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Capítulo 66

Contra a parede.

Harry

Era como uma piada de mal gosto. Olivia estava desaparecida novamente, e ali estava eu, encarando um apartamento cheio de especialistas forenses procurando por pistas.

— Apesar da piscina de sangue que se formou recentemente no corredor, o único outro vestígio de sangue que encontramos dentro do apartamento foi perto da porta, mas esse é de sangue um pouco mais antigo, provavelmente do policial que foi morto no corredor da outra vez que ela foi atacada. — Ele explicou. Fazendo com que eu me lembrasse de Jonas. Teria sido o meu pai ou o meu irmão o culpado por matar ele aquela vez? — O apartamento está limpo. Não limpo como se ele tivesse sido limpo propositalmente para esconder algo, apenas limpo no geral.

Eu assenti. Agora totalmente ciente de que havia sido instruído a herdar aquela mania de organização, e não apenas aprendido com ele. Chegava a me assustar o tanto de coisa que eu fiz e deixei de fazer na minha vida para tentar seguir os passos dele. Porra, eu o admirava tanto! Entrei no FBI por causa dele, por querer ser como ele! Jesus... o que isso me tornava? Toda a minha vida tinha sido uma mentira!

— Continuem procurando, por favor. Tem que haver algo aqui.

Durante todo esse tempo, o Eni... Andrew, esteve sempre um passo à frente de mim, então, ele não escorregaria agora. Não haveria algo para ser descoberto aqui por um mero erro seu, entretanto, poderia haver algo intencionalmente escondido aqui que nós simplesmente não estivéssemos vendo. Se esconder em plena luz do dia era algo divertido para ele.

Meu celular começou a tocar e eu o alcancei no bolso, era o Doutor Kermine.

— Então?

— Não encontraram nada além de tranquilizante no sangue deles. Estão todos bem. — Afirmou, me garantindo um pequeno alívio.

No total, foram oito policiais dopados para que Andrew conseguisse sair do prédio com a Liv sem ser notado. Ele só precisou oferecer um pouco de café a eles e pronto, o caminho estava livre e eles dormiram por vinte e quatro horas seguidas. Não foi encontrado nenhum copo de café no corredor, então, foi deduzido que James e Carter recusaram a oferta, e por isso, acabaram sendo mortos. Era lamentável. Revoltante!

Outra pessoa poderia argumentar que exatamente por ter sido algo planejado, não haveriam pistas. Mas eu o estava perseguindo há anos e sabia muito bem o quanto ele gostava de jogos, de se exibir. Logo, haveria algo na porra desse apartamento que me levaria até eles, nem que fosse apenas uma pista pequena!

Me despedi do médico e guardei o celular no bolso, indo para a cozinha onde dois técnicos forenses faziam seus trabalhos.

— Então?

— Encontramos resíduo de tranquilizante nesse copo com suco.

— Isso nós já sabíamos. — Reclamei, frustrado. — Há algo de novo? Alguma pista de onde ele poderia ter levado ela?

Esse apartamento todo já havia sido analisado assim que a Olivia foi levada, então, já tínhamos noção do que aconteceu e de como ele saiu daqui. Tudo havia sido gravado pelas câmeras de segurança que haviam no elevador e no andar de estacionamento de prédio. O que eu queria era o próximo passo, pra onde eles foram depois de aqui, o que ele estava planejando! Tinha que haver algo...

— Não há nada, senhor. — O técnico informou, um pouco sem jeito.

Respirei fundo, tentando manter a calma.

— Tudo bem, me desculpe. — Ele assentiu, aceitando as desculpas. — Você consegue identificar qual a marca exata do tranquilizante e onde ele é vendido? — Não era o que eu queria, mas isso poderia ajudar no julgamento. Quanto mais provas de que ele era o culpado, melhor.

— Sim, assim que voltarmos para o laboratório.

— Então façam isso logo.

Ele assentiu e começou a juntar e guardar suas coisas junto com os outros técnicos.

— Ligamos assim que tivermos uma resposta. — Foi minha vez de assentir.

Eles saíram e eu continuei na cozinha. Dei mais uma olhada, a procura de algo incomum, mas ao não notar nada, voltei para a sala. David estava lá. Não nos falamos desde ontem na sua casa, quando eu revelei que estava apaixonado pela Olivia e saí de lá com um olho roxo, e um corte na testa causado pela garrafa de vodca. Precisei de três pontos. Mas isso não vinha ao caso agora.

Recebi uma ligação de Susan algumas horas depois dizendo que iria tentar conversar com ele para que ele entendesse e se acalmasse, mas pela sua expressão ao me ver se aproximar, a conversa não surtiu muito efeito. Não que eu estivesse com pressa, a urgência agora era encontrar a Olivia e trazê-la de volta com vida. Depois é que eu pensaria em como lidar com o xerife.

— Alguma novidade com as câmeras de trânsito? — Questionei.

Ele havia ficado no comando dessa parte, examinar todas as gravações e conseguir montar um percurso de por onde Andrew foi depois de sair deste prédio.

— As câmeras o mostram indo na direção da Floresta Ouklen. Como não há câmeras por lá, não podemos confirmar se ele ainda está na cidade, ou pegou a interestadual.

— Ele está em Londville, David, eu posso sentir. Ele gosta do perigo e da sensação de poder. Ele não perderia a chance de matar a Olivia bem debaixo dos nossos narizes. — O xerife me encarou claramente afetado, e eu fechei os olhos, lamentando a minha falta de sensibilidade com as palavras. — Me desculpe, eu sei que é difícil... — Ele me interrompeu.

— É desse jeito que você fala da pessoa que supostamente diz gostar? — Acusou de forma enojada. E eu me senti um lixo.

— Eu só estou tentando fazer o meu trabalho, David. — Tentei argumentar. — Estou tentando me manter focado, caso contrário, irei acabar como você ontem a noite. Um trem desgovernado!

— Deveria ter tentado melhor antes! — Disparou, em meio ao rancor.

— David...

— Esquece o que eu disse. — Ele revirou os olhos. — Estou organizando uma patrulha com os meus policiais, e vamos vasculhar aquela floresta de cima abaixo até encontrá-la... vim aqui perguntar se você quer participar? — Foi como se ele tivesse colocado todo o seu orgulho de lado para me fazer aquela última pergunta. E ver o quão disposto ele estava para encontrar a Olivia era admirável!

— É claro que quero.

— Partiremos em duas horas da departamento de polícia, temos que aproveitar o final da manhã e a tarde, pois aquela floresta a noite é uma escuridão sem fim.

— Eu estarei lá.

Ele assentiu, deixando o apartamento em seguida.

Minutos se passaram, mas nenhuma pista ou novidade surgiu. A vontade que eu tinha era a de quebrar aquele apartamento inteiro de tanta frustação, mas me contive ao máximo e fui para o meu quarto. Tomei um banho, já que não fazia isso há dias e estava quase criando raízes naquela roupa, e programei o meu despertador para tocar em uma hora e meia. Isso me daria tempo o suficiente para acordar, tomar um café e ir para o departamento para participar da patrulha. Meu corpo estava quase desligando e eu precisava dormir, mesmo que fosse apenas por uma hora...

Acordei com o meu celular tocando, mas ao invés de ser pelo despertador, era por uma ligação. Assim que li o nome "Andrew" na tela, foi como se todo o oxigênio do quarto tivesse sido sugado para fora, me sufocando. Permaneci por vários segundos em silêncio, apenas encarando a tela em choque, mas logo, a realidade me alcançou e eu atendi a ligação, levando o celular até a orelha.

— Onde você está? A Olivia está bem?

— Você descobrirá logo, tenho certeza. Olivia e eu estamos esperando por você.

— O que quer dizer com isso? Onde vocês estão? — Franzi o cenho, desviando o olhar para a janela fechada do meu quarto, mas sem de fato olhar para nada. Todo o meu foco estava na ligação e no monstro do outro lado da linha.

— Que em breve você e eu seremos uma família de verdade novamente. Sem mentiras, sem ninguém para impedir, e ligados pelo sangue.

— O sangue de quem? — Perguntei, temendo o meu próprio pai pela primeira vez em toda a minha vida.

Sua voz estava tão fria, que fazia com que eu me perguntasse se nunca havia notado isso antes ou se apenas havia me acostumado com o tempo. Sua indiferença, sua falta de empatia... eu fui tão cego assim ou ele simplesmente era um bom ator?

Eu não obtive resposta.

— Venha sozinho, ou a Olivia morre. E não demore. Você sabe como eu odeio atrasos.

— Me dê alguma pista! Alguma coisa, qualquer coisa! — Implorei.

— Você é esperto, filho... não vai ficar parado contra essa parede por muito mais tempo. — A ligação foi terminada.

Os meus olhos entraram em foco e eu desviei os olhos da janela para a parede de pistas do meu quarto. As cordas vermelhas que eu usava para ligar uma pista a outra foram reorganizadas de um jeito desengonçado, mas que se olhadas de um certo ângulo, formavam as letras h, a, o e n. Ou seja, Noah.

O velório do Noah estava acontecendo naquele exato momento. Isso significava que ele iria comparecer ou deixaria algum uma pista por lá? Era uma confissão? Ele estava me dizendo que também matou ele? Não, não podia ser apenas isso...

Vesti uma calça jeans e uma camisa social branca, e liguei para David no caminho até a garagem do prédio. Ele não me atendeu e isso me levou a olhar para o horário em meu celular. Eram três da tarde. Merda! Eu dormi por cinco horas, e não uma e meia como havia planejado. Perdi a saída da patrulha e David provavelmente estava querendo me matar agora!

Comprei dois expressos no Winter's e bebi os dois no carro a caminho do cemitério. Estacionei no final da rua e entrei lá a pé, procurando o local exato onde Noah estava sedo enterrado. Assim que achei, fui até lá, mas escolhi não me aproximar muito para não incomodar os familiares, apenas fiquei a alguns metros de distância, observando toda a movimentação atrás de uma árvore. Nada parecia estar fora do normal e o Andrew também não estava presente.

Isso não parecia estar certo...

Meu celular começou a vibrar no meu bolso e eu o atendi, era o David.

— Eu sei, me desculpe, eu acabei dormindo...

Comecei a falar, já prevendo o esporro que eu levaria. "Então você prefere dormir a procurar a minha filha? É assim que diz gostar dela?". E eu não poderia falar nada, pois concordava plenamente com ele. Eu não deveria ter dormido tanto!

— Esquece isso agora, eu preciso de um favor seu.

— O que precisar. — Concordei logo de cara.

— O Elijah... você poderia.... — A ligação começou a cortar e eu não entendi nada do que ele disse. — Edward?

— David? Desculpa, eu não entendi, pode repetir?

Ele começou a falar novamente, mas dessa vez eu não consegui identificar nenhuma palavra. A ligação estava péssima, o que era de se esperar, já que ele estava patrulhando pela Floresta Ouklen e o sinal de celular lá era precário.

A ligação acabou caindo, e eu até tentei retornar, mas deu aparelho sem sinal ou desligado. Iria guardar o celular no bolso, quando ele começou a vibrar de novo.

— A ligação está melhor agora? — Ele perguntou.

— Sim, senhor, pode falar.

— Preciso que passe no bar da cidade. Me ligaram informando que o Elijah estava lá alcoolizado e arrumando encrenca. Preciso que você o tire de lá e o leve para algum local seguro, não quero que a minha esposa fique sabendo disso, ela já está mal o suficiente com o que está acontecendo.

— É claro. Farei isso imediatamente.

A ligação foi encerrada e eu guardei o celular. Ser babá do Elijah definitivamente não estava nos meus planos de hoje, mas não era como se eu tivesse descoberto alguma coisa que me levaria até a Olivia mesmo. Eu estava andando totalmente perdido aqui, vim em um enterro para nada! Se fosse para fazer alguma coisa irrelevante de novo, que fosse ajudando o filho do Xerife. Com sorte, isso faria com que futuramente ele me odiasse um pouco menos.

Dirigi até o centro, deixei o carro na primeira vaga que pude encontrar na rua, e caminhei até o bar. Havia uma placa rústica de madeira bem em cima da porta com o nome "Powell's", não sabia se tinha ou não algo a ver com o policial Carter Powell até entrar e ver um arco de flores com a foto dele bem no centro pendurado em uma das prateleiras de bebidas do bar. O bar deveria ser da sua família.

Olhei em volta, ignorando alguns poucos olhares curiosos. As pessoas presentes ali não pareciam estar em um dia bom, e sim, lidando com algo. No caso, o luto. Havia algumas cadeiras fora de lugar e algumas garrafas de cervejas estouradas pelo chão, indicando algum tipo de briga, mas o local no geral estava silencioso. A maioria das pessoas bebiam em silêncio, enquanto outras, bebiam entre conversas sussurradas, o clima era bastante pesado.

Assim que avistei o Elijah em uma das mesas no fundo do bar, caminhei até lá. Ele estava acompanhando de um senhor já de idade, negro, e com o cabelo e barba grisalhos. Eles conversavam baixo, a cena não parecia em nada com o que foi me passado por David, mas talvez Elijah já tivesse se acalmado.

— O que você está fazendo aqui? — Ele perguntou ríspido assim que me viu chegar.

— Seu pai me ligou, Elijah, pediu que eu viesse te buscar. — Informei, tentando relevar o seu olhar mortal para mim.

— Duvido muito que o meu pai tenha feito isso! Sabe quem é esse, Sr. Powell? — Ele se virou para o senhor ao seu lado. — O filho do assassino do Carter! — Elevou o tom de voz na última frase, fazendo com que ganhássemos os olhares das pessoas nas mesas próximas.

— Isso é verdade? — O senhor perguntou, em um misto de cautela e choque.

E eu iria assentir e confirmar, mas Elijah foi mais rápido.

— É sim. E sabe o que mais? Talvez ele tenha até participado! Quem sabe? Filho de peixe... — Ele tentou pegar a garrafa de cerveja em cima da mesa, mas eu a alcancei antes que ele conseguisse. Pus a garrava na mesa ao lado e me virei.

— Elijah, já chega, vamos embora! — Falei mais duramente.

— Não... com você não. — O Sr. Powell falou de forma receosa. — É melhor ir embora rapaz, você não é bem vindo aqui. Eu ligarei para o David e explicarei melhor a situação.

Fiquei encarando aquele senhor claramente machucado em silêncio por algum tempo, até decidir por concordar. Eu entendia a sua dor, e a respeitava, sabia que a minha presença ali não ajudava em nada. Olhei para Elijah, que sorria de forma debochada para mim, e apenas sorri seco, eu tentei, ninguém poderia dizer que não, mas ele não era meu problema!

— Fique à vontade.

Dei as costas aos dois e saí do bar, agora não mais sob olhares curiosos, e sim, acusadores. Todos ali deveriam me odiar. A sensação era um pouco inquietante, mas nada que eu não pudesse me acostumar. Já na calçada, iria atravessar a rua para ir até o meu carro, quando vi Susan fazer o mesmo alguns metros a frente, só que ao contrário de mim, ela estava indo na direção do bar. Voltei os meus passos e a parei ela antes que entrasse no estabelecimento.

— Harry! — Ela soltou assustada, já que eu apareci do nada. — Desculpe, Edward.

— Está tudo bem, Susan?

— Está. — Ela ajeitou o suéter cor de abobora que usava, tentando recompor-se. — Não vou fazer nada idiota. Só vim pegar o meu filho. Uma amiga minha disse que o viu aqui se embebedando.

Eu acabei sorrindo fraco, será que ela teve a impressão de que eu pensei que ela estivesse indo se embebedar?

— Eu sei. — Confirmei. — David me ligou e pediu que eu fizesse o mesmo. Mas ele não está aí. — Menti. — Deve ter ido em outro lugar, eu estava indo procurar agora mesmo...

— Não. Não faça isso! — Ela falou rapidamente. — Foque em encontrar a minha filha, que eu irei procurar e cuidar do Elijah.

— Tem certeza?

— Sim, não se preocupe. Eu conheço alguns outros lugares onde ele pode ter ido.

— Tudo bem, então. Qualquer coisa me ligue, ok?

Demos um rápido abraço, e eu permaneci ali em frente ao bar observando-a continuar a andar pela calçada e virar a esquina. Com o caminho livre, voltei para dentro do estabelecimento e mais uma vez, fui até o Elijah. Dessa vez, não engajei em nenhuma conversa fiada e apenas o segurei pelo braço, o tirando da mesa.

— O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? — Gritou, alterado.

— Salvando a sua pele, idiota! Sabia que a sua mãe quase entrou aqui agora e te viu nesse estado?

Soltei o seu braço e o empurrei na direção da saída.

— Foda-se! Eu estou aqui lidando com a morte de um antigo amigo e com o fato de a Olivia ter sido sequestrada! Porra, eu não posso mais beber? Eu não posso mais lidar com os meus sentimentos?

— Não! Seus pais já estão preocupados com a Liv e agora você decide chamar atenção? Não vê como isso é ridículo? Eu mesmo deveria estar lá fora agora procurando pela sua irmã, e não aqui tomando conta de você! — Esbravejei, me irritando completamente.

— Se não agora, então quando, hein? Quando o seu pai a matar, é isso? Quando o caixão dela estiver sendo abaixado na terra?

Olhei em volta, as pessoas estavam fazendo um círculo a nossa volta.

— Chega disso, Elijah, vamos embora... — Segurei o seu braço novamente para o tirar daqui, mas ele se desvencilhou e tentou me dar um soco. Esquivei do seu punho facilmente, já que ele mal tinha equilíbrio para permanecer em pé, e o segurei pelo pulso, prendendo o seu braço nas suas costas para que ele não tentasse mais nada. — Chega de brincadeiras, cara...

Parei de falar quando ele me deu uma cotovelada com o seu outro braço, e sem qualquer paciência mais para essa merda, eu apenas tirei a minha arma do coldre e dei uma coronhada na cabeça dele com ela. Elijah caiu desacordado no chão, mas resolvido esse problema, obviamente outro surgiria para tomar o seu lugar, pois o Sr. Powell estava perto do bar segurando uma espingarda apontada para mim.

— Se afaste do garoto!

Revirei os olhos. "Garoto", era só o que me faltava. Guardei minha arma de volta no coldre e levantei as mãos.

— Eu não quero problemas, Sr. Powell.

— Meu filho também não. Carter era um bom rapaz, e veja o que ele recebeu em troca! — Falou, claramente ressentido. — Não deixarei que o mesmo aconteça com esse menino. Ele e o meu filho eram bons amigos.

— Eu sei. E eu lamento muito pelo o que aconteceu com ele...

— Seus lamentos não trarão o meu filho de volta! — Me interrompeu, bravo, e eu apenas assenti.

— Eu prometo que não tive nada a ver com o que aconteceu com ele ou com ninguém nessa cidade. — Olhei em volta, para se caso tivesse alguém da família de uma outra vítima do Andrew por aqui. — Eu só estava e estou tentando ajudar. Fazer o meu trabalho. Eu não sou o vilão aqui! Agora... se puder pegar o seu celular e ligar para o Xerife, ele irá corroborar o que eu vim fazer. Só estou tentando ajudar o Elijah.

De forma ainda duvidosa, o Sr. Powell tirou o celular do bolso, e após discar algo, o levou até o ouvido. A espingarda na sua outra mão permaneceu apontada para mim enquanto ele conversava com David.

— Tudo bem, eu entendo. Claro... até mais. — Ele guardou o celular no bolso e abaixou a espingarda, olhando para mim. — Tire logo esse garoto daqui.

Eu assenti e me abaixei para pegar o Elijah. Joguei o seu corpo por cima do meu ombro e saí do bar. Ganhei vários olhares curiosos e alguns assustados no percurso que fiz até o meu carro, já que andar com uma pessoa desacordada nos ombros não deveria ser algo normal por aqui... ou em lugar nenhum para ser honesto, mas novamente, apenas ignorei e segui o meu caminho.

Coloquei Elijah no banco traseiro do carro e fiz a volta para entrar no banco do motorista e ir embora dali. Fui para a casa dele, e após constatar frustrado que a porta da frente estava trancada, fiz a volta pela lateral da casa e fui até a área da piscina. Deixei Elijah ainda desacordado em uma das espreguiçadeiras e tirei uma foto dele, a encaminhando junto com uma mensagem para o David e para a Susan. "Ele está bem, o deixei na sua casa."

Dali, voltei para o carro e dirigi até o local da Floresta Ouklen em que a patrulha iria começar a procurar. Encontrei a camionete do xerife e algumas viaturas estacionadas ali na estrada, mas não havia ninguém além de um policial chamado Brian que ficou para trás para tomar conta de tudo. Deixei o meu carro junto dos outros, conversei brevemente com Brian para saber a direção em que todos haviam ido, e logo, comecei a procurar também. Não demorou muito para que eu encontrasse alguns policiais por ali espalhados e me juntasse a eles, que procuravam e gritavam pelo nome da Olivia por todos os lados. Para cobrir mais área, os policiais haviam sido separados em duplas e cada dupla ficou com uma cor para si, um pedacinho de pano da cor correspondida era pregado a uma árvore a cada trinta metros de área percorrida pela dupla para assim demarcar que tal área já havia sido checada. Tudo estava bem organizado, e isso era ótimo.

Depois de algum tempo procurando sozinho, me juntei a uma dupla e ouvi sem querer quando um dos policiais sussurrou para o outro que estava confuso sobre o que estávamos de fato fazendo ali. Sua dupla respondeu que estávamos procurando pela filha do xerife, mas então, ele disse uma coisa que me deixou totalmente desorientado.

— Mas estamos procurando por ela viva ou pelo seu corpo? Pois não faz muito sentido o Enigma estar com ela ainda viva aqui no meio do mato.

O outro policial não conseguiu responder. E o que havia para ser dito? Negar a realidade? Ou manter a esperança viva mesmo que não faça muito sentido? Comecei a pensar no que diabos estávamos fazendo ali, e no que caralhos o Andrew queria me dizer naquela maldita ligação. Tinha que ter um motivo, tinha que ter!

— Ela está viva. — Só fui perceber que eu é quem havia me pronunciado, quando os olhos dos dois policiais caíram sobre mim. — Agora continuem procurando.

Eles assentiram, talvez um pouco envergonhados por terem sido pegos tendo uma conversa do tipo, mas logo voltaram a andar. E eu tentei focar nisso também e me concentrar, mas era difícil! Apesar de o meu corpo estar ali presente, minha mente ainda estava tentando achar algum sentido naquela ligação. Por que ele mencionaria o Noah sem propósito algum? Tinha que haver algo a mais nisso!

Parei para pensar, e não demorou até que a sua frase sobre encarar uma parede piscasse em minha mente. E foi aí que eu me toquei, não era apenas a parede de pistas do apartamento que ele estava mencionando, havia também a casa de Noah e a parede no corredor onde ele já havia deixado uma mensagem antes! Talvez fosse para ali que ele estivesse me direcionando! Pensei em chamar a dupla de policiais que estava comigo, mas quando olhei para os lados e me dei conta, eu estava sozinho no meio da floresta. Eles haviam seguido em frente e eu fiquei para trás de tão distraído que estava.

Decidi por ir sozinho mesmo e corri de volta pelo caminho que havia feito até conseguir encontrar Brian e o meu carro.

— Ei, para onde está indo? — Ele correu até mim, apoiando a mão na porta do meu carro antes que eu a fechasse.

— Eu preciso ir verificar algo, Brian, diga para o Xerife Thornhill que... — Ele ficou me encarando, esperado que eu terminasse. — Esqueça, não diga nada. — Ele estranhou, mas também não disse nada, apenas se afastou para que eu pudesse sair com o meu carro.

Fechei a porta do veículo e estava prestes a sair dali quando o meu celular começou a tocar. Alcancei ele no bolso e olhei para a tela. Era o diretor do meu departamento no FBI, Frances Accola. Ele estava me ligando desde que tudo isso estourou, provavelmente queria me comer vivo, ou mais realisticamente, me suspender ou demitir. Eu não tinha ideia. Assim como faria agora, estava ignorando todas as suas ligações desde que voltei para o país. Desliguei o aparelho e liguei o carro, indo às pressas para aquela casa.

Subi as escadas de dois em dois degraus com tamanha a pressa, e ao contrário da outra vez, a mensagem agora não estava escondida atrás de um papel de parede, e sim, bastante visível para qualquer um que quisesse ver.

"Casa errada. Tente novamente."

E até onde eu estava sabendo, só havia mais uma outra casa no nome da família do Noah aqui nesta cidade....

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