Toner Yser
Me despeço dos dois quando saímos do treino e eles somem na rua seguinte. Amaldiçoo ambos por me fazerem perder o maldito ônibus, agora terei que voltar a pé, mas o lado bom é que eles também terão. Chuto as pedras pelo caminho e um movimento à esquerda chama minha atenção, um garoto vestido em uma jaqueta preta para sua moto quase ao meu lado; cruzo os braços e arqueio uma sobrancelha com isso.
— Hum, oi? — Ele me olha meio incerto e eu faço uma careta por não conseguir visualizar seu rosto.
— Quem é você e o que quer? — Vou direto ao ponto e o garoto faz um som com a garganta supreso, descendo da moto em seguida.
— Você é amiga da Louise? — Pergunta e eu reviro os olhos voltando a caminhar, já sabia o que ele queria.
— Não, não somos amigas e outra coisa, não irei mandar recado nenhum e nem perguntar se ela pode ficar com você, já falei inúmeras vezes para todo mundo — Falo tudo de uma vez e ele me olha confuso, parando bem na minha frente me impedindo de continuar.
— Eu não quero ficar com a Louise, seria estranho demais pegar minha ex-namorada novamente — Aquilo definitivamente era uma supresa.
Ele retira o capacete do seu rosto e eu poderia dizer que nunca tinha visto um garoto tão lindo assim na minha vida. Seus olhos castanhos faziam contraste com seu cabelo escuro e um pouco longo; ele tinha a pele branca; lábios vermelhos, carnudos; fora seu corpo alto forte e algumas tatuagens em seus braços.
— Agora eu estou supresa — Comento e ele ri, jogando o cabelo para trás com uma mão, havia vários anéis nela, um mais chamativo que o outro
— As vezes até eu me surpreendo com meu passado, mas não podemos muda-lo — Ele pisca um olho e eu estranho um pouco. Afinal, o que ele queria?
— Desculpe a falta de educação, meu nome é Toner Yser — Ele estende a mão para mim e eu arqueio uma sobrancelha antes de aceitar.
— Joly Roux — Falo e ele sorri novamente. É, até seu sorriso era lindo.
— Já estamos apresentados e eu tenho que ir, até mais Yser — Tento passar por ele, mas o mesmo se coloca novamente na minha frente e eu bufo impaciente.
— Espera, posso te dar uma carona?
— Por que diabos eu confiaria em você?
— Por que não confiaria? — Ele rebate minha pergunta e eu cruzo meus braços olhando para ele como se fosse óbvio.
— Espera um minuto, era você naquele carro com aquela garota que tem meio metro? — Pergunto e ele ri, concordando.
— Moly, também conhecida como inimiga da Louise — Diz divertido e eu fecho minha expressão.
— O que você quer afinal? Não gosto da sua amiga, não gosto da sua escola, e se você veio encher minha paciência provavelmente não irei gostar de você —Fico séria e ele engole a seco massageando sua nuca.
— Naquele dia em que vi você... bem, eu achei a sua beleza bem chamativa e queria te conhecer melhor — Toner quase gagueja e eu seguro uma risada.
— Isso foi péssimo, mas vamos lá, eu não sou muito fã de gente rica. Nada contra, sabe? Mas é que pessoas como eu não se dão bem com pessoas como você — Tento explicar minha lógica e ele me olha sem entender, já vi que é meio burro.
— O que você está tentando dizer? — Indaga e eu reviro os olhos.
— Que eu não quero sair com você! — Falo direta e ele arregala os olhos supreso novamente.
— Uau, primeira vez que levo um fora, não sabia que essa era a sensação — Diz e eu sorrio deixando batidas em seu ombro quando passo por ele.
— Com o tempo você se acostuma, é ruim no começo, mas não dói a vida toda.
— Isso soou meio estranho — Admite e eu não aguento e começo a rir.
— Nos vemos depois Roux — Ele fala indo para sua moto, subindo em seguida e liga a mesma. Faço uma careta porque já estava anoitecendo e seria perigoso demais ficar até tarde naquelas ruas. Aperto a alça da minha mochila e caminho apressada.
— Você me fez perder tempo demais! — Resmungo alto e isso chama sua atenção. Toner sorri, colocando o capacete e começa a andar com a moto ao meu lado.
— Você não ia embora? — Questiono cruzando meus braços sem parar de caminhar e ele acelera a moto, seria curel demais ficar torcendo para que ele caia?
— Não vou deixar você ir embora sozinha, já que não aceita minha carona, acompanharei você até sua casa — Sua voz soa abafada pelo capacete e eu respiro fundo.
— Mas sem gracinha, eu tenho um canivete no meu bolso! — Aviso sem olhar para ele, mas acabo ouvindo sua risada desacreditada.
— Obrigada pela companhia, e a resposta ainda é não pelo futuro convite — Alerto quando paramos em frente à minha casa depois de quase vinte minutos andando, minhas pernas doíam como um inferno e eu só queria tomar um banho.
— Moto legal, você é rico? — Fecho meus olhos por um momento e começo a rir quando viro meu corpo, encontrando Dana parada na porta de casa.
— Isso não é da sua conta, para dentro — Mando e ela revira os olhos em deboche.
— Por favor, você não manda nem em si mesma. Aliás, Dóris vai amar saber que você está andando com gente estranha — Ela diz pensativa e eu solto um grunhido andando até ela. Aceno para Toner e puxo o corpo da minha irmã para dentro.
— Você é uma péssima irmã — Aponto e ela da de ombros despreocupada, ligando a televisão sem olhar para mim.
— Estou ciente disso — Diz entediada e eu coloco minha mochila no sofá, caindo com meu corpo em cima do dela, ouvindo a mesma grunhir com raiva tentando me empurrar.
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