Acabamos de comer agora. Sair pra comer com a ex não é algo que todo mundo consegue fazer, mas acho que me saí bem. Os assuntos fluíram automaticamente e percebi que mesmo depois de tanto tempo, ainda temos algum tipo de conexão.

Acabei de pagar a conta e decidi comprar um mentos pra ir comendo no caminho.

— Moço, me passa seu número, por favor? — Sina pede ao garçom fazendo biquinho

— Ah, oi. — ele se vira para ela — Eu posso...

— Quem você pensa que é pra dar em cima dele? — uma garota alta e de olhos azuis aparece

— Eu só queria...

— Ele é meu. Meu namorado. — diz de forma ignorante

— Savannah, pega leve. Ela tá bêbada. — o loiro tenta acalmar a namorada

— Pegar leve? Ela tá se jogando pra cima de você, Josh. Eu não consigo ver isso e ficar parada. — rebate

— Opa. — digo chegando perto dos três — Vamos, Si? — passo uma das mãos pelos ombros dela

Eu não podia deixar Sina virar motivo de chacota.

— Vocês namoram? — a garota de olhos claros me encara e tento elaborar alguma frase

— Sim. — Sina responde rapidamente — Ele é meu namorado. — põe as mãos na cintura

— Sabia que a sua namorada estava se jogando pra cima do meu Josh? — me confronta com os braços cruzados

— Sabia. — decido entrar no jogo — Eu sabia que a minha namorada viria pedir o número do garçom, sim. Porque eu pedi pra que ela fizesse isso. Achei o serviço dele muito bom e queria recomendar pra alguns amigos meus. Mas mudei de idéia agora. — respondo simples

— Droga, Savannah. — o loiro encara a namorada incrédulo — Eu pedi pra você não se meter!

— Mas Josh, eu só...

— Vai pra casa, Sav. Eu não quero brigar.

— Tá bom, Joshua. Eu sou sempre a errada, né? Tchau também. — pega sua bolsa e sai pisando forte

— Caramba. — Josh passa a mão pelos seus cachos — Senhor...?

— Noah.

— Senhor Noah e senhorita Sina... mil desculpas pela Savannah! Ela tá um pouco estressada por algumas coisas que estão acontecendo na vida dela. Eu sei que isso não é justificativa, mas...

— Tudo bem. Eu só acho desnecessário ela descontar isso em pessoas que não tem nada a ver com seus problemas pessoais. Principalmente em clientes. — respondo sério, odeio injustiças

— E o senhor tem toda razão. — concorda — Eu apenas espero que vocês dois não deixem de vir aqui por conta disso, por favor. — praticamente implora

— Não precisa me chamar de senhor, acredito que temos praticamente a mesma idade. — ele assente — Fique tranquilo. — decido cortar o assunto — Acho melhor você ir atrás da sua namorada, enquanto eu levo a minha pra casa. — é estranho chamá-la assim depois de tanto tempo

— Muito bem, obrigado pelo voto de confiança. Vou atrás dela mesmo, com licença. Até mais, Sina. — sorri simples, pendura seu avental e sai atrás da loira

— Vem. Vamos pra casa, Si. — passo uma das mãos pelo ombro da loira

— Vamos! — ela sorri e me puxa para fora da lanchonete

— Pode entrar. Tá com frio?

— Um pouco. — ri sozinha

— Pega o meu casaco. — entrego a ela — Vou te levar pra casa.

— Eu só queria o número dele pra gente conversar. Eu juro que não sabia que ele namorava! — tenta se explicar enquanto entra no carro

— Tudo bem, você não tem culpa de nada. Aquela namorada dele que é doida. — fecho sua porta e dou a volta

— Ela é doida. Muito doida! — ri sozinha — Muuuuito doidaa! — rio do seu comportamento

— Sina... — me viro para ela

— Hum? — me encara esperando que eu continuasse

— Obrigado. — sorrio

— Pelo quê?

— Por não ter perdido seu brilho.

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