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Epílogo

2436 Palavras

Em passos lentos avanço pela longa trilha, aproveitando a paz que toda a natureza me proporciona nesse momento. 

O som das arvores reverbera acima de mim, contínuo e alto. Os ramos sacodem suavemente, as folhas no alto balançam serenamente num ritmado movimento, e reparo como algumas desprendem dos galhos e são levadas pela calma brisa.

Meus olhos estão erguidos, assistindo ao movimento dessas folhas, algumas tocam minha pele causando leves cócegas, outras seguem direto ao chão, mas todas rumam ao desconhecido.

As arvores são altas e bem densas, mas ainda assim a luz do dia consegue atravessar e tocar minha pele, trazendo um belo misto entre o frio do vento e o calor do dia.

Fecho meus olhos um instante, desfrutando de cada sensação. De cada som a minha volta, seja do vento, das arvores, o cantar distante de um pássaro... Tudo se encaixa tão bem, numa melodiosa harmonia que somente é possível encontrar em um lugar assim.

Nesse ponto, até as vozes das pessoas próximas de mim não são um incomodo. Parecem tão distantes que sequer me importo, não são capazes de romper a paz que habita em mim no agora.

Respiro profundamente e solto o ar pela boca, tornando a andar. Meus passos são calmos e lentos, não existe pressa nesse instante, apenas uma profunda tranquilidade em meu peito. Inclusive não sei o motivo, mas estou sorrindo.

Após uma boa caminhada, finalmente enxergo um local mais iluminado poucos metros a minha frente, e de cara tenho certeza que cheguei ao local marcado. O mirante da Pedra Grande, no alto do Parque da Cantareira.

Avanço devagar e aos poucos a bela visão do lugar se revela para mim. A visão para a cidade é um verdadeiro espetáculo visual em todos os aspectos, como poucos lugares conseguem ser. O azul do céu combina muito bem com o branco dos prédios ao longe, e as poucas nuvens parecem caprichosamente pintadas como num quadro. Irei encontra-lo aqui, no alto dessas pedras e com essa vista única.

Sigo em frente, escolhendo um lugar para me sentar e esperar por ele, e em cada passo, minha mente divaga em como as coisas aconteceram nesses últimos meses, e principalmente como minha vida inteira mudou desde então.

Passei por uma consulta maluca que me tornou hospedeira de uma entidade sobrenatural por meses, precisei lutar pela minha vida várias vezes, fui possuída por uma criatura por horas, conheci um mundo diferente de tudo que estava acostumada e poderia imaginar ser real...

Conheci pessoas novas e bem diferentes do que poderia imaginar, consegui um emprego novo, mudei completamente meu visual, senti e ainda sinto saudades de um ser de cabelos brancos que só passei algumas horas dentro da minha cabeça e que nem sei o nome, terminei o namoro com o homem com quem tinha absoluta certeza que fosse me casar num futuro próximo, e me apaixonei por outro que pertence a um mundo completamente diferente do meu...

O ano mais diferente da minha vida.

É impressionante como às vezes, as coisas tomem essas proporções inimagináveis.

Mas não reclamo. Por mais que tudo tenha sido tão diferente a ponto da minha vida virar de cabeça para baixo por tanto tempo, acho que não gostaria que acontecesse de outra forma.

Se fosse de outra forma, eu não teria tido tantas experiências... Não teria me divertido tanto...

Não teria vivido tanto...

Acho que isso é a vida, e estar viva de fato...

A única coisa que sigo me perguntando é para onde o Cara do Casaco foi. A muitos meses ele não apareceu mais para mim, desaparecendo por completo. Nem mesmo Tamires teve algum novo encontro com ele... Ou pelo menos, não me contou sobre novos contatos.

O vento suavemente toca meu corpo. Meus cabelos que hoje estão pouco acima dos ombros balançam levemente, e o calor do dia não me incomoda. É bem agradável. O calor de hoje é acolhedor e traz uma sensação boa.

Passo os olhos ao redor, olhando as pessoas a minha volta. Vejo alguns casais aproveitando a paisagem para tirar fotos, outros estão sentados no chão assim como eu e apenas curtindo o lugar. Mais ao longe vejo um grupo de amigos rindo entre si, conversando algo que somente eles sabem, e pelo caminho que vim, muitas pessoas seguem adiante em suas caminhadas.

Apoio às mãos no chão e ergo a cabeça, fechando meus olhos, pensando sobre o assunto de hoje. Se fosse só por mim, talvez tivesse levado muito tempo para decidir fazer isso, porém Marina me incentivou a fazer o quanto antes. Decidi conversar com Letícia e Tiago e contar a situação, e eles também me deram apoio. Talvez fosse isso que eu precisava.

Só não esperava fazer isso logo no primeiro sábado. Afinal, aquela nossa aparição confusa na faculdade continua bem fresca na memória.

- Clara? – Ouço sua voz me chamando.

Abro um dos olhos e vejo sua figura materializada ao meu lado, me observando num olhar sereno e sorriso acolhedor. Vendo ele, lhe ofereço meu mais sincero sorriso. – Oi Brian...

Ele se senta ao meu lado, bem próximo de mim. Como numa ação automática, me aproximo mais dele, e ele me envolve num abraço carinhoso, deixando um beijo no meu cabelo.

- É sempre diferente te ver com roupas tão leves... – Sussurro o olhando de cima a baixo. Não que eu ache ruim ver ele de bermuda, camiseta e tênis, só é incomum.

- Esse não é um lugar para vir de terno. – Ele devolve sorrindo, e acabo rindo. – E está quente demais.

- Sim, eu concordo. – Balanço a cabeça.

Ele olha para frente, e vejo como sua expressão se ilumina com a vista a sua frente. – Gostei da sua escolha para hoje Clara... Nunca visitei esse lugar.

- Também está sendo minha primeira vez... Estava pesquisando e descobri esse lugar, e queria ver sua reação. – Olho para meu antigo guardião, que está perdido na vista. – E estou gostando do que vejo.

- Vai virar um dos lugares que virei descansar de vez em quando. – Brian comenta animado.

- Igual à padaria? – Questiono curiosa, erguendo uma sobrancelha.

- Igual à padaria. – Responde sorrindo.

Dou uma risada com sua resposta – Vou querer vir junto garoto. – Digo batendo o indicador de leve em seu ombro.

- Sempre que você quiser garota. – Ele devolve sorrindo de canto.

Trocamos um olhar duradouro, que evolui para sorrisos, e por fim num beijo carinhoso que faz meu coração saltar da mais intensa alegria. Mesmo rompendo o beijo, nossa ligação permanece entre sorrisos e olhares, e logo voltamos nossa atenção para a vista desse lugar.

Permanecemos assim por longos segundos, e logo o motivo para estarmos aqui começa a gritar sem parar nos meus pensamentos. Respirando fundo, reúno a pouca coragem que me falta e chamo sua atenção puxando a barra da sua camisa – Eu preciso conversar com você...

- Imaginei... – Brian começa, fazendo carinho no meu cabelo – Você parecia bem nervosa quando ligou para marcarmos de nos encontrar aqui. Não quis te pressionar, por isso dei tempo para você se sentir à vontade para me dizer.

Olho para ele por longos segundos, sorrindo para ele. Por algum motivo, achei isso muito fofo.

Ele toca meu rosto num carinho suave com a ponta dos dedos – Aconteceu alguma coisa?

- Sinceramente Brian, eu ainda não sei... – Respondo nervosa. Engolindo seco viro para minha bolsa, puxando um saco de papel branco bem dobrado em volta de uma caixa e o encaro fixamente. – É o que estou para descobrir agora.

Erg meus olhos a ele. Brian olha confuso para o objeto entre meus dedos, e então volta sua atenção a mim – O que é isso?

Desenrolo o saco devagar, puxando a pequena caixa de seu interior. Não preciso explicar nada para Brian, sua expressão surpresa mostra que ele já entendeu o que se trata só de olhar para a embalagem.

Ele está boquiaberto me olhando sem parar, pelo visto, não consegue encontrar nenhuma palavra para esse momento. Não o culpo, no lugar dele, acho que reagiria da mesma forma.

- Antes que pergunte, não... – Começo a dizer, sem conseguir manter meu olhar nele – Eu ainda não sei qual é o resultado. Não tive coragem de ver sozinha.

- Quando fez o teste? – Ele pergunta após segundos que pareceram uma verdadeira eternidade, segurando minha mão gentilmente.

- Ontem, assim que acordei. – Respondo num sussurro – Perdi o outro teste, e a Marina me incentivou a comprar outro... E não sabia como te contar.

- Clara, olha pra mim... – Ele diz no mesmo tom que eu, tocando meu queixo e erguendo meu rosto gentilmente, e meus olhos encontram os dele – Independente do resultado marcado nesse teste, eu seguirei com você.

- Mesmo se for positivo? – Digo em um fio de voz.

Ele acena afirmando, me dando um sorriso – Positivo ou negativo... Tanto faz, estou com você.

- Obrigada... – Sussurro apertando a caixa entre meus dedos. A expectativa faz meu coração bater forte, por não saber o que esperar.

- Vamos ver o resultado? – Ele pergunta segurando minhas mãos. Seu gesto me passa confiança e conforto diante dessa situação tão... Eu não sei definir. Não encontro palavras para definir.

Concordo com a cabeça, e levo meus olhos para a caixa. Brian me abraça de lado, e nesse momento nossa expectativa é palpável de tão grande.

Fecho os olhos e respiro fundo, abrindo a caixa e puxando o teste devagar. Abro meus olhos e encaro o teste fixamente.

Negativo.

Por um instante travo com o resultado diante de mim.

Por um lado me fico muito mais tranquila pelo resultado ser negativo, mas por outro não consigo de fato respirar aliviada, eu me sinto... Decepcionada.

Não imaginava que tamanha dualidade fosse crescer assim em mim.

- Você está bem? – Ouço Brian perguntando, e isso me puxa de volta para a realidade.

- Sim... Sim, estou. – Digo gaguejando um pouco – É que... Eu não sabia bem o que esperar.

Brian não desfaz o abraço, pelo contrário, ele me puxa para si com carinho, encostando minha cabeça em seu ombro – Se não foi agora, então não era pra ser... Esse ainda não é o momento.

Concordo com a cabeça, e largando o teste sobre minhas pernas, passo os braços em torno de seu corpo e o abraço forte – Está certo, não tenho que ficar triste por isso... Só não é o momento.

O silêncio surge entre nós, e me concentro em olhar a cidade. Meus sentimentos estão um pouco confusos depois que vi o resultado. Eu realmente acreditava estar grávida, e descobrir que não foi um estranho choque.

Pensamentos e sentimentos estão confusos... Mas sei que isso vai passar logo.

- Brian... – O chamo num sussurro – Isso é algo que eu te perguntaria independente do resultado que encontrássemos nesse teste. Como nós ficamos daqui pra frente?

Não recebo uma resposta a princípio, na verdade sei que já seria algo bem complicado se o resultado do teste fosse positivo. Sei que nem temos um relacionamento propriamente dito, e seria ingenuidade demais da minha parte esperar ser assumida numa situação dessas.

Acho que eu sentiria esse mesmo receio mesmo se estivesse namorando ou noivando, e seria independente da pessoa que estivesse comigo.

Mas agora, diferente do que eu imaginava, sei que o resultado é negativo... Então, como fica?

- Penso nisso bem antes de hoje. – Ele começa a falar. – Reflito sobre os motivos que conversamos, e todos os dias fico receoso sobre te pedir em namoro. Não gostaria de te prender a mim, e de repente não estar mais presente por... Você sabe...

- Esse é um risco que nós dois corremos todos os dias ao sair de casa. – Respondo sorrindo fraco, sem olhar para ele. – Nossas vidas podem acabar a qualquer instante. Por isso, não sei se continuamos como amigos, amigos coloridos ou... Ou sei lá, se arriscamos em um namoro...

Ele solta uma pequena risada que chama minha atenção – Acho que entre essas opções, prefiro continuar sendo seu guardião.

- Ué? – Sorrio de canto erguendo uma sobrancelha. – Achei que não fosse mais meu guardião.

- Formalmente, talvez não seja. Mas posso ser informal... – Ele brinca, e tomada pela curiosidade, viro para ele como se isso me fizesse entender onde ele quer chegar – E sem contratos, assim o elo criado entre nós será mais forte... Me parece melhor que sermos só amigos coloridos.

- É, diferente e bem criativo. Eu gostei disso... Por mais que isso ainda pareça "amigos coloridos", só que com outro nome. – Sorrio olhando para ele – Mas nem pense em me chamar de "trabalho" de novo, senão vou furar todos os pneus do seu carro e dessa vez não terá ninguém pra pagar o reparo.

- Estou tranquilo, você não costuma acertar o carro mesmo. – Ele zomba rindo.

- Eu decorei a placa do seu carro, não vou errar de novo! – Rebato, e numa troca de olhares, começamos a gargalhar juntos.

- Tá bom, não te chamarei de "trabalho" de novo. – Ele balança a cabeça algumas vezes – Mas posso continuar te chamando de "garota"?

- Pode, esse não me incomoda mais. – Digo o encarando de soslaio. – Só que ainda não entendi direito o que nós somos agora.

Ele segura o riso e me olha – O que acha que somos agora?

- Não acho que isso foi um pedido de namoro, por mais criativo que tenha sido... Então nós somos... Amigos coloridos melhores que amigos coloridos? – Digo pensativa encarando o céu.

Um sorriso divertido surge em seu rosto, e ele beija meu rosto com carinho – É, talvez... Sugiro descobrirmos isso com o tempo. O que acha?

- Melhor, senão acabarei me confundindo toda. – Respondo e por mais uma vez rimos, nos divertindo dessa situação maluca que estamos.

- Seja lá o que formos agora, eu estarei com você Clara... – Ele me sussurra ao ouvido, e sorrio me aconchegando em seu ombro.

- E eu com você Brian... – Sussurro de volta, curtindo seu abraço.

Não sei o que virá pela frente. Não sei o que o futuro reserva para nós.

Não sei quais outros seres surgirão em nosso caminho, nem quais situações iremos enfrentar.

Não sei o que se esconde nas sombras do amanhã.

Não sei...

Mas mesmo mergulhada em incertezas...

Estou confiante para seguir em frente, e descobrir por mim mesma.

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