Epílogo
CINCO ANOS DEPOIS
Olivia
Atualizei a página do site pela décima vez no último minuto e arfei ao ver que finalmente estava lá. O meu livro. Depois de anos insistindo, eu finalmente cedi aos pedidos da minha chefe Rachel, e com a ajuda de Harry, escrevi um livro sobre tudo o que havia acontecido comigo, conosco. Rachel queria um livro de biografia criminal, algo cru e impactante, no entanto, eu me recusei a escrever algo do tipo. Ao invés disso, ela recebeu um livro de romance com doses de crime e mistério escritas por mim e pelo meu marido. E no final do dia, ela acabou adorando e lendo tudo em dois dias.
O livro estava oficialmente no ar agora, e confesso que eu estava nervosa com isso, com o que toda essa atenção me traria, mas ao mesmo tempo... eu estava em paz. Essa parte da minha vida me assombrou por bastante tempo, mas agora... não mais. Hoje isso era apenas passado, uma história, uma página já virada de um capítulo triste da minha vida, mas ele não me definia. Minha família, meus amigos e tudo o que eu construí desde então, sim. Eu estava completamente feliz agora.
— OLIVIA, ANDA LOGO! — Patty gritou da sala do apartamento.
Fechei o notebook e levantei da escrivaninha, indo até o espelho do meu quarto terminar de me arrumar.
Patty não havia mudado muito nesses últimos anos, se formou em Marketing um ano depois que eu me formei, graças ao ano que ela passou longe com o Zach, e conseguiu um emprego em uma grande agencia aqui em Nova York. No entanto, um ano depois ela largou tudo e foi trabalhar em uma confeitaria fazendo doces. Ela parecia realmente ter se encontrado nessa área, sem falar que os bolos e cupcakes que ela fazia eram divinos! Todos os doces de hoje foram feitos por ela, Harry e eu até insistimos em pagar, mas ela não aceitou e insistiu que fosse um presente.
Terminei de pentear o cabelo e deixei o quarto, indo para a sala.
— Taylor ainda não chegou? — Olhei em volta, ansiosa.
— Ainda não. Mas Harry mandou mensagem, ele já está a caminho. — Ela informou e eu assenti, um pouco mais aliviada.
Ele tinha ido pegar os meus pais no aeroporto, eles estavam vindo passar uma semana aqui em Nova York conosco. Me sentei no sofá, e peguei um docinho na mesinha de centro. Aos poucos, as pessoas foram chegando e se acomodando pelo apartamento, Cameron, algumas amigas antigas da universidade, amigos próximos, assim como o avô de Harry, Richard, que era um velhinho extremamente divertido e jovial, ele me adorava e torcia muito por mim e Harry, chegou até a dizer que um dos momentos mais emocionantes de sua vida, foi durante a troca de votos do nosso casamento ano passado.
Denise continuava morando no País de Gales, assim como o seu filho e sua família, mas ela vinha nos visitar todos os anos, assim como nós íamos até ela também. Ela não pode estar aqui hoje, mas mandou um presente que iriamos abrir mais tarde junto com todos os outros. Inclusive os dos meus avós, que também não puderam vir do Maine.
A porta do apartamento se abriu, e eu me levantei imediatamente ao ver meus pais passarem por ela. Não nos víamos pessoalmente há alguns meses e eu estava morta de saudades. Abracei e beijei os dois, extremamente feliz por eles terem aceitado o convite.
— Obrigada por terem vindo!
— É claro que iríamos vir, querida. Não perderíamos um dia importante para você. — Minha mãe falou, passando a mão na minha barriga. — Está aparecendo bastante, não é?
— Muito, nem parece que são apenas quatro meses. — Comentei rindo. — Então, pai, o que achou da cidade até agora?
Ajudei eles a retirarem os seus casacos e guardei tudo no armário de casacos que ficava perto da porta.
— Agitada. Bastante agitada. Vocês jovens é que devem adorar. Eu só fico pensando em como o bebê vai dormir desse jeito? — Falou, todo preocupado.
Quando revelamos minha gravidez no mês passado ele só faltou pegar um avião na mesma hora e vir me ver de tão animado que estava com a ideia de se tornar avô. Mas com a animação, veio a preocupação, e agora ele não tirava mais da cabeça a ideia de voltarmos para Londville pois "Nova York é barulhenta e perigosa". Quando na verdade, ele só queria uma desculpa para ficar mais perto do neto... ou neta.
— Dê uma chance para a cidade, pai! Sem falar que você nem viu o apartamento, é enorme, seguro e silencioso. Você conhece o genro que tem, acha que Harry moraria em um lugar barulhento e perigoso?
Se tinha alguém que ele adorava era Harry. Arrisco a dizer: até mais do que a mim! Os dois haviam criado um laço familiar absurdo nos últimos anos, meu pai o considerava da família, como um filho de consideração mesmo. Harry havia saído do F.B.I. e se tornado um consultor criminal. Ele era chamado para resolver casos parados e era extremamente bom no que fazia. Essa coisa em comum de "combater o crime" foi o fator determinante da criação do laço entre eles, assim como com o Cameron. Ele adorava e confiava bastante nos dois genros.
— Acho que não. — Confirmou, relutante.
— Eu ouvi o meu nome! — Harry falou, vindo do corredor. — Deixei as malas de vocês no quarto de hospedes, é o terceiro a direita. — Informou aos meus pais, que foram em direção ao corredor, olhando cada centímetro do apartamento no caminho. — A história da cidade barulhenta e perigosa de novo? — Ele perguntou com deboche, me abraçando e dando vários beijos em meu pescoço.
— Acertou! — Comentei rindo, seus beijos descontraídos faziam leves cócegas em mim. Muito diferentes dos beijos que contribuíram para eu estar grávida agora.
— Vão para um quarto! — Patty soltou do sofá, enquanto se entrosava com as minhas amigas da Universidade.
— Hoje à noite iremos, pode deixar! Obrigado pela ideia, Patrícia! — Harry respondeu, me fazendo rir. Patty fez careta para o uso do seu nome inteiro, e as minhas amigas apenas riram baixinho do comentário atrevido do meu marido.
— Não há de que, Harrison! — Patty respondeu, debochada. Desde que descobriu o primeiro nome dele, ela não perdia uma oportunidade de usá-lo.
Os dois fizeram caretas um para o outro, mas logo depois caíram na risada. Era sempre assim, viviam brigando e se provocando, mas a realidade era que haviam se tornado melhores amigos nos últimos anos.
— Cheguei! — Taylor anunciou, passando pela porta com duas bexigas amarelas cheias. — As bexigas estouraram no caminho e eu precisei voltar para pedir mais duas. — Se explicou, vindo me abraçar animada. — Eles chegaram? — Perguntou, se referindo aos nossos pais.
— Sim. Eu vou chamá-los para podermos começar. — Harry informou, me deu um rápido selinho e desapareceu no corredor.
Taylor foi até a mesa que havíamos colocado atrás do sofá, com o bolo e doces, e amarrou cada balão em uma perna diferente da mesa. Ela estava linda, tinha cortado o cabelo na altura dos ombros para um papel no cinema, seria sua estreia nas telonas depois de cinco peças bem sucedidas na Broadway, duas das quais foi a protagonista principal. Ela estava realmente elevando sua carreira de atriz a cada dia.
Ela estava noiva do Cameron agora, mas o casamento foi adiado pela segunda vez por causa dos seus trabalhos. Cameron não se importava nenhum pouco, ele era o maior fã da minha irmã e dava o maior apoio a ela e a tudo o que ela queria fazer. O relacionamento deles era bem tranquilo e fofo, e o novo casamento iria acontecer em algum dia no ano que vem, eles ainda escolheriam a nova data.
Prontamente, Harry retornou com os meus pais, que abraçaram a Taylor cheios de saudades, e então, pudemos começar o chá de revelação. Apenas Taylor sabia o sexo do bebê, e eu estava extremamente ansiosa. Patty, até tentou insistir para descobrir, mas tagarela do jeito que era, Taylor decidiu não relevar de jeito nenhum.
Comemos, relembramos momentos importantes e engraçados dos últimos anos, rimos bastante, abrimos todos os presentes, tiramos altas fotos, para no final, finalmente, chegar a hora de descobrirmos o sexo do bebê.
— Vocês preferem menino ou menina? — Richard perguntou ansioso, assim como nós.
— O que vier eu vou amar do mesmo jeito. — Respondi, fazendo todos sorrirem.
— Sim, claro, claro, amaremos muito. Mas um menino, é claro! — Harry respondeu, fazendo todos rirem ao revelar sua preferência.
— Isso aí! — Meu pai concordou batendo palmas. Em seguida, houve um coro de apoio criado por Cameron e apoiado pelos amigos de Harry do trabalho, e até o seu avô!
— Podem chorar todos vocês homens, pois vai ser uma menina linda e maravilhosa! Não é mesmo, Liv? — Patty olhou para mim confiante.
— Isso mesmo! — Concordei, decidindo entrar na onda, e ganhando o apoio das mulheres ali presentes.
Taylor entregou um palito e uma bexiga para mim e para Harry, e se afastou, pegando o seu celular para gravar o momento.
— No três? — Harry perguntou, e eu assenti. — Um... dois... três!
Estouramos as bexigas e todos começaram a comemorar. Sorri emocionada ao ver o confete rosa voando do meu balão, mas minha emoção apenas dobrou quando eu olhei para Harry e ele estava comemorando rodeado de confete azul. Ele congelou, vendo a cor do meu confete, e então abriu o maior dos sorrisos.
— Meu Deus... nós vamos ter gêmeos? — Perguntei ainda em choque.
Ele veio até mim e me abraçou apertado, me erguendo do chão de tão feliz que estava. Quando me colocou de volta no chão e se afastou, notei que ele, assim como eu, estava chorando de emoção.
— Nós vamos ter gêmeos! — Confirmou animado.
Harry então segurou o meu rosto com carinho e juntou os seus lábios nos meus em um beijo de pura emoção e amor, enquanto todos a nossa volta comemoravam e aplaudiam o aumento de tamanho da nossa família.
— Eu amo você, Harry. — Sussurrei em sua boca ao final do beijo.
— E eu amo você, Liv. — Respondeu sorridente.
Então, ele me beijou mais uma vez antes de nos afastarmos para irmos comemorar com todos ali presente.
Obrigada a todos que acompanharam Enigma até o fim. 💜 Espero que tenham gostado dessa jornada e desse livro, e espero que curtam meus próximos projetos também. Muito coisa está vindo por aí... nesse, ou em outros universos. 😉💜
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