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Capítulo 20 | Eclesiastes 4:9

Anne Green

Trabalhar aos sábados nunca foi meu forte, mas precisava me acostumar, já que alguns sábados iria ser necessário comparecer à empresa. Em vez de reclamar, eu precisava ser grata por isso.

Mesmo assim, minha mente estava presa no que aconteceu ontem entre mim e Isaque, na nossa conversa no jantar. Eu já sabia o que esperar ao chegar na empresa hoje: um homem fechado, sério, focado no trabalho, e algo me dizia que ele voltaria a essa postura. Talvez ele não fosse mais aquele cara gentil que estava sendo.

Com dois copos de Mocaccino nas mãos, eu entrei no elevador. Precisava encontrar uma forma de quebrar o gelo. Me olhei no espelho, ajeitei meu blazer branco e dei uma última arrumada no cabelo. Respirei fundo, ergui a cabeça e saí assim que a porta se abriu.

Caminhei até o escritório com passos firmes, preparando-me para a tensão que poderia encontrar. Abri a porta suavemente, já me antecipando à frieza de Isaque. Quando nossos olhares se cruzaram, não houve sorriso. Mas algo mais me pegou de surpresa: Daniel estava lá, em uma conversa com Isaque.

Daniel foi o primeiro a notar os dois copos de café em minhas mãos. Seu olhar rapidamente foi de um copo para o outro, percebendo que um era para Isaque. Suas sobrancelhas se ergueram num gesto quase imperceptível, mas carregado de curiosidade.

— Bom dia — eu disse, tentando manter a calma.

— Bom dia, Anne — respondeu Daniel, simpático.

Isaque, por outro lado, permaneceu em silêncio, o olhar fixo no notebook.

— Mocaccino? — ofereci a Isaque, colocando o copo em sua mesa. Ele apenas lançou um olhar rápido para o café, mas continuou em silêncio, como se estivesse lutando contra algo interno.

— E esse é para você — entreguei o outro copo a Daniel, que aceitou com um sorriso agradecido.

— É da Gocce Di Caffè? — Daniel perguntou, enquanto tomava o primeiro gole, apreciando o sabor.

Eu comecei a organizar minhas coisas na mesa, tentando me distrair do clima que se formava entre nós três.

— Sim — respondi, olhando rapidamente para Isaque, que, embora fingisse desinteresse, observava tudo com uma atenção que não era fácil de esconder.

— Excelente, como sempre — Daniel elogiou, antes de mudar de assunto. — Está preparada para ministrar amanhã?

Eu tinha mencionado a ele pelo WhatsApp que iria levar a palavra no culto, e Daniel se mostrou bastante animado para me ver em ação.

— Ainda estou estudando, mas me sinto preparada — respondi, abrindo meu notebook.

— Não vou perder por nada! — disse ele, com um sorriso confiante. — E falando nisso, passei na sorveteria que costumávamos ir na faculdade e pensei em te levar lá amanhã à tarde, o que acha?

Eu sabia que, como amigos, isso seria natural. Mas havia algo mais da parte dele, e a verdade é que eu ainda não tinha começado a orar seriamente sobre o propósito. Porém, tinha quase certeza de que Daniel já estava fazendo isso. Enquanto ele falava, senti os olhos de Isaque sobre nós, tentando disfarçar, mas a tensão era evidente. Ele estava atento, cada palavra parecia incomodá-lo mais.

— Acho ótimo! — respondi, tentando manter o tom leve, embora soubesse o que estava acontecendo ao meu redor.

— Perfeito! Te busco às 15h.

— Estarei pronta — confirmei, com um sorriso.

Quando Daniel saiu, o silêncio tomou conta da sala. Ficando apenas eu e Isaque, e a tensão entre nós era impossível de ignorar. Havia algo nele que o impedia de se abrir, mas seus olhares furtivos durante a conversa diziam muito mais do que qualquer palavra. Ele estava lutando contra sentimentos, talvez até consigo mesmo, e o clima que se formou entre nós dois era intenso, juntamente com o silêncio.

Depois de alguns minutos, Isaque finalmente cedeu ao orgulho e tomou um gole do café.

— Está do jeito que você gosta? — perguntei, tentando quebrar a tensão com um gesto gentil.

— Sim, obrigado — respondeu ele, de forma seca.

Hesitei por um instante, mas criei coragem.

— Isaque, eu... queria te pedir desculpas por ontem.

Ele fechou o notebook com um movimento calmo, mas firme, e me encarou. Seus olhos estavam fixos em mim de uma forma que me deixava inquieta.

— Eu é que devo desculpas, Anne. Não deveria ter falado daquele jeito com você — sua voz, embora gentil, carregava uma barreira. — Entendo que você só queria me aconselhar, mas... eu não estou pronto para isso. Acho melhor mantermos nossas conversas no nível profissional, tudo bem?

Por mais que suas palavras fossem educadas, elas me atingiram de um jeito inesperado, deixando meu coração apertado. Eu não estava buscando algo além do profissional, mas ouvir essa delimitação da boca dele foi desanimador.

— Tudo bem, concordo com você — menti, porque, na verdade, algo em mim discordava profundamente.

— Você já finalizou as conciliações bancárias? — perguntou, desviando o olhar para o notebook, tentando retomar a distância que ele parecia precisar.

Eu o observava em silêncio. Isaque continuava irresistivelmente atraente, sua presença sempre impecável, mas o calor gentil que havia entre nós até ontem parecia ter esfriado.

— Sim, estão no arquivo, pode conferir depois — respondi, tentando manter a compostura.

— Ok — ele murmurou, voltando a se perder no trabalho.

Alguns minutos depois, batidas suaves na porta ecoaram, e Isaque a destravou. A voz de Gabi preencheu a sala, carregada de uma falsidade que eu sempre reconhecia.

— Bom dia, querida — disse Gabi, com seu tom monótono e forçado.

— Bom dia — respondi sem tirar os olhos do notebook, sem interesse algum em prolongar aquela troca.

Gabi, no entanto, se aproximou da mesa de Isaque, colocando todo o charme falso em jogo.

— Isaque, vai fazer algo hoje à noite? — perguntou, tentando soar casual.

— Depende, por quê?

— Vou viajar na segunda cedo, e como você sabe, ficarei fora alguns dias. Pensei em fazermos algo divertido de despedida — sugeriu ela, com um sorriso malicioso.

O jeito com que ela tentava seduzir Isaque era irritante. Tudo nela parecia ensaiado, e era impossível não notar.

— São só alguns dias, Gabi. Não é tanto tempo assim — respondeu ele, claramente desinteressado.

Ela fez manha, não desistindo.

— Foi só uma desculpa para te convencer a sair comigo, mas acho que não deu certo — insistiu, com aquela falsa inocência.

Isaque suspirou, parecendo cansado da insistência, mas perguntou, talvez por educação:

— Aonde você quer ir?

Gabi sorriu, vitoriosa.

— Mexican Pimenta Bar — declarou com um brilho nos olhos.

Minha sobrancelha arqueou. O "Mexican" era um bar luxuoso famoso por suas festas agitadas, regadas a bebida e música alta, um ambiente totalmente libertino.

— Sério, Gabi? Não teria lugar melhor pra ir? — Isaque perguntou, expressando seu descontentamento de forma bem clara.

— E o que você quer? Um lugar calmo e entediante? — ela respondeu, se acomodando na ponta da mesa dele com familiaridade exagerada.

— Que tal dar uma volta pela cidade e comer algo pelo caminho? — sugeriu Isaque, de forma que me deixou surpresa e encantada. A ideia de passear à noite, sob as estrelas, jogando conversa fora enquanto o tempo passava de mansinho, era tão simples e aconchegante... Exatamente o tipo de momento que eu valorizava.

— Eu quero festa, Isaque! — Gabi exclamou, revirando os olhos, desdenhando a ideia dele. — Vamos ao Mexican, e se você se cansar, depois a gente assiste a um filme no seu apartamento — disse, levantando-se da mesa com um ar de superioridade.

Isaque revirou os olhos, claramente sem paciência.

— Como quiser — respondeu, sem muito entusiasmo.

Gabi lançou um sorriso triunfante enquanto se dirigia à porta, mas ao passar por mim, me encarou com um olhar falso e um sorriso debochado, como se tivesse ganhado algo que eu nem estava disputando.

— Como alguém pode recusar passear pela cidade? — murmurei, quando a porta se fechou.

— Uma pessoa que prefere festas a qualquer convite tranquilo — Isaque respondeu, ainda concentrado no notebook.

Um sorriso escapou de meus lábios. Eu estava sentindo falta daquele Isaque gentil, e a versão distante e fria dele me incomodava profundamente.

Mais tarde, ainda pela manhã, me levantei para pegar um café na bancada atrás da mesa de Isaque.

— Posso? — perguntei, querendo passar por sua mesa.

— À vontade.

Peguei duas xícaras de café e preparei uma para ele, embora não tivesse pedido. Eu precisava tentar quebrar o gelo de novo. O silêncio na sala estava me sufocando.

Coloquei a xícara sobre sua mesa, e ele olhou para o café por alguns segundos, claramente surpreso com o gesto.

— Obrigado, mas não precisava — disse, dando um gole.

— Tudo bem — respondi, voltando ao meu lugar.

A porta se abriu de novo, desta vez revelando Marcos, que entrou com alguns documentos.

— Aqui, Isaque, tudo seu — colocou os papéis sobre a mesa dele. — Bom dia, Anne.

— Bom dia, Marcos — respondi com um sorriso.

— Vai fazer alguma coisa na segunda à noite? — perguntou ele. Notei o olhar afiado de Isaque em sua direção.

— Não, por quê?

— Quer ir ao cinema com a gente? — ofereceu, casualmente.

Olhei para Isaque, percebendo que ele claramente não queria que eu aceitasse o convite, mas me lembrei do jantar que ele fez questão de ir, mesmo sabendo do meu desconforto.

— Com certeza — respondi, decidida.

— Só veio trazer os papéis, Marcos? Precisa de mais alguma coisa? — Isaque perguntou, visivelmente irritado.

— Somente os papéis — Marcos se dirigiu à porta. — Sara vai te passar o horário pelo WhatsApp, Anne.

— Certo — confirmei.

Assim que ele saiu, olhei para Isaque, e a provocação foi inevitável.

— Não queria que eu fosse, Isaque?

Ele me encarou com aquele olhar sério.

— Como eu disse, prefiro manter uma relação estritamente profissional.

— Uma ida ao cinema com colegas de trabalho não vai me confundir, fique tranquilo — rebati, divertida.

— Se você diz.

Isaque estava particularmente irritante hoje, e eu já estava no meu limite. Nenhuma das minhas tentativas de aproximação parecia funcionar, e a frieza dele começava a me desgastar.

Um tempo depois, ele saiu da sala, e finalmente fiquei sozinha. Mergulhei no trabalho, tentando finalizar as planilhas e resolver pendências de clientes. Por um momento, consegui esquecer a frieza de Isaque. Mas não durou muito e o som dos saltos de Melissa ecoou pela sala após entrar pela porta.

— Bom dia, Anne! Isaque está?

— Bom dia, Mel! Ele saiu há pouco tempo.

— Você está gostando de trabalhar com ele?

A pergunta me pegou de surpresa, e hesitei por um instante.

— Ah... Sim, quer dizer, não tenho nenhum problema... Por quê?

— Olivia, que era assistente de Gabriela, foi transferida para outro setor administrativo, e estamos precisando de alguém para ajudar Gabi. Ela sugeriu você.

O pânico se instalou em mim. Trabalhar com Gabi seria um pesadelo! Era óbvio que essa sugestão tinha vindo dela para me afastar de Isaque.

— E Isaque concordou? — perguntei, com receio.

— Vim falar com ele sobre isso agora. Mas quero saber, você gostaria?

Claro que não! Trabalhar com Gabi seria insuportável, mas o que eu poderia dizer?

— Bem... Eu acho que estou me saindo bem aqui, mas...

Antes que eu terminasse, Isaque voltou para a sala.

— Melissa? — ele disse, caminhando para seu lugar.

— Olivia foi promovida, e estamos precisando de alguém para ajudar Gabi. Ela sugeriu a Anne. O que você acha?

Isaque me olhou e arqueou a sobrancelha. Pelo seu comportamento frio, imaginei que ele aproveitaria a oportunidade para se livrar de mim.

— Você quer ir, Anne? — ele perguntou, ainda sério.

— Eu... Não sei. Acho que fica a seu critério — respondi, insegura.

— Então, Isaque, vai realocar Anne para o escritório da Gabi? — Melissa pressionou.

— Chama a Gabi aqui — ele respondeu. Melissa rapidamente enviou uma mensagem para ela.

Meu coração batia acelerado. A ideia de trabalhar com Gabi era aterrorizante, mas eu sentia que Isaque ia aceitar a sugestão sem pensar duas vezes.

Gabi entrou na sala com um sorriso forçado.

— Me chamou? — disse, olhando para Isaque.

— Isaque quer falar com você sobre a realocação — Melissa respondeu.

— Sim, eu sugeri a Anne, já que ela tem experiência em finanças e podemos nos dar bem — Gabi afirmou, enquanto Isaque olhava para mim e depois para ela, brincando com a caneta na mão. — E você gosta de trabalhar sozinho.

Isaque respirou fundo, olhou para todas nós, colocou a caneta sobre a mesa ajeitando a postura, e finalmente falou:

— Anne fica.

Eu quase sorri, mas me contive. Gabi, por outro lado, parecia incrédula, e Melissa franziu o cenho.

— Isaque, não seria melhor colocá-la para trabalhar comigo, sabendo que ela possui as competências que procuramos? Seria mais prático do que uma contratação externa — Gabi insistiu, tentando salvar a proposta.

— Contratem alguém interno, ué! Qual a dificuldade? Tenho certeza de que Melissa consegue encontrar uma pessoa competente — Isaque disse, firme.

— Tudo bem, vou iniciar o processo de seleção — disse Melissa, resignada, e se retirou.

Gabi ficou parada, encarando Isaque, mas ele não cedeu.

— Você tem certeza? — Gabi perguntou, numa última tentativa.

— Anne fica — ele repetiu, dessa vez com um tom que não deixava espaço para discussão.

Gabi mordeu os lábios, frustrada.

— Tudo bem, vou ajudar Melissa com o recrutamento — disse, saindo sem nem me lançar um de seus olhares provocativos habituais.

Eu me senti tão aliviada que mal conseguia conter um sorriso.

— Você queria ir? — Isaque perguntou, me surpreendendo.

— Sendo sincera, prefiro ficar aqui.

Um sorriso discreto apareceu em seu rosto.

— Mas se você prefere trabalhar sozinho, como Gabi disse...

— É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas, não acha?

Levantei uma sobrancelha, surpresa.

— Eclesiastes 4:9 — afirmei, sorrindo.

— O que disse?

— Você acabou de citar um versículo, não percebeu?

Ele franziu o cenho, parecendo confuso.

É como se Isaque tivesse lido tanto a Bíblia que memorizou os versículos e nem percebe quando os cita automaticamente.

— Não, não percebi — ele sorriu, quase imperceptivelmente. — Mas não se preocupe. Ninguém vai tirar você daqui, a menos que seja sua vontade.

— Estou bem aqui, obrigada.

— Já está quase na hora de encerrar o expediente. Pode ir para casa se quiser.

Eu hesitei. Mesmo com a frieza dele, não queria deixá-lo sozinho com tanto trabalho.

— Vou te ajudar com os documentos, depois vou embora.

— Como quiser — respondeu ele, sem emoção.

Horas depois...

Saindo da empresa, combinei de almoçar com Layla em nosso restaurante preferido. Ela aceitou na hora, curiosa para saber tudo sobre meu dia com Isaque.

— Ele está me tratando de forma tão fria que parece que vai continuar assim — desabafei, tomando um gole do meu suco de laranja.

— Ih, será que ele tá te afastando porque começou a sentir algo? Tipo, talvez ele tenha um trauma com relacionamentos e decidiu fechar as portas pra qualquer mulher — sugeriu ela, com um tom dramático. Pensei nisso, mas não sabia se fazia sentido.

— Se fosse o caso, ele não estaria tão próximo da Gabi. Eles até vão sair hoje à noite.

— Hmm, tá com ciúmes, amiga? — Layla provocou, com aquele sorrisinho travesso.

— Claro que não! — protestei, tomando mais um gole, meio indignada.

— Ou talvez a Gabi seja só distração, e o que ele tá sentindo por você é bem mais sério — continuou ela, como se fosse a maior detetive de romances da vida real.

— Amiga, nos conhecemos há pouquíssimo tempo. Não tem nem como ele sentir alguma coisa por mim.

— Ah, coração não segue regras, né?

Layla estava cheia de teorias, mas eu ainda não tinha contado sobre Daniel. Pensei em falar, mas me deu um frio na barriga. Melhor orar sobre isso antes e depois conversar com ela.

— Eu estou é ansiosa para o cinema de vocês! — disse ela, toda animada, com aquele brilho no olhar.

— Amiga, o cara está um iceberg comigo, já falei!

— E o que derrete gelo? Um cineminha à noite, um clima romântico para derreter o coração de gelo do gato! — Ela fez aquela carinha sonhadora que sempre faz quando menciono Isaque.

— Não tem nada de romântico, Lay. É só um cinema com o pessoal do trabalho. Nada além disso — rebati, fingindo desinteresse.

— Marcos e Melissa, Sara e o namorado, Isaque e você... só tem casais, como assim "nada romântico"?

Foi só aí que me toquei do que Sara tinha me dito pelo WhatsApp: era praticamente um encontro só de casais. Layla me olhou como se tivesse feito a descoberta do século.

— E se eu não for? Isaque vai ficar de vela? — refleti em voz alta.

— Quem sabe esse cinema foi planejado justamente pra vocês? — disse ela, enquanto comia seu pudim com um sorriso de quem já sabia o final da história.

— Bom, de qualquer forma, eu vou. Ele foi no jantar que eu claramente não queria, então agora é minha vez de ir no cinema, mesmo ele não querendo que eu vá — falei com firmeza.

— Isso aí, amiga! — exclamou ela, vibrando.

Por mais que o jeito frio de Isaque estivesse me deixando mexida, eu sabia que, no fundo, não poderia deixar que isso me abalasse tanto. Mas não posso negar: ele fica bem atraente quando está sério.

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