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Precisamos De Você





Trinco meu maxilar observando Joly com raiva; eu não a odiava completamente, mas desde o dia em que eu havia entrado naquela escola ela tinha pegado uma implicância comigo. Eu a admirava de certa forma, soube por algumas conversas que ela passava por dificuldades com sua família, mas nunca deixava que isso a desestruturasse, pelo contrário, a deixava mais confiante.

Só que eu nunca admitiria isso em voz alta

— Precisamos de você! — Ela diz cruzando os braços e eu arqueio uma sobrancelha.

— Com o que? — Questiono inclinando minha cabeça para o lado.

— A escola está passando por um problema, e eu com meus amigos queremos fazer algo a respeito. Mas precisamos de você, as pessoas aqui te adoram e tudo isso, e eu soube que você já ajudou algumas pessoas a organizar projetos para arrecadar dinheiro — Ela vai direto ao ponto e eu franzo o cenho confusa.

— Que problemas?

— Uma dívida, ano passado naquela reforma o Diretor gastou bastante dinheiro com tudo, mas ele não conseguiu pagar e os juros aumentaram — Joly desvia o olhar e eu continuo a encarando.

— E por que você acha que eu vou aceitar isso? É a chance perfeita que eu tenho de sair daqui, a meses venho fazendo de tudo para isso acontecer, será uma oportunidade incrível — Falo sorrindo largo e ela revira os olhos, bufando alto. Mas um baque na porta chama nossa atenção, seus dois amigos entram e garota estava visivelmente com raiva. Era só o que me faltava, lidar com surtos essa hora da manhã.

— Porque aqui estudam pessoas que precisam; a refeição dada a nós como merenda ou lanche, sei lá como você prefere falar, para muitos é a única durante todo o dia. Você pode ajudar, se não pudesse jamais viriamos atrás de você, então não seja egoísta — Colin fala com a expressão séria e eu a olho desafiadora, quem ela pensar que é para falar assim comigo?

— Quem você pensa que é? E o que eu ganho com essa boa ação afinal? — Faço aspas com os dedos e as duas reviram os olhos, enquanto Ariel me encarava calado. As vezes eu tinha a sensação que ele queria falar comigo, mas não conseguia.

— Que a gente ainda estude. Sejamos francas, seu pai não tirou você até agora e nem vai tirar. Mesmo que tudo der errado, acha mesmo que ele vai te colocar em uma escola particular? Acorda, existe inúmeras públicas — Joly fala como se fosse óbvio e eu a olho indiferente, até porque era verdade, ele iria me colocar em qualquer uma, menos na que eu escolher.

— E o que eu posso fazer? — Pergunto a contragosto e ela ri. Aquela cafona sabia que eu iria ceder, como eu a odiava.

— Você é boa em falar com multidões, além de que eles adoram você, tudo que pedir com seu rostinho angelical eles farão. E queremos ajuda com ideias, pensamos em uma feira, além de unir a um parque — Ariel diz pela primeira vez e eu seguro a vontade de sorrir com sua voz, ela soava leve e melancólica.

— Eu vou pensar no caso de vocês, amanhã falarei a reposta e sem pressão — Falo dessa vez olhando diretamente para Joly e ela sorri em deboche.

— Estaremos esperando no intervalo amanhã, na nossa mesa — Colin diz com um sorriso sincero e nesse momento o sinal bate, logo os alunos começam a entrar e eu sento no mesmo lugar de sempre.

Nosso primero horário seria com o professor de história, senhor Edward, mas quem entra por aquela porta não é ele e sim o homem mais bonito que meus olhos já tinham visto. Bem, o segundo, porque o primero era o homem que havia ajudado a me dar a vida.

Seus olhos azuis olhavam para todos nós, como se analisasse nossas expressões; ele tinha os cabelos castanhos claros meio grande e lisos; sua barba fazia uma combinação perfeita com ele; já seu corpo era musculoso, mas muito bem escondido na roupa de hippie que usava.

— Bom dias alunos, eu me chamo Scott North e vou substituir o professor de história durante esse primeiro período — Ele explica sorrindo e todas as garotas e alguns meninos olham bobos para ele, sorrindo enquanto concordam.

— Tem que idade professor? — Daya indaga curiosa e eu o observo mais atentamente. Aquele rosto era familiar demias, eu tenho a impressão que ja tinha o visto em algum lugar.

— Trinta e nove. Espero que tenha obstruído sua curiosidade — Ele diz gentil e a turma começa a rir; Daya afirma enrolando uma mecha de cabelo em seu dedo e eu faço uma careta.

— Página 77 do livro, iremos ler um pouco e em seguida quero conhecer vocês, acho que iremos nos dar bem — Seu sorriso era acolhedor e mais uma vez tive certeza que já tinha o visto, mas deve ser coisa da minha. cabeça.

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