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Capítulo 01 | Sala 030

Anne Green

A chuva caía como no dia anterior, escorrendo pelos vidros do quarto, enquanto o frio se espalhava pelo ambiente. O cobertor de lã era minha única fonte de calor naquele início de manhã. A ansiedade pelo primeiro dia na nova empresa já me dominava. Acordar às seis da manhã seria um verdadeiro desafio, já que nunca fui fã de acordar cedo. No entanto, sou grata a Deus por ter usado o pastor Jean para me abrir essa porta. Trabalhar em uma empresa tão renomada e de grande porte é uma oportunidade incrível, e eu estou determinada a dar o meu melhor para crescer profissionalmente.

Ainda deitada, com os olhos semicerrados voltados para o teto, comecei a repassar mentalmente as metas que havia anotado na minha agenda para este ano:

Me aproximar mais de Jesus.
• Ler a Bíblia diariamente.
• Fortalecer o ministério de jovens.
• Alcançar uma promoção no trabalho.
• Não me apaixonar.

A última vez que me apaixonei, minhas prioridades ficaram de cabeça para baixo. Dei mais atenção à pessoa errada do que à Pessoa certa — Deus. Com o tempo, Ele me fez entender que aquele relacionamento não era para mim. Descobri tantas coisas erradas sobre aquela pessoa que passei uma semana inteira agradecendo a Deus pelo livramento.

Minha rotina a partir de agora seria bem clara: ao acordar, começar o dia com uma oração, agradecendo e entregando meus planos a Deus; depois seguir para a rotina do banheiro, me vestir, tomar café com meus pais e, por fim, ir para o trabalho.

Assim que terminei de me arrumar, desci as escadas tentando ouvir a conversa dos meus pais na cozinha. Ouvi minha mãe mencionar meu nome, mas não consegui captar o restante da conversa. No último degrau, fui surpreendida pelos latidos finos de Molly, nossa cachorrinha, que quebrou meu silêncio e denunciou minha presença.

— Molly! — Sussurrei, colocando o dedo indicador nos lábios, pedindo silêncio, sem sucesso. — Shhhh!

— Talvez ela esteja reclamando porque você a deixou dormir fora do seu quarto — disse minha mãe, vindo em minha direção, enquanto acariciava Molly, que logo se acalmou, balançando o rabo.

— Cheguei tão cansada ontem que acabei esquecendo dela — expliquei, estalando os dedos para que Molly viesse até mim, mas ela preferiu continuar com minha mãe. — Bom dia, mãe!

— Bom dia, filha! — Minha mãe se levantou e Molly correu pela casa. — Estamos te esperando para o café.

— Bom dia, princesa! — Meu pai disse com carinho, enquanto colocava algumas panquecas no prato.

Meu pai sempre foi atencioso e presente em minha vida, um verdadeiro conselheiro, sábio e protetor. Ele é o tipo de homem que, desde a minha infância, me ensinou como eu deveria ser tratada por um futuro esposo. Sempre comento com minha mãe o quanto ela foi abençoada por tê-lo como marido. Eu admiro muito o casamento deles.

Depois de cumprimentá-lo e me sentar à mesa, percebi que meus pais pareciam querer falar algo, mas hesitavam. A atmosfera ficou um pouco tensa até que, após alguns segundos de silêncio, meu pai finalmente falou:

— Estava pensando em convidar o pastor Jean e a família para jantarem aqui em casa, como forma de agradecimento pela oportunidade que ele te deu na empresa.

Olhei para minha mãe, que me lançou um sorriso, deixando claro que os dois haviam planejado isso juntos.

— Já agradeci a ele na igreja, não vejo necessidade de chamá-los aqui — respondi, tentando evitar o convite.

— Anne! — Minha mãe interveio. — Onde está sua hospitalidade?

— Se convidarmos o pastor Jean, virá toda a família dele. Acho que não é necessário — insisti.

— Já somos pastores na igreja que ele fundou há um ano. Está mais do que na hora de convidá-los — meu pai argumentou, levando um pedaço de panqueca doce à boca.

— Seria uma boa oportunidade para conhecermos o filho dele — minha mãe comentou, com um sorriso travesso.

— Eu não tenho interesse em conhecê-lo — rebati imediatamente.

A conversa prosseguiu, com meus pais insistindo na ideia de convidar a família do pastor para um jantar, enquanto eu tentava, em vão, convencê-los do contrário. Antes que percebesse, o tempo havia passado rápido demais, e eu precisei interromper a discussão para correr, pois já estava atrasada para o meu primeiro dia de trabalho.

Me despedi dos meus pais e da Molly, peguei minha bolsa no hall e abri a porta. A chuva havia dado lugar a um sol tímido que surgia entre as nuvens. Assim que fechei a porta, ouvi uma voz familiar me chamando de longe:

— Anne! — Era Layla, correndo pelo jardim. — Vim te desejar boa sorte! — disse, ofegante, com as mãos apoiadas nos joelhos.

— Veio até aqui só pra me desejar boa sorte? — perguntei, desconfiada, arqueando as sobrancelhas. — Eu te conheço. Fala logo o que está aprontando.

Layla abriu um sorriso malicioso e, como sempre, logo se animou.

— Hoje você vai finalmente conhecer o misterioso filho do pastor! — exclamou, jogando uma mecha de cabelo loiro para trás, com aquele ar de quem sabia mais do que dizia.

Senti um friozinho no estômago. Mais uma pessoa falando sobre ele... Como se não bastassem os meus pais. Fomos caminhando até o carro, e eu tentei disfarçar o incômodo.

— Quem disse que vou conhecer ele? — indaguei, lançando-lhe um meio sorriso.

— Se ele trabalha lá, óbvio que vão se encontrar. Dã-ã — Layla revirou os olhos, divertindo-se com a minha aparente negação.

— Engraçado que congrego naquela igreja há um ano e nunca o vi — comentei, franzindo a testa. — Acho difícil topar com ele na empresa. Deve ser um desses diretores que vivem trancados numa sala, mandando em todo mundo.

— O pastor Jean não parece ser do tipo que colocaria o filho num pedestal desses. Ele deve ter começado de baixo, como qualquer um — Layla respondeu, encostando-se ao capô do meu carro.

— Talvez ele tenha merecido. Dizem que é super esforçado, inteligente. Liderava o ministério, tocava guitarra, pregava... Provavelmente é assim no trabalho também — refleti em voz alta, imaginando que tipo de homem ele poderia ser.

— Se ele ainda fosse cristão, eu torceria pra vocês se apaixonarem à primeira vista, casarem e viverem felizes pra sempre! — Layla falou com um brilho nos olhos, como se estivesse dentro de um conto de fadas.

— Ah, Layla, seus sonhos de princesa! — ri. — Primeiro, a gente nem se conhece. Segundo, eu não quero me apaixonar por ninguém. E terceiro, como você mesma disse, ele não é mais cristão. Deve ser só mais um desses caras que só querem saber de curtir a vida.

— Mônica, lá da igreja, disse que ele é um gato. Todas as garotas estão babando pra ser a próxima nora do pastor — provocou, afastando-se do carro.

— Ainda bem que eu sou diferente. Pode ser o homem mais lindo do mundo, não me interessa — respondi, tentando manter a compostura, embora a curiosidade começasse a me corroer por dentro.

— Aham, vamos ver depois que você conhecê-lo. Vai voltar dizendo que estava enganada — ela disse, lançando-me um olhar de desafio.

— E como você tem tanta certeza se nunca o viu? — cruzei os braços, notando o entusiasmo dela sobre o tal Isaque.

— O Instagram dele é privado, mas vi a foto de perfil. Sinceramente, ele parece um personagem bíblico de tão bonito. Não é à toa que se chama Isaque. E, pelo que deu pra perceber, o cara malha! — disse com um sorriso travesso.

— Layla! — exclamei, rindo. — Tá analisando demais! Cuidado com a tentação! — brinquei, enquanto ela soltava uma risada.

— Já vou indo, amiga! Me conta tudo depois, hein? — ela me abraçou forte. — Boa sorte! — desejou com um sorriso.

— Pode deixar, mas acho que não vai ter muito o que contar — ri, enquanto Layla revirava os olhos de brincadeira. — Obrigada!

Enquanto Layla se afastava, não consegui evitar pensar em toda aquela empolgação dela sobre Isaque Campbell. Uma tranquilidade tomou conta de mim, e um sorriso leve escapou dos meus lábios. Suspirei, peguei a chave do carro e tentei afastar aqueles pensamentos.

Entrei no carro, me acomodei no banco, coloquei o cinto e, sem querer, a curiosidade que Layla tinha plantado cresceu em mim. Antes que pudesse controlar, já estava com o celular na mão, abrindo o perfil de Isaque Campbell. Tentei lutar contra, mas a curiosidade venceu.

De fato, Layla não estava exagerando. Seus traços eram marcantes: olhos claros, cabelos ondulados e uma barba impecavelmente alinhada. Por um momento, fiquei presa naquela imagem, até que um pensamento me trouxe de volta à realidade.

"O que estou fazendo aqui admirando a foto desse tal Isaque Campbell?"

Me repreendi e joguei o celular no banco do carona, como se quisesse me livrar de uma tentação. Respirei fundo, coloquei os óculos de sol e liguei o carro.

Ao me olhar no espelho interno, notei que estava com o mesmo look do ensaio dos jovens: um conjunto de blazer e calça de alfaiataria rosa claro, com uma blusa branca e tênis branco. O visual combinava perfeitamente com o batom cor malva e meus cabelos loiros ondulados. As pequenas pintinhas no rosto, que meus amigos chamam carinhosamente de "estrelinhas", completavam o visual.

Ao ligar o rádio, uma música internacional começou a tocar. O refrão me fez refletir: "Ninguém nunca encontrou um amor, sem antes passar pela dor." As palavras ecoaram em minha mente até que cheguei à empresa. Antes de descer do carro, anotei o refrão no aplicativo de notas, talvez para revisitar essa frase algum dia.

Ao sair do carro, fui impactada pela grandiosidade da empresa. A fachada de vidro, os carros luxuosos, o jardim impecável… Tudo passava uma sensação de elegância e harmonia. O sol já brilhava no céu, o que me deu um ânimo extra para o dia.

Caminhei com passos tranquilos até a entrada. Queria me manter calma e confiante. Ao passar pelas portas automáticas, fui recebida por um balcão de mármore elegante e uma recepção impecável. Quatro recepcionistas estavam atentas aos seus computadores, vestidas à altura do ambiente sofisticado.

— Bom dia! — cumprimentei com um sorriso leve. — Sou Anne Green.

— Ah, a novata! — disse uma delas com um sorriso caloroso. — Sala 030, quarto andar. Sr. Campbell está aguardando no escritório.

O nome "Campbell" me fez sentir um frio na barriga. Seria Isaque Campbell? Mas rapidamente me lembrei que o pastor Jean era o dono da empresa, provavelmente ele me receberia.

Peguei o cartão de acesso e subi pelo elevador, notando como todos ali vestiam-se de forma impecável. Quando cheguei ao corredor do escritório, uma mulher elegante se aproximou. Negra, com cachos perfeitos e um vestido azul social, ela parecia exalar confiança.

— Anne Green? — perguntou.

— Sim — respondi.

— Sr. Campbell está aguardando no escritório. Só um aviso: ele gosta de respeito e seriedade — disse em tom confidencial, me alertando.

— Tudo bem. — Assenti com um sorriso educado.

Já sabia que teria que demonstrar o máximo de respeito, afinal, era o pastor da minha igreja. Ou assim pensei.

Ela me lançou uma piscadela e retornou para o corredor, onde um grupo de dois homens e três mulheres discutia algo, todos com papéis nas mãos, como se estivessem prestes a participar de uma reunião importante.

Respirei fundo, ajustei minha postura e, com um rápido olhar no celular, verifiquei meu cabelo e maquiagem. Peguei o cartão de acesso e, com um leve toque, destravei a porta.

No instante em que a porta se abriu, meu corpo congelou. Meus olhos se arregalaram e meu coração começou a bater descontroladamente. Uma enxurrada de borboletas invadiu meu estômago quando meus olhos encontraram os dele.

Os olhos cor de mel estavam fixos nos meus, que de repente pareciam insignificantes em comparação. Havia uma aura de seriedade e mistério em seu rosto, como se cada detalhe de sua expressão estivesse cuidadosamente controlado.

Uma mecha de seu cabelo castanho ondulado caía levemente sobre sua testa, destacando-se contra a pele clara. Ele girava uma caneta entre os dedos, e o olhar penetrante parecia estudar cada movimento meu, como se soubesse exatamente a hora da minha chegada.

Esse não era o pastor Jean. Era seu filho, Isaque Campbell.

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