Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 10 | Gocce di Caffè

Anne Green

— Você vai se atrasar logo no segundo dia, querida? — gritou minha mãe ao entrar no quarto, puxando as cortinas e deixando a luz invadir o ambiente.

Instintivamente, apertei os olhos e cobri-os com a mão, tentando me proteger da claridade repentina. Quando finalmente consegui me acostumar, espreguicei-me e olhei para minha mãe, que estava com um cesto de roupas sujas, recolhendo mais peças da cadeira da escrivaninha para lavar.

— Que horas são? Meu celular não tocou — perguntei, ainda com a voz rouca de sono, enquanto sentia Molly, minha bolinha de pelos, se esfregando nos meus pés. Ela sempre dormia comigo, mesmo tendo sua própria caminha bem ao lado da minha.

— São 6:30 — respondeu minha mãe, e eu pulei da cama tão rápido que fiquei tonta. Estava atrasada! Precisava sair de casa às 7h, e mal teria tempo de tomar café. — Achei estranho você ainda não ter descido, mas imaginei que estivesse se arrumando aqui.

— Nem ouvi o despertador! Deus te mandou aqui, senão estaria dormindo até agora — falei enquanto corria para o banheiro, já sabendo que não teria tempo para um banho.

— Te espero lá embaixo. Pelo menos toma um café rápido — disse minha mãe, fechando a porta.

Fiz minha higiene, vesti uma roupa social, coloquei os saltos e ondulei os cabelos. Fiquei na dúvida sobre a maquiagem, mas optei por algo discreto, com tons neutros. Quando estava prestes a sair do quarto, Molly bloqueou a porta, latindo sem parar. Seus potes de água e ração estavam cheios, então não era fome. Quase me irritando com seus latidos insistentes, me lembrei: eu ainda não havia orado.

Voltei, ajoelhei-me na cama e comecei uma oração rápida, mas logo percebi que não podia apressar esse momento. Eu estava falando com o Dono do tempo, então não fazia sentido orar com pressa. Decidi dar a Deus toda a prioridade que Ele merecia.

Ao terminar, um versículo veio à minha mente: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês”. Mateus 6:33. Era a confirmação de que eu não poderia abrir mão da minha prioridade.

Agora sim, Molly me deixou sair do quarto. Desci as escadas correndo, cumprimentei meus pais rapidamente na cozinha e fui direto para o hall pegar minha bolsa. O relógio no meu pulso marcava 6:58. Eu tinha que estar na empresa às 7:30, mas o trânsito não ajudaria, então precisava sair imediatamente.

Apesar das insistências dos meus pais para que eu tomasse um café com o bolo de leite que minha mãe fez na noite anterior, pedi que ela embrulhasse um pedaço para eu comer mais tarde.

Coloquei a bolsa no banco do carona, liguei o carro e, antes de sair, meu celular tocou. Olhei para a tela com as sobrancelhas franzidas, mas logo senti meu coração acelerar ao ver quem era.

— Bom dia! Já está a caminho? — a voz dele estava rouca, mas estranhamente reconfortante.

— Estou saindo agora. Alguma coisa?

— Será que você poderia passar na cafeteria Gocce Di Caffè, que é no seu caminho, e pegar um café pra mim? Se não for incômodo.

Arqueei as sobrancelhas com o pedido. Eu sou assistente financeira, não dele. Mas, como era no caminho, não custava nada. O que me intrigava era a maneira como ele parecia tentar criar intimidade. Ontem, me chamou de “cerejinha”. Hoje, estava me ligando às 7h da manhã para pedir um café. Interessante.

Tudo bem — respondi. — Alguma preferência?

— Mocaccino. Posso te transferir o dinheiro. Qual é seu Pix?

— Não precisa — respondi, tentando ser gentil.

— Sério, vou te mandar o Pix — insistiu, mas não queria aceitar.

— Só um café, então?

— Isso.

— Ok, estou indo — finalizei.

Após desligar, dei partida no carro e segui para a cafeteria. Quando cheguei lá, senti um par de olhos me observando. Ao virar, vi Daniel, segurando dois copos de café.

— Bom dia! — Cumprimentou com um sorriso largo. — Você também gosta do café daqui?

— Bom dia! Na verdade, o Isaque me pediu para passar e pegar um pra ele — respondi, ainda surpresa com o pedido.

Ele ergueu as sobrancelhas, incrédulo.

— Segundo dia e ele já te mandou comprar o café, aqui, na cafeteria favorita dele? — Perguntou, como se fosse algo extraordinário.

— Sim, por quê?

— Porque o Isaque é extremamente exigente com café. Não deixa ninguém comprar pra ele, só ele mesmo — explicou, tirando o celular do bolso. — Ele sempre checa se a temperatura está perfeita, nem quente demais, nem morna. Sério, ele é um verdadeiro viciado em café.

Ri do jeito como Daniel falou, mas levei um susto ao olhar no relógio e ver que já eram 7h20. Nem percebi o tempo passar.

— Dan, estou atrasada! — exclamei em pânico. — Preciso pedir logo o café! — corri até o balcão.

Aguardei impaciente, tentando manter a calma. Logo uma atendente jovem, visivelmente mais nova que eu, apareceu com toda a tranquilidade do mundo para me atender.

— Dois mocaccinos e um croissant de chocolate com morangos, por favor — pedi rapidamente. Ela assentiu, caminhando com calma para preparar o pedido.

Enquanto esperava, comecei a balançar as pernas de ansiedade, já antecipando o que Isaque diria sobre meu atraso.

— Relaxa, Anne, foi ele quem te pediu pra vir aqui. Ele sabe que demora — disse Daniel, colocando a mão sobre meu ombro, tentando me acalmar.

— Só não quero problemas — murmurei.

— E não vai ter — respondeu com suavidade, encarando-me nos olhos.

Notei, naquele olhar brilhante, o mesmo carinho que ele me dedicava nos tempos da faculdade. Daniel gostava de mim mais do que como amiga, e agora eu me perguntava se aqueles sentimentos estavam voltando. Mas, infelizmente, eu não sentia o mesmo e não queria alimentá-los.

Desviei o olhar e pigarreei.

— Obrigada.

A atendente colocou o pedido sobre o balcão e finalizei o pagamento. Agradeci rapidamente e caminhamos até a saída.

— Nos vemos na empresa — despediu-se Daniel com um sorriso contido.

Entrei no carro e, sem hesitar, acelerei. O tempo era curto e eu já estava atrasada.

Estacionei no espaço reservado aos funcionários e avistei a Maserati de Isaque. Olhei no relógio: 7h45. Quinze minutos atrasada. A ansiedade me dominava.

O croissant que eu tinha devorado no carro já me salvava da fome naquele momento, senão a situação seria pior.

Peguei o elevador e, para minha surpresa, lá estava Gabi, com uma pasta em uma mão e o celular na outra.

— Chegando só agora? — perguntou, com seu tom falsamente amistoso. O desdém no rosto dela era inconfundível.

— Sim — respondi de forma breve, sem vontade de prolongar a conversa.

— Isaque não gosta de atrasos — soltou uma risadinha sarcástica.

"Eu não te perguntei", pensei.

— Não precisa se preocupar, ele mesmo pediu para eu buscar o café dele — rebati, enquanto ela lançava um olhar fulminante para os copos que eu segurava.

Chegamos ao andar e saímos sem trocar mais nenhuma palavra. O ciúme estava evidente no rosto dela, ao saber que Isaque confiava em mim para buscar seu café.

Respirei fundo, engoli a ansiedade e encostei meu cartão de acesso na fechadura digital. A porta destravou com um clique suave. Entrei com passos hesitantes.

Os olhos cor de mel de Isaque encontraram os meus, e um pequeno, quase imperceptível, sorriso desenhou-se em seus lábios perfeitamente esculpidos. Ele não estava nem um pouco irritado, ao contrário do que eu temia.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro