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Capítulo 7


Março de 2017 — Sexta consulta

Vocês namoraram por três meses e noivaram? — Miguel parecia realmente impressionado

—Quatro! — corrigi-o. Nós não éramos mais adolescentes para ficarmos enrolando.

— Claro. E acharam que estavam agindo de forma muito madura quando decidiram ficarem noivos.

— O que está insinuando, Miguel?

— Apenas acho que o seu erro estava aí. Você idealizou uma pessoa que não existia.

— O que? Richard era de verdade. Seu carinho por mim era de verdade. E essa maldita doença tirou ele de mim.

— Borboleta, vocês se equivocaram. Já ouviu falar que as pessoas mudam depois do casamento?

— Meus pais continuam apaixonados

— Não duvido que devam ser mesmo. Mas pergunte a sua mãe ou até mesmo ao seu pai se a época de namoro é a mesma da de casado.

Respirei fundo. Miguel estava me irritando com aquele monte de acusações a respeito da minha relação com Richard.

— Escuta, Richard me deixou antes mesmo de nos casarmos, satisfeito.

— Está vendo. Mais um motivo para ter certeza de que vocês não agiram corretamente. Tiveram um trabalho a toa.

— Não precisa jogar isso na minha cara. Mas eu não o culpo. Quem aguentaria uma pessoa como eu? Eu sei, você será o próximo psiquiatra a cair fora. E não vai demorar muito. — suspirei profundamente sentida ao me lembrar do dia em que Richard me deixou.

— Sabe o que eu acho? Aliás, eu tenho certeza, você culpa a sua doença por tudo o que está acontecendo com você nesse momento, quando na verdade, a única culpada nessa história é você mesma.

Cruzei os braços e fitei-o. Quem ele pensava que era para me dizer que a culpa dessa história era eu? Ele não sabia de nada. Definitivamente, ele era o pior psiquiatra do mundo.

— Já te disse que você...

— É o pior psiquiatra do mundo? Sim, desde a nossa primeira sessão. E olha que nós estamos apenas na sexta.

— E por que continua vindo aqui? Ah, já sei! Você está sendo muito bem pago.

— Não só por isso, mas também porque não sou de desistir. Adoro um bom desafio, e sim, a culpada da história é você.

— Miguel, você não sabe de nada. O que você sabe é a teoria, mas não a prática.

— Tem razão. Não faço ideia de como é sentir o que você sente na prática. Mas você está se vitimando.

— E eu sou uma vítima sim. — disse com convicção e rudeza.

— Muito bem! O primeiro passo é admitir. Sabe o que controla o seu corpo?

Acenei com a cabeça.

— As dores, a fadiga, o cansaço. Isso controla o meu corpo. — respondi.

— Errado! É a sua cabeça que controla o seu corpo. Já ouviu falar no ditado: "Quando a cabeça não pensa, o corpo padece"?

— É claro que já.

— Exatamente isso. Você deixou as dores lhe dominarem. Você deixou que ela roubasse sua essência e a Clarissa feliz que disse que era. Você permitiu que ela tirasse isso de você.

— Ah! Claro! Porque eu escolhi ter fibromialgia — ironizei.

— Não, mas deixou que a doença a controlasse.

— E você queria que eu fizesse o que?

— Lutasse.

— Com que forças? Com que disposição? Tudo em mim dói. Rir dói, sorrir dói e até chorar dói.

— Rir e chorar dói na mesma proporção, mas você prefere chorar ao invés de sorrir. Muito coerente Borboleta.

— É mais fácil chorar.

— Tá vendo como a doença controla você. Você sabe que se rir ou chorar poderá sentir dor, mas você prefere chorar. A escolha é sua. Você pode rir se quiser, basta tentar.

— E onde eu encontro graça?

— Em qualquer lugar. Os homens das cavernas não sabiam rir. Eles aprenderam com o tempo, e achavam graça das coisas mais insignificantes.

— Falar é fácil

— Chorar também lhe parece ser muito fácil. — Revirei os olhos — Me diz borboleta, o que te fazia rir?

— Minha irmã era uma pessoa bastante engraçada. As festas de família eram divertidas e os ensaios eram animados.

— E o que fez com que a graça acabasse?

Antes mesmo que eu respondesse, Miguel se adiantou. — Não vale dizer que foi sua doença.

Assim ficava difícil. Com toda certeza eu diria que deixei de frequentar as festas e os ensaios por conta da doença. Eu estava a culpando novamente, mas eu não enxergava outro culpado a não ser ela.

— Eu não queria ir. — admiti contrariada.

— Ótimo, estamos evoluindo.

— Mas tem um motivo pelo qual eu não queria ir.

— Sim. E eu sei muito bem qual o motivo foi esse. E o que você poderia ter feito para mudar essa situação?

— Ter tomado remédio? — saiu em tom de pergunta, mas na verdade foi mais uma resposta a mim mesma do que para Miguel. — Os remédios me deixam mal. Alguns me dão náuseas, outros, dores de cabeça terríveis.

— E você já disse isso ao seu médico? Procurou tomar outros remédios? Fazer uma análise minuciosa?

— E eu viverei para sempre a base de remédios. Passarei a minha vida indo a terapeutas, neurologistas, psiquiatras, médico disso, médico daquilo. A que ponto eu cheguei com apenas trinta anos.

— Mais uma lamentação no dia. Sabe, acho que vou começar a marcar quantas vezes você se lamenta no dia.

— Não se atreva a fazer isso Miguel. Já basta eu ter que te aguentar a me chamar de borboleta.

Ele riu, pois minha palavra em nada influenciava na atitude de Miguel. Ele agia por conta própria.

— Miguel, eu estou falando sério.

— Eu sei. Quem sabe assim você se controla e pare de lamentar. Testarei sua evolução ao longo do dia. Agora me conte, onde Richard te levou?

Respirei fundo e continuei.

— Ele me levou a um concerto da cidade, o lugar era incrível, mas de uma pronúncia um tanto difícil. Suas paredes eram de um dourado intenso e a poltrona vermelha dava um destaque magnífico. Demorei horas contemplando a beleza daquele lugar. Tudo extremamente alinhado, perfeito e decorado e, para mim não existia mais ninguém naquele momento. Richard me deu o seu braço para que eu o segurasse e me levou até os assentos. Mesmo antes de começar a apresentação, eu já sentia toda a emoção. O arrepio no corpo, a sensação de leveza. Tudo era um encanto. Era uma ópera cantada por uma mulher e um rapaz. Infelizmente eu não consigo me lembrar do nome, mas lembro do quanto ela me emocionou. Saí de lá com os olhos encharcados e Richard riu do meu estado, assim como eu acabei rindo em seguida por me achar tão boba. Saímos de lá e fomos jantar num restaurante que ficava há algumas quadras do concerto. Fomos a pé contemplando a cidade e sentindo o ar fresco tocar a nossa pele. A noite estava devidamente agradável e tranquila. Voltamos para casa e fomos dormir. Richard até ameaçou avançar o sinal, mas eu definitivamente estava exausta e ele preferiu não insistir. Prometi a ele que compensaria quando retornássemos ao Brasil.

— Caramba! Super empolgante. — senti a ironia no tom de sua voz.

— Eu não estou te obrigando a me ouvir. Você que insistiu.

— Já parou para pensar que nesse último ano a sua vida se resumiu a tocar e a cuidar do seu casamento. E já posso afirmar com convicção que provavelmente nos outros anos você passou tocando ou indo a apresentações de música clássica. Me diga, quantas vezes você saiu com sua amiga ou com sua irmã?

— Eu sou feliz assim. Ou pelo menos era. A tranquilidade e a rotina me faziam bem. E se te conforta, eu saia algumas vezes com minha amiga e irmã. Está bem pra você?

— Se comparar a minha concepção de divertimento com a sua, não está nem um pouco boa.

— É exatamente por isso que cada um se sente feliz em alguma coisa. Não me obrigue a gostar de algo que você gosta.

— Eu jamais faria isso. Mas acho que você deveria investir em outra coisa. Você é dependente da música e do seu tão querido violino. Borboleta, o mundo não é só isso. Existem outros gêneros, existem outros hobbys, outras aventuras. Eu sei que pode ser difícil abrir mão de algo que se goste muito, porém, não devemos ficar dependentes daquilo, do contrário, a partir do momento que aquilo não mais existir, é como se você não existisse também.

— Você já me disse isso uma vez, se eu não me engano.

— Disse, e repetirei quantas vezes forem necessárias até que entre nessa sua cabecinha. — ele tocou minha testa e eu dei um leve sorriso. Eu odiava admitir que ele tinha razão, mas eu ainda não tinha ânimo nenhum para tentar outra coisa.

— E como eu faço isso? Tocar me dói, caminhar me dói. Tudo o que faço dói.

—Dói ou você tem preguiça?

— Está me chamando de preguiçosa?

Ele ri me deixando irritada.

— Foi apenas uma pergunta.

— Não, não é preguiça, eu sinto dores terríveis, por isso tomo remédios.

— E esses remédios são para que?

— Ora para aliviar as dores.

— E estão funcionando?

— Em parte. Eles me causam incômodos. Mal estar.

— Já disse que irei estudar sobre os remédios que tem tomado. Mas, uma boa parte do fato de você estar aqui continua sendo o seu psicológico. Lhe falta ânimo e certa acomodação com sua situação. — fiz cara feia com seus comentários e ousei contestar, mas ele me interrompeu — Você sabe que sente dores, que fica cansada, que os remédios lhe fazem mal, mas a culpa disso continua sendo sua, inteiramente sua. Não faz nada para mudar a condição a qual você foi submetida. Não procura outra coisa para se divertir ou para te animar. Não quer se submeter ao tratamento, mas também não quer sentir dores. É como alguém que reclama que está acima do peso e não muda a alimentação.

— Miguel, fibromialgia e perda de peso não tem nada a ver uma com a outra. O dia que você tiver fibromialgia, você vem e me diz de quem é a culpa.

— De tudo o que eu falei você só prestou atenção na perda de peso?

— Claro que não.

— E então? — ele faz o número dois com as mãos.

Bufei irritada e o encarei com uma sobrancelha erguida, enquanto seu sorriso não saía da boca.

— Segunda lamentação do dia?

— Exatamente!

Eu queria falar alguma coisa. Abri a boca várias vezes, cruzei os braços, tudo fazendo um esforço enorme para manter a pose e achar uma resposta a altura, porém, era como se eu tivesse perdido todo o meu vocabulário. E como se eu não tivesse outra escolha, viro-me a fim de não encará-lo.

—Bem! Nossa consulta acabou por hoje, mas eu prometo que te mostrarei de quem é a culpa de toda essa situação e não vou precisar nem ter fibromialgia para te mostrar isso. — ele se levanta pegando sua bolsa. Sinto que ele deposita seu olhar sobre mim, mas prefiro ignorá-lo.

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Amores, mil perdões por não ter postado ontem, mas minha internet decidiu, bem na hora que eu ia postar, que não queria mais funcionar, só voltou agora de manhã.

Enfim, ta aí o Miguel todinho pra vocês.

Me contem o que estão achando.

Mil borboletas

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