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Capítulo 11 | Paletó

Anne Green

— Essa é a melhor cafeteria da cidade — disse ele, levantando-se da cadeira com um movimento suave. As mãos permaneciam nos bolsos de sua calça social preta, enquanto ele caminhava em minha direção, seu olhar fixo em mim, porém relaxado.

— Acredito que ainda esteja quente — comentei, estendendo-lhe o copo de Mocaccino.

Ele aceitou o copo com um pequeno sorriso, destampando-o em um movimento rápido antes de tomar um gole. Sua expressão satisfeita me fez rir ao notar que uma fina camada de espuma branca ficou presa em seu lábio superior. Sem hesitar, ele passou a língua pelos lábios, limpando-se e soltando uma risada tímida.

— Está perfeito, obrigado — ele disse, com um sorriso discreto, antes de voltar ao seu assento. Enquanto ele se acomodava, eu me aproximei da minha mesa e deixei minha bolsa cuidadosamente sobre a bancada atrás da cadeira. Sentei-me, tentando organizar meus pensamentos, ajustando o notebook e os papéis.

— Vejo que você também pegou um — ele comentou, observando o copo em cima da mesa. Sua percepção era afiada, e eu me peguei sorrindo de leve.

— Fiquei curiosa pra ver se é realmente tão bom quanto dizem. Não tive tempo de olhar o menu com calma e acabei pegando o mesmo — respondi, tentando soar casual enquanto ligava o notebook e ajeitava as coisas sobre a mesa.

— Esse é o melhor, pode acreditar — ele afirmou com convicção, seus olhos brilhando com uma paixão por café que me divertia.

Ele parecia bem mais descontraído do que no dia anterior, menos sério. E, o melhor de tudo, estava sorrindo mais. Seu sorriso, de fato, era lindo, e eu me perguntei por que ele não sorria mais vezes.

— Você gosta tanto assim de café? — perguntei, tentando acompanhar o tom descontraído da conversa. Meu sorriso saiu mais natural do que esperava, e por um segundo me senti boba.

— Uma das melhores coisas da vida — ele respondeu, já deixando o copo vazio sobre a mesa. Fiquei surpresa ao perceber que ele havia terminado o café tão rápido. A velocidade com que ele consumia a bebida evidenciava o quanto ele era fã, o que explicava a cafeteira expresso atrás de sua mesa.

Ele se ajeitou na cadeira, voltando a atenção para o notebook. Seu cabelo castanho caía despreocupadamente sobre a testa, emoldurando seus olhos de um jeito que me prendeu a atenção por alguns segundos. A visão era agradável, e confesso que poderia observá-lo o dia todo sem me cansar. Mas, rapidamente, lembrei-me de que estava ali para trabalhar, não para me distrair.

Após alguns minutos de silêncio, Isaque pigarreou, chamando minha atenção de volta para ele.

— Você pode ir no Departamento Pessoal pegar uma pasta pra mim? Já deixaram separada lá — perguntou de maneira gentil, o que combinava com seu jeito mais descontraído de hoje.

— Claro, sem problemas — respondi prontamente.

Interrompi os cálculos em que estava concentrada e me levantei. Enquanto caminhava em direção à porta, senti seu olhar me acompanhando, o que me deixou levemente desconcertada, mas de um jeito agradável.

O corredor estava silencioso e vazio. Caminhei observando as portas até encontrar a placa do "Departamento Pessoal". Peguei a pasta que Isaque havia solicitado e, com ela em mãos, voltei pelo corredor na direção do escritório, sentindo a calma daquele breve momento de solidão.

A porta estava entreaberta quando me aproximei. Alguém havia entrado e esquecido de fechá-la completamente. Assim que coloquei a mão na maçaneta para entrar, a pasta escorregou dos meus dedos e as folhas se espalharam pelo chão. Agachei-me rapidamente para recolher os papéis, pegando um por um, tentando ser o mais discreta possível. No entanto, foi inevitável ouvir a conversa que acontecia lá dentro.

— Quando ela chegar aqui, por favor, Isaque, não faça besteira — disse Marcos, em um tom sério, quase paternal.

— Você acha que eu quero alguma coisa com ela? — Isaque respondeu com uma leve incredulidade na voz.

— Eu não duvido que você perca o juízo e tente se aproximar de novo — retrucou Marcos. — E do jeito que ela gosta de chamar atenção, é bem provável que ela venha atrás de você.

O tom de Isaque mudou, ficando mais duro e carregado de frustração.

— Eu já disse que não tem perdão para ela! — Sua voz transbordava raiva. — O que ela fez não tem perdão.

— Mas a carne é fraca, e você não está fortalecido em Deus. Tem que ter cuidado para não cair em mais uma cilada — Marcos aconselhou com calma, como se quisesse apaziguar os ânimos.

— Eu não sinto mais nada por ela, não se preocupe. Nem amor, nem desejo, nem atração — Isaque respondeu com firmeza.

— Você precisa de uma mulher cristã, que te aproxime de Deus, irmão. Não de alguém que te faça se desviar ainda mais — disse Marcos, sua voz serena, mas carregada de convicção.

Enquanto eles conversavam, terminei de recolher os papéis o mais rápido que pude. Não queria que Isaque notasse que a pasta estava uma bagunça, então fiz o meu melhor para arrumar as folhas. Mesmo assim, as palavras de Isaque ecoavam na minha mente. Ele estava furioso com alguém, mas quem? E por quê? Tentei não deixar isso me afetar, precisava me manter focada.

— Eu não quero me envolver com ninguém, já disse várias vezes que estou bem sozinho — Isaque afirmou, agora com a voz mais controlada.

— E Gabi? Você parou de ficar com ela? — Marcos questionou, sem rodeios.

— Gabi é só um lance, nada sério.

— Mas ela é louca por você, Isaque. Você vai acabar machucando-a, e você nunca foi o tipo de cara que fere os sentimentos de alguém.

— Quem eu era, já passou. E ela sabe que eu não quero nada sério. Ela não é uma criança, nem ingênua.

Marcos suspirou, resignado.

— Só te digo uma coisa: abra seus olhos enquanto ainda há tempo. Você tem um chamado, e está desperdiçando por pura rebeldia. Pare de se distrair com essas mulheres e comece a lembrar de quem você era, um homem temente a Deus.

Nesse momento, Isaque ficou em silêncio. Não conseguia ouvir mais nada da parte dele. A atmosfera estava tensa. Finalizei a organização dos papéis e, finalmente, entrei na sala, tentando não fazer barulho. Ambos olharam para mim, surpresos com minha presença.

— Desculpa interromper — murmurei, apertando os lábios.

— Você sempre será bem-vinda, Anne. Só estava tentando abrir os olhos desse teimoso — disse Marcos, levantando-se da cadeira onde estava sentado, que eu reconheci como a minha.

Isaque revirou os olhos, jogando o corpo para trás na cadeira, sua postura agora relaxada, mas claramente impaciente.

— Aqui está a pasta — coloquei-a em cima da mesa dele. Ele a encarou, mexendo distraidamente na caneta que segurava, como se estivesse perdido em pensamentos.

— Ela vai chegar depois da reunião, provavelmente — Marcos comentou, caminhando em direção à porta.

— Se ela quiser falar comigo, diga que não estou aqui — Isaque murmurou, irritado.

— Eu não vou mentir, Isaque. Encare-a e seja homem — respondeu Marcos, antes de sair e fechar a porta atrás de si.

O ambiente na sala mudou instantaneamente. O sorriso leve que Isaque havia mostrado antes desapareceu, e ele parecia ter se fechado novamente, voltando à sua expressão mais séria e distante. Eu não me atrevi a puxar assunto, preferindo mergulhar no trabalho em silêncio, sentindo a tensão que agora pairava entre nós.

Algumas horas haviam passado, e a manhã ainda avançava devagar quando alguém bateu na porta. Isaque, sem se mover, destravou-a usando o controle remoto em sua mesa. Para minha surpresa, uma garota com traços parecidos com os dele entrou, irradiando energia.

— Bom dia! — exclamou com um grande sorriso no rosto. — Anne! — Ela veio em minha direção, abrindo os braços para me dar um abraço caloroso. Retribuí o gesto, feliz em vê-la. Enquanto isso, Isaque apenas observava a cena, parecendo um tanto confuso.

— Não sabia que vocês eram amigas — comentou, franzindo a testa.

— Ela é minha líder, esqueceu? — Esther sorriu para o irmão, com aquela expressão leve e carinhosa de sempre. — Fiquei tão feliz de saber que você está trabalhando aqui, Anne, mas confesso que lamento um pouco você ter que trabalhar no escritório do meu irmão.

— Por que será que todos me dizem a mesma coisa? — zombei, fingindo uma expressão pensativa. Isaque, do outro lado da sala, balançou a cabeça, em negação.

— Porque nenhum deles tem bom senso — ele disse com um ar de provocação, jogando a caneta sobre a mesa de forma despreocupada.

— E desde quando você tem bom senso, irmão? — Esther retrucou, com um toque de ironia, enquanto se dirigia para sua mesa. — Acho que, com o tempo, você vai se acostumar a lidar com ele, Anne. Mas não se preocupe, vou orar muito por isso. Você vai precisar de muita oração! — rimos juntas, e Isaque revirou os olhos, impaciente.

— Se a oração funcionar, você terá sorte — ele disse, zombando.

Eu me virei para ele, decidida a não deixar passar.

— A oração de um justo é poderosa e eficaz — retruquei, olhando diretamente em seus olhos, desafiando-o, mesmo com a distância entre nós.

Isaque soltou uma risada curta, sarcástica, antes de responder:

— Infelizmente, nem sempre funciona.

— Comigo sempre funcionou — devolvi, mantendo o olhar firme.

Ele estava prestes a falar algo mais, mas Esther interveio, levantando as mãos, como se tentasse dissipar qualquer possível discussão.

— Gente, não vim aqui para trazer discórdia. Vamos manter a paz, por favor — ela disse, rindo. — Só passei para avisar que a sala de reunião já está pronta. Estamos esperando por vocês.

— Estamos indo — Isaque respondeu, começando a organizar os papéis e ajeitar a mesa.

Antes de sair, Esther lançou um último comentário brincalhão em minha direção, abaixando a voz como se fosse um segredo.

— Eu já disse que lamento por você estar no escritório do meu irmão? — sussurrou, fazendo-me rir mais uma vez.

— Não liga pra ela, é doida — Isaque girou o dedo perto da cabeça, enfatizando a brincadeira, o que fez Esther suspirar teatralmente, revirando os olhos.

— Sua sorte é que sou pacífica — disse Esther, saindo da sala com um sorriso, deixando a porta encostada atrás de si.

Isaque me olhou de relance, aparentemente indiferente à última troca de provocações. O clima leve que Esther havia trazido permaneceu no ar, e, pela primeira vez em dias, senti uma pequena faísca de esperança de que trabalhar com ele talvez não fosse tão complicado assim.

— Vamos? Sua primeira reunião na empresa — comentou Isaque, levantando-se da cadeira com uma postura firme, enquanto seus olhos me avaliavam de soslaio.

— Nervosa, mas estou bem — confessei, sem conseguir esconder a ansiedade. Era minha primeira reunião, e a pressão de estar à altura me deixava inquieta. Só esperava, sinceramente, não precisar falar nada hoje. — Os investidores estarão lá?

— Hoje, não. É só uma reunião de alinhamento entre os setores. A próxima será com os investidores, os sócios, e com o Sr. Jean Campbell — ele disse, mencionando seu pai de maneira casual, mas com um certo respeito na voz.

Enquanto ele se preparava para sair, vestindo um paletó preto que combinava perfeitamente com a calça social que já usava, não pude deixar de admirá-lo. Isaque, naquele terno, parecia ainda mais imponente, sua figura preenchendo o espaço com uma presença quase intimidante. Ele ajeitou as mangas com um movimento tranquilo, mas então, notando meu olhar fixo, nossos olhos se encontraram. Fiquei estática, surpresa por ter sido pega em flagrante.

— Ficou bom? — perguntou ele, a voz baixa, quase provocante, como se estivesse consciente da impressão que causava. Meus olhos piscaram rapidamente enquanto eu tentava disfarçar o constrangimento de ter sido pega admirando-o.

— O quê? — murmurei, envergonhada, desviando o olhar por um segundo.

— O paletó — ele sorriu, um sorriso que iluminava seu rosto de uma maneira quase irresistível.

— S-sim — gaguejei, tentando encontrar uma resposta que não soasse como um elogio direto. — Ficou... combinando.

— Combinando? — ele repetiu, franzindo o cenho, como se saboreasse a palavra antes de agradecer. — Obrigado.

"Combinando" definitivamente não era a palavra que eu queria usar, mas no momento era o máximo que minha mente nervosa conseguiu processar.

Levantei da cadeira rapidamente, tentando disfarçar o rubor que sentia subir pelas minhas bochechas. Ajeitei meu blazer, e, aproveitando a tela do celular, chequei o batom e o cabelo, buscando qualquer distração para acalmar meus nervos. Não podia me dar ao luxo de parecer desleixada.

— Está bonita — disse Isaque de repente, sua voz suave, mas certeira.

Senti meu coração pular uma batida. Ele acabara de me elogiar? Assim, sem mais nem menos?

— Obrigada — respondi, a voz fraca, sem coragem de encará-lo. Sentia o calor nas minhas bochechas aumentar, denunciando o que eu tentava esconder.

— Mais bonitas estão suas bochechas — provocou ele, saindo de trás da mesa e se aproximando. A distância entre nós diminuiu, e ele sorriu de uma maneira irresistível. — Cerejinha.

Lá estava, o apelido de novo. "Cerejinha". Eu sabia que deveria pedir para ele parar, mas a maneira como a palavra saía de seus lábios me cativava de um jeito que eu não conseguia explicar. Não era o apelido, era a forma como ele o dizia, com um carinho que me desarmava por completo.

Quando finalmente consegui reunir coragem para olhá-lo, vi que ele me observava atentamente, seus olhos percorrendo cada detalhe, como se quisesse decifrar minhas reações.

— É algo natural, sabe? Elas ficam assim com frequência — tentei justificar, mentindo descaradamente para mascarar o embaraço que sentia. Sabia que ele não acreditava, mas era a única coisa que consegui pensar para manter algum controle da situação.

— Sei... — ele respondeu, com um meio sorriso que dizia o contrário, enquanto se dirigia à porta. No entanto, ele não saiu, apenas ficou ali, me esperando, o que só aumentou minha timidez.

Caminhei até ele, sentindo o peso da expectativa no ar. Quando me aproximei, senti o coração disparar ao notar sua mão se estendendo em direção ao meu rosto. Ele tocou suavemente em minha orelha, ajustando meu brinco com uma delicadeza que me arrepiou.

— Estava torto — comentou, mas seus olhos estavam presos aos meus. O toque dele, ainda que breve, parecia ter o poder de me deixar sem fala. Seus dedos deslizaram até uma mecha do meu cabelo, que ele cuidadosamente colocou atrás da minha orelha, enquanto um sorriso discreto surgia em seus lábios.

Fiquei paralisada, o calor subindo pelo meu rosto de novo, sem saber como reagir. Ele pigarreou, afastando-se ligeiramente, como se quisesse romper aquele momento de tensão.

— Vamos? — perguntei, mordiscando os lábios, tentando controlar o embaraço que me consumia.

Isaque abriu a porta e, em silêncio, saímos lado a lado pelo corredor, sem coragem de puxar assunto, mas conscientes da nova tensão que existia entre nós.

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