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Capítulo 14 | Marcos 11:24

Isaque Campbell

Roupas espalhadas pelo chão, cama desarrumada e uma dor de cabeça horrível. Ter visto Julia ontem foi um gatilho para mim. Todas as lembranças voltaram à minha mente, fazendo-me voltar ao passado e lembrar o quanto eu a amava. Mas, mesmo me recordando de tudo quando a vi no meu escritório, com seus olhos escuros encarando os meus, a raiva continuava aqui, em meu coração. Eu sempre defendi o perdão, é Bíblico, mas dessa vez eu fui falho. Eu já estava afundado no pecado, então, não perdoa-la não iria fazer diferença para mim.

À noite resolvi treinar boxe. Descontei toda a minha fúria no saco de pancadas. Senti toda a adrenalina do meu corpo se esvair conforme eu liberava a raiva, com toda ferocidade, naquela sala escura.

Tentei ao máximo não fazer isso, mas foi inevitável. Liguei para Helena a convidando para ir ao meu apartamento. Sem hesitar, tão rapidamente ela aceitou. Helena nunca rejeita o meu convite.

Quando menos percebi, a noite passou e já era manhã, em pleno feriado. Eu preferi passar uma noite com Helena do que me encontrar no hotel com Julia Henning. Mesmo sabendo que eu poderia ter evitado as duas.

Finalmente despertei no meio daquela cama bagunçada. O jantar que iria ter na casa de Anne Green invadiu meus pensamentos, me deixando ansioso. Eu sentia paz naquela mulher, o que me deixava confuso demais.

Peguei o meu celular para ver as notificações. "@annegreen aceitou a sua solicitação no Instagram", foi a única notificação que arrancou de mim uns sorrisos incontroláveis.

Quanto mais eu admirava as fotos de Anne no Instagram, mais eu percebia o quanto ela é linda. Mas eu sei que sua beleza não é só externa, por isso ela não seria mais uma que eu iria simplesmente me envolver e me afastar depois. Anne Green é diferente, ela não é qualquer mulher. Ela já foi a minha oração um dia.

Vesti uma roupa casual e saí do quarto, indo para a sala. Antes, a primeira coisa que eu fazia ao acordar era orar, hoje, a primeira coisa que eu faço é um café bem forte.

Marcos estava jogado no sofá da sala, mexendo no celular. Ele fazia da minha casa a casa dele, mas eu queria saber o que ele estava fazendo aqui a essa hora da manhã.

— Bom dia — fui direto para a cozinha, que tinha um balcão em divisão com a sala.

— Bom dia — Marcos respondeu. — Quando eu estava entrando, uma mulher estava saindo do apartamento.

— Era Helena, passou a noite aqui — respondi abrindo a porta do armário, procurando alguma coisa para comer.

— Ainda nessa, Isaque?

— Não consegui evitar, Mark. Eu precisava tirar Julia da minha cabeça — confessei, pegando um abacate e colocando-o sobre a mesa, próximo ao liquidificador.

— Eu já te dei conselhos sobre isso, então não vou insistir. Você já é bem grandinho.

— Obrigado pelos sábios conselhos — ironizei. — Mas não estou perdendo nada com isso — bati no liquidificador o abacate com whey, fazendo uma vitamina.

— Você acha que não está perdendo nada, mas pode apostar que está.

Despejei a vitamina em dois copos, oferecendo um a Marcos, que aceitou sem hesitar. Ele mantinha os olhos fixos no celular, provavelmente conversando com sua noiva.

— Cada dia que passa, a Mel fica mais ansiosa para o casamento — disse, vidrado no celular.

— Já vão marcar a data? — sentei no outro sofá para tomar a vitamina.

Liguei a TV para ver se estava passando alguma coisa útil para assistir, felizmente encontrei um jogo de basquete que despertou minha atenção.

— Por mim a gente casava amanhã — brincou. Não segurei a risada. — Mas ela quer tudo bem organizado, então vai demorar um pouco.

Marcos estava louco para tornar Melissa sua esposa, mas sabia esperar, respeitando os princípios que ambos seguiam. Mesmo que eu não dissesse, admirava isso nele.

— Boa sorte com essa espera — zombei. — Sinceramente, não sei como conseguiram resistir por tanto tempo.

Na verdade, eu sei como aguentaram, porque eles se fortaleciam na fé e em oração. Mas eu não conseguia mais acreditar nisso.

— Propósito e obediência — respondeu, deixando o celular de lado. — Ah, daqui a pouco elas chegam aqui.

Arqueei as sobrancelhas. Eu não convidei ninguém para vir ao meu apartamento.

— Elas, quem?

— Melissa e Gabi.

— Ah, não, cara... Gabi, não! — protestei ao perceber que ele estava trazendo Gabriela para o meu apartamento.

Ela estava completamente apaixonada por mim, mas eu não tinha o menor interesse em corresponder.

— O que foi? Vai ficar rejeitando a garota? Eu avisei que você acabaria machucando os sentimentos dela — ele se levantou do sofá, levando o copo até a pia. — E você sabe que eu e a Mel decidimos não ficar sozinhos em lugar nenhum, faz parte do nosso compromisso.

— Ela sempre soube que eu não sinto nada por ela, além de uma simples atração física — falei, sem tirar os olhos do jogo. — E, sinceramente, acho essa coisa de vocês não ficarem sozinhos uma besteira, mas respeito.

— Se eu fosse você, conversava com ela. Gabriela está perdidamente apaixonada por você — disse ele, agora com um copo de água na mão, voltando para o sofá. — E essa história de ser besteira... engraçado, você pensava diferente antes.

Balancei a cabeça, discordando, mas admitindo que ele tinha razão. Eu já tinha acreditado nisso, mas agora me parecia sem sentido.

— Vai logo tomar um banho, sua "namorada" já está chegando — ele provocou, rindo. Revirei os olhos, irritado.

— Nunca namoraria Gabi. Ela é superficial demais, só se preocupa com festas, gastar com coisas fúteis e exibir sua vida nas redes.

Gabriela, apesar de ser fisicamente agradável aos meus olhos, é uma mulher superficial que jamais me completaria.

— Eu queria te perguntar uma coisa — comentou, e eu já sabia sobre o que era.

— Pergunte.

— Eu te conheço desde que nasceu, e sei muito bem quando está mentindo, e eu percebi que você mentiu quando disse que não reconheceu Anne no campo missionário, na África.

Senti algo diferente em mim quando ele disse isso. Era estranho lembrar desse dia e, de repente, tê-la aqui perto de mim. Eu estava confuso, confesso, desde quando a vi pela segunda vez, entrando no meu escritório.

Contraí as mandíbulas querendo evitar todos os pensamentos sobre o passado. Por mais que eu me lembrasse do homem que eu era, quero dizer, do cristão que eu era, das orações que eu fazia e saber que, exatamente essa, se concretizou, sendo que eu sou um completo pecador que não mereço ter nenhuma oração respondida por Ele.

— Isaque? — Marcos chamou minha atenção. Arqueei uma sobrancelha, confuso. Eu queria contar para ele. Mark sempre foi o meu melhor amigo, um irmão para mim, e eu não iria conseguir esconder isso dele.

— Eu a reconheci — confessei.

— Eu sabia! — exclamou, com um sorriso triunfante. — Você olha de um jeito diferente pra ela, cara, é muito visível isso. Eu nunca te vi olhando assim nem pra Julia — comentou, ainda atônito, com um sorriso aberto nos lábios. — Está a fim dela?

— É estranho — ponderei, reflexivo. Eu não conseguia olhar para Marcos, apenas para o chão. — É confuso, Mark.

— Me conta, posso tentar te ajudar.

— Lembra do que ela contou, lá no restaurante, sobre aquela cena na África? — indaguei, ele assentiu com a cabeça. — Eu estava lá, Mark, vivendo tudo aquilo. Enquanto eu louvava, meus olhos encontraram uma garota loira de olhos azuis. Ela estava deslumbrante, adorando a Deus com tanto fervor que me comoveu. Eu não conseguia tirar os meus olhos dela. Eu fiquei tão impressionado com aquela garota que orei em meu íntimo: "Pai, se for da Tua vontade, faça dessa garota a minha esposa algum dia" — declarei, ainda olhando para o chão, tomado pelas lembranças. Marcos estava impressionado, com os olhos arregalados e sobrancelhas arqueadas. — Naquele mesmo dia, voltando para o acampamento que eu estava, um pastor veio até mim, dizendo: "Que bom que eu te encontrei, garoto. Eu estava olhando para você, de longe, e um versículo veio em meu coração e senti de te falar isso. O versículo está em Marcos 11.24. Leia e depois faça uma oração". Eu fiquei tão empolgado que corri para pegar a minha Bíblia e ler esse versículo, e quando eu li, senti meu coração disparar e a felicidade tomar conta de mim, só me lembrando daqueles olhos azuis, os mesmos que me encararam quando ela entrou no meu escritório.

— Meu Deus! — Marcos bradou. — Isaque, ela é a sua prometida, cara! — exclamou, levantando-se do sofá. — Deus respondeu a sua oração! Que história irada, mano! — ele estava descontrolado, impressionado com o que eu revelei. — Isaque, por favor, não está vendo que tudo está cooperando para você voltar para Cristo e ter a esposa que você tanto sonhou? Ela está do seu lado, cara, no mesmo escritório que você!

— Eu sei! — explodi, interrompendo sua empolgação. — Você acha que eu não penso nisso toda vez que a vejo? É justamente por isso que estou tão confuso, Marcos!

— Onde tem uma Bíblia aqui? — perguntou, procurando pela sala.

— Não tem.

— Você não tem uma Bíblia em casa? — questionou, incrédulo. Eu neguei com a cabeça.

Eu não conseguia mais acreditar nessas coisas, então não fazia sentido eu ter uma Bíblia em casa.

— Não.

Marcos pegou o celular dele e começou a mexer, certamente abrindo a Bíblia digital.

— ‭Portanto, eu digo: Tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim sucederá — disse Marcos, lendo pelo celular. Ele olhou para mim. — Marcos 11:24.

Revirei os olhos e suspirei.

— Anne é a resposta da sua oração — ele afirmou, dessa vez com seriedade. Meu coração foi a mil quilômetros por hora.

— Eu poderia ter sido o homem certo para ela, quem sabe antes. Mas hoje, Marcos, eu não consigo mais, não tenho nem forças pra isso — declarei, reflexivo.

— Forças para ser o homem certo para ela?

— Forças para ser um homem cristão.

Levantei do sofá, ainda reflexivo. Fui até a cozinha e peguei uma garrafa de whisky para beber. Peguei um copo no armário e coloquei a bebida nele. Não adiantava servir a Marcos porque ele repugnava bebida alcoólica.

Sentei no sofá novamente e levei o copo até a boca. Até sentir o cheiro travava a minha garganta, me dando ânsia. Eu odiava bebida alcoólica, e a última vez que bebi resultou em uma tragédia. Eu não ia conseguir tomar nem um gole, e só de olhar para a bebida estava me dando repugnância. Deixei o copo em cima da mesinha perto do sofá.

— Isaque, um dia você orou por ela. Tempos se passaram e você renunciou sua fé. Hoje, Deus trouxe-a para perto de você, te mostrando que Ele ouviu sua oração e que é do agrade dEle você tê-la como esposa, assim como você pediu a Ele e foi confirmado em oração. Deus te quer de volta, Isaque, Ele não se esqueceu de você.

As palavras de Marcos se entranharam profundamente na minha mente, ecoando com força. No entanto, meu coração permanecia endurecido, incapaz de se quebrantar diante dessa verdade. Eu sabia que o que ele dizia fazia sentido, mas algo dentro de mim ainda resistia. Era como se houvesse uma barreira que me impedia de aceitar aquilo que, aos olhos de todos, parecia tão claro.

Por mais que eu tentasse voltar, mais distante eu estava.

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