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10. Conto de fadas

Dinah contou a Ally que precisava arranjar um emprego o quanto antes, ou, teria de desistir da faculdade. Allydisse que a ajudaria. Dinah disse que não estava pedindo nada, mas Ally abeijou e disse que sabia.

                Se valendo de seus contatos, Ally conseguiu um bom estágio para Dinah em um jornal local, e foi além, conseguiu um emprego também para o pai de sua namorada.Dinah ficou muito feliz, óbvio, e quando foi acertar a mensalidade atrasada,teve uma surpresinha ao descobrir que todas as mensalidades restantes já estavam quitadas. Dinah aproveitou o almoço para conversar a respeito com Ally.

    — Eu te agradeço por me ajudar, Ally, mas não precisava. — Dinah disse sem jeito.

    — Como não? — Ally disse. — Eu não podia ficar de braços cruzados quando tinha condições de ajudar, além do mais,dinheiro, eu tenho de sobra. Não me faz falta. Sério.

    — Mesmo assim... Juro que te pagarei até o último centavo. — Dinah disse.

    — Não aceitarei seu dinheiro. Você é a minha garota, então, me deixe cuidar de você? Tenho certeza de que se a situação fosse inversa, faria o mesmo por mim.

    — Eu não quero que os outros pensem que estamos juntas por interesse de minha parte.

    — Eu não dou a mínima para o que os outros pensam ou deixam de pensar a nosso respeito. Eu conheço você, a pessoa maravilhosa que é. Isso me basta.

    — Mas não deixo de me sentir mal por isso.Já chega a Normani te extorquindo.

  — Você é o meu amor, a minha princesa, e se eu puder te dar o sol, eu te darei e ponto! — Ally disse abraçando Dinah sem se importar que alguém visse,afinal, ninguém era hipócrita naquela universidade e gays era o que mais tinhamali, mascarados, mas tinham.

    — Você é o homem da relação, então? — Dinahbrincou.

                Ally recuou e a encarou, fazendo graça.

    — Sempre achei que o homem fosse você...

    — Tanto faz pra mim... — Dinah riu,balançando a cabeça.

  — Hmm... meu amorzinho. — Ally a apertou forte e deu um beijo na bochechadela.

    — Oi? — Camila disse, séria, ao chegar derepente.

                Ally e Dinah se afastaram rapidamente, ou, o melhor... Dinah se afastou, tímida. Allygostava de exibir que estava com Dinah, achava que o mundo todo tinha de saber.

    — Oi, Camila? Sente-se, por favor? — Allydisse sorrindo.

    — Com licença? — Camila se sentou.

    — Tudo bem, Camila? — Dinah sorriu,nervosa, sem entender o que diabos Camila fazia ali.

    — Tudo, sim. — Camila respondeu, aindaséria.

  — Eu a chamei... — Ally disse a Dinah, antes de se voltar a Camila. —Queria te agradecer por ter me avisado sobre a Normani.

    — Não foi nada. — Camila abaixou a cabeça ecruzou os braços sobre a mesa. Parecia tensa, assustada. Ally suspeitava quefosse medo dela.

    — Gostaria que isso ficasse só entre nós,pode ser? — Ally disse a Camila. — Lauren não tem porque saber de certas coisas, entende? É a minha vida e acredito que o que eu faça ou deixe de fazer não é da conta de ninguém. Tudo o que posso dizer é que tenho uma dívida com a Normani e estou me esforçando para pagar até o último centavo. — Ally se inclinou sobre a mesa, atraindo a atenção de Camila. — Embora a liberdade não tenha um preço e menos ainda, uma vida, não acha?

                Camila não soube como interpretar aquilo, achando que era algum tipo de ameaça. Alternou olhares entre Ally e Dinah antes de engolir a seco e concordar com um aceno de cabeça.

    — Tem certas coisas que devem continuar como estão... Então, se puder convencer a Lauren que é melhor ela não se envolver demais nessa história, podemos conviver pacificamente, senão... Bem... Tem várias maneiras de se terminar uma história, não acha? — Ally disse, ainda sorrindo.

    — Você é o quê? Uma serial killer? — Camila perguntou.

                Ally ficou séria, demorando a responder:

    — Se eu contar... Terei de te matar.

    — Tá legal! Eu farei o que me pede, só não...— Camila disse, nervosa antes de se levantar e sair apressada.

                Ally e Dinah se encararam antes de rirem.

† † †

Ally vendeu sua casa para se livrar das lembranças tristes que a mesma guardava e decidiu comprar umapartamento. Pediu a Dinah que a acompanhasse e a ajudasse a escolher. As duas se divertiram enquanto olhavam um e outro imóvel. Por fim, Ally e Dinah encontraram o lugar perfeito e o mobiliaram. Ally só comprava coisas caras e de alta qualidade, não que Dinah se importasse...

    — Quer dizer então que perderei minha colega de quarto? — Dinah disse enquanto ajudava Ally a escolher uns enfeites para a sala. Ela estava chateada com a ideia de se afastar de Ally, mas feliz pela independência da mesma.

                Ally sorriu de uma forma que Dinah não pode decifrar.

    — Acho que gosto mais desses... — Ally desviou o assunto apontando para uns vasos chineses.

  — Não estão muito caros? — Dinah disse assustada com o preço.

                Ally riu e disse:

    — As melhores coisas sempre são caras!

  — Então, vou parar de olhar os preços. — Disse Dinah rindo.

    — É um bom truque. — Ally disse. — Procure o que goste, só isso. Escolha qualquer coisa. Confio no seu bom gosto.

    — Se está dizendo... Eu posso ser excêntrica,às vezes. — Dinah disse.

    — E tem algo sobre você que eu não conheçaou não ame? — Ally disse.

† † †

 Lauren ouviu rumores de que Ally não dividiriamais o quarto com Dinah, e se encheu de esperanças, achando que, talvez, ascoisas fossem de mal a pior entre as pombinhas.

† † †

Em poucas semanas o apartamentode Ally já estava habitável e ela se mudou, convencendo Dinah a passar a primeira noite com ela, pois não queria ficar sozinha.

                Durante o tempo em que esteve com Dinah, Ally se convenceu de que o que tinha em mente daria certo e que seria o melhor a ser feito.

                Na manhã seguinte quando Dinah despertou, sentiu a mão de Ally afagando seus cabelos. Abriu os olhos e sorriu ao ver o rosto de sua amada a contemplá-la.

    — O quanto você me ama, Dinah? — Ally perguntou.

    — É impossível medir. — Falou Dinah.

    — Então... Fique comigo? Não vai embora mais?— Ally propôs.

                Dinah entendeu o que ela quis dizer, mas não respondeu de imediato, pois aquele era um passo muito importante.

    — Se ficar, me comprometo a sempre te amare nunca te magoar. — Ally a beijou e voltou a encará-la, esperando por umaresposta.

    — Estou colocando o meu coração nisso, Ally,então... Você tem certeza de que realmente me ama? Que não é só uma paixão passageira? — Dinah perguntou, insegura.

                 Ally era bela e rica e poderia comprar o que quisesse,talvez, para ela, Dinah fosse só isso... Mais uma nova aquisição.

    — Eu sei o que está pensando... Mas para mim,o seu amor não tem preço. — Ally disse a Dinah. — E eu juro que o que sinto é real, mas você tem de acreditar em mim. Acha que pode me dar essa chance?

    — Sim. — Dinah sorriu.

    — Não se arrependerá, jamais. — Ally disse contente e se levantou.

    — Ei? Aonde pensa que vai? — Dinah perguntou se sentando rapidamente e agarrando o pulso de Ally.

   — Preparar o nosso café. — Ally disse.

    — Não. Eu faço isso. — Dinah disse selevantando. — Nada contra a sua comida, mas eu cozinho melhor.

    — Ah? — Ally disse boquiaberta.

— Isso só vai funcionar se também me deixar cuidar de você, Hmm? — Dinah deu um beijo nela e então foi para o banheiro.

                Ally tocou seus lábios, sorrindo. Parecia sonhar acordada.

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