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Capítulo 09 | Sorriso Bobo

Anne Green

Tudo parecia tranquilo. Sozinha na sala, ajustei o ar-condicionado à temperatura perfeita e me preparei com uma xícara de café antes de voltar às planilhas. A mesa de Isaque chamava atenção pela organização impecável, com todos os objetos simetricamente alinhados, como se ele tivesse uma obsessão por ordem.

O silêncio acolhedor foi interrompido pelo som da porta abrindo. Eram Sara e Daniel, rindo de algo que discutiam antes de entrar.

— Acho que seremos amigas — disse Sara, acomodando-se casualmente na cadeira de Isaque. Daniel sentou-se na ponta da mesa, distraído, brincando com uma caneta.

Surpresa pela chegada repentina, lancei um sorriso amistoso.

— Estávamos falando sobre os estudos dela para o exame da Ordem — explicou Daniel, alternando o olhar entre Sara e eu.

— Que ótimo! — respondi, animada. — Ansiosa?

— Sim e não — ela respondeu com um ar pensativo. — Ao mesmo tempo que quero ser uma advogada reconhecida, às vezes tenho vontade de seguir uma carreira completamente diferente.

— Totalmente diferente, mesmo — brincou Daniel.

— Sério? O quê? — perguntei, intrigada.

— Design de interiores — respondeu Sara, apertando os lábios.

— Essa profissão é fascinante! — exclamei, surpresa com a revelação.

Apesar da afirmação, era difícil imaginar Sara como designer. Sua presença e jeito sempre pareceram mais adequados ao papel de advogada.

— Engraçado, né? — ela continuou. — Mas acho que todos aqui têm uma profissão dos sonhos que nunca tiveram coragem de seguir. Descobrimos isso numa viagem a trabalho no Japão.

— Espera aí — interrompi, gesticulando para que ela explicasse melhor. — Vocês viajam pela empresa?

— De vez em quando — respondeu Daniel. — Normalmente, sócios, CEO e pessoal do marketing viajam para negociar acordos internacionais. Mas às vezes, em casos específicos, as equipes de finanças, jurídica e outras também são convocadas.

— E por quê? — perguntei.

— Algumas negociações exigem a presença de representantes de cada setor, especialmente quando o acordo é complexo. Geralmente fazemos isso por videoconferência, mas há situações que pedem nossa presença física — explicou Daniel. — A boa notícia é que tudo é bancado pela empresa, e sempre conseguimos tirar um tempo para explorar a cidade.

— Você vai adorar, Anne — Sara comentou, batendo levemente o lápis na mão. — A empresa sempre nos hospeda em hotéis de luxo, escolhidos a dedo pelo Sr. Jean. Ele é um líder humilde, apesar de tudo. Mesmo com a empresa valendo milhões, ele continua simples e generoso com os colaboradores.

— Sim, ele também é o pastor da minha igreja — acrescentei. — Sempre humilde. Mas já sabem quando será a próxima viagem?

— Ainda não — disse Sara. — Estão fechando novos contratos primeiro.

Assenti, refletindo sobre tudo, até que Daniel interrompeu meus pensamentos.

— Se acostume com Isaque, porque logo ele será promovido.

— Promovido? — perguntei surpresa.

— Sim, a CEO da empresa — respondeu Daniel, enquanto eu erguia as sobrancelhas. Era óbvio, afinal, a empresa é do pai dele. — Ele está sendo preparado para isso. Faz cursos, participa de reuniões estratégicas e já assume alguns riscos.

— Mas isso não vai acontecer tão cedo — completou Sara. — O Sr. Jean vai assumir uma filial em outro estado, enquanto o filho mais velho tomará o comando daqui.

Agora tudo fazia sentido. O pastor Jean já havia mencionado que assumiria uma nova igreja em outro estado e que meu pai seria convidado a ocupar seu lugar como presidente.

— Mas, mudando de assunto, como está a Layla? Faz um bom tempo que não a vejo — perguntou Daniel.

Meu celular vibrou novamente sobre a mesa, era o mesmo número que tinha tentado contato há pouco. Eu não estava com disposição para responder. Suspirei, bloqueei a tela e voltei à conversa.

— Acabei de vê-la, está bem — respondi. — E você, quando vai aparecer lá na igreja? Teremos um congresso no próximo mês, na Flórida. Sei que você adora congressos, seria ótimo se fosse — sugeri, com uma empolgação que esperava um "sim" imediato. — E, claro, Sara também deveria ir.

— Me passa seu contato, vou querer ir sim — disse ele, pegando o celular no bolso. — E me avisa quando você estiver na igreja, prometo que farei uma visita.

Compartilhei meu número e, no embalo, Sara também salvou meu contato.

— E você, Sara, vai? — perguntou Daniel, olhando para ela.

— Micael não iria gostar... — respondeu, seu tom mostrando hesitação, enquanto o olhar se tornava levemente reprimido. Mas algo em sua expressão revelava que ela queria, sim, participar.

— Ele manda em você agora? — indagou Daniel, com um toque de firmeza.

— Você sabe como é a nossa relação — ela respondeu, desviando o olhar.

— Quantos dias serão, Anne? — Daniel voltou-se para mim.

— Sairemos na sexta e voltamos no domingo — expliquei. Ele assentiu e voltou-se novamente para Sara.

— Diga a ele que você vai ao congresso, três dias fora. Se ele quiser ir, que vá, mas se não, que ao menos não te impeça.

— Não é tão simples assim, Dan — respondeu ela, sua voz carregando uma insegurança palpável.

— Por que ele não gostaria que você fosse? — perguntei, sentindo a curiosidade tomar conta. Sara pareceu perdida em pensamentos por um instante, antes que Daniel, impaciente, tomasse a frente:

— Ele é ciumento, possessivo — declarou Daniel, sem rodeios. Os olhos de Sara estreitaram-se em resposta. — Tem ciúmes de mim e de Isaque, só não implica com o Marcos porque ele está noivo.

— Dan! — ela o repreendeu.

— Ué, não disse que queria ser amiga da Anne? Por que eu não posso falar a verdade? Você sabe que não gosto dele, aliás, ninguém gosta — disparou, sem pudor. Sara revirou os olhos e suspirou, sem sequer tentar defender Micael. Ficou em silêncio.

— E vocês se conhecem há quanto tempo? — perguntei, tentando suavizar a conversa.

— Crescemos juntos — respondeu Daniel. — Mas ela nunca ouve meus conselhos.

— O amor fala mais alto, Dan — comentei com um sorriso discreto. Ele balançou a cabeça em desaprovação.

— Infelizmente, nem sempre amamos a pessoa certa. Por isso, prefiro evitar me envolver em relacionamentos complicados.

Daniel me lançou um olhar curioso, como se quisesse entender melhor minha perspectiva.

— Antes de qualquer coisa, é preciso conhecer bem a pessoa, ver como ela trata os outros, seu caráter, sua fé... vocês não acham? — questionou Daniel. Sara concordou com um aceno de cabeça.

— Exatamente — concordei. — Sempre falo isso aos jovens da igreja. Eles me pedem conselhos sobre como saber se estão com a pessoa certa, e minha resposta é sempre a mesma: busquem a direção de Deus, como na história de Isaque e Rebeca.

— Falando em Isaque, da Bíblia, o nosso Isaque é um exemplo interessante — começou Sara, atraindo nossa atenção. — Ele sempre dizia que esperava pela mulher certa que Deus estava preparando. Nunca foi de ficar com várias garotas, sempre muito correto. Mas uma mulher entrou na vida dele e o deixou perdidamente apaixonado. Ela se dizia cristã, ia com ele à igreja, mas ninguém aprovava o relacionamento. Nem mesmo os pais dele. Isaque começou a fazer tudo por ela, até se afastar da vontade de Deus. Chegou a quase morar com ela, mas, um dia, ela mostrou sua verdadeira face e o machucou profundamente.

— Traição — completou Daniel, seco. — Consequência de desobediência a Deus.

— Agora ele diz que nunca mais confia em ninguém, muito menos quer se casar. Mas eu acredito que, um dia, sua fé será restaurada — comentou Sara, passando os dedos pelo crachá.

— Que triste... ninguém merece passar por isso — lamentei, realmente surpresa. Eu sabia que ele tinha terminado um relacionamento, mas não imaginava que tivesse sido tão doloroso. Muita gente na igreja o julga sem realmente saber o que ele passou. Só o chamam de "ovelha perdida", mas não têm ideia do peso que ele carrega.

— Como eu disse, desobediência — Daniel repetiu, se afastando da mesa.

Meu celular vibrou novamente, o mesmo número. Bloqueei a tela de novo, ignorando a insistência. Não estava pronta para lidar com isso agora.

— Vamos trabalhar! — Sara anunciou, levantando-se da cadeira. — Daniel vai ficar no lugar de Isaque e te ensinar a usar o sistema, Anne. Qualquer coisa, estarei no meu escritório. — E com isso, ela saiu.

Agora só restávamos eu e Daniel na sala, mas a atmosfera era tranquila, confortável. Já nos conhecíamos há algum tempo, e era bom ter alguém próximo em um ambiente tão grande e formal como a empresa. Isso me permitia relaxar mais ao lado dele.

— Cuidado com a Gabi — ele soltou após um tempo, enquanto estávamos concentrados no computador. Eu o encarei e ele continuou: — Ela é apaixonada por Isaque e não suporta vê-lo perto de outra mulher. Agora que você trabalha no mesmo escritório que ele, ela vai ficar de olho em você.

Levantei as sobrancelhas, mas acabei rindo da situação. Ela não me intimidava.

— Esse ciúmes já caiu por terra — brinquei, e Daniel riu.

Ele seguiu me ensinando sobre os sistemas da empresa, e nossa conversa fluiu de forma leve, relembrando momentos da faculdade. Ele me arrancou várias risadas, e o trabalho ficou bem mais divertido. Marcos tinha razão quando disse que seria melhor trabalhar com Daniel ou Sara. Eles tinham um jeito descontraído, diferente de Isaque, que, por sinal, de repente, me mandou mensagens no WhatsApp:

Isaque: Organiza as pastas que estão no arquivo ‘pendências’, por favor. Veja as que estão carimbadas e envia por e-mail para o setor jurídico. E as que não estão carimbadas, imprime e entrega à Sara.

Anne: Certo.

Isaque: Amanhã teremos reunião com a equipe de finanças e contabilidade, e à tarde você pode trabalhar de casa. Se precisar de ajuda, pode entrar em contato comigo por aqui ou por ligação.

Anne: Tudo bem.

Abri um sorriso ao ler. Trabalhar em casa à tarde era perfeito, e com o feriado logo depois, o timing não poderia ser melhor.

Mais uma notificação:

Isaque: Está tudo bem por aí? Está aprendendo a usar os sistemas?

Meu coração deu um salto. Ele realmente estava se preocupando com o meu desempenho no trabalho.

Anne: Sim, Daniel está me ajudando!

Isaque: Perfeito!

Veio a resposta rápida de Isaque pelo WhatsApp.

Fiquei sem saber o que responder e também não queria apelar para emojis ou figurinhas.

— E esse sorriso bobo aí? — Daniel perguntou, me tirando dos meus pensamentos. Fechei o sorriso que nem tinha percebido e bloqueei a tela do celular.

— Nada demais — respondi de forma simples. Voltei a focar no notebook, enquanto Daniel continuava a me ensinar os sistemas da empresa.

O outro número continuava mandando mensagens, mas, depois de tudo o que ele fez, eu não queria respondê-lo, não agora. Talvez um dia eu o perdoe, mas ainda não estava pronta para isso.

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