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Capítulo 56 | Batalha Espiritual

Anne Green

A manhã carregava uma sensação diferente no ar, como se algo profundo tivesse mudado, e isso me enchia de um nervosismo novo.

Eu acordei com uma energia que não conseguia conter, um sentimento de euforia que explodia em mim, ainda extasiada pelo sucesso estrondoso do congresso. A gratidão a Deus pulsava em cada célula do meu corpo. Lá estávamos, do lado de fora do hotel: eu, Layla, Samuel, Marcos, Melissa e Sara, esperando por Isaque. Ele desaparecera desde a manhã anterior, e seu sumiço deixava uma inquietação pairando no ar. Desde o café da manhã do dia anterior, eu não o vi, e mesmo que cada fibra do meu ser quisesse procurá-lo, me mantive firme, obedecendo a ordem de Deus de me afastar, sem saber quando seria permitido me reaproximar.

A conversa ao redor era uma mistura de risos e expectativas. Os meninos falavam animados entre si, e as meninas ainda se encantavam com o sucesso do congresso. Mas meu foco foi abruptamente arrancado de todas as palavras quando ele apareceu.

Isaque.

Saindo pelas portas do hotel, as malas em mãos, mas com algo diferente em seu rosto. Não era apenas um homem ali; era alguém transformado. Seu olhar brilhava, como se refletisse a luz de Cristo em seu rosto. Ele parecia mais próximo de Deus e irradiava uma luz especial, e aquele sorriso… Ah, aquele sorriso! Quando nossos olhares se cruzaram, senti o ar me faltar. Meu corpo reagiu antes da minha mente, e tudo que eu queria era correr até ele, me lançar em seus braços e nunca mais soltar.

— Bom dia — sua voz grave reverberou como um trovão suave, e, de imediato, todos ao nosso redor pararam para olhá-lo. Os cumprimentos dos outros foram automáticos, mas eu não consegui me mover. Fiquei ali, paralisada, perdida na força daquele momento.

— Anne — sua voz era como um convite íntimo, e só então percebi que ele estava me olhando. — Bom dia.

Meu coração batia tão forte que eu podia jurar que todos ao redor podiam ouvir.

— Bom... bom dia, Isaque — as palavras saíram num tropeço, enquanto o calor subia para minhas bochechas, me denunciando.

Ele sorriu, e o tempo pareceu parar. O mundo poderia desmoronar naquele instante, e eu não teria sequer notado. Isaque deu um passo à frente, e o ar entre nós ficou carregado, denso, quase palpável.

— Eu queria conversar contigo. Tem um minuto? — perguntou, e o simples som de sua voz quase me fez desabar.

Respirei fundo, tentando me agarrar a alguma faísca de racionalidade.

— O pessoal estava só esperando você porque precisamos sair logo para Melissa não perder a reunião na empresa. Não seria melhor conversarmos no jatinho? — Minha voz saiu mais vacilante do que eu gostaria, e cada palavra que eu pronunciava era como uma tentativa desesperada de manter algum controle diante da intensidade que irradiava dele.

— Perfeito — ele respondeu, seu sorriso ampliando minha desordem interna. Por que ele tinha que ser tão... magnético? O vento soprava leve ao nosso redor, mas a proximidade de Isaque fazia meu corpo queimar de dentro para fora.

— Vamos? — perguntei, já começando a me afastar, tentando me proteger da maré de emoções. Mas então, senti sua mão firme, mas gentil, segurando meu braço. O toque foi como um choque elétrico que percorreu minha espinha, me ancorando ali, sem saída.

— Anne — sua voz agora era quase um sussurro íntimo, e seu olhar perfurava a minha alma. — Preciso te perguntar algo.

Eu quase não conseguia encarar seus olhos, tamanha a intensidade que irradiavam.

— O quê?

Ele hesitou por um segundo, como se quisesse medir o impacto de suas palavras, e então perguntou:

— Por que se afastou depois do beijo?

Aquelas palavras me atingiram como uma onda avassaladora. Meu coração disparou, e tudo ao redor se tornou um borrão, exceto ele. A lembrança do beijo, aquele momento carregado de uma paixão inesperada, voltou com força total.

— Por obediência — murmurei, sentindo o peso da minha própria resposta. Sua mão escorregou lentamente para longe do meu braço, e ele assentiu em silêncio, como se finalmente compreendesse o que antes não entendia. O que me deixou em choque foi que, dessa vez, ele não argumentou, não insistiu, não lutou contra o que eu disse. Ele simplesmente aceitou, e esse silêncio, essa aceitação, me deixou curiosa.

Fomos para o SUV e seguimos rumo ao aeroporto, onde mais uma vez iríamos embarcar no jatinho deslumbrante de Isaque. Desta vez, com mais pessoas a bordo, o ambiente parecia carregar um ar de expectativa e luxo que eu ainda não conseguia encarar com naturalidade. Ainda era cedo, e meus pensamentos já se alinhavam para o resto do dia. Eu planejava passar na empresa para pegar alguns documentos e trabalhar de casa durante a tarde. Uma das vantagens de ser analista era essa liberdade, e eu pretendia aproveitá-la.

Assim que entramos no jatinho, nos acomodamos, e o espaço luxuoso não deixava de me impressionar. Sair de Miami me trouxe uma saudade instantânea, como um aperto doce no peito. A experiência de estar naquela cidade havia sido inesquecível — nadar no mar cristalino, explorar suas ruas vibrantes, e me hospedar em um dos hotéis mais deslumbrantes que já tive o prazer de conhecer. Cada detalhe ficaria gravado na minha memória.

Isaque, por outro lado, parecia completamente à vontade, imerso em sua realidade de luxo. O jatinho, o hotel, tudo isso era parte de sua vida cotidiana. Enquanto para mim, que sempre tive uma vida confortável, mas longe desse nível de extravagância, aquilo tudo ainda era um deslumbramento.

Isaque me conduziu até dois assentos afastados, isolados do restante do grupo, frente a frente, como se o mundo ao redor desaparecesse. Meu coração batia descontrolado cada vez que meus olhos encontravam os dele. Havia algo no ar, algo que eu não conseguia compreender, mas sabia que tudo havia mudado.

— Anne, preciso te dizer algo — ele começou, a voz grave e serena, fitando-me com uma intensidade que me deixava sem fôlego.

— Fale... — sussurrei, sentindo que as palavras fugiam de mim.

— Ontem... — Ele desviou o olhar para a janela, buscando as palavras que pareciam lhe escapar. — Fiz um propósito com Deus sobre nós dois, e quero saber o que você acha disso — seus olhos voltaram a me encarar, cheios de uma certeza tranquila, uma força que eu sempre admirei nele.

A menção de "nós dois" fez meu coração disparar ainda mais. Uma ansiedade avassaladora tomou conta de mim, e eu sabia que não poderia evitar seu olhar, tão penetrante e hipnotizante.

— Q-que propósito? — consegui gaguejar, sabendo que Isaque já tinha plena consciência do quanto eu estava completamente vulnerável a ele.

— De beijarmos apenas no altar — ele disse, sem rodeios, com uma firmeza que me fez congelar.

Eu não conseguia formular uma resposta. Meu corpo e mente pararam. Mas uma pergunta martelava incessantemente em minha mente: Se ele fez um propósito com Deus... isso significa que ele voltou para Deus?

— Você... fez um propósito... com Deus? Só você e Ele? — perguntei, gesticulando as mãos, tentando desesperadamente entender.

Ele assentiu, seu olhar pacífico me arrebatando.

— Sim, isso é algo que eu queria te contar — ele disse, e minhas sobrancelhas se ergueram, a expectativa crescendo dentro de mim. — Eu me reencontrei com Cristo, Anne. Voltei para Ele, definitivamente.

A alegria que explodiu dentro de mim foi avassaladora. Era como se uma onda de luz e felicidade me invadisse por completo. Eu orava tanto por ele, acreditando que um dia ele encontraria o caminho de volta. Mas ouvir isso, diretamente de seus lábios, enquanto seus olhos brilhavam com uma paz nova, foi mais do que eu poderia ter esperado. Meu coração estava em êxtase, sem saber se ria ou chorava, apenas sorrindo, completamente envolta naquele momento que parecia abençoado pela luz de Cristo.

— Por isso desapareci ontem. Fiquei na suíte, orando e lendo a Bíblia. Quis dedicar esse momento a Deus, eu precisava desse encontro. — Ele continuou, seus olhos revelando uma verdade profunda. — Também contei aos meus pais sobre Gabriela, mas... eles já sabiam, ela mesma havia contado, só para me provocar.

Dentro de mim, estava agradecendo a Deus silenciosamente por estar testemunhando aquele milagre. Sentia uma gratidão imensa, profunda, algo que as palavras não eram capazes de expressar.

— Isaque, o que te fez voltar? O que tocou teu coração dessa vez?

Ele me olhou, os olhos repletos de uma serenidade que me derretia por dentro.

— Anne, era como se eu estivesse tentando preencher um vazio com tantas coisas, mas nada fazia sentido. Ontem, em meio às lágrimas, me senti tão perdido que só consegui orar, mesmo sem acreditar que seria ouvido. E então, naquela hora... senti uma paz tão intensa... Como se Cristo estivesse ali, ao meu lado, me acolhendo de volta. Não consegui ignorar.

Lágrimas brotaram dos meus olhos, e eu sorri, com o coração inundado por uma ternura indescritível.

— Eu sempre soube que Ele jamais desistiria de você, Isaque. Sempre acreditei que Ele te traria de volta no momento certo.

— E eu sou tão grato por você nunca ter desistido de mim, Anne. Suas orações... Eu sei que elas me sustentaram.

Nos olhamos profundamente, e no silêncio que seguiu, senti uma conexão nova, mais forte, como se a fé que agora compartilhávamos nos unisse de forma irreversível.

— Acho que tudo está se alinhando em nossas vidas — declarei, vendo o brilho contagiante em seus olhos.

— Vou para Londres hoje, como te disse, para tentar cancelar minha transferência. Tenho fé que Deus está no controle e tudo vai dar certo. — Sua confiança em Deus, essa entrega plena, fez meu coração se derreter ainda mais por ele. Era como se, de repente, eu o visse sob uma luz nova, mais brilhante, mais apaixonante.

Eu estava radiante, sentindo que nada mais poderia nos impedir de ficarmos juntos. Mas então, a lembrança do teste de DNA me atingiu como uma sombra.

— E você não respondeu minha pergunta sobre o propósito — ele me lembrou, um sorriso suave nos lábios, enquanto eu corava mais uma vez.

— Acho justo. Se é da vontade de Deus que fiquemos juntos, então a melhor coisa a fazer é honrá-lo em nosso... — A palavra seguinte me travou, deixando-me completamente constrangida ao pronunciá-la. — relacionamento.

Seu sorriso era uma combinação perfeita de serenidade e atração.

— Sei que é da vontade de Deus... E da minha também. Mas e você, Anne? É da sua vontade?

— Com certeza é da minha vontade também — respondi, a voz baixa, enquanto ele me encarava profundamente.

Por alguns segundos, seu olhar me prendeu de tal forma que tudo o que eu queria era fugir, saltar daquele avião, tamanha era a força do que sentia. Mas ali, envolta por aquele olhar hipnotizante, sabia que não havia mais volta.

— Vou orar sobre Londres — falei, quebrando o silêncio.

— E Deus moverá montanhas — ele respondeu com convicção, e naquele instante, percebi que o que me atraía tão fortemente a ele agora era o Isaque cristão, alguém ainda mais irresistível do que antes.

Passamos o restante do voo conversando com o grupo, mas nossos olhares cúmplices e sorrisos trocados deixavam evidente o que sentíamos um pelo outro. Estava claro, visível, impossível de esconder: estávamos apaixonados, e dessa vez, guiados pela fé.

Quando descemos do jatinho, o motorista de Isaque já nos esperava ao lado de mais uma de suas conquistas sobre rodas: sua imponente Range Rover. A cada passo, eu sentia o peso de estar envolvida na vida grandiosa dele. Dentro do carro, o ar estava denso, carregado de expectativas e emoções não ditas. Eu, Isaque, Layla, Samuel e Sara dividíamos o espaço, mas minha mente já estava na empresa, e pedi que me deixassem lá antes de seguirem adiante. Marcos e Melissa tinham ido no carro dele e também seguiram direto para a empresa, chegando lá antes de nós.

Chegando na frente da empresa, Layla desceu comigo para se despedir. Ela ainda viajaria hoje para Paris, e eu aproveitei a oportunidade para contar que Isaque havia voltado para Cristo. Layla vibrou de emoção, incapaz de esconder a felicidade. Já havia contado também sobre o beijo, e quando ela soube, soltou um grito de pura alegria, sua surpresa misturada com empolgação.

— Já pensou se você volta de lá noiva? — provoquei, vendo seu olhar brilhar, cheio de sonhos.

— Amiga, sinceramente, estou achando que o Samuel está aprontando algo... tem algo que ele está escondendo — confessou em um sussurro, para que ninguém mais ouvisse além de mim.

— Será? — respondi, fingindo surpresa, mas no fundo, concordando plenamente.

— Ou talvez não... — deu de ombros, lançando um olhar disfarçado para Samuel, que conversava ao longe com Isaque e Sara. — Não quero me iludir.

— Apenas confie no tempo certo — proferi, e ela assentiu com um sorriso cheio de esperança. — Boa viagem, amiga. Deus abençoe sua ida e volta — abracei-a, sentindo a emoção transbordar em mim.

— Amém — ela se afastou com um sorriso doce.

Nos aproximamos dos meninos e de Sara, que conversavam sobre algo bem aleatório.

— Eu vou pra casa, preciso organizar a mudança — disse Sara, com uma certa tristeza nos olhos.

— Ainda me custa acreditar que você vai se mudar — comentei, a voz embargada. — Mas desejo tudo de bom nessa nova fase.

— Eu também vou sentir falta — confessou ela. — Mas eu sei que Nova York será um recomeço, e se Deus está me conduzindo até lá, é porque Ele tem algo grandioso reservado para mim. Estou pronta para os planos dEle.

— Com certeza, Sara. Deus sabe o que faz, só precisamos confiar e nos manter firmes nEle — comentou Isaque, deixando todos em silêncio por um momento.

Era estranho, ainda chocante, ouvir Isaque falar com tanta sabedoria sobre Deus. O homem que antes carregava uma frieza profunda agora brilhava com uma fé renovada, e isso só fazia meu coração bater ainda mais forte por ele.

— Amém, Isaque, mas eu irei voltar para o casamento de... — ela intercalou o olhar entre mim e Isaque, Samuel e Layla. — Todos vocês, inclusive Marcos e Melissa que estão prestes a se casar.

Senti um frio na barriga quando ela disse isso, mas não deixamos de rir, e ninguém argumentou contra.

— E nós também estamos aguardando o seu casamento com Daniel — comentou Samuel, e um sorriso doce saiu dos lábios de Sara.

— No momento certo — respondeu ela, com uma piscadela.

Isaque, então, se aproximou de mim.

— Anne, eu vou direto para o meu apartamento pegar as coisas de Londres, e talvez só nos vejamos amanhã. Como você vai pra casa? Seu carro não está aqui.

— Tudo bem. Deus abençoe sua viagem, sei que tudo dará certo em Londres — falei com um sorriso, observando seu olhar afetuoso. — Vou chamar um Uber, não se preocupe.

— De jeito nenhum — ele respondeu rapidamente. — Meu motorista vai trazer um dos meus carros pra você. Ele te entrega a chave.

Era tão engraçado vê-lo falar sobre “meu motorista” e “um dos carros” como se fosse a coisa mais comum do mundo. Eu ainda não estava completamente acostumada a esse novo estilo de vida ao lado de Isaque.

— Vai ser um prazer dirigir um dos seus carros — brinquei, sorrindo.

— Vou dar uma carona para Samuel, Layla e Sara e seguir direto para o apartamento — disse ele, antes de me puxar para um abraço breve, mas cheio de calor. Meu coração acelerou no instante em que senti o toque dele, e percebi que ele notou. O sorriso travesso que sempre iluminava seu rosto apareceu, mas desta vez havia algo mais suave, mais puro em seu olhar. Quando ele se afastou, depositou um beijo carinhoso na minha testa, deixando seus olhos mergulharem nos meus com uma intensidade que fez meu coração disparar ainda mais, arrancando de mim um sorriso apaixonado.

— Até mais, Cerejinha — disse ele, com aquele tom que só ele conseguia.

— Até mais, Isaque — respondi, observando-o se afastar, sentindo uma saudade prematura apertar no peito.

Ao entrar na empresa, segui direto para o meu andar, sem imaginar a surpresa que me aguardava. Assim que abri a porta da sala, meu olhar foi imediatamente atraído por um buquê de rosas brancas repousando delicadamente sobre a minha mesa. Um sorriso suave e curioso tomou conta do meu rosto — quem poderia ter me enviado flores? Afinal, Isaque esteve ao meu lado o tempo todo.

Com o coração batendo um pouco mais rápido, aproximei-me da mesa e segurei o buquê com carinho. Entre as flores, um pequeno cartão me esperava.

"Estou ansioso para poder te chamar de namorada, depois noiva, e finalmente esposa. Mas sei que só daremos esses passos após o resultado do teste. Ainda assim, estou confiante de que Deus não nos desamparará. Isso ainda não é um pedido oficial, pois quero que seja especial. Mas gostaria de fazer uma pergunta importante:

Você quer ser minha namorada?

Com carinho,
Isaque Campbell."

Ao terminar de ler, encostei o cartão em meu peito e fechei os olhos por um instante, deixando a doçura das palavras tomarem conta de mim. As borboletas em meu estômago dançavam com euforia, e um sorriso bobo permaneceu em meus lábios. Olhei para a mesa de Isaque, impecavelmente organizada, e senti uma saudade imensa, mesmo tendo o visto há tão pouco tempo. A delicadeza daquele gesto, o cuidado de organizar a entrega das flores mesmo à distância, fez meu coração transbordar de certezas: ele é o homem com quem sempre sonhei.

É claro que vou aceitar seu pedido, mas as palavras pareciam escapar de mim. Não consegui reunir coragem para ligar, então decidi deixar-lhe mensagens, tentando expressar tudo o que senti naquele momento mágico.

Porém, a porta se abriu com um rangido sinistro, quebrando o silêncio e arrancando-me da doce resposta que eu preparava. O ar ficou pesado de repente, e quando levantei os olhos, lá estava ela, Gabriela, como uma tempestade iminente, carregada de algo muito mais sombrio do que simples ressentimento. Senti o ambiente se fechar ao seu redor, como se a luz tivesse sido drenada, deixando apenas uma presença opressiva.

— Buquê de rosas? Cartão? — Ela jogou as palavras no ar com um sorriso venenoso, cada sílaba pingando escárnio. — Parece que você está indo bem com o pai do meu filho, hein? — Aquelas palavras se cravaram em mim como punhais, mas o que mais me atingiu foi a força maligna que as acompanhava. Uma mistura de raiva e tristeza tomou conta do meu peito, tentando me consumir.

A barriga dela ainda era pequena, quase imperceptível, mas o suficiente para evidenciar que algo estava mudando. E essa mudança me atingiu com força, lembrando-me da possibilidade real e dolorosa de que Isaque estivesse ligado a ela de uma maneira que eu não poderia romper. A ideia de um vínculo inquebrável entre eles me fazia sentir uma dor silenciosa e profunda, algo que eu tentava, em vão, afastar da mente.

Respirei fundo e mantive a voz firme.

— O que você quer, Gabriela? — Eu podia sentir o peso de seu olhar, como se ela estivesse sondando a minha alma, buscando um ponto fraco.

Ela avançou, seus passos lentos, carregados de intenção.

— Isaque já te contou, não é? Como ele foi rejeitado pelo pai biológico? — Ela parou à minha frente, a energia dela pulsando contra mim. — Você, uma cristã tão sábia e piedosa, com certeza não quer que isso aconteça com o filho dele, certo? Saia do nosso caminho, Anne. Isaque precisa estar comigo, assumir essa criança. Se você continuar interferindo, vai distraí-lo, vai impedir que ele seja o pai que deveria ser. O destino nos uniu, e este bebê é a prova disso.

As palavras dela eram como veneno, mas havia algo muito mais profundo por trás daquelas intenções. Eu sabia que não era apenas Gabriela falando. Meu coração disparou, e as lágrimas ameaçaram brotar, mas eu me recusei a deixá-las cair. Não cederia ao jogo dela.

— Isaque pode ser um pai maravilhoso sem você ao lado, Gabriela — comecei, minha voz se elevando com a força da verdade que habitava em mim. — Ele é um homem cristão, e você está tentando arrastá-lo para a escuridão. Deus tem um propósito maior para ele e sua manipulação patética jamais poderá destruir.

Os olhos dela se estreitaram, a fúria queimando em suas profundezas.

— Cristão? — Ela riu, mas era um riso ácido, cheio de incredulidade. — Ele se converteu?

— Sim, Gabriela. Ele voltou para Cristo. E você... — dei um passo à frente, encarando-a com autoridade — está brincando com fogo. Você está mexendo com um filho do Todo-Poderoso. Se continuar manipulando e mentindo, sua queda será dolorosa, e Deus vai te fazer prestar contas. Você não tem ideia do que está se metendo.

O ódio nos olhos dela se transformou em algo mais. Algo sombrio e incontrolável. Ela levantou a mão, apontando um dedo diretamente para o meu rosto, mas eu o segurei com firmeza, sentindo a força invisível do que a movia.

— Isaque me pertence, Anne. — Sua voz mudou, ficando mais grave, como se algo estivesse falando através dela. — Ele foi feito para mim. Ele não nasceu para ser de Deus. Ele nasceu para ser meu e para cuidar da criança que está no ventre de Gabriela. Você é só uma pedra no caminho, mas pode ser removida. — O ar ao nosso redor pareceu vibrar, como se forças invisíveis estivessem se movendo.

— Não sou eu que vou cair. — Minhas palavras saíram carregadas de uma força maior do que eu. — Você já perdeu essa batalha. Isaque está selado pelas mãos de Deus, e nada que você fizer vai tirá-lo do propósito que Ele preparou. Essa criança não é de Isaque, e tudo o que sai da sua boca é mentira. — Senti algo poderoso se manifestando em mim enquanto falava. Eu sabia que o confronto espiritual estava no auge.

Ela riu, mas dessa vez, seu riso era distorcido, quase desumano.

— Isaque vai viajar em poucos minutos, sabia? — Sua voz agora soava como um sussurro áspero, cheio de ameaças veladas. — E eu posso acabar com ele com um simples estalar de dedos.

— Você não vai tocá-lo — retruquei, minha voz cortante como uma espada de fogo. — Deus o resgatou, e suas mãos malignas jamais poderão alcançá-lo. Ele está guardado, e seus planos já foram destruídos. — Dei mais um passo à frente, sentindo a presença de algo muito maior do que nós preenchendo o ambiente. — Isaque voltará ileso, porque os planos de Deus para a vida dele não podem ser frustrados por nenhuma força do mal.

Os olhos dela faiscaram, vermelhos como brasa, e a sala pareceu tremer com a tensão entre nós.

— Afaste-se dele, Anne, e eu não tocarei naquele avião — sussurrou, mas havia um sorriso perverso em seus lábios.

— Continuarei ao lado de Isaque — afirmei, minha voz cheia de certeza. — E você jamais o tocará. Ele está protegido por Deus, e nada do que você fizer mudará isso. — Olhei nos olhos dela com uma confiança inabalável. — E mais: ele voltará em segurança, porque os planos que Deus tem para ele não serão interrompidos. Agora, vá embora. A paz de Deus reina aqui, e você não tem mais lugar.

O corpo de Gabriela estremeceu, e por um momento, seus olhos fecharam com força. Quando os abriu, ela parecia... humana outra vez, embora ainda houvesse amargura em sua expressão.

— Pense no que eu disse, Anne — ela murmurou, a voz tremendo. — Deixe-me criar meu filho com o pai dele. — E então, virou-se e saiu, deixando um rastro de escuridão no ar.

Eu me ajoelhei no chão, o coração ainda acelerado pela intensidade da batalha. Orei, clamando por proteção, intercedendo por Isaque e pedindo que Deus desfizesse cada armadilha que o inimigo tentava colocar. Ao me levantar, uma paz profunda inundou meu espírito, e um versículo veio à minha mente:

"[...] apenas não toque nele" Jó 1.12.

E, naquele momento, soube que a batalha estava vencida.

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