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Capítulo 56 - Dois contra um

6532 Palavras

Em passos lentos a entidade continua vindo em nossa direção. As várias placas ósseas em seu corpo voltam a pulsar a tonalidade avermelhada em seu interior, enquanto que o largo osso em sua mão além de adotar os mesmos tons, também passa a emitir labaredas.

As sombras crescem envolta dos seus pés e serpenteiam em torno do corpo da entidade como uma aura selvagem. Essa escuridão é a única coisa que conheço, mas que também não faço a menor ideia de como lidar.

Parando seu caminhar, a entidade flexiona as pernas e posiciona os braços em frente ao tronco, abraçando a si mesma em um movimento vagaroso. As sombras aproximam da entidade, movendo-se em torno de seu corpo cada vez mais rápido e iniciando uma forte ventania.

A ventania está tão forte que respirar não é tão fácil, e tanto eu quanto Brian estamos sendo puxados para a entidade. Cada segundo que passa ganha mais força, me obrigando a dar alguns passos para trás para não perder meu equilíbrio e acabar puxada ainda mais.

As sombras aproximam-se mais e mais ao redor da criatura, passando a invadir seu corpo até estar por inteira concentrada em seu interior. Por um único segundo a ventania cessa, porém em um grito de fúria enlouquecida, a criatura libera toda a energia contida em seu corpo, arremessando fagulhas de escuridão e chamas numa rajada contínua.

Cubro o rosto tentando me proteger como posso de tanta escuridão e fogo, fazendo o máximo possível para manter a entidade no meu campo de visão e não ser atacada de surpresa, mas essa é uma tarefa complicada. Esse vento todo parece cortar minha pele a cada segundo.

Ao momento que a criatura para de gritar e o vento cessa, nós podemos voltar a olhar diretamente para ela. Para meu desagrado, ela já assumiu uma postura de ataque, erguendo o braço que empunha a imensa placa óssea flamejante, e saltando em minha direção.

Graças a minha runa de velocidade consigo desviar me abaixando no último segundo, e sentindo o calor das chamas passando muito perto da minha cabeça, giro no chão e pulo para longe.

De relance consigo perceber um detalhe, o espaço percorrido pela entidade tem partículas sombrias flutuando pelo ar, além do chão ter ficado manchado com um liquido negro.

A entidade vira o braço e gira seu corpo, tendo Brian como o foco do seu próximo golpe. Ele ergue seu punhal, e num encontro ensurdecedor da lâmina com a arma da entidade, Brian consegue aparar a investida da entidade. O poder de ataque da criatura é tamanha que, mesmo com meu ex guardião conseguindo impedir o ataque, ele acaba arrastado para trás com o impacto e por pouco não perde seu equilíbrio.

É como da outra vez, a entidade está fazendo esse osso de lâmina. O problema é que agora está ainda pior, essa "lâmina" está completamente envolta em chamas.

De repente a entidade recua um passo, e dando um salto para trás as sombras envolvem completamente seu corpo em um instante, o fazendo desaparecer em pleno ar.

Corro os olhos de um lado ao outro, tentando encontrar algum sinal da entidade, nem mesmo enxergo a luminosidade causada pelas chamas, o que torna tudo muito pior. Se isso for igual a nevoa, então aquela coisa pode aparecer de qualquer lado para nos atacar. Tentar antecipar vai nos ajudar muito.

- Escuta Brian, tenho uma ideia! – Digo girando sobre os pés e pulo para perto de Brian, tocando o centro de suas costas. Ele me observa sobre o ombro, enquanto eu ativo a runa da velocidade e lanço em seu corpo – Preciso que você segure a entidade por um momento.

- O que tem em mente? – Me pergunta, voltando sua atenção à nossa volta.

- Usar a runa da sensação para enfraquecer ela. Talvez isso nos permita enfrentar ela com mais facilidade. – Toco a mim mesma lançando uma nova runa de velocidade. A onda fria atravessa meu corpo de imediato – Você consegue?

- Sim, criarei uma brecha. – Ele mantém o revolver em punho – A questão é descobrir onde essa coisa se escondeu.

- Ela se escondeu na escuridão, talvez eu consiga fazer aparecer. – Bato as mãos com força e fecho meus olhos. – Fique atento!

Sinto a energia gélida fluindo pelos meus braços até minhas mãos, e imediatamente as aponto para os lados, ativando a runa de luz. A energia flui pelas minhas mãos e é liberada de uma vez, e um estouro abafado pode ser ouvido.

De cara o cansaço recai sobre meu corpo, e pendendo o corpo para frente, acabo arfando sem parar. Estou abusando do uso das runas, e estou começando a pagar o preço por isso.

- Funcionou? – Questiono apertando os olhos.

- Não, nenhum sinal da entidade. – Ouço Brian, e puxando o ar de uma vez, recomponho minha postura – Cuidado para não exagerar Clara. Desse jeito, vai se cansar rápido.

- Eu sei, tentarei dosar nas próximas. – Senão, acabarei desmaiando em pouco tempo. E definitivamente, desmaiar agora não será uma boa coisa. Reparo que meu colar começou a brilhar com mais intensidade – A entidade está perto!

- Como sabe? – Brian questiona, com as costas dele encostando na minha.

- Meu colar está reagindo a alguma coisa. Só pode ser ela. – Respondo pensando em uma forma de encontrar essa coisa. Mas nada me vem em mente.

Me dou conta que uma fumaça profundamente escura está emergindo do chão e envolvendo nossos pés. Entendo de imediato, mas antes que eu sequer possa alertar Brian do ataque da entidade ou empurrá-lo para longe, escuto o barulho de algo acima de nós se partindo.

Ergo os olhos e parte do teto cede sobre nós. Tento me proteger das várias pedras, quando alguma coisa pesada cai rapidamente batendo em mim. Meu corpo bate no chão, e pisco desnorteada tentando entender o que aconteceu.

Ao voltar meus olhos na direção da Brian, o encontro no chão com uma mão na cabeça. No lugar onde estávamos, a entidade está parada com seus olhos cravados no meu antigo guardião, avançando sobre ele em passos pesados.

Ele estava prestes a levantar, quando a criatura pisa em seu peito o empurrando brutalmente contra o chão novamente. Consigo ouvir ele arfando com o impacto, e vejo a entidade tocando seu rosto com ambas as mãos e chegando seu rosto próximo do dele.

Aperto o punho, reunindo toda a força que posso e lanço uma runa de impacto. A entidade solta meu guardião e seu corpo é atingido em cheio. Tropeçando sobre seus pés, a criatura se afasta de Brian, virando então seus olhos a mim.

Em passos apressados ele vem na minha direção. Tento me erguer para não ser pega totalmente indefesa, porém a criatura salta, mergulhando nas trevas e ressurgindo a minha frente. Suas mãos agarram meus ombros e me empurram contra o chão, e da mesma forma que fez com Brian, ela toca meu rosto e olha fundo nos meus olhos alguns instantes.

Seus olhos pulsam forte, e mal consigo desviar meu olhar do da entidade. Meu corpo não reage, é quase como se eu estivesse hipnotizada. Saio desse transe ao escutar um barulho repentino, que faz a criatura virar o rosto.

Encarando na direção origem do barulho, encontro Brian com seu revolver apontado para a criatura. Ele dispara uma segunda vez, e uma terceira, cada um dos tiros acertam a criatura, que se afasta de mim e mergulha novamente na escuridão.

A entidade desapareceu novamente, e me levantando outra vez, reparo como minha cabeça ficou pesada. Não sinto doer nada, apenas um peso imenso que surgiu de repente.

Um ruído agudo surge na minha cabeça, tão ensurdecedor que tonteio a ponto de não conseguir levantar. Sacudo a cabeça algumas vezes e me apoio no chão para levantar, quando sinto algo estranho no chão molhar minha mão.

Tudo ao meu redor adquiriu tons avermelhados, chão, paredes, teto, até mesmo todo o escuro que antes havia aqui foi substituído pelo forte tom vermelho. Isso está me lembrando bastante aquelas salas de revelação de fotos dos filmes, até consigo ver melhor o que existe ao meu redor, mas isso está me deixando angustiada.

Um estranho aspecto liquido surge nas paredes e teto, escorrendo e gotejando ao chão, e um odor podre misturado a um forte cheiro de queimado está se espalhando pelo ar.

Figuras deformadas começam a emergir nas paredes, a princípio não sei dizer com o que essas formas se assemelham, mas demora pouco para distingui-los como rostos e corpos retorcidos.

Mãos e braços de alguns saltam um pouco do chão e paredes. Os corpos presos ao teto se destacam mais, e muitos deles tem braços esticados ao chão, e alguns deles estão se mexendo.

Apesar de presos ao chão e as paredes, esses corpos se debatem tentando se libertar, porém continuando presos onde estão. Olhando melhor para seus rostos, boca e olhos parecem colados, e com muito esforço as bocas de alguns finalmente abre, ou melhor, tem a pele rasgada... E delas saem gemidos e grunhidos incompreensíveis.

É horrível olhar para isso, me sinto completamente enjoada e com ânsia de vomito crescendo em mim. Mas não importa qual direção eu encare, para todos os lados a imagem se repete.

- Clara! – Ouço me chamarem, e vejo Brian abaixando ao meu lado.

- V... Você não... – Tropeço nas minhas palavras, respirando fundo e tentando me recompor de alguma forma. – Não está vendo isso?

- Uma dúzia de coisas bem desagradáveis? Sim, estou vendo. – Ele responde ficando de pé, me dando apoio para levantar também.

Não faço ideia se o que ele está vendo é o mesmo que eu, e mesmo que não seja, queria saber como ele consegue continuar tão bem como está agora.

De repente uma nuvem enegrecida toma forma a nossa frente, e a entidade salta em nossa direção, empunhando o osso acima de sua cabeça pronto para atingir um de nós. Brian saca seu punhal e avança contra a criatura, contendo o ataque envolto em chamas da criatura.

Aproveitando-se da sua velocidade, meu ex guardião gira o punhal entre seus dedos, o cravando no joelho da criatura que ruge enfurecida. Brian desvia de um novo golpe da criatura, indo para suas costas, aplicando uma chave de braço e prendendo o pescoço da entidade.

A entidade se debate com força, joga seu tronco pra frente puxando Brian consigo, sacode de um lado ao outro violentamente, mas ele não à solta de jeito nenhum. – Quando quiser Clara... Eu não vou conseguir segurar esse bicho muito tempo!

Corro na direção deles, tentando ignorar ao máximo o fato de estar pisando sobre corpos e rostos no chão e principalmente tentando não tropeçar em nenhum deles. A entidade se debate ainda mais, até notar que já estou próxima.

Ela para de se debater, erguendo o braço onde segura firmemente a imensa placa óssea, o envolvendo em chamas novamente e me atacando. Desvio do golpe me abaixando, mentalizando a runa da sensação para aumentar a sensibilidade para cansaço e dor da entidade, e agarrando seu rosto, lanço toda a energia acumulada de uma vez.

A criatura para de se debater por um instante, mantendo seus olhos cravados em mim. De repente ela fica a ponta do osso no chão e vira seu braço de uma vez, golpeando meu maxilar com as costas da mão.

Meu rosto vira de uma vez com o golpe, minha cabeça tonteia e ainda desnorteada, meu cabelo é agarrado e sou puxada para trás, e sinto um impacto no meio das costas que arranca todo o meu ar. Do nada tenho a sensação do meu pescoço sendo esmagado e não consigo respirar, meu corpo sacode, de um instante ao outro estou suspensa no ar, e por fim rolando no chão, batendo contra algo duro.

Giro no chão virando de barriga pra cima, resmungando pelas várias dores espalhando pelo meu corpo. Abro os olhos devagar, encontrando braços presos na parede tentando desesperadamente me agarrar. Apesar de zonza e sentindo tudo girar, o susto faz com que eu pule para longe dos vários braços sacudindo para mim.

Tento me levantar, mas essa é uma tarefa difícil por estar desnorteada. Olho em volta sentindo minha visão voltando aos poucos, e encontro a criatura se debatendo ainda mais que antes. As placas em seu corpo voltam a emitir o brilho em seu interior, e num novo rugido, uma explosão de chamas negras ocorre de suas costas, envolvendo Brian e o lançando para longe.

Vejo a entidade agarrando o punhal em sua perna e a arremessando pelo chão. Novamente sua atenção se vira para mim, e desprendendo o osso do chão, permanece estática me encarando. Os cabelos caindo pelo seu rosto não escondem o pulsar intenso em seus olhos.

Sua expressão é ameaçadora, seus olhos estão arregalados e os dentes apertados em algo que não sei dizer se é raiva, insanidade ou diversão, nunca imaginei que meu rosto poderia ser tão assustador assim.

Flexionando as pernas, a criatura salta para trás e desaparecendo nas sombras outra vez. Volto meus olhos a Brian e tento ir até ele, quando percebo uma figura envolta na escuridão vindo voando na minha direção.

E entidade está com o osso apontado para mim, à aura de trevas envolve seu corpo, se estendendo por todo o caminho percorrido pela criatura como um grande véu sombrio que se dissipa no ar.

Me jogo para o lado, acertando a lateral do osso com a palma da mão para evitar que atinja meu ombro, e caio no chão. Minha mão arde e olhando rapidamente, acho que ela foi queimada somente com esse pequeno toque.

Fico de pé rapidamente e encarando a criatura. Ela se vira para mim pisando com certa dificuldade devido ao ferimento na perna. Essa é uma ótima oportunidade.

Avanço contra o ser, agarrando seu pescoço com ambas as mãos e segurando com firmeza. Com toda a energia que ainda posso ter no corpo, ativo a runa do raio e lanço de uma vez tudo na criatura. Um gigantesco pilar elétrico envolve completamente o corpo da criatura, contínuo e e tomado por toda minha intenção de acabar com isso de uma vez por todas.

A criatura se debate em vários espasmos. Seu corpo se curva para trás e tenta recuar, porém me mantenho segurando firmemente seu corpo o puxando de volta para mim, sem ceder por nenhum momento. A entidade grita enlouquecida apertando seus olhos, a dor é nítida em sua feição, mas sei bem que isso ainda não basta.

Meus braços tremem, cada vez mais estou me esgotando em manter toda essa carga elétrica. Devido ao meu cansaço, aos poucos o pilar elétrico perde sua potência e se torna instável, mas não posso ceder, não posso.

Em um instante a criatura cruza seu olhar com o meu, e um baque invisível me atinge, atravessando meu corpo tomando meu folego, e tudo ao meu redor se apaga. Tudo que existe é a entidade a minha frente ainda envolta de vários feixes elétricos. Mesmo o ruído da eletricidade ou o som dos seus gritos de dor podem ser ouvidos agora.

Estranhamente não consigo me mexer. Tento puxar meu braço e abrir meus dedos, projetar meu corpo para longe, me esforço ao máximo por isso, mas não consigo chegar a lugar nenhum. Tenho a sensação horrível de estar presa no lugar, e ainda pior, grudada na entidade.

Por todos os lados, marcas em vermelho começam a emergir do chão, e ao horizonte pilares incandescente de mesma cor surgem e crescem sem parar. Tenho uma sensação nos pés, parece que acabei de afundar em algum líquido estranho. Encarando o chão, percebo que um estranho e viscoso liquido de cor vinho cobre todo o lugar, em vários pontos ele brilha num vermelho vivo. Afiadas estacas surgem do chão numa explosão, arremessando esse líquido por todos os lados.

Essas estacas possuem correntes enroladas neles, além de diversos crânios grudados nelas, e dos buracos que deveriam estar vazios, da para enxergar olhos movendo-se freneticamente de um lado ao outro, e logo esses pilares inteiros são envoltos em chamas.

O liquido se ilumina por inteiro, uma fumaça branca sobe de vários pontos e torna-se difícil respirar, e posso sentir minha pele inteira começando a arder. Ele pulsa incandescente e faíscas podem ser vistas, mas o que está me enlouquecendo é a sensação de queimar viva.

Repentinamente gritos ecoam nos meus ouvidos, pedidos atropelados rasgando as sombras e chamas ao meu redor, e a figura de diversas pessoas surgem em minha mente.

Vejo as imagens de Marina e Letícia surgindo a minha frente, ambas enxergando algo que não consigo ver. Do nada, elas afundam nesse mar efervescente, debatendo-se sem parar, sacudindo suas mãos ao alto tentando se segurar num apoio inexistente, até apenas uma pequena parte de seus rostos estarem acima do líquido, claramente as afogando.

Chamas envolvem o pouco que consigo ver das minhas amigas e elas são erguidas, tendo seus corpos transpassado por uma das várias estacas e envolvidas por labaredas selvagens.

Ouço gritos de desespero, pedidos de socorro, e sem conseguir me mover assisto ambas sendo rasgando ao meio e tendo suas metades jogadas sem vida pelo chão, boiando no líquido.

Um grito diferente ecoa ao meu lado, ao virar meus olhos tenho a assombrosa imagem de Tiago suspenso no ar, por correntes esmagando seus braços, pernas e pescoço, e o barulho de algo sendo partido brutalmente é ensurdecedor.

As últimas figuras que aparecem na minha frente são as que eu menos gostaria de encontrar em uma situação como essa. A imagem dos meus pais surge diante de mim, ambos estão com ferimentos pelo corpo inteiro, aparentando terem apanhado por muito tempo.

Eles são erguidos de uma vez, e feixes avermelhados atravessam seus ombros, enquanto que novos feixes atravessam seus pulsos e fazem seus braços apertarem contra o corpo. Diversas correntes da mesma coloração avermelhada surgem envolvendo seus corpos, esmagando seus corpos brutalmente.

Eles tentam gritar sem sucesso, suas vozes não saem de jeito nenhum, e cada vez mais seus corpos continuam sendo esmagados, a ponto das correntes atravessarem a pele e estraçalharem os corpos de ambos em vários pedaços.

Num estalo tudo ressurge ao meu redor, os mesmos tons vermelhos tingem o que era minha faculdade, e grunhidos incompreensíveis dos vários corpos espalhados a minha volta ecoam aos meus ouvidos, mas neste ponto mal consigo reagir.

A criatura a minha frente segue me observando. Os raios já não envolvem mais seu corpo, minhas mãos perdem a força e deslizam de seu pescoço e desabam sem forças. Não consigo reagir mais, não tenho forças para isso.

Um baque me atinge e sinto algo deslizando através da minha barriga e uma dor sufocante se propagando por mim inteira. Meus olhos incrédulos abaixam, encontrando o imenso osso da entidade atravessando meu corpo.

Minhas mãos aproximam tremendo do ferimento, sentindo o molhado do meu sangue escorrendo pela minha pele e manchando minhas roupas. De cara algo me lembro de algo importante que me causa desespero. Se eu estiver mesmo grávida, estiver mesmo esperando um filho, então... Então eu...

Antes que eu consiga tocar buscando ter a certeza de ser real, a criatura aperta o osso contra meu corpo com força. Um gemido mudo escapa da minha boca, e sinto o osso aquecendo meu interior, e uma estranha sensação atravessa meu ferimento. Algo irradia do osso, algo que queima meu corpo por dentro e finalmente grito pela dor enlouquecedora.

A criatura arranca o osso da minha barriga e vejo o que parecem chamas envolta da arma que brilha em vermelho sem parar. Tocando meu busto, a entidade me empurra devagar para trás, recuo alguns passos, tocando meu ferimento e cedendo para trás, conseguindo apenas sentir o impacto do meu corpo encontrando o chão.

Caminhando até parar sobre mim, a entidade ergue o osso, imbuindo em chamas e aproximando a ponta do meu corpo, prestes a me atravessar. Não consigo me mexer mais, não tenho forças. Mal consigo enxergar direito, e meu colar parece não conseguir afastar essa coisa de mim.

De repente algo se encontra com a entidade. Apertando os olhos vejo Brian com um largo punhal atravessando a lateral do corpo da entidade, batendo seu revolver na corpo da criatura e desferindo vários tiros, seguido de vários cortes do punhal. A criatura recebe golpes no tronco e braços, conseguindo se afastar e saltando para um local que não consigo dizer ao certo qual é.

Brian respira fundo, voltando sua atenção a mim e se abaixando ao meu lado com uma expressão preocupada no rosto. Talvez até mesmo assombrado – Isso não é bom... Isso não é bom... Isso de novo não... – Ouço ele resmungando, erguendo meu tronco de leve.

Ele arranca sua blusa seguido da camisa, usando ela como compressa sobre meu ferimento. Sentir o aperto me faz encurvar as costas e gemer de dor. Minhas mãos agarram seus braços e apertam com força, e ouço ele resmungar, acho que minhas unhas o arranharam.

Minhas mãos soltam dele quando a dor fica menos aguda e meus olhos vão ao telhado. As várias imagens saltam em minha mente, cada uma daquelas visão da voltas, os gritos de desespero, e eu não fiz nada... Não fiz nada... Apenas assisti...

Tudo que aconteceu com eles, fiquei impotente olhando... Cada um deles, eu podia ter impedido... Podia ter feito alguma coisa a respeito. O que houve com eles, o que sempre houve a minha volta, foi culpa minha...

- Clara... Clara... – Ouço meu nome ecoando, me chamando de algum lugar. A voz é familiar mas... Quem é? – Não acredite no que está vendo...

Uma figura toma forma ao meu lado, um rapaz de pele clara, cabelos brancos e olhos vermelhos como o sangue... O lado bom da entidade, mas... Como isso é possível? Ele desapareceu... Será que voltou por causa do Abismo? Ou será que ressurgiu aqui?

Seus olhos estão voltados a mim, seu semblante é verdadeiramente preocupado, enquanto suas mãos gentilmente tocam meu ferimento.

- Olha pra mim... – Ele diz suavemente e concordo acenando a cabeça sem nem perceber – Tudo que você viu não passa de uma ilusão... Respire com calma e tente se recompor Clara, nada daquilo é real.

Tento dizer qualquer coisa que seja, porém minhas palavras não saem. Ele move sua boca pedindo para que eu não diga nada. Suas mãos apertam de leve meu ferimento, causando uma pontada – Desculpe Clara... Isso vai doer, mas se sentirá melhor, e essas imagens sumirão...

Uma pontada me atravessa, sinto o buraco em meu corpo queimando novamente. A dor aguda me atravessa de forma agoniante. Aperto os olhos sem conseguir respirar pela dor latente, me debatendo até a dor finalmente cessar. Arfo algumas vezes, tocando o local onde antes eu sentia doer, e agora não sinto mais nada.

Os pensamentos que antes haviam em minha mente desapareceram completamente, e finalmente estou sentindo que consigo me mexer de novo. Eu parecia estar acorrentada dentro do meu corpo, incapaz de lidar com aqueles pensamentos... Mas agora, eles desapareceram.

- O que foi isso? – Ouço Brian sussurrando surpreso.

- Aquele era o lado bom da entidade... Achei que havia desaparecido... – Respondo respirando fundo várias vezes, erguendo o corpo com dificuldade e ficando de joelhos, tocando minha barriga algumas vezes, não encontrando mais nenhum machucado no lugar. Olho ao redor, buscando pelo ser que me ajudou neste momento tão complicado – Onde ele está? O que houve com ele?

- A mão dele brilhou, e ele sumiu logo depois de tocar sua ferida. – Me responde, respirando ofegante por algumas vezes e olhando ao redor enquanto que aperta os olhos e pende a cabeça para frente. – Como você está Clara?

Viro meus olhos para Brian e me atento nele, enquanto ele veste novamente sua blusa. Vejo uma grande marca de queimadura em seu peito desnudo, pescoço e pegando o lado de seu rosto. Suas roupas estão chamuscadas, deve ser daquela explosão, me alivia que apesar dos machucados, ele esteja vivo.

- Brian... – Digo arfando sem parar, apertando meu ferimento com toda a força na esperança de amenizar a dor, e o encarando em olhos cerrados – Não se preocupa, eu vou ficar bem... Nós... Nós temos que acabar com aquela coisa... Senão isso não vai acabar nunca...

- Eu sei. Vem... – Ele me ajuda a levantar, e olha ao redor – Não podemos ser pegos de novo.

Concordo respirando fundo, porém ainda estou abalada com tudo o que houve. Quando dou por mim já estou tocando a barriga, que revira sem parar com a única coisa que não vai embora dos meus pensamentos. Nem sei definir o quanto estou aflita e com o coração doendo.

- Ali Clara! – Brian aponta numa direção onde a entidade reapareceu e está parada, nos avaliando sem parar.

Aperto os dentes ao encarar esse ser novamente, batendo as mãos a minha frente ativando a runa do molde, criando meu punhal e seguro o cabo com toda a força. Lanço a outra mão para minha mochila, puxando o segundo punhal de uma vez. Toda a raiva, dor e angustia dentro de mim crescem, já estou farta disso tudo. Meu coração dói a cada batida, pesa de como nunca senti na vida, e o responsável por isso está bem a minha frente.

É hora de acabar com isso.

A entidade curva o corpo para frente e dispara numa corrida contra nós, e nos preparamos para sua investida. Estou exausta, tanto física quanto mental, mas eu não vou parar até terminar com isso de ume vez por todas. Serei eu, ou essa entidade.

Prestes a nos atacar, um tremor repentino começa junto com um ruído ensurdecedor do lado de fora do prédio parecendo que algo imenso acabou de se chocar contra o chão, e uma forte ventania entra pelas portas. É tão forte que Brian e eu nos desequilibramos e tentamos nos proteger tanto do tremor quanto do vento.

Boa parte da estrutura do prédio foi abalada. Chão e paredes tem grandes rachaduras, uma boa parte do teto acabou cedendo com o tremor, e uma grande quantidade de poeira levantou.

Enxergo uma silhueta desorientada por trás da poeira, e pelo visto Brian notou o mesmo. – É a nossa chance! – Digo, e ele se levanta, disparando algumas vezes contra a entidade.

Erguendo seu punhal, Brian o arremessa com toda a força na direção da entidade, que desorientada pela poeira e atingida pelos tiros veio direto em nossa direção, e é atingida em cheio pelo punhal, que crava pouco acima do seio direito.

Forço minhas pernas para me colocar de pé, vendo que Brian já avançou contra a entidade com as mãos nuas, conseguindo desarmar a criatura com um chute bem colocado e está atacando sem parar, atingindo a criatura repetidas vezes com socos pelo rosto e barriga.

Aperto ambos os punhais com força e corro contra a entidade, e quando a criatura nota minha aproximação, cravo ambos os punhais em seus ombros. Ela urra de dor e tenta me empurrar para trás apenas com a pressão e peso do seu corpo.

Ela tem o meu tamanho, mas não imaginei que fosse tão pesada.

Sua cabeça é puxada pra trás pelos cabelos e vejo Brian atrás dela, o que alivia boa parte do peso que aplicava sobre mim. Aproveito para me impulsionar para frente e desequilibro a entidade, conseguindo derrubá-la.

A entidade bate no chão e acabo caindo por cima dela. Me levanto rapidamente, apoiando ambas as mãos nos punhais e, com o peso do meu corpo, os empurro fundo no corpo da criatura que se debate tentando se libertar, mas não consegue.

Sentada sobre a barriga da criatura, respiro fundo algumas vezes, passando a mão pelo rosto para tirar os vários fios de cabelo grudados devido ao suor. A criatura me encara irritada, apertando os dentes, e é nesse momento que me atento ao punhal preso em seu seio.

Agarro a lâmina e puxo com força, seguro a entidade pelo pescoço e apunhalo seu peito novamente, e de novo, e de novo. A criatura ruge sem parar, se debate com força porém sem conseguir se levantar, e eu não paro de atravessar seu corpo com o punhal de Brian. A cada golpe seu sangue negro respinga em mim, manchando minhas roupas, braços e rosto.

Mas não importa o quanto eu a atinja, ela não morre.

Seu corpo sofre espasmos seguidos, já todo manchado de seu sangue negro, mas a criatura não morre de forma nenhuma. Ele me encara com olhos tomados pela fúria e insanidade, seus dentes apertam com toda a força e ouço seu rosnado incessante, percebo como ela está tentando se erguer mesmo com os ombros presos ao chão.

Arfo repetidas vezes, segurando o punhal contra seu peito, mas sem saber como terminar com isso. Somente atacar não está funcionando. Nesse ritmo, ela irá se libertar.

Uma ideia me ocorre nesse instante, é a última coisa que posso fazer e recorrerei ao pouco de força que ainda tenho. Aperto o punhal com ambas as mãos, tirando de seu peito e o ergo acima da minha cabeça, concentrando todo o poder da runa do fogo e do raio pela lâmina.

O brilho das chamas junto ao som da estática surgem, e intensifico toda essa força ao meu limite. Meu corpo está exausto, não aguento mais do que isso, toda minha força está reunida neste ataque, e num grito enfurecido, cravo a lâmina em sua testa.

Desta ver seu busto se ergue de repente, raios flamejantes percorrem seu corpo causando queimaduras aparentes em sua pele. Espasmos lhe percorrem, os olhos arregalados e a boca aberta num grito silencioso, e sinto suas mãos agarrando minhas coxas e suas unhas apertam tanto que parecem perfurar minha pele.

As chamas e os raios desaparecem, sendo este o sinal que estou completamente sem forças.

Seu corpo permanece estático por longos segundos, suas mãos afrouxam das minhas pernas e no mesmo instante que não sinto mais seu toque, seu corpo cede novamente ao chão.

A entidade está completamente imóvel. Sua boca está aberta e seus olhos estão em mim, porém eles não acompanham mais meus movimentos.

Arfo sem parar olhando a criatura estática por longos segundos, assistindo o sangue negro escorrendo vagarosamente de sua testa queimada, me certificando que ela não está mais viva.

Meus dedos soltam o cabo do punhal lentamente, caindo sobre os ombros da criatura, finalmente desfalecida... Acabou... Acabou...

Finalmente acabou...

Permaneço onde estou, com o olhar caído pela exaustão, lutando para não desmaiar. Meu peito, braços, pernas... Meu corpo inteiro dói depois de tudo isso, meus dedos ardem de tanta força que apertei o punhal, o forte odor de queimado faz minhas narinas arderem e lagrimas me escaparem, e ainda sinto uma dolorida ardência no estomago.

Não apenas isso, mais algo vem em minha mente que me incomoda profundamente enquanto olho para minhas mãos manchadas com o sangue negro da entidade... Eu matei um outro ser. Foi por questão de sobrevivência mas... Eu matei, e isso me faz sentir horrível.

Levo minhas mãos tremulas de volta ao punhal cravado em sua testa, o arrancando num puxão e o largando no chão numa ruidosa queda do metal. Volto meus olhos para os meus dois punhais, tirando eles dos ombros dela e também as soltando ao chão.

Após alguns segundos, as três lâminas no chão emitem um fraco brilho, e por fim desaparecem.

Por fim, num último gesto de respeito que posso dedicar a ela, passo os dedos pelo seu rosto fechando seus olhos... Pela primeira vez, acho que enxergo paz na entidade.

Sinto algo encostando lentamente no meu ombro. Devagar me viro e encontro Brian com um semblante cansado, que mesmo assim me estende a mão para que eu me levante.

Assim que fico de pé, a tontura do cansaço me atinge e preciso me apoiar em Brian para não acabar cedendo. Ele prontamente passa um dos meus braços ao redor de seu ombro e o outro ao redor da minha cintura me permitindo permanecer de pé, e por fim nós olhamos para a criatura por alguns segundos.

O lugar inteiro perde a cor avermelhada aos poucos, os vários corpos grudados no chão e paredes, junto de todos os gemidos de agoniam, desapareceram completamente, e tudo o que resta neste lugar é o cenário destroçado do que era o primeiro andar da minha faculdade, mergulhada no mais profundo silêncio.

- Como você está? – Ele me pergunta em baixo tom.

- Estou bem... – Consigo dizer num fio de voz – Cansada, mas bem...

Apesar de parecer calmo, seus olhos em mim entregam a real proporção de sua preocupação. Tudo em Brian parece buscar saber se estou realmente bem.

- E agora? – Sussurro para meu antigo guardião após longos segundos.

- Ainda não sei... – Ele me responde no mesmo tom, segurando minha cintura com mais firmeza, e vamos nos afastando devagar – Vamos...

Ergo meus olhos a ele, enquanto começamos a caminhar – Para onde? Estamos no Abismo...

- Lá pra cima... Estava com o Tiago antes de te encontrar, e pedi para ele levar todos que pudesse para os andares mais altos e se proteger. – Brian explica enquanto nos aproximamos das escadas.

Olho sobre o ombro e observo a entidade, e Brian acompanha meu olhar. – Vamos deixar ela ali? – Pergunto.

- Não temos o que fazer quanto a ela... – Ele sussurra, e concordo com a cabeça.

Tomamos as escadas e subimos no ritmo que nossos corpos cansados permite, e apenas nossos passos ecoam no lugar. Não sei se estamos nesse ritmo pelo cansaço, ou por estarmos digerindo toda a situação que passamos, e no agora, pelo menos para mim é difícil conseguir dizer algo.

- Você... – Começo, reorganizando meus pensamentos – Você falou do Tiago... Ele está bem? Viu a Letícia ou a Marina antes de me encontrar?

Brian suspira pesadamente, e tomamos o próximo lance de escadas – Da última vez que o vi, ele estava bem sim... Não encontrei a Letícia em nenhum lugar, já a Marina...

Ele para de falar, e olho para ele. Brian não diz nada, porém torce a boca e evita me olhar, e isso já foi o bastante para que eu entenda que aconteceu algo com minha melhor amiga e me deixar aflita novamente – O que houve com a Marina?

- Ela se feriu, mas o Tiago e outras pessoas estavam cuidando dela. – Me responde sem muitos detalhes, e apesar de não me sentir satisfeita só com isso, algo me diz que o melhor é eu não saber demais.

Por algum tempo seguimos subindo, e me atento em uma coisa que até agora ignorei. Existem janelas ao lado das escadas, e está tudo bem escuro do lado de fora, acho que mais do que antes, mas é estranho que esteja tão escuro, afinal o céu continua da mesma forma. Inclusive, tenho a impressão de ter visto algo além de arvores.

Após cinco lances de escadas, e também um e outro cadáver de cães e aranhas gigantes, alcançamos um dos andares mais altos, mas não o do terraço. Logo no topo da escada foi montada uma barricada com várias mesas e cadeiras, de uma forma tão bagunçada que é impressionante ela ainda continuar de pé. Dá pra ouvir as várias vozes amontoadas de todos. Olho de soslaio para Brian, que pela cara de decepção, imagino que ele esperava encontrar um pouco mais do que um amontoado desses.

- Como passar disso? – Brian questiona passando uma mão pelo cabelo.

- Acho que podemos gritar e pedir pra abrirem. – Ele me olha – Melhor que derrubarmos tudo.

- É, até que faz sent... – Antes que Brian termine sua fala, uma das mesas se solta e a barricada começa a ruir diante de nós. Eu e Brian recuamos alguns passos e por pouco desviamos do mar de metal que vem em nossa direção – Acho que não precisamos mais gritar.

Seguro o riso com o comentário dele, e seguimos juntos. Algumas pessoas olham assustadas para nós, mas não nos dizem nada e nos deixam passar. Muitos seguem conversando ao mesmo tempo, a barulheira é horrível.

Além de toda a barulheira, tanta gente reunida por aqui está fazendo o lugar ficar muito abafado, e é praticamente impossível dar cinco passos sem esbarrar em alguém.

Até penso em procurar por Marina para ver como ela está, mas a barulheira é tanta que minha cabeça começa a doer quase que imediatamente.

Alcanço a mão de Brian para não nos separarmos, e avanço para o último andar, desviando de toda essa gente da melhor maneira que consigo querendo alcançar o terraço, para pelo menos poder respirar um pouco e me preparar melhor para me enfiar naquela bagunça.

Quando alcançamos a porta do terraço, a encontramos fechada, e sem me dar por vencida, a empurro com a pouca força que ainda tenho, e consigo abrir num impulso.

Ouço o barulho de correntes caindo pelo chão, mas ignoro enquanto avanço em passos rápidos para o local mais arejado que posso aproveitar depois do que pareceram incontáveis horas. Respirar um ar fresco depois de cinco minutos ali dentro é um alívio completo...

O lugar está bem pouco iluminado mesmo estando fora do prédio, mas isso não é realmente um incomodo. O vento toca meu corpo e faz meu cabelo balançar sem parar, ele é quente porém se torna frio em seguida.

Meus olhos passam bem por cima da densa floresta a nossa volta. Ela se estende sem fim, o que me deixa bem insegura sobre sairmos nela por qualquer motivo. Poucos minutos aqui e duas criaturas imensas já apareceram, sem contar com a entidade, e sabe-se lá o que mais se esconde nessa floresta.

Erguendo meus olhos ao céu, só agora observo os tons vermelhos e as pesadas nuvens por todos os lados. É um cenário que só consigo definir como assustador.

Respiro profundamente, e escuto passos logo atrás de mim. – Que dia Brian... Que dia...

- Eu concordo, a muito tempo não passo por algo assim. – Ele me responde suspirando – O pior é que não sei o que podemos fazer para sair daqui. Não conheço nada que possa funcionar.

- Nós daremos nosso jeito. – Digo rindo me virando, encontro Brian com um pequeno sorriso e estou prestes a abraça-lo bem apertado...

Porém, o que vejo atrás dele faz meu sorriso desmanchar por completo, e minha expressão ser tomada pelo mais intenso medo.

Atrás do prédio uma figura colossal coberta por escamas enegrecidas nos olha fixamente. Um imenso par de asas cobre boa parte do céu e projeta uma profunda sombra sobre tudo.

Essa coisa é muito maior que o prédio inteiro.

E um pouco à frente da gigantesca criatura, sentado no local mais alto do terraço sua figura sombria se vê presente. Seu pesado sobretudo negro e os cabelos soltos voando junto ao vento, e com o queixo apoiado sobre a mão, ele nos observa com um sorriso no rosto.

O Cara do Casaco.

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