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Capítulo 22


Ei borboletas!!! Preparem suas calcinhas, e vamos a mais uma capítulo.


                       " O resumo da ópera é que nunca me senti tão diferente como agora. No início, foi confuso, não conseguia interpretar corretamente o que meu corpo ansiava. Com o passar dos dias e dos meses, percebi que não dava mais para lutar contra algo tão forte quanto a fibromialgia". (Dianer Bergher)

Clarissa

A noite estava magnífica. As estrelas tinham um brilho especial e a lua, bem, indescritível. Seria apenas um final de semana e eu já começava a sentir os sinais de cansaço se apoderar do meu corpo.

Porém, apesar de saber que o dia seguinte não seria fácil, eu estava feliz. Estranhamente feliz. Enquanto me trocava para ir ao restaurante dançante que Miguel tanto fazia questão que eu fosse, involuntariamente comecei a recordar o nosso último momento. Na hora eu nem sequer tinha me dado conta do quanto eu estava me divertindo. Eu só sabia bronquear a mim mesma e Miguel, mas a verdade, é que agora eu enxergo o quão feliz eu estava.

Três batidas ecoaram meu quarto. Miguel preferiu se arrumar no banheiro social dando mais privacidade a mim. Pedi para que a pessoa entrasse e me deparei com Melissa toda saltitante, que fechou o sorriso logo que me viu.

- Clarissa, por que faz tanta questão de querer ficar feia? Se bem que nem com todo esforço, isso seria possível. – ela coça a cabeça e faz bico como uma pessoa realmente indignada.

- O que foi? – pergunto constrangida.

- Calça jeans e camiseta para um jantar dançante? Sério? – Agora ela tinha uma sobrancelha erguida.

Encolhi-me em meu próprio corpo. Estava devidamente envergonhada, mas o fato é que durante muito tempo, eu havia perdido completamente a noção de como era estar bem arrumada.

-Vem! – Melissa pegou minhas mãos indo em direção a saída.

- Onde vamos?

- Shopping? Você já foi em um, algum dia?

Revirei os olhos.

- É claro que já.

- Não deveria tê-lo abandonado. – concluiu me puxando com toda a pressa para a saída. – De acordo com os meus cálculos, temos duas horas para escolhermos uma roupa para você e te ajudar a se arrumar.

- Mas Melissa!

- Mas Melissa nada, você vai me agradecer.

- Só ia dizer que estou sem minha carteira.

- Ah não se preocupe com isso. Consegui fazer minha mesada sobrar esse mês, então, está tranquilo.

Melissa andava como se fosse terminar um quarteirão inteiro com apenas dez passos. Eu estava vivendo uma vida sedentária e sem agitação durante muito tempo e agora, eis que minha vida dá novamente um giro, mas dessa vez, não volta para o início, mas como se começasse uma nova história, numa velocidade a qual eu mal conseguia acompanhar.

Eu tentei diversas vezes contrariar a irmã de Miguel, mas ela era tão impossível quanto ele então decidi permanecer de boca fechada enquanto Melissa tagarelava sem parar.

- Ótimo, eu adoro essa loja. – pulou e bateu palmas, completamente animada. Ela olhava atentamente a todas os vestidos pregados na vitrine. Eram todos muito bonitos, eu deveria confessar, embora com preços inferiores dos quais eu estava costumada a comprar.

Enquanto eu estava distraída com todos aqueles belos modelos, perdida em meus pensamentos que me diziam o quanto eu sentia falta de me sentir mais feminina, Melissa me dá um susto, com um agudo grito.

- Achei! É esse, é perfeito. Meu irmão vai cair pra trás. - murmurou a última frase. Virei minha atenção a ela e me deparei com um lindo vestido longo da cor lilás, de frente única e fita na cintura. De fato, ele era perfeito. – Experimente, tenho certeza que irá ficar bom. Assim, conseguiremos tempo para eu dar um jeito em você. – estendeu o vestido a mim, acompanhando-me até o provador.

Coloquei o vestido no ganchinho e então encontrei com a pessoa que eu menos gostaria de encontrar – Clarissa Hoffman em completa depressão. Com olheiras enormes e o semblante abatido. Os cabelos murchos e sem graça. Tão diferentes de como eles eram antes. Eu estava espantada. Nunca tinha parado para me olhar com tanta cautela como naquele momento. 

Era como se um filme estivesse passando em minha cabeça. Como seu estivesse voltado na primeira prova do vestido de meu casamento. Eu estava aflita e era nítido. Não queria passar pela mesma situação na frente de pessoas desconhecidas quando poderiam se assustar com meus gemidos e ao mesmo tempo não queria magoar Melissa que parecia tão empolgada. E no fundo, bem lá no fundo, eu não queria magoar Miguel. 

Respirei fundo e acordei de meus pensamento quando Melissa fez o favor de me apressar.

- Anda logo Clarissa, estou curiosa. Precisa de ajuda?

Eu queria dizer que sim. Que precisava de apoio e paciência, mas me contive. Fechei os olhos e mentalizei a mim mesma que eu conseguiria me vestir e assim foi. Lentamente e com cautela, o vestido foi tomando conta de meu corpo, acompanhando seu formato. 

E então, a figura de uma Clarissa abatida e sem graça, deu lugar a uma cheia de esperanças que com um pouco de lapidação, poderia se transformar numa grande mulher, se tornar uma linda borboleta prestes a sair de seu casulo.

Sorri por pensar assim. De fato, pensamentos negativos atrai sensações negativas e saber que eu fora capaz de trabalhar minha mente sozinha, deixou-me orgulhosa de mim mesma. 

- Clarissa, está pronta ou não?

- Estou - disse abrindo a porta do provador. - E então? - perguntei sentindo um leve receio.

Melissa me olhou se cima e embaixo. Sua boca mexia, mas não emitia nenhum som e aquilo estava tirando toda a paz que eu havia conseguido.

- Está perfeito. Eu mal posso esperar pra ver a reação de Miguel. Você está maravilhosa. - disse com os olhos arregalados aparentando total admiração. - Claro, ficará ainda mais linda depois que passar um corretivo nessa olheiras terríveis. - puxou a etiqueta do vestido e pegou minhas mãos indo em direção ao caixa e logo para a saída. 

Melissa era muito agitada, não só nos pensamento como era o irmão, mas também nos movimentos. E acompanhar aquele dois, dava-me a impressão de que eu teria uma grande perturbação mental e física, mas por algum motivo, eu estava ansiosa por toda essa aventura.

Enquanto caminhávamos de volta para pousada,algumas buzinas fez-se presentes, assim como alguns comentários, alguns elegantes outro completamente esdrúxulos. Eu estava envergonhada ao mesmo tempo que descrente de que isso poderia realmente ser possível.

- Está vendo Clarissa, você chama atenção de muitos homens, inclusive do meu irmão.

- Melissa, por Deus, eu e seu irmão não temos nada a ver. Ele é impulsivo, agitado, e teimoso, além de ser intimidador. Sem falar que o estilo musical dele é péssimo. 

- Dizem que os oposto se atraem - ela deu de ombros.

- Pode ser, mas não é isso. Ele é meu médico e eu sou sua paciente.

- Ele é meu médico e eu sou a paciente - disse com total desprezo. - Uma coisa que vocês tem em comum é serem tão chatos e entendiantes. Miguel com toda a sua intelectualidade e você com toda a sua reclamação. Qual é? Não podem ser mais leves não? Dar férias para a alma de vocês seguirem com mais liberdade? Acho que elas merecem isso.

- Melissa, você ainda é muito jovem - percebi uma leve irritação de sua parte quando eu disse aquilo. - Se apaixonar é complicado. Dá um trabalhão. Aquela dúvida que fica cada vez que você vai puxar um assunto, se a pessoa está te respondendo por ser educado, ou se ela está apenas te iludindo ou se estava esperando pra falar com você tanto quanto você estava esperando pra falar com ela. Você sente um frio na barriga cada vez que essa pessoa aparece e é como se seu coração fosse sair pela boca e você tivesse que sair correndo atrás dele numa velocidade a qual não se pode mensurar. Aquela pontada de insegurança que vem, de querer saber se é ou não correspondido, ou se o futuro é mesmo certo. É um turbilhão de sentimentos que são demais para mim, no estado em que eu me encontro.

- Sabe o que eu acho, que você está sendo muito forte nesse momento - observou deixando-me completamente sem palavras e precisando de um leve esforço para entender o que ela queria dizer com aquilo.

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Eu me senti uma outra mulher logo que me olhei no espelho novamente e estava arrumada por completo. Melissa levava jeito para coisa, pois nunca achei que pudesse me sentir tão bem. Não havia palavras para explicar o que eu estava sentindo. Era como se eu reencontrasse uma pessoa que por muito tempo esteve ausente e eu sentia enormes saudades.

Aquela sim, era a Clarissa que tanto desejei ver e sentir. Meus cabelos curtos devidamente penteados e uma maquiagem leve realçando meus olhos verdes, fizeram meu coração saltar e foi inevitável não deixar uma lágrima correr.

- Ei, o que foi? - Melissa repousou suas mãos em meus ombros olhando meu reflexo no espelho.

- Achei que não conseguiria mais me ver desse jeito nunca. Você fez um grande milagre aqui. - sorri virando-me para ela. - Obrigada.

- Clarissa, eu não fiz nada, apenas realcei o que estava escondido aí. Você é maravilhosa em todos os aspectos, é linda e sensível, com um coração enorme. Você pode não ter percebido, mas acredito que falta pouco pra você sair por completo de seu casulo.

- Você acha?

- Tenho certeza. Agora... Vou deixar você se admirar mais um pouco, mas não se atrase, Miguel já está te esperando.

- Ai meu Deus! - soltei por saber que eu sairia com Miguel e um frio na barriga se alastrou assim como um pensamento do tipo: "Será que ele iria gostar?"

Respirei fundo e olhei-me no espelho mais uma vez com o coração saindo pela boca. Eu nem me lembrava da última vez que eu fiquei nervoso. 

E então, com uma coragem que eu jamais imaginei possuir, abri a porta do meu quarto e fui indo em direção ao hall. Algumas pessoas que passavam por mim, olhavam-me com intensidade, provocando-me certa timidez. Apesar de me sentir bem, não poderia exigir que logo de cara eu pudesse ter total confiança, mas ainda sim, arriscar era a melhor saída, sempre fora.

Ao longe, vi Miguel conversando com a irmã. Eles estavam concentrados em um assunto do qual eu não conseguia entender, mas Melissa, como sempre, estava empolgada. E antes que eu me aproximasse ainda mais deles, Miguel se virou em minha direção e foi inevitável que todo meu corpo estremecesse. 

Foram segundos que pareciam horas. Decidi parar de caminhar achando que algo estava errado. Meu psiquiatra não se mexia, não falava ou sequer parecia estar respirando, Melissa tinha um sorriso pretensioso no rosto e eu, bem, duas manchas extremamente vermelhas em cada bochecha.

Notando nossa paralisia, Melissa puxou-me pelas mãos arrastando-me para mais perto de Miguel, que finalmente havia conseguido ao menos engolir sua saliva, apesar de certa dificuldade. 

- Ela não está linda Miguel? - perguntou Melissa.

- Maravilhosa - ele pigarreou e olhou para baixo, aparentemente nervoso -Quero dizer, Clarissa está muito muito bonita, não que ela já não seja, mas é que ela está... - ele parou como se estivesse tentando achar uma palavra e eu a todo custo gostaria de saber por qual motivo ele estava totalmente nervoso.

- Bem, eu vou na festa da Carol e vou dormir por lá. Aproveitem a noite e juízo vocês dois, ou pensando bem, nem tão juízo assim. - riu e saiu deixando que meus olhos e os de Miguel conversassem numa linguagem intensa em sem muita precisão. 

- Miguel? - decidi quebrar o silêncio.

- Desculpe. Vamos? - ele estendeu seu braço para que eu o envolvesse. 

- Nós vamos a pé? - não pude evitar questionar.

- Qual é? Não é tão longe. - ele sorriu.

- Não que eu esteja reclamando, eu só não sei onde é?

- É isso ou a senhorita Clarissa Hoffman gostaria de uma carruagem para ir até o baile dançante? - indagou logo que a noite encontrou com nossos corpos.

- Eu esperaria isso de um cavalheiro, mas estamos falando do pior psiquiatra do mundo.

- Ora borboleta, o pior psiquiatra do mundo não te levaria para dançar.

- Lógico, ele entenderia o fato de eu não estar habilitada para grandes emoções.

- Certo, fique a vontade em voltar para casa e dormir até amanhã - ele não parecia irritado, apenas o Miguel irônico que fazia de tudo para me irritar.

- Como você é insensível - disse em tom de desdém revirando os olhos - Pois sabia que eu só não faço isso porque sei que irá jogar na minha cara.

- Borboleta, admita que está louca para essa nova aventura?

- Uhul - disse sem animação nenhuma e ele apenas riu.

- Quero só ver se vai continuar com esse desdém todo quando voltarmos.

- Com certeza eu vou estar irritada por você me obrigar a pagar mais um mico para a minha coleção.

- A coleção de micos da Clarissa! Deveria fazer um vídeo com isso e assistir sempre quando estiver com tempo ruim.

- Doutor Miguel tem tempo ruim? Achei que você sabia lidar com suas emoções.

- Ora borboleta, eu sou um ser humano como qualquer outro, não entendo porque acha que sou tão anormal.

- Talvez porque você seja fora de todos os meus padrões - disse mais pra mim do que para ele, sentindo-me estranha por ter dito aquilo. Como se eu estivesse admitindo que eu sempre fui muito conservada.

Miguel não disse nenhuma palavra sobre aquilo, apenas soltou novamente seu sorriso vitorioso.

- Enfim, chegamos!

- Já? - perguntei realmente surpresa.

- É, eu sei, eu tenho esse dom de fazer as horas passarem mais rápido. E ainda me dizem que eu sou chato, como pode?

Revirei os olhos.

O lugar era bem agradável e eu agradeci pela iluminação não ser muito grande. As mesas muito bem dispostas com alguns espelhos espalhados e ao longe, um palco com um grande espaço para dança. Aquilo fez meu estômago criar borboletas. Sem contar as pessoas que ali estavam e olhavam para mim. Naquele momento eu tive a certeza que queria sair de lá correndo.

- Posso ajudá-los? - uma garçonete, com um vestido florido pergunta a nós.

- Uma mesa pra duas pessoas perto do palco - Miguel se pronunciou.

- O que? - soltei involuntariamente.

- Acompanharemos tudo de perto.


O pior psiquiatra do mundo foi muito cavalheiro quando decidiu puxar a cadeira para eu sentar. Não pude evitar soltar um olhar surpreso e desconfiado, mas ele não pareceu abalado.

- Não conhecia esse seu lado. - não resisti alfinetá-lo.

- Que lado.

- O Miguel cavalheiro que puxa a cadeira para a dama se sentar.

- Você me considera um cavalheiro? - indagou ele.

- Com toda a certeza, não.

- Ótimo, eu não te considero uma dama, então...

- Estava demorando.

- Saudades?

- Do Miguel idiota de sempre? Nem um pouco.

- Certo, o que vai querer para o jantar, senhorita Borboleta?

O cardápio não era completamente sofisticado, mas ao mesmo tempo, não era algo muito barato, o que me deixou meio constrangida por Miguel. Além do mais, eu não conhecia muito aqueles vinhos e, bem, eu estava meio perdida.

- O cardápio não condiz com o paladar requintado de nossa borboleta, não é mesmo?

- Miguel, não é bem assim... - disse totalmente envergonhada. Eu não gostava que as pessoas me julgassem pelo meu estilo de vida.

- Certo, deixe-me ajudá-la. O vinho do porto não é um Lídio Carraro da vida, mas é muito gostoso, e que tal uma massa?

- Olha, eu não sei meu querido médico. Você é quem tem o controle sobre minha nova dieta.

- E quem é que faz dieta em uma viagem?

- Ah claro, Doutor Miguel não segue o protocolo. Gosta de ir contra as regras, ou simplesmente de me torturar.

- Se quiser, podemos comer uma salada e tomar uma água com gás? Ou uma vodka.

Sua pergunta me fez pensar. Se Miguel estava me dando tais liberdades, com toda certeza ele estava me testando. Sabia que a Clarissa certinha, jamais aceitaria uma bebida tão forte.

- Vodka. Com energético de preferência.

Ele riu, provavelmente achando que eu estava contando alguma piada.

- Você está tomando remédios fortíssimos.

Encostei meus cotovelos sobre a mesa e o encarei com uma sobrancelha levantada.

- Ora, doutor. Não deveria ter me testado. 

- Certo. Não precisa fazer isso, Clarissa.

Bufei irritada e não dei ouvidos. Era a minha vez de ir contra as regras.

- Garçom - estiquei os braços e ele logo veio me atender. 

- Traga a sua melhor vodka com o seu melhor energético, e para o pior psiquiatra do mundo, um suquinho de laranja. - ri maliciosamente.

- HA HA! Muito engraçado. Pode trazer um suco de laranja para a senhorita. Ela não se encontra em seu juízo perfeito. - Miguel dirigiu-se ao garçom.

- Vodka e energético. Nunca estive tão certa.

- Clarissa, não vou deixar você fazer isso.

- Bem, eu vou deixar vocês se decidirem, e já...

- Não. - interrompi o garçom. - Sua melhor vodka e seu melhor energético. E se possível, traga a garrafa aqui. - disse olhando para Miguel.

- Clarissa! 

- Miguel, se não me acompanhar, terei que tomar sozinha, e daí você terá que cuidar de uma bêbada, reclamona, e que provavelmente ficará uns quatro dias de cama.

- Está querendo se matar?

- Estou querendo me divertir e, se algo eu cair enquanto estiver dançando, terei em quem colocar a culpa além de você, isso se eu lembrar. - sorri.

Miguel não disse nenhuma palavra, mas parecia completamente irritado. Seu maxilar firme e suas mãos contraídas. E então, o garçom se afastou.

- Eu não me levanto e vou embora agora, porque...

- Eu não tomei os remédios. - soltei, já que fiquei constrangida com o jeito como ele estava falando.

- O que? Está ficando maluca?

- Desculpa,mas isso é culpa sua. Essa rotina sua agitada, eu me esqueci.

Ele bateu a mão na mesa com força, e o garçom nos serviu. 

- Miguel, pode deixar de ser a Clarissa por alguns minutos e voltar a ser o Miguel de antes? Prefiro você quando não é igual a mim.

- Ah, então você admite que é insuportável?

- Oi? - minha vez de ficar irritada. - Você me acha insuportável, então?

- Eu não disse isso.

- Disse sim. Doutor Miguel - desdenhei - Chances para se livrar de mim o senhor teve de monte, foda-se você se não quis se afastar antes.  Oh! - soltei um gemido levando a mão até a boca, quando me dei conta de ter soltado um palavrão.

Enquanto eu ficava extremamente irritada, Miguel se divertia com o meu estado.

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Eu estava sentindo o álcool tomar conta do meu corpo e ele ficar cada vez mais mole. Estávamos na segunda garrafa quando então, Take My Breath Away tomou conta do ambiente. Miguel lançou-me um olhar desafiador e intimidador ao mesmo tempo. Um olhar perigosamente sexy para quem estava sob o efeito da carência e do álcool;

Ele se levantou, e estendeu sua mão, sem tirar seus olhos dos meus. Aquilo estava cômico, tendo em vista Miguel possuir um estilo completamente alternativo. Segurei suas mãos, sentindo um arrepio em meu corpo. Aquilo só poderia ser efeito do álcool. 

Nossos corpos se aproximaram e ele começou a dar os primeiros passos, conduzindo-me. Depositou suas mãos em minha cintura, e a timidez fez-me rir. A bebida me permitiu soltar os quadris, enquanto que meu psiquiatra tinha os movimentos firmes, mas não parados, era como se ele estivesse concentrado em me fazer dançar. Então, ele me girou, e sua respiração foi de encontro ao meu pescoço, sendo inevitável não arrepiar. 

Não tinha como explicar toda aquela sintonia. Eu não iria negar que não era de toda ruim na dança, até porque eu ia a muitos bailes com Richard. Mas a situação era diferente. Não havia dores, não havia protocolos, apenas, Miguel e eu numa dança praticamente perfeita.Com toda certeza eu o beijaria se tivesse bebido um pouco mais. Mas meu juízo perfeito, infelizmente ainda estava lá.

O olhar penetrante de Miguel, deixava-me completamente excitada. Eu deveria me controlar, ou talvez não, melhor seria ter o prazer de seu beijo, mesmo sabendo que nunca mais o veria, ou a presença dele tornara-se essencial?

Fechei os olhos tentando afastar o meu juízo, e saberia que não resistiria a tentação. Foram sete músicas, que pareceram um pela velocidade com que o tempo passara. E então fomos embora.

- Onde aprendeu a dançar assim? - perguntei cambaleando e tirando os sapatos para uma caminhada descalça sobre as areias.

- Minha mãe era professora de dança. Eu ajudava ela em alguns passos.

- Impressionante. O que você tem de pior psiquiatra do mundo, você tem melhor dançarino.

- Então me acha um bom dançarino?

- Qual é? Você me conduziu perfeitamente.

- Espera? Borboleta, você sabia dançar?

- O que? - fiz-me desentendida. - Evidentemente que não.

- Não era o que estava parecendo lá dentro.

- Era o álcool. E você, claro.

- Clarissa, você me enganou? - perguntou sorrindo.

- Talvez. - fiz bico como um menina que acabara de fazer arte.

- Isso que eu chamo de evolução.

Sorri. E continuei caminhando até que uma gargalhada incontrolável, apoderou-se de mim.

- O que houve? - quis saber Miguel, mas eu não conseguia falar, apenas rir. - Clarissa, o que houve? Acho que você bebeu demais - disse ele rindo, provavelmente do meu estado.

- Você. Sua cara quando me convidou pra dançar. - confessei sem conseguir conter o riso.  - Nem um pouco parecida com a pose do Doutor Miguel. 

- Como que estava minha cara.

- Assim. - tentei imitá-lo franzindo meus olhos e tentando encará-lo com a mesma intensidade a qual ele depositava em mim, mas era em vão. Eu não conseguia parar  em pé para imitá-lo e muito menos ficar séria, o que me fez tropeçar e cair em seu colo. 

Poderia ter sido uma cena linda, como aquela de filmes, e até fora por dois segundos, quando tornei a rir novamente. 

- Clarissa, você vai chegar e tomar um belo de um banho bem quente, tomar seus remédios e ir dormir.

- Não quero dormir, Miguel, quero dançar. 

- Borboleta, já saímos do bar, agora estamos entrando na pousada.

- O que aconteceu com você que não está bêbado?

- Eu estou, mas ainda me resta mais juízo que o seu. Venha!

Miguel abriu a porta do quarto e ficamos ali, por um tempo, meio que sem saber o que fazer.

- Bem, eu vou deixar você sozinha para se trocar.

- Não! - protestei. - A noite não acabou ainda. Eu tenho energia de sobra para mais umas três danças.

- Oh não tem não.

- Não duvide Miguel. - segurei em suas mãos. - Tenho certeza que você também vai querer dançar.

- Clarissa

- Foi você que deu ideia, agora aguente. Prometo ser a última e ficarei uma semana sem fazer qualquer tipo de reclamação.

- Você não conseguiria. 

- Você só irá saber se tentar.

Ele coçou a cabeça e soltou um sorriso completamente vencido.

- O que quer dançar.

- Salsa - disse caindo na gargalhada novamente.

- Por que salsa?

- Sempre tive vontade. 

Então Miguel pegou seu celular e colocou em uma música a qual eu desconhecia.

Novamente segurou em meus quadris e fez com que eu os mexesse.

- Só sinta a música, tudo bem?

Fiz que sim com a cabeça.

Miguel segurava em minha cintura e me girava, com toques pesados e aparentemente desesperados. Naquele momento, não existia vergonha ou qualquer outro impedimento, apenas o desejo insano de tê-lo.

E num giro completo, eu o beijei. Primeiramente um selinho, como se esperasse alguma reação dele. Ele estava parado. Então o beijei novamente com mais intensidade quando sua boca deu passagem para a minha. 

- Clarissa. - Miguel interrompeu e não pude evitar me incomodar. Meu peio ardia pelo o que poderia vir.

- Miguel, eu quero você. Agora. Hoje. E dane-se o resto, ou melhor foda-se o resto.

- Você está bêbada. Vai se arrepender amanhã.

Afastei-me com raiva.

- Eu vou me arrepender ou você?

- Os dois.

- Não me coloque no meio. Você pode saber muita coisa sobre o que eu sinto, mas é um completo ignorante nesse aspecto.

- Clarissa, eu não quero confundir as coisas. Eu...

- A verdade é que você não consegue resistir a mim e fica com medo por sermos quem somos. O amante da contracultura, não consegue quebrar as regras. - ri sarcasticamente, tentando deixar o clima mais leve.

- Você é encantadora Clarissa. Juro, mas não daríamos certo. 

- E por que?

- Somos muito diferentes. E... bem, não sei ser delicado nessa hora.

- Qual é... o bem-te-vi está com medo? - ri.

- Bem-te-vi? 

- Você me chama de borboleta.

- Ah entendi. - ele riu. - Mas não é medo, são só os fatos. Não quero te machucar.

- Tudo bem, então.

- Sério? - ele pareceu duvidar.

- Sim. Mas antes de você ir embora. Preciso de ajuda para desabotoar meu vestido.

- Borboletaaaaa.

- Qual é, tenho que dormir com roupas leves. - virei-me de costas.

Miguel não se manifestou, mas pelo espelho pude ver um leve sorriso em seu rosto, e um esforço enorme tomar conta dele. Então ele se aproximou numa velocidade incalculável. Suas mãos pressionaram meu corpo para mais perto dele com tamanha intensidade, de forma que eu pudesse sentir sua ereção. Foi inevitável soltar um gemido. Ele arqueou meu pescoço depositando beijos desesperados e, quando eu ia me virar para sentir o gosto de seus lábios, ele me empurrou contra o espelho, juntando minhas mãos aos alto.

Vindo de Miguel, eu não poderia esperar mais do que isso. Sua língua em contato com a minha, numa dança perfeita, eu podia sentir cada partícula do meu corpo esquentar. Eu precisava dele. Suas mãos desceram contornando meus braços até chegarem aos meu seios, onde ele deu um leve aperto. 

E aí, ele se afastou. E eu achei que nossa sintonia seria interrompida ali. Mas seus olhos penetrantes e sua mão nas minha costas, atingindo o zíper do meu vestido, fez meu coração saltar em queda livre. Foi quando eu senti o tecido encostar meus pés, é que eu tive certeza de que Miguel, naquele momento, faria eu me tornar  mulher novamente.

Novamente ele estava junto a mim, espalhando beijos pelo meu pescoço, enquanto acariciava meus seios, agora nus, e quando seus lábios o tocaram, uma explosão de sentimentos me se ascenderam. Apertei seus cabelos, sem me importar coma força, eu só queria mais, eu precisava de mais. Alcancei os botões de sua camisa e agradeci por poder tocar em cada pedacinho de seu corpo. Por eu ter a sorte estar tocando-o e desfrutando de todo aquele prazer. 

Miguel, com tamanha delicadeza, pegou me no colo de forma que minhas pernas entrelaçassem sua cintura e deitou-me na cama. Ele me encarava com desejo e ternura. Veio por cima de mim, alcançando delicadamente a única peça que faltava, sem tirar os olhos de minha intimidade. Tocou-a, primeiramente acarinhando-a, em seguida, beijando-a. Eu não conseguiria esperar por muito tempo e segurei com firmeza os lençóis da cama.

- Miguel, por favor. - implorei num gemido. 

- Você pode fazer melhor do que isso borboleta.

- Eu preciso disso, por favor.

- Ainda não.

- Você é um idiota, sabia.

- Humm.. - soltou ele, ficando de pé e puxando minhas pernas de modo que elas ficassem abertas. Dessa vez, ele utilizou os dedos. Com movimentos completamente leves, Miguel explorava com vontade minha intimidade e me torturava a cada movimento.

Eu não sabia mais como implorar. Minha capacidade de dizer qualquer coisa havia ido embora,  assim como minha voz diante de tanto prazer.

- Miguel, não aguento mais. Você é pior psiquiatra do mundo. - disse entre mais gemidos.

E como se eu tivesse dito as palavras mágicas, ele sorriu e foi em direção a gaveta ao lado da cama, tirando de lá um pequeno pacote. Miguel alcançou os botões de sua calça evidenciando seu membro totalmente enrijecido. E quando estava pronto, pude sentir o peso de seu corpo repousar sobre o meu. 

- Está pronta?

Fiz que sim com cabeça.

- Se eu te machucar...

- Cale a boca e ande logo!

Ele riu, e então deu sua primeira estocada, entrelaçando suas mãos nas minhas. Miguel dava estocadas fortes e intensas, numa velocidade que me fazia implorar por mais. A mistura de sua penetração forte e do seu beijo carinhoso, levava-me ao delírio. Miguel apertava minha cintura, e meus quadris como se quisesse sentir cada movimento com mais intensidade. gora eu entendia o que ele quis dizer com não ser delicado, mas eu não me importava, minha vontade era de explorar novas coisas com Miguel e tê-lo sempre por perto. Ter seu corpo e seu coração comigo. 

E quando chegamos no ápice, ele se aconchegou ao meu lado. Ambos com a respiração ofegante. Suas mãos foram em direção ao meus rosto, fazendo um leve carinho em minha bochechas.

- Oh borboleta. Minha borboleta.

E então, eu adormeci. 


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Olá borboletas da minha vida. Não matem. Eis que a borboleta aqui está de férias de seu casulo, vulgo faculdade, e terá mais tempos livres para me dedicar a esse casal top.

Peço, por obséquio, que me digam com toda a sinceridade do mundo, o que acharam desse capítulo, já que eu sou péssima para escrever hots. Por favor, aceito críticas e sugestões.

Ah!!!! Eu queria uma música sensual para o momento, mas como não achei, vocês ficam com a sensualidade desses dois que são tudibão.

Um beijão e uma braço bem apertado, nos vemos logo, eu prometo.


































































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