20 - First Kiss
Primeiro beijo.
– Podemos conversar? – Perguntei.
Ele ficou me olhando por alguns segundos antes de responder, o que só me deixou ainda mais nervosa!
– Ok. – Assentiu, abrindo mais a porta e dando espaço para que eu passasse. – Sobre o que? – Perguntou, fechando a porta assim que eu entrei.
Logo de cara, eu fiquei impressionada. Havia uma parede inteira cheia de papeis, fotos e linhas vermelhas formando um circuito que interligava tudo. E no meio, havia duas fotos, uma minha, e outra de uma figura de capuz, com uma interrogação onde deveria estar o rosto. Eu poderia ficar ali por horas, olhando e analisando, mas não era para isso que eu tinha vindo agora.
– Você. – Me virei. – Ou nós. Eu realmente não sei!
– Olivia, eu não acho que seja uma boa ideia...
– Nem eu! – O interrompi. – Mas pensar sobre isso está me deixando louca! – Confessei, me aproximando dele. – O que você me disse aquele dia no campus, sobre o que eu estar sentindo ser errado...
– Me desculpe. – Foi a vez dele de me interromper. – O que eu fiz foi errado, eu passei completamente dos limites nesse dia.
– Ok, mas você queria dizer tudo aquilo? – Ele ficou em silencio. Então me aproximei, ficando frente a frente para ele. Eu era mais baixa que ele, mas não deixei que isso atrapalhasse nosso contato visual. – Era verdade? Eu quero que você diga olhando nos meus olhos. – Disse, fazendo o mesmo que ele fez comigo. E sentido o meu coração disparar no mesmo momento.
– Não. – Negou. Me olhando nos olhos. – Você me pegou de surpresa aquele dia, eu não esperava que você estivesse no meu quarto, então disse tudo aquilo apenas como uma forma de provocação, para que você fosse embora.
Eu já estava muito envolvida para fingir que não tinha doído, pois tinha. Eu deveria estar agradecida por não ser verdade, e ser apenas coisa da minha cabeça, mas eu não estava. E era frustrante!
– Eu não acredito em você. – Disse.
– É um direito seu não... – Não esperei que ele terminasse, fiquei na ponta dos pés e o beijei.
Foi um beijo rápido, me afastei apenas o suficiente para olha-lo nos olhos e encontrei seus olhos sobre mim, em um verde mais escuro e quente que eu nunca havia visto antes. E eu soube que se ele realmente estivesse falando sério, ele teria se ou me afastado, porém, ele não tinha feito nenhum dos dois. Muito pelo contrário, ele parecia estar tão envolvido quanto eu. Harry levou sua mão até o meu rosto, e então seu olhar se desviou dos meus olhos para a minha boca. A ponta do seu polegar percorreu os meus lábios lentamente, me atiçando, até que ele finalmente me beijou.
Senti seu braço em volta da minha cintura, me puxando mais para perto e acabando com os últimos centímetros que nos separavam. E me deixei levar por aquele desejo. Sua língua invadiu minha boca, e eu apoiei minhas mãos em seus ombros, sentindo sua pele quente sob elas e o arranhando levemente. O que só me deixou ainda mais louca, assim como ele. Harry foi me empurrando, até eu me encostasse na parede, e então ele me suspendeu. Prendi minhas pernas em volta de sua cintura, e fechei os olhos, respirando cada vez mais ofegante, enquanto suas mãos apertavam minhas coxas e ele beijava meu pescoço, fazendo uma trilha de beijos de volta até a minha boca.
Eu poderia realmente ter enlouquecido, ou simplesmente ter me entregado ao que estava sentindo, pois quando senti sua mão tocar a minha pele por debaixo da blusa do pijama, eu não me assustei ou o afastei, apenas continuei o beijando como se não houvesse amanhã. Sua mão subiu um pouco mais, alcançando a minha cintura e estava prestes a subir ainda mais, quando ouvimos batidas na porta. Harry se afastou imediatamente, me colocando no chão, e foi até a porta, enquanto eu continuei em pé onde estava. Tratando apenas de ajeitar rapidamente o meu cabelo e subir a alça da blusa que havia caído sem eu perceber.
– Olivia, eu estava te procurando... – Taylor desviou os olhos de Harry para mim e de mim para Harry. – O que está acontecendo?
– Nada. – Respondi. – Harry estava apenas me contando sobre a investigação. – Apontei para a parede de evidencias e ela olhou impressionada.
– Hum... você já tem alguns suspeitos? – Perguntou.
– Na verdade, sim. – Harry respondeu. – Mas como eu falei para a Olivia, eu não tenho autorização para contar nada. Então é melhor vocês irem.
– Ele está certo. Vamos, está tarde. – Fui até Taylor, e segurei sua mão, a puxando para fora do quarto. – Desculpa incomodar, Harry.
– Sem problemas. Boa noite.
Ele fechou a porta assim que passamos, e nós voltamos para o nosso quarto.
– O que realmente aconteceu naquele quarto? Vocês se pegaram?
– O que? Por que você acha isso? – Perguntei assustada, era tão obvio assim?
– Ah, fala sério! Vocês ficaram estranhos quando eu apareci, ele sem camisa, você toda corada. Algo aconteceu! Eu tenho certeza! Meus instintos nunca falham nesse assunto.
– Nada aconteceu. – Disse, me deitando na cama. – Você é a última em pé, então apaga a luz. – Disse, me cobrindo e me acomodado para dormir.
Taylor apagou a luz e se deitou ao meu lado.
– Nada aconteceu mesmo? – Perguntou sem acreditar.
– Não. – Garanti.
– Não acredito que meus instintos estavam errados. – Ela resmungou.
– Seus instintos não são tão bons assim se você estava namorando com um fugitivo da polícia... aliais, como vocês se conheceram, afinal? Você sabia quem ele era? – Me virei para o outro lado e ficando de frente para ela.
– Não! De jeito nenhum! Nos conhecemos pela internet a alguns meses atrás, ele disse que morava em uma cidade vizinha e que não tinha muito tempo para sair e se divertir. Então ficamos conversando por mensagens até finalmente ele vir para Londville. Isso foi algumas semanas atrás, quando finalmente nos conhecemos e começamos a namorar.
– Alguns meses atrás ele estava preso. – Comentei.
– Não me diga? – Ela revirou os olhos.
– Ele deve ter conseguido um celular escondido... você não desconfiou de nada?
– Não. Ele me enganou direitinho, e não é como se eu assistisse ou lesse jornais para saber quem ele realmente era.
– Sinto muito.
– Não sinta. Foi erro meu. – Ela sorriu fraco, se virando. – Até amanhã.
– Até.
Me virei de volta e fechei os olhos preparada para dormir. No entanto, tudo o que eu conseguia fazer era relembrar repetidamente o que tinha acontecido a poucos minutos atrás. Meu coração disparou e eu senti um calor envolta do meu corpo. Eu não estava com um pingo de sono! No entanto, joguei o cobertor para o lado e tentei dormir novamente.
***
Eu definitivamente não pensei em como seria no dia seguinte quando eu beijei Harry. Na verdade, eu não tinha pensado em nada, só tinha seguido o meu coração. No entanto, o dia seguinte chegou, e era muito mais desconfortável do que eu poderia imaginar. Eu, Harry e Taylor sentados na mesa, totalmente em silencio, enquanto tomávamos o café da manhã.
– Okay, isso está muito esquisito. Eu vou terminar de comer no sofá, assistindo. – Taylor disse, se levantando, pegando seu copo de suco e sua tigela com cereais e saiu da cozinha, indo para a sala.
Esperei até ter certeza que Taylor tinha mesmo saído e olhei para Harry, enquanto ele dava um gole na sua caneca de café e se esforçava em olhar para qualquer lugar, menos para mim.
– Nós vamos falar sobre o que aconteceu? – Perguntei, quando percebi que ele não o faria.
– Nada aconteceu.
O olhei perplexa. Ele realmente iria fingir que nada tinha acontecido depois daquele BEIJO?
– Nós nos beijamos. – O "lembrei".
Ele se levantou, parecendo um pouco irritado, e jogou sua tigela de cereais na pia.
– Sim, isso aconteceu. E foi completamente errado, nunca deveria ter acontecido.
– Por que não? – Perguntei sei entende-lo. Ontem ele tinha me beijado com tanta vontade, e agora agia com tamanha indiferença.
– Por que não!
– "Por que não" não é uma resposta.
– Então escolha uma, pois há varias. Mas a principal é que esse é o meu trabalho, eu estou aqui para te proteger e nada mais do que isso. Eu não posso te dar o que você está me pedindo, Olivia.
– Mas eu não te pedi nada, Harry. Eu estava apenas confusa sobre tudo isso.... Porém, acho que eu entendi agora. – Disse, me levantando. – Você deixou isso bem claro.
Deixei a cozinha e fui para o quarto. Eu estava com vontade de chorar, confesso. Contudo, não o fiz. Harry não era nada meu, como ele mesmo deixou claro, tínhamos uma relação unicamente profissional. Nada além disso. Portanto, eu não alimentaria mais essa minha... "atração", se é que eu ainda podia chamar apenas disso, pois ontem pareceu ser bem mais.
Decidindo me distrair, peguei o livro que eu havia trazido comigo, e me sentei na cama para terminar de lê-lo. Passei o resto da manhã assim, saindo do quarto apenas quando terminei o livro completamente. Taylor continuava no sofá, só que agora deitada, mas Harry não estava em lugar algum.
– Ele saiu. – Ela disse antes que eu perguntasse.
– Como assim saiu?
– David ligou o chamando até a delegacia. Mas o segurança ainda está aí na porta.
Fiquei um pouco mais tranquila, mas ainda assim preocupada. O que será que meu pai queria?
– É tão difícil assim falar "pai"? – Perguntei, me sentando na poltrona.
– Ele não é meu pai.
– Como pode dizer isso? Ele nos criou. Ao contrário do idiota que nos abandonou.
– Mas esse idiota é o nosso pai. Nós querendo ou não, então não tem porque fingir o contrário. O que acontece se ele voltar?
– Nada, pois ele não vai voltar. Ele teve 14 anos para isso, agora é tarde. – Suspirei, eu estava ficando irritada com aquele assunto. – Podemos falar sobre outra coisa?
– Você que começou, eu estava perfeitamente bem em silencio assistindo o meu filme.
Revirei os olhos e me recostei na poltrona, focando na televisão. Estava passando Nárnia, então apenas fiquei ali assistindo com ela.
***
Já havia anoitecido e Harry ainda não tinha voltado. Eu estava preocupada, curiosa e impaciente. Fui até a cozinha, atrás de algo para comer e me decepcionei ao descobrir que não havia nenhuma besteira nos armários.
– Será que podemos pedir uma pizza?
– Não sei. – Taylor deu de ombros. – Mas acho que podemos pedir para o segurança do lado de fora pedir.
– Boa ideia.
Fomos até a porta, mas não conseguimos abrir, pois assim como no lado de fora, precisava da digital e Harry e senha. Então decidimos pedir através da porta mesmo.
– Olá? ... Segurança? – Taylor chamou, batendo a mão contra a porta.
– Aconteceu de alguma coisa? – Perguntou, mas mal conseguimos entender, o som era bastante abafado.
– Não, estamos bem. – Taylor respondeu.
– Estão em perigo?
– NÃO! Não! – Falei alto. – Estamos bem! Queríamos apenas saber se você poderia pedir uma pizza para nós? Estamos morren... estamos com muita fome! – Decide não usar a palavra "morrendo" para não acontecer mais um mal-entendido.
– Pizza?
– SIM! – Taylor falou, feliz por ele finalmente ter entendido algo. – De pepperoni!
– Tudo bem. – Respondeu.
– Aleluia! Pensei que ficaríamos aqui a noite toda. – Ela respirou aliviada. – Escuta, eu vou tomar um banho, me avisa quando a pizza chegar, ok?
– Ok.
Me sentei no sofá para esperar a pizza, enquanto Taylor foi tomar seu banho. Peguei o celular pré-pago e liguei para o meu pai.
– Pai?
– Oi, espere um pouco. – Pediu. – Pode falar agora, estou sozinho. Aconteceu alguma coisa?
– Não. Eu só queria saber como estão as coisas, algum avanço na investigação?
– Eu queria muito te dar uma boa notícia, mas não temos nada. Nenhuma nova informação.
– Eu não entendo, se não há nova informação, por que chamou Harry?
– Pensamos ter algo, mas não foi nada.
– Harry passou o dia todo aí. Como não foi nada? Pai, eu mereço saber!
– Tudo bem... – Ele deu um longo suspiro. – Recebemos uma carta.
– Do Enigma? O que diz?
– Não sabemos. Ninguém conseguiu decifrar, está escrita em enigmas. Mas pelo o que sabemos pode nem ser dele, pode ser de algum imitado ou alguém tentando brincar com a gente.
Uma carta escrita em enigmas? Que ironia, não?
– Eu posso ver? – Pedi, com medo do que esperar.
– Harry saiu daqui faz uns dez minutos, ele está levando uma cópia.
– Ok.
– E Olivia, não se preocupe. Ficará tudo bem.
–Eu sei, pai. Tchau.
– Tchau.
Eu fiquei sentada na mesma posição, olhando para o nada e sem saber o que pensar. Será que era uma carta para mim? Onde só eu conseguiria decifrar o seu significado? Deus, eu não queria nem imaginar o que poderia estar escrito nela. Me levantei, indo até a cozinha, e peguei uma garrafa de água na geladeira, bebendo metade dela e parando para respirar, antes de beber o resto. E eu nem sabia que estava com tanta sede assim.
Voltei para a sala, sem saber o que fazer, se eu sentava e esperava ou ficava em pé. Tudo o que eu sentia era um nervosismo e um frio esquisito na barriga. E foi quando eu escutei algo, um som, baixo e abafado, vindo do lado de fora. Olhei para a porta, descendo os olhos para o estreito espaço entre a porta e o chão, dava para ver a sombra de alguém parado bem do lado de fora.
– Segurança? – Perguntei, percebendo que não sabia o nome dele. Não houve resposta. – Harry?
Novamente, nenhuma resposta. Mas a sombra continuava ali. Esperei para ver se a pessoa falaria alguma coisa, mas quando sangue começou a escorrer para dentro do apartamento eu percebi que o segurança provavelmente estava morto. Então sem pensar duas vezes corri até o sofá, pegando o celular e liguei para o meu pai. Tocou uma, duas, três vezes até que ele atendeu.
– Olivia?
– Pai, tem al... – Senti algo no meu pescoço, me puxando para trás e cai com tudo para trás, esbarrando na mesinha de centro e derrubando o celular.
Era algum tipo de tecido fazendo pressão e me estrangulando. Tentei lutar, e me debater para conseguir ver algo, mas tudo o que eu via eram luvas de couro e roupas pretas. Foi ficando cada vez mais apertado e eu não conseguia mais respirar nada. Tudo a minha volta começou a ficar embaçado e eu não tinha mais forças no corpo. Estava quase apagando, quando oxigênio invadiu meus pulmões. Eu estava respirando. Me arrastei para longe, tirando o tecido do meu pescoço e foi quando eu vi o rosto de Taylor, ela parecia estar apavorada.
– Olivia, você está bem? – Eu não conseguia falar. Olhei em volta, mas não havia mais ninguém na sala. Apenas pedaços de vidro espalhados pelo chão. – Eu o atingi na cabeça com um jarro de vidro e ele saiu correndo. Acho que não esperava que eu também estivesse aqui. – Ela se sentou no chão ao meu lado com os olhos cheios de lagrimas e me abraçou. – Graças a Deus você está bem!
Olhei para o lado, vendo o celular não muito longe, e apontei para ele. Taylor o pegou, a ligação ainda estava ligada. Ela colocou no viva-voz.
– ... a polícia está a caminho, aguenta, filha, por favor....
– Pai?
– Olivia? – Ele perguntou, com a voz desesperada.
– É a Taylor, não se preocupe, a Liv está bem.
– O que aconteceu?
– Ela foi atacada. Tentaram estrangular ela com uma gravata, por sorte eu sai do banheiro na mesma hora e o atingi com um vaso. Ele correu, estamos bem.
– Ele ainda pode estar aí, pegue algo para se defender, uma faca qualquer coisa, e vá para o quarto.
Taylor se levantou, indo para a cozinha, e voltando rapidamente com a maior faca possível.
– Onde você está? – Perguntou.
– Estamos chegando, faça o que eu mandei.
Taylor me ajudou a ficar de pé, e estávamos indo para o quarto, quando ouvimos alguém se aproximando da porta ainda estava aberta. Vi os dedos dela se fecharem com força em volta do cabo da faca, e logo relaxarem ao ver que era Harry. Ele segurava sua arma e a abaixou rapidamente ao nos ver.
– O que aconteceu?
– Alguém tentou matar ela. Eu o atingi na cabeça e ele correu.
– Você chamou a polícia?
– Já estão a caminho.
Harry guardou sua arma na cintura e veio até mim, me pegando no colo. Eu tentei falar que eu conseguiria andar, mas minha garganta ainda estava doendo muito, então apenas deixei que ele me carregasse até o quarto.
– Você está bem? Se machucou? – Ele perguntou, me olhando preocupado. Levei minha mão até o meu pescoço, e ele assentiu, entendendo. – Você viu alguma coisa? Como ele era? – Eu balancei a cabeça, negando. E ele me colocou na cama, se virando. – Taylor?
– Hum, deixa eu ver.... foi tudo tão rápido... ele estava todo de preto e com uma máscara, eu acho.
– Você se lembra da altura?
– Era um pouco mais baixo que você... 1,70, talvez... e ele era magro!
Harry assentiu, tirando seu celular do bolso da calça e saindo do quarto, enquanto Taylor veio se sentar ao meu lado, me abraçando.
– Ainda bem que eu saí do banheiro a tempo e nada aconteceu.
Senti as lagrimas invadirem meus olhos e me esforcei ao máximo para falar.
– Obrigada...
– Não precisa agradecer. – Ela se afastou, enxugando com os dedos as minhas lagrimas, e eu fiz o mesmo por ela, que também estava chorando.
– Você... chamou ele de... pai.
– Harry? – Ela fez uma careta.
– David.
– É.... acho que eu chamei. – Ela desviou o olhar, tentando agir como se não fosse nada demais, mas eu sabia que era.
Logo os policiais chegaram, e nosso pai veio até nós, nos abraçando, no entanto ele teve que se afastar para que o médico me examinasse. Ele passou uma lanterna nos meus olhos, depois escutou meus batimentos e tirou a minha pressão.
– Você consegue falar? – Perguntou.
Assenti. – Mas ainda... dói.
– Normal, considerando pelo o que você passou. O fato de você conseguir falar e respirar é um bom sinal. Se ele tivesse segurado por mais tempo, a falta de oxigênio no cérebro poderia ter causado um AVC. – Ele começou a tatear cuidadosamente o meu pescoço. – Seria adequado um exame melhor no hospital, porém dadas as circunstâncias, não podemos fazer isso. Mas não se preocupe, não parece haver nada de errado. Amanhã a dor já deve ter passado.
– Obrigada.
O médico saiu, e logo Harry e o meu pai entraram.
– Harry me contou sobre a descrição que vocês deram, mas precisamos saber exatamente o que aconteceu. – Meu pai disse.
– Eu estava no banheiro, quando saí eu vi ele em cima da Liv, a estrangulando com a gravata. Então peguei a primeira coisa que vi e bati contra a cabeça dele, que fugiu.
– E antes disso? O que aconteceu? Como ele entrou? – Harry perguntou.
– Eu ouvi um som abafado do lado de fora... – Fiz uma pausa para respirar, a dor estava diminuindo, mas ainda era incomoda. – Tinha uma sobra do lado de fora... eu chamei pelo segurança, ele não respondeu... eu chamei por você..., – Olhei para Harry. – Mas não houve resposta... e então sangue começou a entrar...
– Do segurança, Jonas. Ele teve sua garganta cortada e infelizmente não sobreviveu. – Meu pai explicou, me deixando ainda mais triste.
– Eu me virei para pegar o celular e segundos depois ele estava sobre mim... não vi como entrou, mas foi pela porta.
– Eu nunca deveria ter saído! – Harry balançou a cabeça, irritado e então se virou dando um soco na parede, surpreendendo a todos.
– Ei, calma. – Meu pai se aproximou dele, colocando a mão em seu ombro. – Não tínhamos como saber.
– Você não entende, se ele conseguiu passar pelo meu sistema de segurança, ele é muito mais inteligente do que pensávamos. E isso é frustrante! Toda vez que parece que estamos nos aproximado de descobrir algo, ele revela que sempre esteve dois... não, cinco passos à frente de nós! – Ele se encostou na parede, com um semblante derrotado. – Eu estou nesse caso há três anos... há três anos eu vejo garotas morrerem e não consigo fazer nada. E agora a Olivia... – Ele parou de falar, suspirando. – Me desculpe, David... e me desculpe, Olivia.
– Não precisa se desculpar, eu sei que você está fazendo o que pode. – Meu pai disse.
No entanto, eu sentia que apenas aquelas palavras não tinham sido o suficiente. Então me levantei da cama e fui até Harry, passei meus braços pelo seu pescoço e o abracei.
– Eu confio eu você, Harry. – Sussurrei em seu ouvido, para que só ele escutasse.
Então senti seus braços em volta do meu corpo, finalmente me abraçando de volta. E eu sorri, me sentindo completamente segura em seus braços.
E depois de 20 capítulos... eles finalmente se beijaram! Halelu! rsrsrs brincadeiras a parte, UM ÓTIMO E MARAVILHOSO NATAL E FIM DE ANO À TODOS!
Espero todos de volta aqui em 2018 para a continuação desse mistério! Beijos!
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