Capítulo 50 | Namorada
Anne Green
O jato deslizava pelas nuvens com uma leveza que mais parecia um sonho, e ali estávamos nós, desfrutando de um café da manhã digno de cinema. À minha frente, Isaque, concentrado em revisar os documentos da sua transferência para Londres, lançava olhares rápidos ao redor, como se quisesse garantir que tudo estava perfeito. O simples fato de vê-lo assim, tão envolvido na iminência da mudança, fazia meu coração apertar. Como ficaria nossa história se ele fosse para Londres e eu não pudesse largar tudo por aqui? Não posso abandonar a igreja, a liderança, nem o propósito que Deus me deu.
E ainda tinha o resultado do teste que não saía, a resistência de Isaque em se render ao Senhor, e essa possibilidade de ir para a Inglaterra!
Como fica o "nós" no meio disso tudo?
Olhei para a pequena janela ao meu lado, tentando dispersar os pensamentos, e voltei a admirar Isaque. Do outro lado da mesa, Layla e Samuel riam de uma piada que só eles entendiam, suas taças de suco de laranja brilhando sob a luz suave do sol que entrava pelas janelas do avião.
À nossa frente, uma mesa impecável. Porcelanas brancas com detalhes dourados refletiam o brilho do relógio de Isaque, que reluzia a cada movimento de seu pulso. Croissants quentes e dourados exalavam um aroma irresistível, ovos benedict cobertos com caviar, e uma tábua de frios repleta de presunto de Parma e queijos artesanais que mais pareciam obras de arte. Frutas dispostas como joias — morangos, framboesas, uvas — eram quase belas demais para serem comidas.
Tomei um gole do meu suco de maracujá e observei Layla contar algo animado para Samuel, gesticulando com entusiasmo, enquanto ele a olhava com carinho. Ver os dois juntos me enchia de alegria.
Isaque me deu um sorriso breve, como se todo aquele luxo e tranquilidade fossem naturais para ele. Talvez fossem. Mas, para mim, aquela manhã era um momento perfeito entre o céu e a terra que eu guardaria para sempre.
Ao pousarmos na Flórida, saímos do jato, e o calor úmido de Miami nos envolveu. O sol brilhava intensamente, e uma brisa leve bagunçava meu coque despretensioso. Lá fora, um carro preto já nos esperava. Isaque desceu primeiro, com aquele jeito confiante de quem sempre sabe o que está fazendo.
Layla e Samuel vinham logo atrás, animados com o congresso. Layla segurava a bolsa com força, olhando tudo ao redor com admiração, enquanto Samuel já atualizava suas redes sociais. Não demorou para que Layla se juntasse a ele para uma selfie, e juntos pareciam um casal feliz.
Entramos no SUV espaçoso de vidros escuros, que nos levaria até o hotel em Miami Beach. A cidade pulsava em cores e sons, com palmeiras ao longo das ruas e o mar ao fundo, o som das ondas trazendo uma paz indescritível. Conversávamos animados sobre o congresso, e eu não conseguia desviar o olhar da janela, absorvendo cada detalhe da paisagem. Quando o hotel surgiu, imponente e cheio de vida, percebi que as fotos que tinha visto não faziam justiça à sua grandiosidade.
Descemos do carro, e tudo ao redor era pura energia: o sol radiante, a brisa com cheiro de mar, as pessoas elegantes transitando pelo saguão com um ar de satisfação. O Bellboy prontamente pegou nossas malas, e enquanto Samuel e Layla entravam, fiquei ao lado de Isaque, que entregava a chave do carro ao manobrista, trocando algumas palavras rápidas. O momento era perfeito, mas um mundo de incertezas ainda pairava no ar.
Observei ele colocando seus óculos escuros, que apenas realçaram ainda mais seu charme irresistível. Meu coração acelerou quando, inesperadamente, ele entrelaçou seus dedos nos meus, guiando-me com um toque firme e caloroso até a entrada do hotel. Eu mal conseguia respirar; era como se borboletas vibrassem em meu estômago a cada passo que dávamos juntos.
Mas logo me lembrei: Isaque ainda não havia se rendido a Cristo. Eu precisava ter cuidado para não me envolver demais, para não me perder em um sentimento que poderia nos colocar em um caminho desigual.
Respira, Anne, respira! É só de mãos dadas, nada mais que isso.
Ao entrarmos no saguão, percebi os olhares curiosos das outras mulheres que se voltavam para Isaque. Um ciúme ardente subiu dentro de mim, queimando de um jeito que eu não esperava. Sem querer, apertei levemente sua mão, e ele notou. Olhou para nossas mãos entrelaçadas e depois para mim, seu olhar atravessando as lentes escuras dos óculos enquanto parava perto da recepção.
— O que foi? — ele perguntou, com aquela voz que fazia minha pele arrepiar.
— Foi sem querer — respondi, tentando esconder o rubor que subia pelo meu rosto.
— Eu senti você apertando minha mão. Achei que fosse alguma coisa... — ele disse, com um sorriso travesso. — Quer que eu solte?
— N-não... Não foi nada, foi um reflexo — murmurei, lutando contra o nervosismo que insistia em transparecer.
— Então, vamos fazer o check-in — ele disse, guiando-me até o balcão da recepção.
Depois de pegarmos nossos kits do congresso, Isaque ficou surpreso ao ver que havia um kit reservado para ele, mesmo sem ter se inscrito. Eu não pude evitar um sorriso ao vê-lo tão surpreso.
— Eu sabia que você ia mudar de ideia — falei com uma piscadela.
— Você não perde uma, hein, Cerejinha? — ele respondeu, sorrindo. — Mas vou ter que usar essa camisa?
— Só se você não quiser ficar de fora do congresso — provoquei, divertida.
— Eu sou mais experiente nesse congresso do que você. Não podem me expulsar — ele disse, piscando para mim enquanto seguíamos em direção ao elevador.
— O antigo líder de jovens argumentando contra a atual líder querida por todos? Sem chance — brinquei, provocando.
— Querida por todos? — ele questionou com um tom levemente enciumado, os óculos ainda nos olhos, mesmo dentro do hotel. Quando o elevador chegou, entramos.
— Sou a favorita, e com razão! — respondi, encarando-o. — Algum problema?
— Nenhum problema, Estrelinha — ele zombou, sem perder a postura.
— Ei! Você me chama de Cerejinha, não de Estrelinha — protestei.
— Por que não posso te chamar como seus amigos te chamam?
— Porque Cerejinha é especial, e é assim que eu gosto que você me chame — admiti, percebendo que eu estava flertando com ele sem nem notar.
Ele sorriu, um sorriso tímido que fez o tempo parar por um instante. De repente, ele interrompeu o elevador, apertando o botão de parar. Meu coração disparou quando ele se aproximou lentamente, nossos olhares se encontrando como se um campo magnético nos unisse. Eu quase podia sentir o calor dos seus lábios se aproximando dos meus.
Resiste, Anne... Resiste!
— O que você está fazendo? — perguntei, tentando manter a firmeza na voz, enquanto meu coração pulsava como nunca.
— O que você acha que estou fazendo? — ele disse, sua voz grave e aveludada ecoando pelo espaço fechado do elevador. Eu me senti quase sem forças.
— Talvez... se aproximando demais? — respondi, lutando contra a tentação. — Por que você não tira os óculos, Isaque? Não faz sentido usá-los aqui dentro.
Ele tirou os óculos, revelando seus olhos intensos que me prenderam ainda mais. Foi então que percebi que foi uma péssima ideia sugerir isso, visto que a tentação ficou ainda mais forte ao ter seus olhos encantadores encarando os meus. Tentei me afastar, colocando minha mão em seu peito, mas ele segurou meu pulso, mantendo-me perto.
— Isso tudo aqui... — ele começou, me olhando com um desejo contido. Eu apenas assenti, sem palavras. — Está me matando. Eu não aguento mais não poder te ter, Anne.
Minhas bochechas queimavam, e eu não sabia o que dizer. A verdade era que eu sentia o mesmo.
— Enquanto você não se entregar a Deus, isso será um jugo desigual. Eu não posso — falei, com o coração apertado.
Ele pressionou o botão para o elevador continuar subindo.
— Eu vou mudar isso — ele afirmou, e uma centelha de esperança brilhou em mim.
Assim que chegamos ao andar, Isaque se dirigiu ao seu quarto, e eu fui para o meu, onde ficaria com Layla. Tomei um banho fresco, deixando a água correr pelo meu corpo, como se pudesse lavar o turbilhão de emoções que eu sentia. Vesti um short de alfaiataria rosa pink e um body off-white sem mangas, bem delicado. Deixei meu cabelo secar naturalmente, solto e liso, com um toque de liberdade. Uma leve borrifada de um perfume doce, que parecia quase tão arrebatador quanto os sentimentos que eu tentava esconder, completou o look. Voltei para o quarto, mas Layla não estava.
Aproveitei o momento para revisar o roteiro do congresso. O restante do pessoal ainda levaria horas para chegar, mas eu queria garantir que tudo estivesse perfeito. Estava tão concentrada que quase pulei ao ouvir batidas na porta.
— Isaque? — perguntei surpresa ao abrir a porta. Ele estava de banho tomado, usando uma bermuda de moletom branca e uma regata marsala que destacava seus músculos. Eu quase suspirei alto ao vê-lo, lutando para esconder o quanto ele mexia comigo.
— Posso entrar? — ele perguntou, com um sorriso que derretia qualquer resistência.
Perigo, Anne. Perigo!
— Claro, fica à vontade — respondi, dando-lhe passagem. O aroma amadeirado dele tomou o ambiente, e eu fechei os olhos por um instante, tentando manter o controle, e murmurei baixinho só para eu ouvir:
Você é cristã... Você é cristã! Ele é uma tentação, mas você tem domínio próprio!
— O que está fazendo? — ele perguntou, franzindo o cenho, com aquele olhar curioso que sempre parecia ver além das minhas palavras.
— N-nada demais — sorri sem graça, fechando a porta. — O que te trouxe aqui?
— Vim te ajudar com o roteiro. Sou experiente nisso, lembra? — disse, piscando, com aquele charme inconfundível.
Franzi o cenho, surpresa.
— Você, interessado na obra de Deus? — perguntei, arqueando as sobrancelhas.
— Por que não? — Ele pegou os papéis em cima da cama e começou a analisá-los com seriedade. — Quando todos chegarem, eles pegam o material na recepção e depois se dirigem aos quartos, certo? — comentou, concentrado. Eu o observava, surpresa, admirada por sua facilidade e naturalidade. Isaque parecia ter assumido o controle, e eu me senti quase uma espectadora. Porém vê-lo tão focado assim em me ajudar, me deixou, estranhamente, ainda mais atraída.
— Depois, às 16h, teremos a abertura com adoração, louvor com a banda e uma palavra com o pastor Jean, seguido pela palestra sobre a Bondade de Deus nas Pequenas Coisas com o pastor Emanuel. Confere? — ele continuou, sem tirar os olhos do roteiro. Eu estava hipnotizada pela dedicação com que ele se entregava àquilo, o jeito que falava me deixava mais apaixonada. — Anne, acorda!
— P-perdão — despertei do transe e me aproximei dele, sentando ao seu lado.
— E depois temos a sessão interativa, onde todos compartilham testemunhos e experiências sobre a bondade de Deus nas nossas vidas, não é? — ele acrescentou, com uma naturalidade que só aumentava meu encanto.
— Na verdade, antes de tudo, eles vão precisar comer. Vão chegar famintos — acrescentei, e ele sorriu.
— Perfeito, Anne, bem lembrado. Eles vão para o restaurante do hotel primeiro, então. — Ele anotou no roteiro, e eu não conseguia parar de admirar seu empenho.
Houve um momento de silêncio em que nossos olhares se cruzaram, carregados de sentimentos não ditos. Parecia que estávamos presos em um espaço onde o tempo corria diferente, mais lento e cheio de possibilidades.
Isaque pigarreou.
— Depois das palestras, teremos o jantar e encerraremos a noite com louvor na praia ao ar livre, confere? — perguntou, captando a minha atenção.
— Perfeito — respondi, quase em um sussurro.
— Podemos organizar o roteiro de amanhã mais tarde, se preferir — sugeriu ele, sua voz suave quebrando o momento.
— Combinado — respondi, tentando disfarçar o rubor no meu rosto.
— Enquanto isso, que tal um sorvete na praia? Trouxe roupa de praia? — ele perguntou, casual, mas o convite carregava uma promessa de momentos leves e descontraídos.
— Trouxe, sim. A Layla quase me obrigou — confessei, rindo.
— Ótimo. Se ajeita e a gente desce — disse, mas seu olhar de repente ficou distante depois de ver algo em seu iPhone. Algo parecia perturbá-lo.
— Tudo bem? — perguntei, preocupada.
— Gabriela não para de me mandar mensagens, e o resultado do teste ainda não saiu — Sua voz carregava uma mistura de frustração e preocupação.
— Isaque, vai ficar tudo bem. Deus está no controle — toquei seu ombro suavemente, tentando transmitir calma. — Aproveita este momento para se reconectar com Ele, e tenha fé que Ele vai te ajudar. Ele está olhando pra você.
Ele me olhou com um misto de gratidão e afeto, seu sorriso voltando devagar.
— Obrigado, Cerejinha. Você sempre sabe o que dizer — disse, e aquele brilho nos olhos dele fez meu coração saltar.
— Vou só colocar o maiô rapidinho e já volto, espera aqui! — falei apressada, quase tropeçando na mala enquanto procurava o bendito maiô azul turquesa que Layla insistiu para eu trazer. Ao revirar a mala, uma pequena bagunça se formou sobre a cama.
— Impressionante como vocês, mulheres, fazem bagunça e acham lindo. Se fosse um homem fazendo isso, misericórdia, coitado dele! — Isaque brincou, arrancando de mim uma risada. — Mas espera aí... Casaco? Pra Miami? Tá querendo derreter? — disse ele, segurando meu casaco com um olhar divertido.
— Eu sou friorenta, tá bom? — falei, puxando o casaco com um sorrisinho, enquanto ele ria da minha cara.
— Ah, entendi. Frio em Miami, só se for no ar-condicionado. O maiô é aquele ali, né? — ele apontou, e eu apenas assenti, sentindo meu rosto pegar fogo de vergonha. Peguei o maiô e um short que combinava, tentando não parecer tão desajeitada.
Me tranquei no banheiro e vesti o maiô com um short jeans soltinho, perfeito para o clima de praia, junto com uma rasteirinha simples. Meu cabelo estava seco, liso e natural, e eu até que me senti bem comigo mesma. Abri a porta e... lá estava Isaque, me olhando de cima a baixo sem nem disfarçar, como se estivesse vendo o pôr do sol mais bonito da vida.
— Vamos? — perguntei, tentando ignorar o calor no meu rosto e a timidez que teimava em aparecer.
— Sério, como é possível você ficar mais bonita a cada segundo? — ele disse, se aproximando com aquele olhar encantado e o perfume amadeirado que sempre me fazia perder o rumo. — Você é perfeita, Anne.
Meu coração disparou, e eu só conseguia pensar que estar ao lado dele era a melhor confusão na qual eu poderia me meter.
Antes que eu pudesse responder, a porta se abriu, e Layla e Samuel entraram, franzindo o cenho com curiosidade.
— Estamos atrapalhando alguma coisa? — Samuel perguntou, com um sorriso travesso nos lábios.
— Na verdade, estávamos saindo para tomar um sorvete, querem ir com a gente? — Isaque respondeu, casualmente.
— Claro! — Layla disse animada. — Anne, você está de maiô... Vamos para a praia depois?
— Vamos sim, almoçamos por lá! — Isaque concordou rapidamente, e um sorriso alegre se espalhou pelo rosto de Layla.
— Vou me trocar rapidinho e encontro vocês lá embaixo! — ela exclamou, apressada, correndo em direção à mala.
— A gente te espera no saguão! — falei, me dirigindo à porta enquanto Isaque me acompanhava. Samuel ficou no quarto, aguardando Layla, que já estava no banheiro.
Descemos juntos no elevador e atravessamos o hall do hotel, mas, assim que chegamos à recepção, percebi novamente os olhares curiosos das mulheres voltados para Isaque. Ele se afastou para pedir algo no balcão, enquanto eu fiquei esperando ele perto de uma planta no saguão. No entanto, logo uma delas, uma morena de cabelos cacheados e olhos verdes, se aproximou dele com um sorriso encantador.
Não podia negar, a garota era linda e tinha um corpo deslumbrante.
Senti meu sangue ferver e me aproximei discretamente deles, sem que percebessem, para ver no que ia dar. A distância em que fiquei era suficiente para ouvir, caso ela puxasse assunto, pois o ambiente estava silencioso.
Eu só queria ver a reação de Isaque, já que ele não sabia que eu estava próxima a eles, pois ele estava de costas para mim, encostado no balcão.
— Você é daqui? — ela perguntou, com uma voz suave e olhar sedutor, enquanto ele esperava a recepcionista.
Isaque se endireitou, mantendo a postura séria.
— Não, estou aqui para um retiro da igreja — respondeu com indiferença.
— Ah, eu ia te convidar para sair hoje à noite, mas parece que você já tem planos — disse ela, sem desistir, com um olhar que parecia prometer loucuras se Isaque cedesse.
— Agradeço, mas estou acompanhado — ele respondeu firmemente, e o sorriso da garota desapareceu. Eu não consegui segurar o sorriso que nasceu nos meus lábios.
— Tem namorada? — ela insistiu, ainda tentando capturar a atenção dele.
— Sim, e ela está bem ali — disse Isaque, virando-se em minha direção com um sorriso travesso. Sem esperar que a garota dissesse mais alguma coisa, ele veio até mim.
Eu olhei para ele, tentando disfarçar a alegria que tomava conta de mim, enquanto borboletas se agitavam em meu estômago.
— Namorada, é? — perguntei, arqueando uma sobrancelha, provocando-o.
— E futura esposa, se Deus quiser — respondeu, com um sorriso caloroso, levantando as mãos como quem se rende.
Minhas bochechas queimaram, e um sorriso tímido surgiu involuntariamente nos meus lábios enquanto desviava o olhar dele, sentindo meu coração acelerar.
— Amém — concordei baixinho, desejando em silêncio que esse sonho de ser sua namorada, e um dia, sua esposa, pudesse se tornar realidade.
— Vamos? — ele perguntou, estendendo a mão para mim com um brilho nos olhos.
Aceitei o gesto e, quando ele entrelaçou seus dedos nos meus novamente e saímos de mãos dadas, um arrepio percorreu meu corpo. Cada momento ao lado dele fazia meu coração ter certeza de que Isaque era quem eu queria ter ao meu lado, hoje, amanhã e para o resto da minha vida.
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