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Capítulo 46 | Adrenalina

Isaque Campbell

Eu entrei no laboratório com passos firmes, cada célula do meu corpo desejando estar em qualquer outro lugar. A porta de vidro deslizou para o lado, e o ar gelado do ar-condicionado me atingiu, mas não fez nada para apagar a fúria que ardia dentro de mim. Gabriela estava sentada na sala de espera, seus olhos brilhando com aquela mistura de esperança e um amor que ela insistia em chamar de genuíno, mas que eu só via como obsessão.

O laboratório era pequeno, com paredes repletas de desenhos técnicos e poltronas confortáveis para sentar. O cheiro forte de álcool e desinfetante saturava o ar, tornando o ambiente ainda mais estéril e insuportável. Gabriela, por outro lado, parecia alheia a isso; sorria com uma serenidade que só servia para aumentar a minha irritação.

— Vai dar tudo certo, Isaque — disse ela, sua voz neutra, uma frase que eu já não suportava ouvir.

Eu murmurei algo ininteligível, sem me preocupar em esconder o desprezo. Minha mente estava fixada em uma única coisa: eu precisava que aquele exame provasse que não era o pai daquele bebê. A mera ideia de estar preso a Gabriela para sempre, mesmo que fosse através de uma criança inocente, era algo que eu não conseguia suportar.

— Por que, hã? Por que está fazendo isso? — perguntei, quebrando o silêncio com a voz carregada de amargura.

— Isso o quê, Isaque? Estar gerando um filho? Acha que tenho controle sobre isso?

— Por que está tentando me prender a você, Gabriela?

Ela soltou uma risada curta, carregada de sarcasmo, mas baixa o suficiente para não chamar a atenção.

— Eu sou culpada por ter engravidado de você? Somos adultos, Isaque. Vacilamos, e agora estou carregando o nosso bebê.

Nosso bebê. As palavras reverberaram na minha mente, alimentando minha ansiedade.

— Como tem tanta certeza de que sou o pai?

— Porque você foi o único homem com quem me relacionei nos últimos meses — respondeu com uma convicção que quase me fez acreditar.

— Certo, não vou discutir. Vamos deixar o exame falar por nós — finalizei, cortando a conversa.

— Por que você me odeia tanto agora? Antes nos dávamos bem, Isaque, tínhamos uma química infalível... e de repente, você ergueu essa barreira entre nós. Isso tem a ver com Anne? Porque depois que ela chegou, você mudou completamente.

— Para começar, não tínhamos essa química toda que você fala. Sempre que nos envolvíamos, estávamos bêbados, voltando de festas, ou você esqueceu? E você sabe muito bem quem eu sou. Na verdade, eu estava perdido nesse mundo de ilusões, de bebidas e diversão vazia, mas isso não faz mais sentido para mim. Cansei de buscar no mundo algo que nunca vou encontrar. Se você quer continuar nesse caminho, boa sorte, mas não me chame para ir junto. Se esse filho for meu, vou assumir, mas esqueça a ideia de ficarmos juntos. Isso nunca vai acontecer.

Ela me encarou, seus olhos carregados de uma tristeza que parecia absorver cada palavra. Mas eu já estava além do ponto de sentir alguma coisa por ela.

— Espero que você repense suas palavras — disse ela, mas eu a ignorei, fixando minha atenção em qualquer coisa que não fosse Gabriela.

Enquanto aguardávamos, meus olhos se fixaram na porta da sala onde fariam a coleta do DNA. Foi então que ele nos chamou. Um homem alto, loiro, usando um jaleco branco e ostentando um sorriso profissional. Ele parecia completamente à vontade naquele ambiente, mas havia algo em seu olhar que me deixou inquieto, algo que eu não consegui identificar de imediato. Talvez fosse apenas o nervosismo ou, quem sabe, eu estivesse vendo coisas onde não havia nada. Ainda assim, senti um estranho desconforto ao fitá-lo, como se ele não fosse um completo estranho.

— Bom dia, sou o Dr. Henrique e vou realizar a coleta de vocês — ele disse, estendendo a mão, depois de entrarmos na sala da coleta.

Apertei sua mão, tentando suprimir o crescente desconforto que crescia dentro de mim. Gabriela, por outro lado, cumprimentou-o de forma diferente, quase íntima, como se já o conhecesse. Observei a interação entre os dois, algo dentro de mim querendo alertar sobre aquilo, mas acabei ignorando. Provavelmente, ela o conhecia de alguma consulta anterior ou algo do tipo. O que realmente importava era encerrar aquela situação o mais rápido possível.

Entramos na sala de coleta, e Henrique começou por Gabriela, que ofereceu o braço sem hesitar, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. Ela nem piscou quando a agulha perfurou sua pele. Enquanto o sangue dela fluía para o tubo, observei o rosto de Henrique, que a encarava com uma intensidade incomum, como se aquele simples ato tivesse um significado maior do que aparentava.

Quando chegou a minha vez, sentei na cadeira, tentando não pensar na ironia da situação. A agulha penetrou na minha pele, provocando uma dor aguda, mas insignificante em comparação à tensão que me consumia. A possibilidade de aquele teste confirmar que eu era o pai... A ideia de estar atado a Gabriela pelo resto da vida me enchia de repulsa.

Finalmente, o procedimento terminou. Henrique colocou os tubos de sangue em uma bandeja e se afastou.

— Tudo pronto. Os resultados estarão disponíveis em alguns dias — ele anunciou, ainda com aquele sorriso profissional.

Eu queria sair dali o mais rápido possível. Levantei-me tão abruptamente que quase derrubei a bandeja de Henrique, mas consegui me controlar, murmurando um agradecimento apressado. Gabriela me lançou um olhar que parecia esperar algo, talvez um gesto de conforto ou alguma palavra de apoio. Ignorei e saí sem olhar para trás.

Enquanto caminhava pelo corredor do laboratório, um pensamento me atingiu como um golpe certeiro: e se... E se o teste mostrasse que eu era o pai? Não, não podia ser. Eu só precisava esperar o resultado, torcendo com todas as forças para que aquela criança não fosse minha.

Saí do laboratório com passos firmes e fui direto para o carro. Recostei-me no banco do motorista, respirando fundo, tentando controlar a avalanche de adrenalina que corria em minhas veias. Decidi que a única maneira de aliviar a fúria e a preocupação que me consumiam era socar alguma coisa, e o boxe parecia ser a melhor opção.

Dei partida no carro, pisando fundo no acelerador, sem me importar com multas ou qualquer outra coisa. Eu precisava liberar a raiva que fervia dentro de mim. Cheguei à academia em tempo recorde, estacionei de qualquer jeito no estacionamento privado e fui direto para a sala escura, onde a tensão pairava no ar. Os sons abafados dos socos contra os sacos de pancadas preenchiam o ambiente.

Em segundos, meus próprios socos se juntaram ao coro, ecoando pelas paredes enquanto eu canalizava toda a minha fúria para o saco à minha frente. O suor escorria pelo meu rosto, minhas luvas apertadas, e meus punhos se moviam com uma intensidade quase incontrolável. Cada golpe era uma tentativa desesperada de expulsar a raiva e o medo que me corroíam, o impacto fazendo o saco balançar violentamente.

Eu mantinha os olhos fixos no alvo, mas minha mente estava à deriva, presa na maldita possibilidade de que aquele teste de DNA confirmasse o que eu mais temia. A cada soco, a frase "E se for meu?" martelava na minha cabeça, me forçando a bater mais rápido, mais forte, como se pudesse expulsar aquele pensamento maldito.

Meu corpo estava tenso, os músculos rígidos com o esforço, e minha respiração era pesada, quase ofegante. Continuei batendo, ignorando a dor crescente nos meus punhos e braços. Aquela academia era o único lugar onde eu podia descarregar a angústia e a fúria que me consumiam.

Finalmente, parei, os punhos ainda erguidos, meu peito subindo e descendo rapidamente. O saco de pancadas balançava levemente, e o som dos meus golpes foi substituído pelo som áspero da minha respiração. Inclinei-me para frente, com as mãos pressionadas contra os joelhos, meu rosto distorcido pela exaustão e pela raiva fervendo por dentro. A preocupação ainda estava lá, pulsando no fundo da minha mente, mas por um momento, eu a havia sufocado com meus socos.

Quando consegui me recompor, respirei fundo e saí da academia. Voltei para o carro e dirigi em direção à empresa, lutando para afastar o exame de DNA dos meus pensamentos. Já eram 09:45 da manhã, e com certeza Anne deve estar se perguntando por que eu ainda não apareci nem dei sinal de vida.

Desci do carro no estacionamento e subi pelo elevador. Assim que cheguei ao andar dos escritórios administrativos, percebi que estava atraindo alguns olhares curiosos, principalmente das mulheres. Foi aí que me dei conta: eu estava completamente casual. Não me preocupei em me arrumar para ir ao laboratório e acabei saindo com uma regata preta, calça de malha preta e um tênis branco qualquer.

Os olhares ou as mulheres que me observavam intensamente não me importavam. Minha mente estava focada apenas em encontrar aquele par de olhos azuis que sempre trazia a paz que eu tanto precisava.

— Isaque! — a voz de Sara me chamou, interrompendo meus pensamentos. — O que houve? Por que está com roupa de treino? — ela perguntou, me examinando de cima a baixo.

— Fui fazer um exame e aproveitei para treinar um pouco, vim direto pra cá — respondi, passando a mão pelo cabelo.

— Mas não sei se você percebeu, está chamando a atenção de todo mundo — ela comentou, olhando ao redor.

Dei uma olhada ao redor e vi as pessoas disfarçando quando perceberam meu olhar, voltando rapidamente ao que estavam fazendo, com um certo respeito.

— E daí? Só estou com uma roupa de treino — falei, fazendo-me de desentendido.

— Ah, só isso — ela ironizou. — Olha esses músculos, Isaque, qualquer mulher fica maluca — não contive uma risada.

— Por isso Micael não gosta da nossa amizade — brinquei, arrancando uma risada dela.

— Esquece, Micael é um caso perdido — disse ela.

Franzi o cenho, curioso.

— O que houve?

— Ele está cada vez mais possessivo. Ele implica porque eu estou indo para a igreja, então estou criando coragem para terminar tudo — respondeu ela, com um olhar pesado, suspirando.

— Sara, você tem certeza disso? — perguntei, embora soubesse que ela estava tomando a decisão certa.

— Não posso ficar com um homem que quase me prende em uma gaiola e não quer saber de Deus — explicou. — Já tentei levá-lo à igreja várias vezes, mas não adianta.

— Só quero que você fique bem — disse, acariciando sua bochecha amigavelmente.

— Eu vou ficar — ela sorriu. — Mas, e você e a Anne? Estou preocupada, porque ela está em um triângulo amoroso.

Franzi a testa, tentando entender.

— Como assim triângulo amoroso?

— Daniel também está apaixonado por ela. Eles conversam bastante pelo WhatsApp, mas pelo que vejo, ela não sente o mesmo por ele.

Meu sangue ferveu ao ouvir que eles conversam muito pelo WhatsApp, mas me controlei, lembrando que precisava manter a calma.

— Você acha que ele vai insistir nela? — perguntei, curioso.

— Ele está orando para que Deus faça a vontade dEle, mas, cá entre nós, eu torço por vocês dois — ela disse, e um sorriso discreto escapou pelo canto da minha boca.

— Vamos ver como as coisas vão se desenrolar — respondi, dando um passo à frente.

O resultado do teste de DNA poderia mudar tudo, e eu sabia disso.

— Deixa nas mãos de Deus — ela disse, afastando-se. — E vai trocar essa roupa, Isaque, antes que você receba mil cartas de amor hoje — brincou.

Balancei a cabeça com um sorriso e me dirigi ao escritório. Quando abri a porta, vi o olhar de Anne se perder no meu, e um sorriso involuntário apareceu em seus lábios, junto com suas bochechas inteiramente vermelhas e um brilho especial nos olhos.

Vê-la naquela manhã foi o suficiente para eu encontrar a paz que tanto precisava.

— Bom dia, Isaque — disse ela com um leve sorriso, observando-me enquanto eu me aproximava da sua mesa. — Você poderia ter avisado que chegaria mais tarde. Alguns clientes estão insistindo para falar com você, e eu fiquei sem saber se você viria hoje — reclamou, mas havia um toque de carinho na sua voz.

A verdade é que estava tão absorto com o teste de DNA que acabei esquecendo de avisá-la. Admito, foi um deslize.

— Bom dia, moça — respondi, percebendo suas bochechas corarem ao ouvir meu tom suave. — Me perdoe. Fui fazer um exame e acabei indo direto para o treino de boxe, esqueci completamente de avisar que me atrasaria.

Notei seus olhos percorrendo cada detalhe do meu corpo, e senti um frio gostoso na barriga, como se meu coração batesse ainda mais forte por causa dela. Desviei o olhar, tentando afastar os pensamentos que começavam a me invadir.

— E vai trabalhar assim, de roupa de treino? — ela ergueu uma sobrancelha, provocando.

— Por que será que todo mundo acha estranho eu estar vestido assim? — retruquei, fingindo confusão.

— Talvez porque... Bem, porque você está chamando atenção, não é? — deu de ombros, tentando esconder o sorriso enquanto fingia estar concentrada no MacBook.

Com um sorriso travesso, contornei a mesa, ficando de pé à sua frente, próximo o bastante para sentir o calor do seu corpo. Vi suas bochechas corarem ainda mais quando ela finalmente levantou os olhos para mim.

— Defina 'chamando atenção' — provoquei, olhando-a com um brilho nos olhos.

Ela desviou o olhar, claramente tentando encontrar uma resposta, enquanto eu a encarava com um sorriso despreocupado.

— Não precisa responder — proferi, com um tom brincalhão. — Mas obrigado pelo castigo. Mal sabe você o quanto estou frustrado por te olhar sem poder me aproximar — murmurei, notando o sorriso se formando em seus lábios.

De repente, ela se levantou da cadeira giratória e se aproximou, pegando-me de surpresa. Continuei encostado na mesa, de braços cruzados, mas, com ela tão perto, meu coração disparou. Tudo o que eu queria era puxá-la para reviver a intensidade do momento que tivemos na noite anterior.

— Isaque, querido — começou ela, olhando diretamente nos meus olhos, sua voz suave e firme, me deixando em suspense. — Não encare isso como um castigo, mas como um incentivo para se reconciliar com Deus, e quem sabe, então, você possa se aproximar de mim novamente — ela piscou, e se afastou em direção à minha mesa, deixando-me ainda mais encantado.

Ah, Anne, mal sabe você que quanto mais se faz de difícil, mais eu me sinto atraído.

— Talvez eu deva ir ao congresso, quem sabe seja a chance de me reencontrar com Deus? — sugeri, captando sua atenção enquanto a observava revirando o meu armário atrás da minha mesa. — Mas o que a senhorita está fazendo no meu armário? — perguntei, intrigado.

— Procurando relatórios — respondeu, sem desviar o olhar do que fazia. — Ah, Isaque, ainda bem que mencionou o congresso.

— Por quê?

— Eu preciso confirmar a presença de Sara, Marcos, Melissa e Daniel — ela disse, voltando para sua cadeira. Eu não consegui evitar o incômodo ao ouvir o nome de Daniel.

— Marcos e Melissa vão, pode confirmar — afirmei, ela assentiu. — Já Daniel...

— O que tem Daniel?

— Depois de tudo o que aconteceu entre nós, você acha que ainda há esperança para ele? — questionei, fixando meu olhar nos olhos dela.

— E há esperança de você se render a Cristo e ficarmos juntos? — ela retrucou, sem desviar o olhar.

Meu coração acelerou, e uma onda de angústia me invadiu ao pensar em Gabriela. Isso poderia ser um obstáculo. Mas havia algo que eu precisava resgatar, algo enterrado há muito tempo: a minha fé. Já estava na hora de trazê-la de volta à vida.

— Sim, há esperança — respondi, recordando-me da força que a fé trazia. Afinal, Deus me prometeu Anne como minha esposa, não Gabriela.

— Então não se preocupe, eu vou conversar com Daniel — disse ela, e um sorriso se formou em meus lábios.

— Podemos falar sobre nós dois durante o jantar, o que acha?

Ela assentiu, um pouco tímida, mas com a coragem de manter os olhos nos meus.

— Anne, acho que vou trabalhar de casa hoje. Não estou me sentindo bem o suficiente para ficar na empresa — comentei, afastando-me da mesa. — Mas vou te buscar às 19h para o jantar, tudo bem?

Ela levantou os olhos e, pela expressão, ficou visivelmente nervosa.

— T-tudo bem — respondeu, com um sorriso tímido, evitando o meu olhar.

— Até mais tarde, Cerejinha — despedi-me, dirigindo-me à porta.

Ao sair do escritório, me senti mais leve. A ansiedade pelo teste de DNA havia diminuído, e tudo o que eu desejava agora era levá-la para jantar e continuar conquistando-a. Sentia que, ao me aproximar dela, a esperança de voltar para Deus também crescia no meu coração, trazendo-me uma paz inesperada.

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