Capítulo 8
Maio de 2015
Quando a segunda feira chegou, a animação tomou conta, assim como a ansiedade. Eu tinha acordado bem disposta e não sentia dores. Levantei-me para um bom café da manhã dando bom dia a empregada e ao meu querido futuro marido.
Como de costume, eu cheguei mais cedo que todos e fiquei feliz por conseguir tocar. Conforme as pessoas foram chegando e ocupando seus assentos, elas me cumprimentavam e me perguntavam se eu havia melhorado, e a todas elas eu respondia confiantemente que sim.
Assim que todos chegaram e se posicionaram, eu dei início e dessa vez, sem nenhuma falha sequer. A sensação de dever cumprido me arrancou um grande sorriso e um suspiro de alívio. Porém, a caminho de casa, tudo novamente aconteceu. Eu estava dirigindo tranquilamente pela estrada, mas pelo horário, as ruas estavam bastante movimentadas.
Parei no semáforo e esperei que o mesmo abrisse para seguir adiante. E assim o fez, abriu-se o sinal, mas eu permaneci no mesmo lugar. Minhas pernas não obedeciam aos meus comandos, elas apenas tremiam. Um desespero logo se alastrou, uma mistura de medo e frustração, além daquela sensação de que tudo ia acontecer de novo.
As pessoas atrás de mim vinham com xingamentos e buzinas incessantes, e eu não conseguia sequer raciocinar direito. Minha vontade era de chorar, e dessa vez eu não me segurei, fazendo a única coisa mais coerente e a única a ser feita naquele momento – ligar o pisca alerta.
Tentei me controlar. Respirar fundo e pelo menos tentar me recompor. Mas a pressão dos motoristas atrás de mim não ajudava. Rezei internamente para que tudo aquilo passasse e que minhas pernas voltassem ao normal. Novamente tentei respirar. Puxei o freio de mão e tentei alongar as pernas utilizando-se das mãos para poder movimentá-las. Tudo isso com lágrimas no rosto.
Acredito que eu tenha ficado uns dez minutos ali, parada, ouvindo dos mais diversos palavrões. Foi mil e umas sensações em apenas alguns minutos, mas o suficiente para que um dia agradável tornasse um pesadelo.
Cheguei em casa frustrada, decepcionada e magoada. Pensando em todo momento o que estava acontecendo comigo. Talvez fosse o fato de eu ter ficado totalmente ansiosa pela apresentação. O médico disse que essas crises podem ser por causa do estresse. Estava decidido, eu aproveitaria a semana de forma a me relaxar e não pensar em casamento e nem em ensaios.
Subi para o meu quarto sentindo o mesmo desconforto daquele dia em que eu havia desmaiado. Peguei os remédios e os engoli de uma vez. Aproveitei para ligar para mamãe para que ela, o quanto antes, ligasse para o spa. Eu me daria uma semana de folga, sem pensar em nada.
Fomos eu, mamãe e Dafne. Richard me deu total apoio, afinal, quem iria querer uma pessoa ao lado que vivia com constantes insônias e reclamações de dores?
O lugar era tranquilo, por sorte havia poucas pessoas. E, apesar de eu estar animada, meu semblante estava nitidamente abatido. Mamãe optou por uma massagem para iniciarmos e eu não contestaria em hipótese nenhuma. Enquanto dei início à sessão, Dafne não perdia a oportunidade de falar do seu querido francês e do quanto queria aquela vida para sempre. Já mamãe estava preocupada comigo e me enchia de perguntas, enquanto eu apenas queria me desligar do mundo por algumas horas.
— Minha filha, você está tão abatida. Tem tomado os remédios direitinhos?
— Sim, mãe. Estou tomando todos eles conforme o médico me receitou, mas eles melhoram na hora, logo após o efeito, as coisas retornam novamente. Ontem mesmo eu fiquei parada no sinaleiro porque minhas pernas simplesmente travaram.
— Eu ainda acho que você deveria procurar um médico.
— Eu estava decidida a fazer isso essa semana. Mas, como os remédios do Doutor Jordan havia aliviado, e eu estava bem hoje de manhã, achei que não seria necessário. Isso tudo é estresse, eu tenho certeza, garanto que uns dias aqui e mais alguns dias de repouso em casa me ajudarão.
— E os desmaios, continuaram?
— Mamãe, voltamos de viagem não faz muito tempo. Acredito que não irá mais acontecer.
— E aquela história de estar grávida?
Respirei incomodada.
— Mãe, eu não estou grávida, a chance disso acontecer nesse momento é zero.
— Olha lá. Eu sei que parece assustador, mas em todo caso estaremos aqui.
— Eu não estou grávida, está bem. Está vendo Dafne, o que seu comentário causou. Agora minha sogra e minha mãe acham que serão avós.
— Qual é,? eu apenas dei uma palpite, nada demais. E já que você está para se casar, qual é o problema? Você sempre gostou de crianças.
—Enfim, eu não estou grávida, foi apenas um mal estar que logo passará, e vocês tratem de mudar de assunto.
— Certo, mudando de assunto então, Philip me convidou para decidir as fragrâncias da sua nova coleção de perfumes. Disse até que colocaria meu nome em um dos perfumes, imagina que chique, perfume Dafne's Hoffman, Eau de perfum. — suspirou Dafne.
Não aguentei e acabei dando risada. A empolgação de minha irmã sempre era cômica demais e a sua companhia sempre me deixava mais leve.
— E quando irá nos apresentar, Dafne?
— Olha mamãe, sabe como eu sou com essas coisas de apresentar a família, isso demonstra seriedade demais, e você sabe como eu sou com essas coisas de relacionamento sério. Porém, algo me diz que Philip é o cara. — disse determinada — Acho dessa vez eu estou apaixonada — suspirou.
— Assim como estava apaixonada pelos cinco caras com quem saiu no último mês?
— Ai Clarissa, não seja estraga prazer. É diferente. Ele me entende, e leva uma vida assim como a minha.
— Assim como a sua, vírgula, ele ainda trabalha e tem um negócio.
— Eu ainda estou muito jovem para abrir um negócio.
— Claro e você pensará nisso quando estiver com oitenta anos?
— Por que não? Posso montar uma boate para idosos, ensinar o pessoal da terceira idade a balançar o quadril. Posso ensiná-los até como se dança funk. Imagina. Seria o máximo.
— Com certeza. Extraordinário. Se eles aguentarem dobrar os joelhos o pouco que seja já está de bom tamanho. — ironizei.
— Você vai ver, será um sucesso, prometo que você terá desconto irmãzinha.
— Oh não, obrigada, sabe que essas festinha não são para mim.
— Será uma velha rabugenta, eu estou vendo o seu futuro.
— Daquelas que ainda reclama de dores nas costas e fica sentada na cadeirinha tricotando. — foi a vez de mamãe.
— Provavelmente estará reclamando do tempo, e desmanchará a blusinha quinhentas vezes até que esteja perfeita no padrão Clarissa de ser. — Dafne a ajudou.
— Ei vocês duas! Eu ainda estou aqui. E já que Dafne abrirá uma boate para idosos eu posso montar um coral para idosos, por que não? Ensiná-los a tocar violino e a relaxarem o corpo.
— Coisa chata — Dafne cantarolou e eu podia jurar que ela revirava os olhos.
Durante o tempo em que estive no spa, sentia-me mais disposta. Eu estava relaxada, tranquila e aproveitei o resto da semana para descansar em casa. Por fim, eu me sentia outra Clarissa, disposta, encorajada, e pronta para correr atrás das coisas tanto do casamento, quando me dedicar novamente aos meus ensaios.
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Olá borboletas, como tem passado?
Gente, eu sei que vocês gostam muito do Miguel, mas explicar um pouco do passado de Clarissa é importante para entendermos a história no presente e, principalmente, para deixá-la ainda mais emocionante também.
Mas eu prometo que não demorará muito para o Miguel fazer consultas diretas. Afinal, depois de conhecer a história de sua paciente, ele começara a realizar o tratamento, e aí eu já adianto, vem coisa boa por aí.
E por falar em coisa boa, aí vão duas:
1) Clarissa tem consulta com Miguel no Sábado e na segunda-feira, sendo que no sábado, o ponto de vista será dele. Sim, minha gente, e se preparem que o bonitão vai enfrentar a mãe de Clarissa. Ops! Falei demais.
2) Quando chegar a 1k, teremos uma surpresa, então compartilhem com suas amigas, votem muito, divulguem muito porque quando mais cedo as visualizações chegarem, mais cedo teremos surpresas.
É isso borboletas, até sábado.
Ah! Antes que eu me esqueça, Miguel mandou um beijo;
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