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Dê uma chance

Como imaginaram, por causa da falta de aviso do porteiro, era Mirela na porta. Disse que passou para ver o filho antes do trabalho, mas tanto Paulina quanto Simon sabiam que o motivo era outro. Simon até verbalizou isso, ao que Mirela riu e não negou. Enquanto Simon se arrumava para trabalhar, Paulina ficou na sala conversando com Mirela, ou melhor, ouvindo.

Paciente, aceitou as condolências da Salvatore, que lamentava o fim de seu noivado, não soltou uma palavra quando ela garantiu que encontraria alguém melhor, agradeceu e forçou-se a ocultar seus verdadeiros pensamentos atrás de um sorriso ao escutar que era muito boa garota, uma alma maravilhosa que influenciaria Simon a ser um homem melhor. Declarar que Simon é que a influenciava a ser uma mulher melhor pareceu inadequado.

Imaginou o caos que seria a descoberta do acordo deles. Mirela exigiria sua demissão. Por mais amiga de sua mãe, duvidava que a Salvatore aceitasse tal abuso de confiança. Seu pai a repudiaria. Há anos ele estava insatisfeito com suas decisões, desde que apresentara Nathaniel como seu namorado e saiu da casa dos Salvatore para trabalhar para outra pessoa. Na mente de seu pai a família era atrelada aos Salvatore. Aceitar ser governanta de Simon foi uma das poucas alegrias que dera a ele. O escândalo o mataria de desgosto, se ele não a matasse antes.

Dividida entre as complicações de fingir ser amante de Simon e prestar atenção no que Mirela dizia, não notou o papel rasgado que continuava na mesa de centro até que a Salvatore o pegou e, para seu constrangimento, o leu. Arrependia-se de escrever aquilo, no fim nem fora útil, Simon desaprovou cada um dos itens.

— Oh, Lina! — O rosto de Mirela transmitia compaixão, pena, sentimentos que não precisava.

— É só uma lista boba — murmurou com vergonha.

— Entendo... — Pelo olhar de piedade Paulina imaginou o que Mirela entendia. — Bem, posso ajuda-la com as roupas.

— Pode? — Foi a primeira declaração a despertar seu interesse naquela conversa.

— Tenho uma amiga estilista. Te levo na loja dela e escolheremos juntas o seu novo guarda roupa — anunciou empolgada.

A empolgação não alcançou Paulina. Presumira que Mirela a acompanharia a uma loja escolhida por ela, uma de acordo com sua situação financeira, não para um lugar com roupas caras.

— Deve ser caro.

— Não se preocupe com valores. Você precisa de algo para levantar o astral — disse pegando o celular na bolsa. — Só preciso dar um telefonema.

— Dona Mirela... — começou a falar, mas foi rapidamente interrompida.

— Só Mirela, meu bem — pediu selecionando a pasta de contatos.

Abriu a boca para dizer que não tinha condições para gastar em roupas de grife, mas perdeu a fala ao avistar Simon. Não havia nada de diferente nele. Estava de terno cinza, camisa imaculadamente branca e gravata com detalhes geométricos em preto e vermelho, em sua mão direita a pasta de trabalho com seu notebook. Passara os últimos meses o vendo ir e voltar do trabalho, mas era a primeira vez que pensava na maciez dos lábios e do cabelo dele.

Quando os olhos negros encontraram os seus imediatamente abaixou a cabeça, torcendo para Mirela não estranhar sua atitude e o fato de seu rosto queimar em carmim.

Longe de notar seu embaraço, Mirela esqueceu a ligação e foi até o filho, encaixando um braço no dele e o arrastando até os sofás, até Paulina. Levantou constrangida e se obrigou a erguer o olhar, no entanto, temendo pensar em algo inapropriado e corar ainda mais, o fixou em um ponto entre o queixo e o pescoço dele.

— Filho, hoje faremos um dia só de mulheres — informou, questionando sem necessidade, uma vez que Simon jamais dizia não aos seus planos. — Posso sequestrar a Lina por algumas horas?

— Faça o que achar melhor — respondeu com pouco caso, erguendo o braço para verificar o relógio de pulso. — Tenho que ir.

Soltando o braço, inclinou-se para beijar o rosto de sua mãe antes de caminhar em direção à porta.

— Esqueceu-se de se despedir da Paulina.

De costas, Simon acenou com a mão.

— Até mais Perez.

Paulina desejou a capacidade de fingimento do Salvatore, quem sabe assim não se ressentiria da demonstração de desprezo dele em relação a sua pessoa. Também evitaria pensar que naquele momento amantes trocariam um beijo de despedida.

~*~

O dia estava péssimo. Enjoos matinais pareciam não se limitar as manhãs. Sua colega de apartamento tivera a péssima ideia de preparar bacon no café e agora a cozinha e a sala, separadas somente por uma bancada, cheiravam a toucinho e bile. Seu carro pifara de vez, o valor do conserto faria uma diferença enorme nos seus gastos em um momento que não podia esbanjar. E, para coroar, seu chefe mais ranzinza a flagrara comendo biscoitos na mesa de trabalho, quebrando uma das malditas regras dele, não levar comida para a mesa de trabalho.

Com a agenda e uma caneta nas mãos entrou na sala dele com as explicações na ponta da língua: não comeu nada em casa; jogou para fora o que não comeu; e faltava uma hora para seu almoço. Um biscoito – três – foi tentação demais para um dia infeliz e de fome intensa. Explicações regadas a lágrimas, pois andava emotiva, que Simon Salvatore abominava.

Então ocorreu um milagre, ele não reclamou, sequer mencionou sua falta com a limpeza de sua mesa e teclado – o chefe aparecer do nada quando faz algo errado causava farelos fora do guardanapo. Somente ditou uma lista de telefonemas e o motivo para o contato. Sairia ilesa se sua boca grande não decidisse abrir.

— Senhor Simon, me desculpe pelos biscoitos. — Torceu o rosto no aguardo da bronca.

— Sem problema — disse sem tirar a atenção da tela de seu notebook, digitando e movendo mouse ocasionalmente.

Imaginou que estava relevando seu comportamento por causa da gravidez. Era uma das poucas vantagens do seu estado, as pessoas ficavam dóceis e compreensivas. Sua amiga, que mesmo com nojo se ofereceu para limpar a cozinha, era a maior prova desse fator. Com isso em mente resolveu arriscar novamente.

— Senhor Simon... — começou com receio.

— Sim?

Era agora ou nunca.

— A Paulina está bem? — perguntou com o que esperou fosse um tom suave e preocupado, um que pedisse compreensão com a grávida curiosa. — Ontem ela falou algumas coisas estranhas, parecia zangada.

Ajeitou a postura quando Simon desviou a atenção do notebook e a observou em silêncio por segundos que pareceram horas — provavelmente avaliando sua sanidade ao roubar a preciosa atenção dele do trabalho para falar sobre a governanta —, antes de responder olhando para a tela do computador.

— Ela terminou um relacionamento antigo e esta com dificuldade de aceitar.

— Oh! Sinto muito por ela.

Simon soltou um grunhido, sem tirar a atenção da tela. Um claro sinal de que abusava demais da sorte. Andou para a saída, mas antes que atravessasse a porta Simon a chamou. Virou-se tensa e encontrou Simon a olhando fixamente. Agora sem dúvida seria repreendida.

— Você e o Nathaniel, como estão?

Demorou um segundo para compreender a pergunta, outro para escolher a resposta que não ofenderia o amigo do patrão.

— Não estamos.

Ele sacudiu a cabeça devagar, sem tirar os olhos dela.

— Tenho um conselho: Dê uma chance ao Nathaniel.

Cherry o olhou em dúvida. Tanto pelo assunto pessoal abordado por ele, quanto pelo conselho em tom paternalista.

— Ele foi um idiota, mas sem intenção. Pense na criança. — Olhou expressivamente para o ventre ainda plano da Martins. — Toda criança precisa dos pais em harmonia. Não precisa casar ou ter uma relação íntima com ele.

Cherry ficou sem palavras e Simon voltou à atenção para o notebook, recomeçando a escrever. Em silêncio, Cherry saiu.


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