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Capítulo 69

Seguir em frente.

Olivia

Mais alguns drinks entre conversas aleatórias sobre os nossos trabalhos e as nossas famílias, e eu estava aos beijos com o Keen em uma das cabines do banheiro masculino do pub. Ele beijava bem, não melhor que o Edward, mas ele que se foda, eu nem deveria estar pensando nele nesse momento!

Keen desceu os beijos para o meu pescoço, e isso me deu uma oportunidade de balançar a cabeça para tentar expulsar esses pensamentos inconvenientes. Qual era o meu problema? Eu precisava focar na pessoa que estava me beijando agora, e não, na que me abandonou!

— O que foi? — Ele parou de repente, me olhando ofegante. — Você balançou a cabeça, eu pensei que...

— Não foi nada! — O interrompi, puxando-o para mais um longo beijo. Ele pareceu gostar, pois sorriu em meio ao ato.

Colando o seu corpo ao meu, eu pude sentir a sua ereção pelo tecido da calça jeans. Isso deveria me excitar, mas a emoção não me atingiu. Os beijos continuavam bons, mas também não passavam disso. Era como se tivesse uma barreira entre nós, como se alguma coisa estivesse faltando e eu simplesmente não soubesse o que era, ou no fundo sabia, mas doía demais admitir.

Keen não era o primeiro cara com quem eu tentava transar. No ano passado, eu até consegui ir até o fim com uma cara da minha turma. Estávamos fazendo um trabalho juntos no seu dormitório quando ele deu o primeiro passo e me beijou, uma coisa levou a outra e nós dormimos juntos. Foi bom para tirar o estresse, e ainda tiramos um A no trabalho, mas ele não era o tipo de cara que namora, e nem eu estava atrás de um namorado na época, então eu sabia onde aquilo iria levar: lugar nenhum. Nunca mais nada aconteceu e hoje em dia mal trocávamos uma palavra sequer na sala de aula, mas a transa foi legal.

Agora, no entanto, eu não conseguia sentir nada.

Keen suspendeu uma das minhas pernas, colocando o meu pé apoiado na privada perto de nós, e começou a subir sua mão pela minha coxa, fazendo com que o meu vestido também fosse junto. E de repente, aquela cabine pareceu sufocante demais para nós dois. Fechei os olhos, tentando ignorar o sentimento, mas eu conseguia sentir o pânico lentamente ir se alastrando pelo meu corpo. Coloquei a minha mão em cima da sua e a removi do meu corpo, empurrando-o para trás em seguida.

— O que houve? — Ele me olhou confuso e ofegante. E eu não o culpava. O problema era comigo e não com ele.

— Sinto muito, eu não consigo fazer isso. — Falei rapidamente enquanto ajeitava o meu vestido.

— Foi algo que eu fiz? — Ele passou a mão pelo cabelo claro, preocupado.

— Não, não, sou eu. Eu é que sou complicada, mas eu realmente não quero falar sobre isso. Só preciso ir embora, sinto muito.

Abri a tranca e saí da cabine, posteriormente saindo do banheiro e do pub. Eu escutei Keen me chamar enquanto tentava me alcançar, mas não liguei e continuei andando, eventualmente, ele desistiria, certo? Errado. Pois quando eu estava quase dobrando a esquina da rua, ele me segurou pelo braço e me puxou para trás. E ao me virar, já não era mais o Keen que estava ali na minha frente, e sim, o Andrew, com seu olhar vazio me encarando friamente. Segurei e torci a sua mão, como aprendi nas aulas de autodefesa, e em seguida, o empurrei para longe, sentindo o meu coração bater freneticamente no peito. Entretanto, assim que eu pisquei, a realidade alcançou os meus olhos e eu vi que era Keen quem estava ali no chão, e não, uma pessoa que estava morta há três anos.

— Eu só queria devolver a sua bolsa! — Ele jogou a bolsa na minha direção, mas eu não tive o reflexo necessário para pegá-la no ar e ela caiu aos meus pés. — Garota maluca... — Resmungou, se levantando e voltando para o pub.

Respirei fundo algumas vezes, tentando me acalmar, e me abaixei para pegar a bolsa. Ajeitei sua corrente no meu ombro e voltei a andar de volta para o meu apartamento.

Assim que cheguei, me joguei no sofá e fiquei encarando o número da minha terapeuta na tela do meu celular. Eu deveria ligar? Era quase meia noite, será que ela já estava dormindo? Provavelmente... Depois de vários minutos na mesma, joguei o celular na mesinha de centro e liguei a televisão. Era meia noite de uma sexta-feira, afinal de contas, eu conversaria com a Dra. Tate na segunda quando já estivesse me sentindo melhor e tivesse uma visão mais clara, e sóbria, dos acontecimentos.

***

— É apenas um nome. — Ela falou calmamente.

— Eu tenho consciência disso, mas é como se meu corpo não soubesse. Um sinal vermelho se acende em minha mente, e boom, eu começo a entrar em pânico. — Tentei explicar a sensação.

— Você quer tentar voltar a tomar os remédios de ansiedade?

— Não. De jeito nenhum!

Eu tinha melhorado o suficiente para me livrar deles, não iria retroceder e voltar a me dopar novamente. Eu estava bem!

— Então, o que você pensa sobre fazer uma terapia de exposição?

— O que é isso?

— É uma forma de ajudar o paciente a obter o controle do medo e angústia que foi adquirida em um trauma. É usado um conjunto de exercícios e, ou, imagens para expor gradualmente os pacientes e ajudá-los a lidar com seus medos. — Assenti para que ela continuasse. — Como no seu caso são nomes, você poderia conhecer novas pessoas com esses nomes, e assim, eventualmente o seu cérebro assimilaria que não há perigo algum nisso. São apenas palavras, letras.

— Conhecer outros Landons e Andrews? — Só o pensamento me assustava. O que talvez mostrasse que ela estava certa.

— Sim. Eu tenho um amigo chamado Landon, futuramente posso apresentá-lo a você, se sentir-se confortável. Podemos sair para tomar um café juntos, já que não é aconselhável que você faça isso sozinha, você viu o que ocorreu dessa vez.

— Ok... talvez seja uma boa ideia. — Concordei, realmente torcendo para que isso me ajudasse.

Por causa da consulta, cheguei no estágio um pouco atrasada e precisei correr para pegar um elevador que já estava quase se fechando. O cara que estava dentro colocou a mão no meio para que as portas não se fechassem, e eu sorri agradecida quando entrei, ficando sem graça logo em seguida ao ver que era o Keen ali, e que nós estávamos sozinhos.

— Olivia. — Ele me cumprimentou. O que apenas piorou o meu estado de vergonha.

— Oi.... — Eu simplesmente ficava em silêncio até ele descer? Não, isso seria muito idiota da minha parte... — Olha, eu sinto muito pelo o que aconteceu na sexta, acho que eu bebi demais e... — Estava tentando arrumar alguma desculpa, quando ele me interrompeu.

— Não precisa se desculpar, Olivia, de verdade. — Olhei para ele um pouco surpresa. — Eu liguei para a Rachel pra falar de você e do que aconteceu, e ela me chamou de idiota e me mandou pesquisar o seu nome na internet.

Eu abaixei a cabeça assim que senti os meus olhos arderem. Era terrivelmente incrível como eu sempre tinha vontade de chorar diante das menores menções a essa parte do meu passado. Sempre que eu conhecia alguém novo, esse assunto eventualmente vinha à tona, e junto a ele, as lágrimas. E eu odiava isso. Odiava que as outras pessoas soubessem de algo tão íntimo assim, por isso, eu nunca contava nada sobre o meu passado, mesmo que todos sempre acabassem descobrindo sozinhos, nunca era eu quem iniciava essa conversa.

— Eu não sei o que dizer. — Falei, já que de fato, eu não sabia.

— Não precisa dizer nada, sério. O meu nome já deve ter sido difícil o suficiente pra você e eu ainda vou e sigo você daquele jeito... foi uma reação compreensível! — Ele deu de ombros, tentando manter um bom clima entre nós. — Aliás, eu sinto muito por ter te chamado de maluca. Não foi nada legal.

— Diante do jeito que eu agi, acho que também foi compreensível você ter pensando isso. — Foi a minha vez de se desculpar, e ele acabou sorrindo em resposta.

— Será que eu mereço uma segunda chance?

As portas do elevador se abriram e eu olhei para a tela para conferir o andar, era um andar abaixo do meu, ou seja, o andar dele. O escritório de advocacia.

— Vou pensar no seu caso. — Avisei, fazendo-o assentir esperançoso enquanto saía do elevador.

Acenei com a mão em despedida e apertei o botão do meu andar, já que havia esquecido de o apertar até então.

***

A semana de provas acabou e com ela foi chegando o feriado. Eu iria viajar para Londville para passar a véspera e o natal com a minha família, e por sorte, esses dias haviam caído em uma quinta e sexta-feira, o que me daria três dias de folga antes de eu ter que voltar para Nova York no domingo para terminar e entregar um trabalho na terça. Minha chefe, Rachel, estava contando comigo para isso, e eu não poderia decepcioná-la, especialmente não agora.

Taylor não voltou comigo, pois passaria o natal com a família de Cameron no Harlem. Eles estavam namorando há cinco meses agora e ele achou que essa seria uma oportunidade boa para apresentá-la a sua família. Já para o réveillon, ele é quem iria conosco para o Maine se apresentar oficialmente como namorado dela para os nossos pais e os nossos avós maternos. O namoro deles parecia estar indo muito bem, o que me deixava extremamente feliz.

— Liv! — Minha mãe exclamou ao me encontrar na cozinha. A casa estava vazia quando eu cheguei. — A loja hoje estava uma loucura! As pessoas estavam comprando várias roupas de última hora, então demorei mais que o normal para fechar. — Ela veio até mim e me deu um abraço apertado. — Que saudades de você, gatinha. Como você está?

— Estou bem, mãe. — Respondi, apreciando o conforto e familiaridade dos seus braços. — Cadê o papai?

— Ele ainda está trabalhando, mas deve chegar daqui a pouco... o que você está fazendo?

— Chocolate quente! — Lembrei, olhando para a panela. O leite já havia fervido. Peguei a barra de chocolate e adicionei alguns pedaços. — Cheguei morta de fome, mas não tinha nada pra comer. — Comentei sem entender, normalmente tínhamos uma mesa cheia nessas festividades.

— Como será apenas nós três esse ano, David achou melhor não fazermos nada extravagante. Ele planejou de irmos visitar o túmulo do seu irmão e depois jantarmos em um lugar calmo na cidade.

— É uma ótima ideia. — Sorri levemente.

O aniversário de três anos da morte de Eli tinha sido há alguns dias atrás, mas eu não consegui vir por causa das provas e do estágio. Seria bom ir visitá-lo hoje na véspera de natal, ele sempre adorou essa data.

— Eu vou subir para tomar banho. — Ela informou, me dando um beijo na bochecha.

— Eu farei o mesmo depois de tomar meu chocolate quente. — Afirmei, ela assentiu e saiu da cozinha.

Derramei o líquido pronto em uma caneca e coloquei alguns marshmallows por cima, dando um pequeno gole, já que ainda estava bem quente. Não era melhor do que o que meu pai fazia quando eu era criança, mas chegava perto. Fui para o escritório dele, e me sentei em sua poltrona atrás da mesa, olhando em volta. Quando eu me mudei para Nova York, o escritório estava cheio de papeis para todos os lados sobre o caso Enigma. Agora, não havia quase nenhum.

Olhei pela mesa, lendo alguns papeis, a maioria eram de pequenos delitos. O mais grave que eu encontrei foi sobre um tal de Jordan tentando expandir o seu negócio de tráfico de drogas por aqui, mas o FBI, com a ajuda do meu pai, conseguiu apreender todas as drogas e prender todos os envolvidos que haviam pela cidade. Aparentemente, era de um dos traficantes do Jordan que o Noah comprava e conseguia alimentar o seu vício, e saber que esse negócio havia sido totalmente fechado por aqui me trazia paz. Londville era uma cidade encantadora, pois nada acontecia, e isso precisava continuar assim. Sem assassinos em série, sem trafico, sem mortes, apenas... gatinhos presos em árvores esperando para serem salvos... apesar de saberem muito bem como descerem de lá!

Além do Edward, um dos motivos que me fez ter escolhido ir para Nova York, ao invés de ficar por aqui com a minha família, foi as memórias dolorosas e ainda recentes que essa cidade me trazia. Qualquer canto que eu olhava, eu me lembrava de algo que eu não queria. Eu tive anos de lembranças boas nessa cidade, mas as lembranças ruins estavam mais recentes e vinham com mais facilidade à tona. Eu realmente precisava sair daqui para me reconectar comigo mesma, e graças a isso, e as várias sessões de terapia, não havia mais qualquer sentimento ruim quando eu andava pelas ruas da minha cidade natal. A cidade calma estava de volta e eu me sentia segura e feliz aqui. Mesmo Nova York já tendo se tornado um novo lar para mim, Londville sempre estaria em meu coração.

Liguei o notebook na intenção de checar o meu e-mail, mas o do meu pai ainda estava logado. Eu iria fazer o log out, para depois entrar no meu, mas acabei batendo os olhos no remetente do seu último e-mail recebido e lido. Harrison Flint. Coloquei a minha caneca na mesa por medo de que a derrubasse ao sentir minha mão começar a tremer um pouco. Não podia ser o que eu estava pensando, certo?

Harrison era o nome que a Annabelle havia dado ao Edward. Eu sabia disso, pois Andrew mencionou durante um dos seus monólogos megalomaníacos. Eu fiz o meu melhor para conseguir esquecer tudo o que eu vivi com aquele monstro, mas agora que eu havia lido e reconhecido esse nome, as coisas pareciam estar voltando... Flint era o sobrenome do cara com quem Annabelle se casou, o mesmo que foi preso pelo assassinato dela. Ou seja... era ele ou eu estava exagerando nesse raciocínio? Seria louco demais pensar que ele mudou de nome, e que por isso, quando eu pesquisava sobre Edward Gabriel Chase na internet, nada de novo aparecia a não ser as mesmas coisas sensacionalista de três anos atrás? Com a mão tremendo, eu cliquei no e-mail e li o que parecia ser uma pequena carta de agradecimento.

David, obrigado por entender e ter me ajudado durante esses últimos meses. É com grande felicidade que lhe informo que Daniel foi finalmente inocentado da morte de minha mãe e está livre. Estamos morando juntos em um pequeno apartamento no centro de Cardiff. Estamos nos conhecendo melhor a cada dia, ele realmente não se importa com o meu verdadeiro DNA, e me trata como um filho. Enquanto eu, a cada dia a mais, o trato como um pai. Nós estamos muito felizes e estamos nos curando juntos. Quero que saiba disso, pois tenho certeza de que não teria conseguido sem a sua ajuda, e por isso, eu sou extremamente grato.

Apesar de todos já me chamarem assim há um bom tempo por aqui, o processo para mudar o meu nome de Edward de volta para Harrison Edwyn Flint foi completado há algumas semanas atrás e esse é oficialmente o meu nome agora. Devo estar voltando para a América em breve e tentarei passar em Londville para uma rápida visita, então, quando me ver, me chame de Harrison ou Harry, ok? Sem formalidades!

Novamente, muito obrigado por tudo, e espero nos vermos em breve.

Atenciosamente, Harry.

Eu não sabia bem o que pensar sobre isso. Ainda meio que em choque, voltei para a caixa de entrada, e ao rolar a tela, vi, destruída, que eles estavam trocando e-mails há bastante tempo! Meu pai foi quem fez o primeiro contato há dois anos atrás apenas para pedir que ele enviasse o seu depoimento explicando o que tinha acontecido entre ele e o Elijah na floreta, para que assim, esse assunto fosse de fato encerrado e o meu pai tivesse paz, já que a morte do Elijah ainda o assombrava. Edward... ou agora eu deveria voltar a chamá-lo de Harry? Bem, ele respondeu com um vídeo, onde narrou tudo o que aconteceu na casa do lago e como Elijah acabou sendo assassinado.

Meus olhos encheram de lágrimas ao assistir aquela gravação e vê-lo pela primeira vez desde que me deitei ao seu lado esperando pela morte no chão daquela fria floresta. Ele estava bem mais magro do que eu lembrava, e um pouco abatido, o que provavelmente foi causado pelo seu longo tempo internado em coma. O vídeo foi gravado em um quarto claro, que eu presumir ser lá no País de Gales, já que a data era de apenas alguns meses depois de ele ter viajado. Fiquei olhando a sua imagem congelada na tela por um bom tempo depois que o vídeo acabou, percebendo com certa relutância o quanto o meu coração ainda batia diferente por ele, mesmo que eu me sentisse estúpida por isso.

No entanto, ver ele não foi o suficiente para acabar comigo, já o conteúdo do seu depoimento? Sim... isso me destruiu. Em seus momentos finais, Elijah não estava bem, e eu não pude deixar de me sentir culpada por isso. Eu deveria ter sentado e conversado melhor com ele, não ter aceitado, é claro, mas ter entendido os seus sentimentos por mim e o ajudado a superá-los da melhor forma possível. Ao invés disso, eu apenas o ignorei. O tratei mal. O empurrei ainda mais ao abismo em que ele se encontrava naquele dia. Ele era meu irmão e eu deveria ter feito mais!

Se eu pudesse voltar no tempo, isso seria a primeira coisa que eu tentaria mudar no meu passado conturbado. Se eu tivesse lidado com essa situação melhor, Elijah talvez ainda estivesse entre nós, namorando com uma mulher legal e visitando os nossos pais todos os finais de semana... Às vezes, eu gostava de imaginar como seria a sua vida se ele tivesse sobrevivido, sabe? Era um pouco doloroso, mas ao mesmo tempo, terapêutico, pois apesar de tudo, eu não possuía mágoas ou qualquer ressentimento em relação a ele. Elijah Thornhill foi, e para sempre será, o meu irmão mais velho.

O segundo contato foi feito por Edward no começo desse ano. Ele pediu a ajuda do meu pai para limpar o nome de Daniel Flint e tirá-lo da prisão. Foi uma longa troca de e-mails com provas e documentos contra o Andrew durante todo o ano, até chegar no último e-mail de Harry dando as boas notícias há duas semanas atrás. Eu contava mais de vinte e-mails enviados entre os dois, e após passar os olhos em todos eles, eu rapidamente percebi que em nenhum deles Harry perguntava sobre mim. E por mais que eu quisesse, era impossível ignorar isso. Três anos haviam se passado e ele provavelmente tinha seguido em frente, o que significava que eu também deveria me esforçar para fazer o mesmo. Ler esses e-mails foi como ler o final de um livro que eu adorava tanto que estava até enrolando para terminar, pois tinha medo do que encontraria nas últimas páginas. Mas eu precisava crescer. Precisava esquecê-lo.

Desliguei o computador, desistindo de ler os meus próprios e-mails e saí do escritório. Deixei a caneca na pia, sem qualquer vontade de terminar aquele chocolate quente, eu subi para tomar um banho e me aprontar para ir visitar o meu irmão, e depois, comemorar a véspera de natal em um jantar com os meus pais.

***

Desci do carro animada assim que chegamos na fazenda dos nossos avós. Papai foi nos buscar no aeroporto com a picape do meu avó, e Taylor e Cameron vieram dormindo no banco de trás. A paisagem não era lá essas coisas, a área era cheia de outras fazendas e durante um bom percurso, tudo o que se via era campo, neve e mato. Mas apesar do cansaço da viagem, eu sabia que eles estavam nervosos, principalmente o Cameron.

Ocorreu tudo bem com a família dele no Harlem, os pais de Cameron adoraram a minha irmã e ela me ligou para comemorarmos isso na primeira oportunidade que teve de ir ao banheiro. Mas agora, era a vez dos nossos pais e dos nossos avós. Papai não falou nada quando o viu desembarcar conosco, acho que a única pessoa que sabia do relacionamento deles era a mamãe, já que nem em suas redes sociais a minha irmã compartilhava nada por causa do trabalho do Cameron no FBI e da sua carreira como atriz.

Cameron ficou incrivelmente tenso e travado ao cumprimentar o papai e entrar no carro, sequer parecia o cara tranquilo que eu tanto conhecia e adorava. Não sei nem como ele conseguiu dormir no banco de trás, acho que o amor pela minha irmã deve ter o tranquilizado.

— Vai com calma, Liv. — David alertou, descendo do carro e indo em direção a traseira da picape para começar a retirar as malas.

— Eu quero ir ver o Hades! — Expliquei, ansiosa.

— Você precisa falar com os seus avós primeiro. — Ele impôs.

— Então que bom que o Samuel está lá nos estábulos, dois coelhos com uma cajadada só! — Vovó Margot falou, saindo de dentro da casa e vindo na minha direção.

— Oi, vovó! — Abracei ela forte para tentar matar as saudades.

— Oi, bonequinha. — Ela sorriu, dando um beijo em minha bochecha. — Nossa, você está maravilhosa! — Elogiou, me olhando de cima abaixo. — Vocês duas estão. — Ela foi abraçar a Taylor. — E quem é esse bonitão?

— Olá, senhora Collins. — Cameron soltou nervoso, esticando a sua mão para um aperto.

— Sem formalidades por aqui, rapaz, vem cá! — Vovó ignorou a sua mão e o puxou para um abraço. Que acabou sendo fofo e engraçado, pois ela era bem baixinha e o Cameron forte e alto.

— Está cuidando bem da minha neta?

— Sim, senhora. — Ele falou prontamente, e vovó olhou para Taylor em busca de confirmação. Minha irmã assentiu e vovó abriu um sorriso.

— Isso é tudo o que eu preciso saber. Vamos entrar!

Observei eles entrarem, e após ajudar o papai a colocar as últimas malas na grande varanda da casa, eu troquei os meus saltos por botas de neve, e fui correndo até os estábulos.

Vovô estava ajeitando o cobertor de Atena quando eu cheguei. Ele agasalhava a maioria dos animais quando o inverno era rigoroso como esse estava sendo. Resisti a vontade de lhe dar um susto quando percebi que ele não havia me notado, pois apesar de extremamente saudável, vovô Sam já tinha bastante idade para eu brincar com isso.

— Vovô? — Chamei sua atenção calmamente, e ele me olhou surpreso, sorrindo em seguida.

— Você chegou! — Ele terminou de ajeitar o cobertor da Atena e veio me abraçar. — Que saudades, Liv. Você está linda!

— Obrigada, vô. Também estava com saudades.

Nos afastamos e eu fui fazer um carinho em Atena. Ela tinha quinze anos e tinha a pelagem totalmente marrom. Era linda. Passei minha mão pela sua cabeça e ela relinchou feliz.

— Antes que você pergunte, Michael levou o Hades para fazer um pouco de exercício e já deve estar voltando.

Michael era o irmão mais velho da minha mãe, primeiro filho deles. Ele é quem administrava a fazenda quando meus avós não podiam, e era ele quem herdaria o negócio eventualmente. Tio Mike estava casado com Ellen, e eles moravam com meus avós, mas nunca tiveram filhos. Da última vez em que estivemos aqui eles mencionaram que estavam pensando em adotar, ou conseguir uma barriga de aluguel, mas não tenho a menor ideia de se estavam mesmo dando continuidade a isso.

Fiquei conversando com vovô Sam e fazendo carinho nos outros cavalos, que também possuíam nomes de deuses gregos, até Mike chegar com o Hades. E assim que eu vi aquele majestoso cavalo totalmente preto, eu derreti de amores. Ele me reconheceu e relinchou feliz, movimentando as pernas da frente. Fiz bastante carinho nele e combinei com meu tio para amanhã eu ir cavalgar com ele no seu horário de exercício. Permaneci ali com eles jogando conversa fora e fazendo carinho nos cavalos até que eles terminassem os seus afazeres do dia, e então, nós três retornamos para a casa.

Todos estavam sentados em uma mesa na varanda lateral da casa quando chegamos e nos juntamos a eles. O clima era bom, Cameron já estava mais relaxado e falou com o meu avô tranquilamente. Ficamos conversando ali na varanda e assistimos ao pôr do sol juntos... não foi muita coisa, já que estava nevando e mal dava para ver sol, mas o fato de estarmos todos ali reunidos em um clima maravilhoso foi o que bastou para criamos uma bela memória.

— Não é estranho que nossas duas filhas foram se apaixonar logo por federais? — Meu pai perguntou à minha mãe de repente. Entalei com um pedaço de torta de pêssego na garganta, e precisei tomar alguns goles do suco de laranja para me recuperar. — Você pensou que eu não sabia, não era? — Me olhou, se divertindo com a minha reação.

— Não diria estranho, mas sim, curioso. — Minha mãe respondeu, também rindo da situação.

— Como você soube? — Perguntei.

— Você pedindo para ver ele, perguntando sobre ele, atormentando o Cameron por notícias, e se mudando para Nova York foram algumas das várias dicas. — Disse sarcasticamente, e eu corei totalmente, pois apesar de nunca ter dito com todas as letras, tudo o que fiz revelava os meus sentimentos. — Mas para falar a verdade, Har... Edward me contou tudo quando você desapareceu. Ele foi honesto e me disse que tinha se apaixonado por você. Eu reagi muito mal na hora, mas depois sua mãe conversou comigo e explicou que era algo correspondido.

— E você continuou reagindo mal mesmo depois disso, não foi? — Vovó provocou, fazendo-o sorrir.

— Você me conhece tão bem, sogrinha. — Ele entrou na brincadeira. — Mas não, depois de um tempo, mesmo com muita raiva, eu aceitei. — Era incrível ouvir o meu pai falar sobre isso, pois por muito tempo eu tive medo da sua reação se eu contasse a verdade. Inclusive, não comentei nada sobre os e-mails que ele e Harry trocaram já para não levantar qualquer suspeita em relação a isso. Eu me sentia uma boba agora que sabia que ele já sabia disso há tempos. — Tudo o que eu queria era que você se recuperasse e ficasse bem logo. Quem você namoraria depois disso seria fichinha para mim.

Eu sorri, me levantando da cadeira em que estava para ir até o outro lado da mesa lhe dar um beijo estalado na bochecha e um longo abraço apertado por cima dos seus ombros.

— Você é o melhor pai do mundo, sabia? — Ele deu de ombros, modesto.

— Nem tanto, eu ainda deixei você namorar o Jace. O que eu tinha na cabeça?

Foi impossível não dar risada do seu estado atônito, nem mesmo o Cameron resistiu. E acho que eu tinha a fofoqueira da Taylor a agradecer por isso, já que eu não havia falado nada sobre o Jace para ele.

Mas falando nele, eu nunca mais tive notícias suas. Soube que ele se mudou e nem chegou a terminar o ensino médio em Londville. Talvez tenha terminado em outro lugar e recomeçado a sua vida assim como o Zach fez. Ou então, jogou tudo para o alto e voltou para o crime, eu não sei. E pra falar a verdade, nem ligo.

Voltei para o meu lugar, mas logo me levantei novamente quando vi um pontinho rosa se aproximando da casa arrastando uma mala de rodinhas preta consigo.

— VOLTEI! — Patty gritou, acenando para mim com a mão no alto.

Passada a sensação de choque, sai da varanda e cortei a distância entre nós a puxando para um longo abraço de saudades, sem conseguir acreditar que minha melhor amiga estava mesmo aqui.

— Por que você não avisou que viria? — Perguntei, lhe soltando.

— Queria ver a sua cara de surpresa, não é, gata? — Ela piscou para mim. — Me ajuda com a mala. O taxista me deixou lá na entrada da fazenda e eu tive que vir andando até aqui. Estou morrendo de cansaço e frio. — Resmungou.

— Claro, claro, entra!

Os portões da fazenda ficavam bastante afastados da casa, ela deve ter feito uma caminhada e tanto. Olhei para os seus pés e agradeci mentalmente por ela estar de botas. A ajudei com a mala e nós fomos até a varanda. Ela abraçou a todos ali presente como se fossem família e já os conhecesse de anos — até mesmo a Taylor — e ainda nos deu vários presentes de todas as ilhas que ela havia visitado com Zach. E quanto ao próprio...

— Acabou de vez. — Garantiu, para a felicidade do meu pai que audivelmente comemorou na mesa, ganhando uma revirada de olhos da minha amiga em resposta. — Foi extremamente bom enquanto durou, já que ele é muito gostoso e sabe fod... cozinhar como ninguém. — Ela se auto corrigiu, mas mamãe e vovó abaixaram a cabeça para esconder uma risada maliciosa, enquanto o meu pai olhava para a minha amiga de forma perturbada. Vovô parecia neutro a toda a situação, mas no fundo eu sabia que ele estava se divertido, ele só era carrancudo assim mesmo. Enquanto Mike e Ellen fizeram uma troca de olhares com Taylor e Cameron. Algum olhar que só casal poderia entender, pois os quatro sorriram cúmplices. — Mas realmente acabou. — Ela continuou, sem se abalar. — Eu não posso namorar um fugitivo da polícia, né? Por mais tentador que seja.

— É bom saber que você ainda não perdeu totalmente o seu juízo, Patrícia. — Papai comentou perplexo, fazendo todos rirem.

Depois do jantar, meu pai e Cameron se juntaram ao vovô Sam e ao Tio Mike na varanda para fumar charutos, mamãe, Ellen e vovó foram conversar na cozinha enquanto lidavam com a louça, e eu, Taylor e Patty subimos para o meu antigo quarto para colocarmos o assunto em dia. Estávamos todas jogadas na cama, estufadas com a lasanha divina que vovó fez. Era idêntica à da mamãe, e eu sempre perguntava qual era o tempero secreto que elas usavam para fazê-la, mas elas diziam que eu só ganharia a receita quando me casasse.

— Eu nem acredito que comi tanto. — Taylor repousou a mão na própria barriga. — Vou ter que voltar para a dieta assim que voltarmos para Nova York.

— Você sabe que vai ter que sair do meu quarto, certo? — Patty perguntou com certo deboche. Taylor revirou os olhos.

— Não se preocupe, eu finalmente consegui o meu primeiro papel na Broadway, vou virar uma atriz famosa e vou ter o meu próprio apartamento muito em breve. — Se gabou.

— Você é a protagonista? — Patty atrevidamente perguntou.

Eu apenas alterava o meu olhar entre a minha amiga e a minha irmã, com medo de que saísse uma briga do nada.

— Nossa como você é chata, hein, Patrícia? — Taylor jogou uma das minhas almofadas na Patty, que jogou uma de volta nela.

— Patrícia é a sua avó!

— Falando em avó! — Taylor se sentou na cama em um pulo. — Que horas a irmã dela chega? — Ela olhou para mim.

— Não sei, acho que é bem tarde, tipo meia noite ou algo assim. Papai ficou de ir buscar ela no aeroporto, ele é quem sabe melhor dos horários.

No natal de três anos atrás, vovó recebeu uma carta da sua irmã perdida, Denise, de absoluto nada. Foi uma surpresa e tanto. Denise contou que contratou um investigador para encontrá-la e que assim que conseguiu, enviou a carta para saber se era ela mesmo ou não. Vovó respondeu a carta e nela incluiu o seu número de telefone, e assim, as duas passaram a se comunicar via ligação duas vezes por semana.

Eu não consegui acompanhar tudo isso de NY, pois estava atolada de trabalhos na universidade e no meu estágio, mas pelo o que eu fiquei sabendo pela Taylor, que ia atrás dos detalhes e me contava tudo depois, o grande encontro finalmente aconteceria aqui na fazenda. E com a família toda reunida, nós curtiríamos o réveillon amanhã à noite.

O natal já havia passado, mas era como se a sua magia ainda estivesse pairando pelo ar. Denise viria para cá de outro país para que elas finalmente se reencontrassem após cinquenta anos desde que se viram pela última vez, isso era algo incrível, mágico! E prometia ser um encontro bastante emocionante, eu estava muito feliz pela vovó Margot.

— Vamos sair daqui a pouco? — Patty sugeriu de repente.

— Para onde? — Taylor fez careta.

— Não tem nenhum bar por aqui?

— Você não viu a paisagem no caminho até aqui de táxi? — Eu ri. — Essa área toda é cheia de fazendas, o bar mais próximo fica no mínimo há uns cinquenta quilômetros.

— Então tem um bar! — Ela soltou animada. E eu balancei a cabeça em descrença.

— Você não disse que estava cansada? — Relembrei.

— Estava, no passado, agora já acordei! — Sorriu animada. — Quero comemorar estar de volta aqui com você. — Ela segurou a minha mão e balançou no ar. — Vamos lá!

— Podemos apenas pegar algumas das bebidas que compraram para amanhã e ir beber no gazebo perto do lago dos patos. É mais fácil. — Sugeri. Ganhando um aceno de concordância da Patty.

— Eu posso levar o Cameron? — Taylor pediu, juntando as mãos em forma de prece.

— Pode. — Concordei, relutante.

Uma noite só de garotas seria algo muito bom agora, mas nada é perfeito e o Cameron nem era tão ruim assim, dos namorados que a Taylor já teve, ele era o meu preferido. Pelo menos agora eu teria a Patty para ficar segurando vela comigo.

***

Provando que de fato estavam bastante cansadas da viagem, Patty e Taylor caíram no sono após algumas latinhas de cerveja e muita conversa fiada. Cameron me ajudou a levar elas de volta para o quarto, e com "ajudou", eu quis dizer que ele fez todo o trabalho pesado levando-as no braço. Ele levou primeiro a namorada para depois voltar para pegar a Patty, e dessa vez, eu fui com ele, carregando uma sacola cheia de latas de cerveja vazias só para dizer que fiz alguma coisa para ajudar.

A casa era enorme. Tinha dois andares e possuía sete quartos. Meus avós ocupavam o quarto principal, Mike e Ellen outro, mamãe e papai estavam ficando no antigo quarto da minha mãe juntos, Cameron estava ficando no quarto da Taylor com ela, Patty poderia ficar em um quarto se quisesse, mas quando chegou ela escolheu ficar no meu quarto comigo, e ainda tinha um quarto sobrando que seria o que a irmã da minha avó iria ocupar.

Cameron depositou a Patty na minha cama e saiu para ir checar a namorada. Ajeitei os travesseiros da cama para que minha melhor amiga ficasse mais confortável, tirei as suas botas, e em seguida, a cobri com um cobertor quentinho antes de apagar a luz e sair do quarto.

— Cadê a mamãe? — Perguntei ao encontrar a minha avó nervosa na cozinha. Já era bem tarde, mais de meia noite.

— Ela foi com o seu pai buscar a Denise. Como eu estou? — Ela deu uma volta. Estava usando um vestido azul longo com um casaco de crochê vermelho por cima.

— Perfeita, vó. Vai dar tudo certo. — A tranquilizei, e ela assentiu algumas vezes, tentando se acalmar. — A Denise é o que minha?

Ela parou para pensar.

— Bem, ela é tia da sua mãe, mas não sei o que isso faz dela em relação a você. — Ela riu, menos nervosa.

— Seja o que for, vai ser bem-vinda a família. — Eu sorri, segurando a sua mão para passar confiança.

Saí da cozinha e fui até a sala, onde encontrei o Cameron sentado no sofá mexendo em seu celular.

— A Taylor está bem? — Tentei olhar a tela do aparelho ao me sentar ao seu lado, mas ele o virou bruscamente para o outro lado, me impedindo. — Nossa, o que é isso? Estava vendo pornô?

Cameron arregalou os olhos, chocado.

— O que? Não, não é nada disso! Acha mesmo que eu faria uma coisa dessa na sala da fazenda dos seus avós? — Me olhou incrédulo, e eu dei de ombros, rindo.

— Eu estava te zoando. Mas agora estou realmente curiosa com o conteúdo dessa tela. Por que eu não posso ver?

Ele ponderou sobre a pergunta por alguns segundos, lançando alguns olhares indecisos para o seu celular, até finalmente decidir falar algo.

— Promete guardar segredo?

— Depende do segredo. — Informei, desconfiada. Eu nunca passaria pano para algo como traição e ele sabia bem disso.

Cameron virou o celular na minha direção e minha boca se abriu involuntariamente quando eu olhei para a tela. Ele estava pesquisando anéis. Abri um sorriso. Ele estava procurando anéis!

— O que você acha desses? Eu estava tentando descobrir o que a Taylor iria gostar, mas ela é tão difícil para essas coisas.

— Cameron! — Falei, amolecendo no sofá. — Que lindo, você vai propor?

Ele arregalou os olhos mais ainda.

— O que? Não! — Respondeu rapidamente, me assustando. — São de compromisso, pelo amor de Deus! Eu não sou doido de pedir a Taylor em casamento agora, estamos namorando há poucos meses, ela provavelmente diria não, está bastante focada na carreira.

Balancei a cabeça desacreditada. Ela diria tudo, menos um não a ele. Minha irmã estava perdidamente apaixonada. No entanto, eu não me envolveria nesse assunto. Deixaria que Taylor revelasse a profundidade dos seus sentimentos por si só, ou ele que descobrisse sozinho.

— Já tem alguma ideia de qual modelo vai comprar? Eu posso ajudar.

— Na verdade... eu já comprei alguns. — Ele riu sem graça. — Está na minha mala, eu posso ir pegar e você me ajuda a decidir qual o ideal, o que acha?

— Tudo bem, mas não aqui. Me encontra lá no gazebo para não correr o risco de ela acordar e descobrir antes da hora.

Ele assentiu e nós levantamos do sofá. Ele subiu as escadas e eu fui na frente para o gazebo. Tirei algumas selfies lá, e enquanto esperava por Cameron, fiquei analisando cada uma delas para decidir qual postar quando voltasse para o meu quarto, já que a internet da casa não chegava até aqui.

— Eu trouxe luvas e um cachecol para você. — Ele anunciou ao chegar, me entregando as peças de roupa, já que estava um frio danado ali. Bem mais frio do que antes, as madrugadas por aqui eram bastante severas. Cameron também estava mais coberto do que antes.

— Então? — Perguntei ansiosa.

Nos sentamos na chaise redonda que havia ali, e ele tirou quatro caixinhas de anéis de dentro dos bolsos do seu casaco. Duas eram vermelhas e duas eram azuis, ele abriu todas e me permitiu olhar com cuidado. Logo de cara já eliminei dois anéis, eram exagerados demais. Em outras épocas, Taylor até poderia gostar de usar uma pedra enorme em seu dedo, mas agora, trabalhando como atriz e no tempo livre como influencer, ela estava aprendendo a viver uma vida mais "camuflada", por assim dizer, pois ela escolhia com bastante cuidado o que tornar público para os seus seguidores, e o que manter privado. Seu relacionamento com o Cameron era privado, então, um anel mais discreto seria a escolha perfeita para não levantar suspeitas. E por sorte, Cameron havia comprado ele.

— Eu posso provar? — Pedi permissão, apontando para o ganhador, e ele assentiu, tirando o anel da caixinha azul para me entregar. Tirei uma das luvas e coloquei a joia no dedo, analisando o anel de perto e vendo como as pedrinhas espalhadas por ele brilhavam lindamente, mas ainda assim, eram discretas e elegantes o suficiente para passarem despercebidas por alguém desatento. — Esse é perfeito. — Declarei, sorrindo. — Ela vai amar!

— Sério? — Me olhou ainda inseguro, e eu prontamente assenti.

— Confia em mim, ela vai amar!

— Obrigado por me ajudar com isso, Liv, você é uma ótima cunhada. — Ele sorriu, pegando levemente em minha mão.

— Não há de que. E você é ótimo também, estou realmente feliz por tudo estar dando certo.

Sorrimos um para o outro, e eu já iria retirar o anel para devolvê-lo para a caixinha, quando um pigarreio chamou a minha atenção. Juntos, Cameron e eu olhamos para a entrada do gazebo, e por alguns segundos, eu pensei que estivesse alucinando, isso até eu ouvir o Cameron confirmar minhas suspeitas.

— Edward? Caramba! O que faz aqui?

Cameron se levantou para ir cumprimentar o amigo, enquanto que eu, permaneci no mesmo local... completamente estática.

Harry sorriu para o amigo, o cumprimentando, mas os seus olhos não saíram de cima de mim... ou do anel ainda em meu dedo.

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