Prólogo
Era início da noite, eu estava concentrado respondendo alguns e-mail's e analisando os primeiros relatórios enviados pelo Alencar quando ouvi uma suave batida na porta. Levantei-me para abrir, como eu já imaginava, era o Erick, já que ninguém o anunciou.
— Vim te buscar para sairmos — ele disse tão logo que eu abri a porta.
— Eu estou ocupado, cara, pode ser outro dia?
— Você está muito recluso ultimamente, não parece mais o pegador de antes, cadê o cara que não dorme com a mesma mulher mais que duas noites? — ele ironizou.
— Não enche, Erick! Entra.
Fechei a porta e peguei duas cervejas para nós, oferecia a sua, bebi um longo gole e me sentei no sofá.
— O que está fazendo de tão importante que não possa interromper?
Ele se aproximou do meu notebook e leu o que eu estava tão concentrado avaliando, balançou a cabeça negativamente e me olhou com ceticismo.
— Você não acha que está obcecado demais com essa história?
— Você não disse que eu precisava resolver logo o meu caso? Só estou correndo atrás disso.
— Sim, mas qual a relevância de saber com quem a Alícia já se relacionou? Qual fundamento de manter a funcionária doméstica dela como sua espiã?
— Preciso me certificar de que ela é alguém de boa índole — disse calmamente e bebi mais um gole da cerveja.
— Isso deve ser apenas uma encenação, você não está escolhendo uma companheira para viver o resto da vida, é só um acordo e nada mais, Enrico.
— Eu tenho tudo sobre controle, Erick, relaxa!
— Eu só acho que está se envolvendo demais, você ainda nem a conhece, está criando expectativas demais, não acha?
Ri com sarcasmo e balancei a cabeça negativamente.
— Ela não faz o meu tipo e você sabe muito bem que eu não misturo negócios com prazer.
— Era isso que eu acreditava, mas te vendo tão empenhado com essa situação, começo a mudar de ideia.
— Eu sei o que estou fazendo, Erick.
— Já não tenho mais essa certeza.
— Você viu a foto dela? — perguntei.
— Não, qual o problema?
— Ela não é bonita e não faz o meu tipo, meu caro, fique tranquilo.
— Eu não estou mais seguro disso, estou te achando muito envolvido.
— Relaxa, Erick, é só negócios, é só um acordo e nada mais — tranquilizei-o, realmente, meu único interesse era resolver o meu problema de visto.
— Assim espero, então, vamos sair para curtir a noite, afinal, daqui a alguns dias você será um homem casado — ele comentou sarcástico.
— Não, torra, Erick! A sugestão foi sua, vou me trocar.
Troquei de roupas e saímos, finalizamos a noite em uma boate de luxo, cercado de mulheres bonitas e boa bebida. Mas algo não saía da minha cabeça: Alícia Lins.
— O que foi, Enrico? Não está gostando?
— Claro, só estou pensando em algumas coisas do trabalho.
— Alícia Lins, estou certo?
— Não, claro que não. Estou preocupado somente com a minha situação de visto, apenas isso.
— Acho melhor escolher outra candidata e oferecer um bom dinheiro, porque estou te achando envolvido demais com essa Alícia.
— Porra! Eu já disse que não estou pensando nela e sim na minha situação. Você me conhece como ninguém e sabe que há tempos não me envolvo emocionalmente com mulher alguma.
— Exatamente por isso que estou preocupado.
— Não fantasia coisas, como você mesmo disse inúmeras vezes é só um acordo e nada mais. A única coisa que quero dela é uma certidão de casamento, eu sei o que estou fazendo, Erick — alterei o tom de voz.
— Tudo bem, não está mais aqui quem falou, não toco mais no assunto, já que sabe o que está fazendo, vá em frente.
— Irei, porque eu estou no controle, eu tenho objetivos bem definidos para com a senhorita Alícia Lins — disse convicto.
Eu sabia exatamente como e o que fazer e não havia sentimentalismo barato, apenas objetividade na resolução do meu problema.
Era só um acordo e nada mais...
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