriso sincero.

— Pode me chamar apenas de Amelie, querido — ela disse, e eu assenti, sorrindo novamente.

— Tudo bem, Amelie — falei, notando meu pai se aproximar.

Ele me envolveu em um abraço firme e emocionado.

— Olha só, você me fez chorar essa noite. Que orgulho de você, meu filho.

— Valeu, pai — respondi, batendo de leve em seu ombro.

Então, Esther se aproximou com um sorriso brincalhão.

— Irmão, nunca lhe subestimei — disse ela com uma piscadela.

— Vamos fingir que isso é verdade — retruquei, e ela riu, seguindo em direção a Caleb.

Me afastei à procura da Anne e, para minha surpresa, lá estava ela conversando com a Gabriela, o Liam, o Samuel e a Layla bem na frente da igreja. Franzi o cenho enquanto me aproximava, tentando processar o fato de ver a Gabriela na igreja — o que, sinceramente, era ótimo.

— Olha só quem tá chegando: o pregador da noite! — soltou o Samuel, todo animado, me cumprimentando com aquele toque de mão firme e cheio de energia.

— Parabéns, Isaque! Me fez chorar, cara. Eu! Um homem que nunca chora, acredita? — disse o Liam, arrancando risadas de todo mundo, inclusive a minha.

— Se até você chorou, Liam, acho que posso considerar minha missão cumprida — brinquei, rindo. Foi nesse momento que percebi como tinha me afastado até do Liam, que era praticamente da nossa turma desde adolescente. Acabei me distanciando de várias amizades e só mantive a do Marcos, meu amigo de infância. Mas, com o Samuel, o Caleb e o Liam, me afastei sem nem saber o porquê. Agora, agradeço a Deus por ter colocado o Samuel de volta na minha vida, por ver o Caleb cuidando da minha irmã como ela merece e por ter o Liam se reaproximando aos poucos do nosso grupo.

— Parabéns, meu amor. Não sabe o quanto fiquei orgulhosa e tocada pelas suas palavras — disse a Anne, e o jeito dela falar me trouxe uma paz absurda.

— Obrigado, amor — respondi, dando um beijo suave na testa dela.

— A Gabriela vai estar com a gente nos próximos cultos — comentou o Liam, sorrindo.

— Seja bem-vinda — falei, com um tom sincero. — Fiquei surpreso de te ver por aqui.

Gabriela ficou um pouco sem graça, desviando o olhar, claramente constrangida.

— Quero o melhor para o meu bebê, e sei que criá-lo nos caminhos do Senhor é a melhor decisão. E isso começa por mim — disse ela, me pegando de surpresa. Eu apenas assenti, admirado com sua atitude.

— É isso aí. Precisamos nos voltar para Deus todos os dias, porque essa é sempre a melhor escolha — acrescentou a Layla, e todos nós concordamos.

A conversa fluiu leve e descontraída, e, de repente, me dei conta de que tudo estava se encaixando de um jeito perfeito. Aquela frase que um dia senti no coração fazia cada vez mais sentido:

“Primeiro Deus vai sacudir, para depois pôr em ordem.”

Ele sacudiu tudo na minha vida, mexeu com tudo. Mas, agora, vejo cada peça voltando para o seu lugar, e tudo está cooperando para o meu bem.

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