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Capítulo 55 | Redenção

Isaque Campbell

— Desde ontem, depois do beijo, ela ficou estranha e se distanciou de mim — desabafei, sem tirar os olhos da tela do MacBook no meu colo. Estava sentado na cama, tentando decifrar o motivo. — Disse que ia ficar com as outras meninas, mas precisava me ignorar o resto da noite? O que eu fiz de errado dessa vez?

— A beijou — Marcos respondeu secamente, sem se distrair da tela do MacBook dele, sentado na poltrona com os pés apoiados em um puff. — Você disse que só beijaria ela depois que se entregasse para Cristo. Então, me diz, já se entregou? Ou está brincando com ela e com Deus? — completou, lançando um olhar sério na minha direção.

— Cuidado, Isaque. Deus pode pesar a mão em você — Samuel brincou, enquanto mexia no celular, sentado na cadeira da mesa da cozinha da suíte.

— Beleza, beleza. Agora sei que ela se afastou porque Deus pediu para que se afaste — suspirei, sentindo o peso das palavras deles, mas decidido a mudar de assunto.

— Bom, falando em mudança... — Samuel sorriu, endireitando-se na cadeira e guardando o celular no bolso. — Lembra que eu comentei sobre a viagem para Paris com a Layla? Vocês já sabem disso, mas tem algo que ainda não contei...

— Lá vem... — Marcos disse, fechando o MacBook, agora completamente focado. — Manda ver, Samuel. Como vai ser o pedido?

— Vai ser épico — começou Samuel, animado. — A ideia é pedir ela em casamento no topo da Torre Eiffel, à noite. Já reservei uma mesa para nós no restaurante lá em cima, bem na janela, com vista para Paris. Depois do jantar, vamos até o mirante, e quando as luzes começarem a piscar, vou me ajoelhar e fazer o pedido. Quero que seja algo digno de filme, inesquecível para ela. Ela acha que essa viagem é só uma escapada romântica, mas eu vou surpreendê-la de verdade.

— Caramba, meu amigo, Paris e Torre Eiffel? Tá jogando no nível Champions League, hein? — brinquei, mas não consegui esconder o quanto fiquei impressionado com o plano.

— E o anel, já escolheu? — Marcos perguntou, já imaginando os detalhes.

— Claro que sim. É um solitário, bem clássico, mas elegante, exatamente como ela gosta. E a caixa vai ser especial também: formato de rosa, para combinar com o momento  — respondeu Samuel, agora com um sorriso ainda maior.

— E já pensou se ela desconfia de alguma coisa? — perguntei, rindo. — Porque, se ela for tão esperta quanto eu acho, vai perceber na hora.

— Ah, cara, já pensei em tudo. Para despistar, eu até deixei escapar que talvez eu tenha uma reunião de trabalho no meio da viagem, só para ela achar que estou focado em outra coisa — disse Samuel, rindo da própria estratégia. — E ela vai ficar tão preocupada com a agenda que nem vai suspeitar.

— Genial, mestre do suspense — disse Marcos, dando um risinho. — Mas se você errar o timing, todo esse plano vai por água abaixo.

— Relaxa, tenho tudo sob controle. O momento certo vai chegar — Samuel piscou, confiante. — E espero que ela não desconfie de nada até lá.

— Se ela te conhece bem, vai ser difícil. Mas, do jeito que você planejou, vai ser inesquecível de qualquer jeito — finalizei, dando uma risada e torcendo pelo amigo.

A porta se abriu com um estrondo, e o silêncio que se seguiu foi sufocante. Esther entrou como uma tempestade, o rosto carregado de raiva, e o meu estômago revirou. Aquilo não era bom. Nada bom.

— Vocês podem sair, meninos? — A voz dela era firme, o corpo tenso, braços cruzados como se estivesse se preparando para uma batalha.

— E perder esse show? Nem pensar — disse Marcos, com aquele sorriso atrevido que só piorava as coisas.

— Parece que a tempestade está prestes a desabar — Samuel murmurou, me lançando um olhar que misturava diversão e pena.

— Marcos, Samuel, é sério. Eu preciso falar com o Isaque — ela repetiu, a voz sem deixar margem para brincadeiras. A tensão no ar era palpável.

— Boa sorte, irmão. Você vai precisar — disse Marcos, levantando-se com um olhar solidário.

— Não, não! Fiquem, pelo amor de Deus! Não me deixem sozinho com essa... fera — brinquei, mas o olhar que Esther me lançou poderia me ter derrubado. Engoli seco e fiquei em silêncio.

— Depois você me conta o que sobrou de você, Isaque — disse Samuel, com um meio sorriso antes de fechar a porta, me deixando completamente sozinho.

Eu tentei quebrar o gelo.

— Senta aí, minha adorável irmãzinha. Vamos conversar como gente civilizada — arrisquei, mas Esther permaneceu em pé, os olhos queimando de raiva. A leveza das minhas palavras desapareceu no ar entre nós.

— Isaque, por que você não me contou? — A pergunta veio baixa, mas afiada, cortando o silêncio como uma lâmina.

— Contar o quê? — minha voz saiu mais fraca do que eu gostaria.

— Que você vai ter um filho com aquela víbora de cabelo de fogo? E não me falou nada? — A voz dela subiu, e o impacto daquelas palavras me atingiu com força. Meu coração falhou uma batida, e me levantei num sobressalto, tentando entender.

— Quem te contou isso?

— Então é verdade... — A dor e a raiva nos olhos dela eram nítidas, e ela começou a andar pelo quarto, incapaz de ficar parada. — Eu realmente pensei que ela estivesse mentindo. Que aquela mulher estava inventando mais uma das dela!

— Esther, calma. Existe uma chance de ela estar mentindo. Fiz o teste de DNA, ainda estou esperando o resultado. — Tentei manter a calma, mas o olhar dela me dizia que era tarde demais para isso. — E tem outro cara na jogada. Ele pode ser o pai.

— Isaque, você não entende. Ela não parece estar mentindo. Ela me ligou, falando como se já estivesse tudo certo. Ela disse que você tem que assumir, ser responsável! — Esther parou de andar e me encarou, os olhos cheios de mágoa. — E pra piorar, ela ligou para os nossos pais. Eles estão vindo para cá.

O chão pareceu sumir debaixo de mim. Meus pais? Aqui? Não. Eu não estava preparado para o olhar de decepção que eu sabia que viria. Minhas pernas queriam correr, fugir daquele confronto iminente.

— Ela está tentando me destruir! — Eu não consegui segurar a raiva que explodiu. — Não basta o inferno que ela já está me fazendo passar, agora ela quer envolver minha família, trazer vocês para essa bagunça!

— Se você tivesse nos contado desde o começo, Isaque, isso não estaria acontecendo. — A voz dela era mais baixa agora, mas não menos intensa. Ela se sentou na cama, o olhar perdido lá fora, na janela. O silêncio dela era mais doloroso que qualquer grito.

— Eu não contei porque não acredito que esse filho seja meu! — Minha voz soou desesperada. — Não queria preocupar vocês por algo que talvez nem seja real.

Ela suspirou, finalmente me olhando de novo.

— Eu entendo, mas... por favor, não nos deixe de fora. Nós somos sua família, Isaque. Isso é grande. Isso muda tudo. — A raiva foi se dissipando, dando lugar a uma tristeza que pesava sobre nós. — Mas Gabriela, Isaque? Como você foi se meter com ela?

Eu senti o peso da culpa me esmagar.

— Aconteceu. Foi um erro, um grande erro. Eu mordi a maçã do pecado, e agora estou colhendo as consequências. — Eu me joguei na cama ao lado dela, o teto acima de nós parecia mais distante, frio.

— Você combina com Anne, não com Gabriela — ela sussurrou, ainda olhando para cima, como se estivesse falando com as estrelas.

— Deus me livre de ter Gabriela na minha vida para sempre — falei com firmeza. — Anne... Anne é uma bênção.

Esther sorriu de leve, uma sombra de alívio passando por seus olhos.

— Então você ainda acredita.

— Um homem sem fé é um homem perdido — falei, e, pela primeira vez naquela conversa, vi um brilho nos olhos dela.

— Obrigada, Deus, por ouvir as minhas orações e trazer meu irmão de volta — ela disse, o sorriso se ampliando, agora um pouco mais sincero.

— Amém — respondi, tentando me agarrar àquele breve momento de alívio.

Mas a batida na porta cortou aquele instante curto de paz. Meu corpo se enrijeceu, e eu soube que o verdadeiro confronto estava prestes a começar.

Eu não tive coragem de levantar para abrir a porta. Estava paralisado. Um covarde de 25 anos, com medo dos próprios pais. Esther, depois de toda sua fúria já ter se dissipado, foi quem se levantou e abriu a porta. E lá estavam meus pais, exatamente como imaginei: com um olhar de profunda decepção.

— Filho, por que não nos contou? — Minha mãe perguntou com uma suavidade que me pegou de surpresa. Sua voz estava mais acolhedora do que eu merecia.

— Isaque, prefiro ouvir a sua versão. Me diga tudo, porque não quero acreditar apenas no que Gabriela está dizendo — disse meu pai, mantendo o tom firme e direto de sempre.

Eu sabia que não havia mais como fugir.

— Sim, eu me envolvi com ela... — confessei, levantando-me da cama, tentando demonstrar uma firmeza que eu não sentia. As palavras saíram mais duras do que eu queria. — E há a possibilidade de eu ser o pai. Mas... — minha voz falhou ao ver a tristeza no rosto da minha mãe. — Também há uma boa chance de eu não ser o pai. Ela está envolvida com outro homem... o biomédico que fez o teste de DNA. Só que ainda não temos o resultado.

— Biomédico? — Esther, que não resistia a uma provocação, ergueu as sobrancelhas. — E você não me contou isso! — Quando a fuzilei com o olhar, ela levantou as mãos. — Certo, vou ficar quieta.

— Como você já fez o teste de DNA e não nos contou nada, filho? — perguntou minha mãe, se aproximando, seus olhos cheios de tristeza e decepção.

— Foi tudo rápido, foi semana passada, não queria preocupar vocês até ter uma resposta — expliquei, sentindo a tensão no ar enquanto tentava justificar o meu silêncio.

— Nós te aconselhamos sobre Júlia, e você viu o que aconteceu. Dissemos para parar de se envolver com Gabriela, e agora você está aqui novamente, colhendo mais consequências. Quando vai começar a nos ouvir? — disse meu pai, dando um passo à frente, os braços cruzados e o rosto sério. O peso de suas palavras caiu sobre mim com força.

— Vamos todos manter a calma. Isaque já é adulto, ele sabe onde está se metendo... mesmo fazendo besteira — interveio minha mãe, sempre tentando equilibrar a situação. Seus olhos encontraram os meus, sérios. — Quando Gabriela me ligou falando desse bebê, eu soube que tinha algo errado. Filho, você precisa pedir a direção de Deus. O inimigo está usando essa situação para te afastar do propósito que Deus tem para você. Não estou dizendo que o bebê é uma maldição, não! Ele será uma bênção, mas Gabriela... ela está te destruindo, assim como Júlia fez.

Suas palavras atingiram meu coração em cheio.

— Eu sei, mãe — admiti, engolindo em seco. — Você está certa. E, para ser honesto, eu não me envolvo mais com Gabriela há um tempo. Na verdade... — respirei fundo, pronto para revelar o que eu vinha guardando. — Estou gostando de outra pessoa. Então, não se surpreendam se eu aparecer noivo de repente.

O quarto ficou em silêncio por um instante, até que Esther não aguentou mais e explodiu de emoção.

— Anne?!

— Sério, meu amor? — perguntou minha mãe, seus olhos de repente cheios de esperança.

— Filho, eu fico feliz por isso, mais do que você imagina. Que Deus abençoe vocês, porque tenho um carinho imenso por Anne e pela família dela — disse meu pai, aproximando-se, sua mão pousando firme sobre meu ombro, em um gesto de apoio. Mas então, com o olhar mais sério, ele ergueu o dedo, como quem carrega uma advertência divina. — Um conselho de pai e pastor: entregue-se primeiro a Deus, e você terá uma mulher sábia ao seu lado. — Suas palavras penetraram fundo, como flechas certeiras em meu coração, e eu, paradoxalmente, me alegrava com cada uma delas.

Ele continuou, a voz carregada de gravidade:

— Quanto a Gabriela, se ainda há esperança, busque a direção de Deus sobre isso. Se esse filho realmente for seu, não há retorno, filho. Você terá que cumprir seu papel de homem e assumir a criança. Estaremos ao seu lado, mas isso não significa que você será forçado a permanecer com a mãe se isso trouxer sofrimento a ambos. Arrependa-se dos seus pecados e Deus te guiará nos caminhos dEle. Só não permita que seu coração se afunde mais. Sei que você é sábio, e fará o que é certo.

— Sim, pai — respondi com firmeza. — Pode ter certeza que farei o que é certo. Obrigado pelo apoio. Sei que nada foge ao controle de Deus, e tenho certeza de que Ele me dará sabedoria para enfrentar o que vier.

Olhei para minha mãe, que me deu um sorriso suave.

— Nos vemos à noite no encerramento do congresso — disse ela, afastando-se com um carinho evidente no olhar. — Eu te amo, filho.

— Também amo vocês — murmurei, observando-os caminharem para fora. Mas então, percebi que Esther permanecia no quarto, seu olhar fixo em mim.

— Por que você não vai também? — perguntei, me jogando na cama de novo, desta vez com o MacBook no colo.

— Porque eu quero te pedir um favor.

— Ih, já sei que lá vem.

— Quando sair o resultado do teste, posso ser uma das primeiras a saber? — ela pediu, com aquele olhar irresistível de quem sabe exatamente como me dobrar.

— Pode, sua chata. Mas só se você sair daqui e me deixar em paz — respondi, rindo. Ela sorriu, vitoriosa, e saiu do quarto como se tivesse ganhado na loteria.

A paz se instalou no ambiente como uma brisa suave. Eu fechei a tampa do MacBook e me aproximei da grande porta de vidro do quarto, que se abria para o vasto mar, onde meus pensamentos se libertaram. Foi ali, nesse encontro entre o céu e o oceano, que algo começou a mudar em mim. Senti uma presença diferente, uma paz que se aninhava em meu peito. Minha respiração se acalmou, meu olhar se aprofundou, e uma liberdade me envolveu. Não a liberdade passageira que me conduziu a caminhos errados, mas uma liberdade que só pode ser encontrada em Cristo, uma liberdade para nascer de novo.

Diante da imensidão do oceano, meus pensamentos se voltaram para Deus e Suas obras. Um filme da minha vida passou diante de mim, revelando cada momento, desde o início da minha jornada até aquele instante. Vi o cuidado dEle comigo em cada perda e ganho, em cada vitória e derrota, nas portas que se abriram e se fecharam, no silêncio e nas respostas, no Seu amor constante. E, então, eu comecei a agradecer, com o coração impulsionado por um desejo profundo de me entregar.

Meu coração, antes endurecido como pedra, começou a se quebrantar, suave como as ondas que dançavam à distância. Voltei para o quarto, peguei meu celular e abri o Spotify. A cada música que não agradava a Deus, sentia um incômodo profundo, como se algo em mim estivesse sendo purificado. Eliminei cada uma delas, deixando espaço apenas para um louvor, um cântico que pudesse fluir de dentro de mim, que trouxesse de volta aquela antiga sensação de comunhão, de adoração genuína, de me prostrar diante do trono dEle e declarar Sua santidade. Senti saudades disso. E eu queria, com todo o meu ser, ter isso de volta.

Sentado na beira da cama, comecei a escutar o louvor. As palavras entraram fundo, cada verso como uma flecha de luz. Fechei os olhos e mergulhei numa introspecção profunda: enxerguei meus pecados, minhas falhas, meus erros, minha rebeldia, minha incredulidade. Enxerguei a pessoa em que me tornei e, naquele momento, o arrependimento emergiu como uma onda poderosa. Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto, e eu soube que estava prestes a abrir o que, por tanto tempo, estava trancado dentro de mim.

Então, sem hesitar, me ajoelhei. As lágrimas começaram a fluir sem controle, e eu me senti como uma criança diante de seu Pai, chorando sem reservas. Olhei para o alto, e enquanto enxugava as lágrimas, uma brisa suave envolveu meu corpo, um arrepio percorreu minha espinha, e um toque leve, quase imperceptível, atingiu meu peito. Meu coração acelerou, e eu soube naquele momento que não era apenas um desejo de chorar; eu queria falar com Ele, ouvir Sua voz, sentir mais da Sua presença. Eu queria estar ali, aos Seus pés, e nunca mais partir.

"Senhor, aqui estou, diante de Ti, após tanto tempo vagando em escuridão. Reconheço cada falha, cada queda, e a imensidão da dor que causei ao Teu coração. Com o peso dos meus erros sobre mim, peço humildemente: perdoa-me, Pai. Perdoa-me por ter escolhido distanciar-me de Ti, por ter deixado Tua presença se tornar uma lembrança distante. Perdoa-me por cada pecado, por cada vez que fui contra a Tua vontade, zombando da Tua graça, e por cada instante em que abandonei a fé e, no meu desespero, cheguei a questionar até a Tua existência."

Senti o nó na garganta se apertar, enquanto buscava forças para continuar.

"Errei, Senhor. Trocando as riquezas celestiais pelas ilusões mundanas, perdi de vista o que realmente importa. Agora, vejo com clareza os caminhos errados que percorri. As coisas materiais que o mundo me oferece são insignificantes diante da Tua presença. Que valor tem toda a riqueza se o meu espírito está vazio? Tira tudo de mim, se for preciso, mas não me prives do Teu amor, não escondas de mim o Teu olhar, nem me deixes vagar sozinho neste deserto de ilusões."

Lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto enquanto uma sensação de alívio começava a invadir meu ser.

"Usa-me, Senhor, como sempre desejaste. Eu, que tenho lábios impuros, me apresento diante de Ti buscando redenção. Purifica-me, Pai, lança meus pecados para longe, para que eu possa novamente ser chamado Teu filho. Permite-me sentir, mais uma vez, o privilégio de Te chamar de Pai."

De joelhos, com o corpo frágil e a alma exposta, levantei os olhos ao céu, limpando as lágrimas que teimavam em cair, e em um sussurro sincero declarei:

"Eu quero voltar para Ti, Jesus."

Foi como se uma onda de paz varresse meu ser. A angústia que me sufocava foi arrancada de mim, e o peso dos meus pecados se desfez. Senti uma leveza há muito esquecida, a certeza de que ali, naquele momento, meus pecados foram apagados.

Levantei-me, sentindo a necessidade de algo que há tempos estava ausente em minha vida: a Palavra de Deus. Procurando ao meu redor, meus olhos foram atraídos para a mesa da cozinha, onde repousava a Bíblia de Samuel, esquecida ali. Folheei suas páginas com o coração ansioso, até que meus olhos repousaram no Salmo 32. Enquanto lia, outra lágrima solitária desceu pelo meu rosto, pois sabia que, através daquelas palavras, Deus falava diretamente ao meu coração.

"Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia! Enquanto eu mantinha escondidos os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer. Pois dia e noite a tua mão pesava sobre mim; minhas forças foram-se esgotando como em tempo de seca. Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse: “Confessarei as minhas transgressões”, ao Senhor, e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Portanto, que todos os que são fiéis orem a ti enquanto podes ser encontrado; quando as muitas águas se levantarem, elas não os atingirão." Salmos 32:1-6.

Antes de seguir com a leitura, fechei os olhos e, em meio ao silêncio que me cercava, elevei uma oração sincera:

"Deus, que o Senhor me guie nessa nova jornada. Não me deixes caminhar sozinho, pois sei que sem Ti, me perco facilmente. Mostra-me, a cada dia, o próximo passo que devo dar, e concede-me sabedoria para permanecer firme, mesmo quando as tempestades tentarem me desviar."

Aquietei minha alma, confiando que Ele me ouviria, e, ao abrir os olhos, uma paz profunda tomou conta do meu coração.

"Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você." Salmos 32:8.

Meu coração saltitou de alegria ao ler aquele verso, pois senti claramente que Deus, mais uma vez, estava me respondendo. Fechei a Bíblia e, ainda sentado, com os olhos fechados, decidi fazer um propósito com Deus. Minha oração foi simples, mas sincera. Comecei falando sobre Anne, agradecendo ao Senhor por ter cumprido Sua promessa, mas eu sabia que havia algo que eu precisava fazer, algo que era o certo.

“Pai, neste momento, eu quero fazer um propósito contigo. Conheço a minha carne e sei o quanto ela é fraca. Não quero correr o risco de pecar contra Ti novamente. Assim, quando o resultado do teste sair, pedirei a Tua direção para pedir Anne em casamento, e faço a promessa de que só a beijarei no altar. Desde já, te peço forças para que eu possa permanecer firme nesse propósito."

Levantei-me, já era noite. Caminhei até a varanda do quarto e, mais uma vez, contemplei o mar à minha frente, como se suas águas profundas refletissem o turbilhão que se passava dentro de mim. No entanto, enquanto admirava a vastidão do oceano, uma voz, de dentro para fora, ecoou em meu coração, pronunciando com clareza um versículo específico. Fui tomado por uma sensação inexplicável, e o meu espírito se agitou, ansiando por entender o significado daquela mensagem que, sem dúvida, era uma resposta de Deus:

"Porque não há nada oculto, senão para ser revelado, e nada escondido, senão para ser trazido à luz. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça! Marcos 4:22-23.

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