Capítulo 58
Doces ou travessuras.
Harry
Desci do carro no estacionamento do campus, e fiz o meu caminho até o meu antigo, e breve, quarto nos dormitórios da Universidade. Eu não poderia mais adiar isso. Minha viagem para o País de Gales seria amanhã e eu precisava tirar a limpo essa história dos álibis com o Elijah o quanto antes, por isso, marquei esse encontro com ele ontem à noite.
Nossa relação era estranha. Ele me chamou um dia para conversar e disse que entendia o motivo de eu ter mentido. Ele me "perdoou". Mas não voltamos a ser amigos nem nada, apenas seguimos nossas vidas como conhecidos. Ele me tratava com respeito sempre que me via e isso era ótimo, bem melhor do que os olhares acusadores de antes.
Bati na porta do seu quarto e ela foi aberta por Luke, que informou que Elijah havia acordado agora a pouco e saiu para buscar café. Sentei na minha antiga cama que agora pertencia a Luke, e ele sentou na do Elijah.
— Está tudo bem? Nunca mais nos vimos depois daquele dia que você veio aqui e eu vomitei... — Ele parou de falar, envergonhado.
— Na medida do possível. — Disse apenas, sem vontade alguma de entrar em detalhes já que não tínhamos essa intimidade toda. Mesmo quando eu estava aqui fingindo ser um universitário, o meu maior contato sempre foi com o Elijah, e não, com ele ou o Landon. Os três já se conheciam, Elijah e Luke há um ano, e Landon se juntou há eles há seis meses atrás, eu apenas me inseri no meio e torci pelo melhor.
— O Eli fez algo de errado?
Observei as feições dele, tentando ver se havia algo além do básico nervosismo por estar falando com uma autoridade, mas não havia nada.
Luke de fato não me parecia suspeito. Ele falou que não sabia que a bebida que pegou com Landon estava batizada, e ele muito provavelmente estava sendo honesto sobre isso. Não havia nada que pudesse me fazer suspeitar dele, ele tinha álibis para todos os crimes cometidos em Londville. Seja por alguma outra aluna que ele acabou pegando, ou, gravações de câmeras de segurança espalhadas pelo campus e por Annapolis que mostravam ele há quilômetros de distância de Londville quando tudo aconteceu.
— Não. Só vim tirar uma dúvida com ele.
Ele apenas assentiu, pensativo.
— Mas vocês já chegaram a desconfiar dele? Ou foi uma coincidência do caralho você ter parado aqui no quarto dele? Tipo, o Marcos, o antigo colega de quarto, ele se mudou mesmo pra Califórnia ou...
— Nós, o FBI, o matamos? — Sugeri, irônico.
— Não! Não quis dizer isso. Mas foi tipo, muita coincidência. — Ele coçou a barba rala em seu queixo.
— Às vezes uma coincidência é apenas isso, uma coincidência. Marcos pediu transferência. — Dei de ombros.
A verdade é que não tínhamos nada a ver com o pedido de transferência dele, Marcos fez isso sozinho. Contudo, o FBI de fato mexeu alguns pauzinhos para que a mudança dele ocorresse o quanto antes e o quarto do Elijah estivesse vago quando eu chegasse, já que até então, o pedido de transferência dele estava na fila de espera. Entretanto, Luke não precisava saber de nada disso.
— Então, nunca desconfiaram do Eli? De mim? Foi coincidência você escolher ser nosso amigo?
— Há um ano atrás quando o Enigma atacou em Hood River, na Pensilvânia, pensamos que seria apenas questão de tempo até ele atacar em Maryland e fizemos preparativos para isso. Andrew conversou com os Reitores de três universidades diferentes aqui no Estado, e deixou tudo pronto para que eu pudesse ingressar em uma delas e me infiltrar assim que fosse preciso. Dois meses após Hood River, o Enigma atacou em Kentucky, e três meses depois, em Ohio. Meses se passaram em puro silêncio, tanto dele quanto da mídia, até que ele finalmente atacou aqui. Meu pai e eu escolhemos a Universidade St. John's College, pois era a que ficava mais próxima de Londville, que é uma cidade pequena, afastada, e não possui Universidades. E sim, eu fui colocado nesse quarto em especifico por causa do Elijah, pois sabíamos que ele era o filho do xerife de Londville. Até então eu não conhecia você ou o Landon.
— Então ele era suspeito. — Luke expirou alto, como se estivesse se sentindo sobrecarregado. — A barra já está limpa agora, não é? Essa merda toda acabou e o Elijah é um cara de boas? Não quero descobrir futuramente que mais uma vez eu estava dormindo ao lado de um assassino.
— Olha...
A porta foi aberta e Elijah entrou no quarto com dois copos de café na mão e uma sacola de bagels debaixo do braço.
— Desculpa a demora!
— Sem problemas. — Eu sorri educado e olhei para Luke, percebendo que ele parecia estar assustado.
Entretanto, não era o tipo de susto causado por medo, era algo mais no sentido de um adolescente sendo pego no flagra pela própria mãe enquanto bate uma no quarto.
— Eu vou deixar vocês conversarem. — Luke pegou um dos copos de café e saiu do quarto de cabeça baixa, fechando a porta atrás de si.
— Eu esqueci de trazer o seu café também, mas tem bagel. — Ele ofereceu.
— Obrigado, mas não precisa, eu comi no caminho.
— Certo. Certo. — Ele assentiu, demonstrando estar um pouco nervoso. — Sobre o que exatamente é essa visita?
— Sobre o Landon... e os álibis. — Seus olhos abriram um pouco mais em entendimento. — Você disse que estava com ele em três ocasiões diferentes, e nessas três, garotas foram levadas e assassinadas.
— Eu sei que parece bem suspeito, ou no mínimo muito confuso, mas eu não menti em nenhum dos meus depoimentos, Edward. Eu estava com o Landon nesses dias e nada de estranho aconteceu.
— Você entende o que está dizendo, certo? — Levantei da cama, sem conseguir mais ficar sentado.
Ele passou a mão pelo cabelo ainda molhado do banho, perturbado com o que tinha que confirmar.
— Sim, eu sei. Outra pessoa teria que estar matando por ele. — Ficamos nos encarando em completo silêncio enquanto aquela conclusão nos consumia. Olivia estava certa, havia mais alguém envolvido nisso, pelo menos, esse era o caso aqui em Londville. — Eu vi a entrevista que o seu pai deu mais cedo. O FBI fechou mesmo esse caso?
Eu assenti, confirmando.
— Nós vamos embora amanhã. Ele vai voltar para Nova York e eu vou seguir uma possível pista em outro país.
— Outro país? E quanto a Olivia? Se isso não acabou, ela não pode ficar sozinha! — Ele se desesperou.
— Eu sei. — Afirmei, pensativo. — Eu não posso adiar a minha viagem, mas posso pedir ao meu pai que fique em Londville por mais alguns dias enquanto eu estou fora. Dessa forma, ela não ficará desassistida.
Ele respirou fundo e assentiu, mais aliviado. Não parecia estar fingindo.
— Amanhã a noite eu também estou voltando para passar o fim de semana lá, e não deixarei que nada aconteça com ela.
Fiquei olhando para ele, analisando a sua expressão, e toda essa preocupação e medo. Poderia ser apenas cuidado de irmão? É claro que poderia. Fazia todo o sentido. Contudo... eu não conseguia deixar de sentir uma certa similaridade nele em relação aos meus sentimentos e a forma como eu me preocupava com a Liv. E se esse fosse o caso, havia muito mais ali do que apenas amor fraternal.
— Eu sei que não. — Disse apenas, decidindo não tocar no assunto.
Elijah não era uma ameaça para a Olivia, logo, se ele sentia ou não alguma coisa por ela, isso não era da minha conta. Era algo apenas dele. Olivia estava comigo e isso não iria mudar nem tão cedo.
— Era só isso? Tem mais alguma dúvida?
— Você lembra de ver o Landon conversando com mais alguém aqui no campus?
— Não, eu já disse isso. Ele era mais na dele. Só falava comigo, você, e com o Luke já que eles dividiam o quarto. Atendia ligações particulares uma vez ou outra, mas nunca notei nada de estranho. Pensei que era apenas alguma garota que ele estava com medo de nos apresentar ou algum familiar distante, sei lá.
Eu assenti.
— Só queria confirmar.
Sem ter mais nada a dizer ou perguntar, eu me despedi dele com um aperto de mão e fiz o meu caminho de volta até o meu carro. De lá, voltei para Londville.
Fiquei o resto da manhã lendo arquivos e encarando a parede de evidências em meu quarto. Eu tinha que ter perdido algo. Deixado alguma informação passar... alguma coisa! Elijah foi descartado como suspeito bem no começo da minha investigação aqui na cidade, pois enquanto o Enigma atacava nos outros Estados do país, ele permaneceu aqui em Maryland o tempo todo. Não tinha como ser ele.
No entanto, se eu fosse levar em consideração apenas Londville... como se de alguma forma, o Landon tivesse conseguido um ajudante apenas aqui nessa cidade... metade das pessoas que foram descartadas voltavam para a lista de suspeitos, transformando toda essa investigação em uma bagunça total. Um circo!
No final da manhã, liguei para o meu pai e o convidei para almoçar para explicar toda essa confusão. E como esperado, ele não me deu ouvidos.
— Isso é um beco sem saída, filho. Investigamos tudo o que tínhamos que investigar. Olhamos em cada buraco possível na vida do Landon e não encontramos nada. Ninguém!
— Mas pai...
— Não tem como mantermos uma investigação aberta se não temos como provar nada. Estaríamos apenas correndo atrás de um fantasma. O melhor a ser feito foi de fato fechar esse caso, e o nosso diretor concordou com isso.
— E se ele voltar a atacar? E se outra garota for morta? Como lidamos com isso? O diretor Frances vai assumir a culpa?
— Pessoas morrem todos os dias, Edward. É insensível dizer isso, eu sei, mas só teremos uma nova pista e voltaremos ao "jogo" se houver outro ataque. Caso contrário... isso é apenas mais um caso sem solução. Pegamos o Landon e eu estou feliz com isso. Com toda a atenção e cobrança midiática que recebemos ultimamente, não tinha como o FBI deixar isso em aberto por mais tempo, seriamos atacados pela impressa.
Eu me permiti expirar em frustração enquanto me recostava na cadeira do restaurante. Era um lance fodido, mas ele estava certo. Não tínhamos nada. Absolutamente nada! Entretanto, eu não iria desistir assim tão fácil.
— Amanhã eu não vou voltar com você para Nova York, e na verdade, preciso que você não viaje também. — Informei. Tomando coragem para finalmente abordar esse assunto.
— Do que está falando? Eu já comprei as passagens. — Ele me olhou em um misto de raiva e confusão. — As suas sessões com o psiquiatra, lembra?
— Eu sei, não esqueci. Mas eu tenho uma última pista para investigar. É em outro país, uma garota que bate com os padrões do Enigma, mas que foi morta há vinte e cinco anos atrás. É um tiro no escuro, eu sei, não precisa jogar isso na minha cara. Mas eu tenho que ir, pai. Eu devo isso a todas as vítimas, principalmente a Olivia.
— Eu te criei para não dever nada a ninguém. — Falou seco, demonstrando mais uma vez o seu desagrado com o meu relacionamento. — Você ainda vai se dar mal por causa dessa garota. — Lamentou.
— Se isso acontecer, eu arco com as consequências. — Deixei claro, sem querer ouvir sermão. — Preciso que você fique em Londville enquanto eu viajo. Não quero que ela fique desprotegida.
— O pai dela é o Xerife... — Interrompi a sua revirada de olhos.
— Mas você é o meu pai. Preciso que faça isso por mim, ok? ... Por favor, pai.
Ele me olhou pensativo por alguns longos e excruciantes segundos. Cheguei até a pensar que ele me responderia com um "não" ou "se a quer protegida, proteja-a você mesmo", pois era isso o que parte de mim pensava. Mas ele não fez isso. Após um longo suspiro, e alguns goles na sua taça de vinho, ele finalmente assentiu contra vontade.
— Tá, tudo bem. Eu fico. — Ele revirou os olhos, sem acreditar que estava mesmo fazendo isso. Confesso que parte de mim também custava a acreditar que ele havia cedido e concedido o meu pedido. Isso era raro. — Pra onde você vai? E quanto tempo vai ficar longe?
— País de Gales, e dois, no máximo três dias.
Ele abriu mais os olhos em surpresa.
— Caralho, mas isso é do outro lado do mundo! Acha mesmo que vai encontrar alguma coisa lá?
Tentei não me sentir desencorajado ao assentir.
— Eu avisei que era um tiro no escuro.
Andrew balançou a cabeça em uma negativa, sem fé alguma no meu plano.
— Espero que não se arrependa disso depois.
— Eu também, pai... eu também.
Terminamos de almoçar com ele reclamando, pois teria que remarcar um encontro que marcou para segunda-feira com uma mulher que conheceu em um aplicativo de namoro. E apesar de estar feliz por ele enfim estar se abrindo novamente para o mundo do romance após anos da morte da mamãe, eu fui o caminho todo até o seu carro o zoando por isso e perguntando sobre a aparência da minha futura madrasta. Ele levou tudo na brincadeira, óbvio, mas não me contou nada e ainda por cima me deu uns tapas atrás da cabeça por me atrever a debochar.
— Tem certeza de que não quer uma carona? — Perguntou, após destravar o carro.
— Tenho, vou andando mesmo. Não se preocupe. — Eu sorri sem jeito.
— Tenha uma boa e segura viagem amanhã, filho. Nos vemos na volta. — Ele se aproximou para me dar um abraço.
Eu nem lembrava mais da última vez que fizemos isso. Talvez em algum natal ou algo do tipo...? Demonstrações de afeto assim eram bem raras.
— Obrigado. Até mais, pai.
Nos afastamos, e ele entrou no carro, dirigindo para longe. Meu celular tocou enquanto eu estava ali me perguntando se estava mesmo fazendo a coisa certa, e ao ver o nome da Liv na tela, eu rapidamente atendi, jogando aquelas dúvidas para escanteio.
— Você está no apartamento? — Ela perguntou assim que eu atendi.
— Estou a caminho de lá, por que?
— Eu acabei de comprar uma coisa e preciso te mostrar urgentemente. Eu estou no shopping, posso passar aí daqui a pouco?
— Claro, estarei esperando.
Ela desligou a ligação e eu andei de volta para o meu apartamento. Tomei um banho e vesti algo confortável para ficar o resto do dia ali. Iria assistir a um filme qualquer na TV quando batidas na porta me tiraram do sofá.
— Doces ou travessuras? — A loira a minha frente perguntou com um sorriso travesso.
Olivia estava lindamente maquiada e vestida com um sobretudo preto que ia até os joelhos. Ela estava com saltos pretos e um vestido longo da mesma cor, mas que eu não conseguia ver, pois o sobretudo estava fechado.
Ainda sorrindo e sem esperar por uma resposta, ela pulou em cima de mim e me beijou. Sua animação era contagiante.
— A o que devo o prazer da sua visita? — Perguntei, segurando a sua cintura e a puxando para dentro do apartamento antes que alguém aparecesse e nos visse.
— Eu vim te mostrar a fantasia que eu escolhi para o Halloween, já que você não vai poder estar na festa amanhã à noite. — Lamentou de forma manhosa. — É o meu primeiro halloween namorando, pensei em usarmos fantasias combinando.
— Eu não tenho nenhuma fantasia aqui comigo, Liv. Sinto muito. Não costumo colocar na mala quando viajo a trabalho. — Expliquei, torcendo para que ela não ficasse muito chateada. Se ela tivesse me alertado antes que viria, eu até poderia ter ido comprar algo... apesar de não ter ideia alguma do que exatamente ela estava vestida.
— É aí que você se engana. Vem comigo!
Segurando a minha mão, ela me levou até o meu quarto, e eu observei de longe ela assaltar o meu armário em busca das peças que queria. Pensei que ela inventaria alguma combinação maluca, mas ela apenas colocou um conjunto de terno preto e blusa social branca em cima da cama.
— Essa é a minha fantasia? — Estranhei, observando-a terminar de colocar sapatos sociais também pretos no chão em frente a cama. — É de MIB: homens de preto?
— An an. — Ela negou com a cabeça. — Anda, se troca! — Insistiu, me puxando pelo braço para que eu fosse até lá, já que ainda estava parado perto da porta.
— Ok, calma. — Retirei a camisa de mangas longas azul que eu estava vestindo, e peguei a social branca que ela havia separado, passando-a pelos braços. — Pulp fiction? — Tentei adivinhar novamente, começando a abotoar a camisa.
Não recebi uma resposta e ergui o olhar para a Olivia, que mordia o lábio inferior e olhava para o meu torso completamente perdida em pensamentos... ou fantasias.
— Hum? — Ela murmurou ao perceber o meu olhar.
— Eu não sou um pedaço de carne, Olivia, mais respeito! — Brinquei, fazendo-a ficar vermelha e cobrir o rosto com as mãos em vergonha.
— O que foi mesmo que você falou?
— Eu perguntei se era Pulp Fiction, mas agora que eu estou prestes a tirar a calça, acho que você não vai conseguir me responder. — Voltei a rir enquanto ela mais uma vez corava.
— Como você é bobo! — Ela riu. — Não. Não é. Não tem gravata na roupa que separei, mas foi uma boa sugestão, assim como MIB.
Tirei a calça de moletom e vesti a social preta que ela havia separado, então, me sentei na cama para calçar os sapatos antes de vestir o paletó do terno e dá por terminada a minha fantasia de... seja lá quem eu fosse.
— Tudo bem, quem, ou o que eu sou? — Voltei a ficar de frente para ela, que me olhava de cima abaixo completamente satisfeita.
— Vou te dar mais duas dicas. A primeira é essa... — Ela enfiou a mão no bolso do sobretudo e tirou de lá uma daquelas arminhas de brinquedo que espirram água. O que apenas me deixou ainda mais confuso, já que abria portas para uma tonelada de personagens e possibilidades.
— E a segunda dica?
Ela piscou para mim e abriu o seu sobretudo, o jogando no chão ao nosso lado e revelando de vez o vestido preto super colado que usava. Seus seios ficavam maravilhosos naquele decote reto e colado. E as suas pernas, então? Minha nossa senhora! O vestido tinha uma fenda lateral em um dos lados que ia até o início da sua coxa, exibindo para quem quisesse ver aquela coxa maravilhosa, e uma arminha de brinquedo igual a minha presa a ela por uma fitinha preta.
Eu tive que respirar fundo para me acalmar. Caralho?!
— Ainda não sabe? — Ela me olhou em expectativa. E eu tive que forçar a minha cabeça de cima a funcionar, pois até então estava apenas admirando a perfeição a minha frente. — Deveria ter comprado uma peruca ruiva também?
Assim que cheguei a uma conclusão satisfatória, fui até ela e a segurei pela cintura, trazendo o seu corpo para mim.
— Acho que eu tenho uma boa ideia. E você fica maravilhosa bem como loira, Sra. Smith.
Olivia abriu um sorriso satisfeito, e me puxou pelo colarinho.
— Foi de última hora, mas você também está extremamente gostoso, Sr. Smith. — Ela iniciou um beijo molhado, mordiscando os meus lábios em provocação, mas para a minha completa agonia, ela se afastou de mim, indo até o sobretudo que estava no chão a alguns passos de onde estávamos.
Ao se abaixar para pegar o seu celular em um dos bolsos, ela acabou empinando a sua bunda para mim, e eu tive a certeza de que não sobreviveria até o final desse dia desse jeito. Eu sabia que era errado, afinal, ela ainda estava se recuperando das coisas traumáticas que viveu, entretanto... tudo o que eu queria fazer era levá-la para aquela cama atrás de nós e possuí-la de todas as maneiras e vezes possíveis... pois apenas uma certamente não seria o suficiente.
— Pensei em tirarmos algumas fotos. — Sua voz me resgatou dos meus devaneios de prazer... — Eu sei que você não pode ir na festa comigo, e eu tampouco posso postar essas fotos nas minhas redes sociais, mas quero ter elas como uma lembrança do nosso primeiro halloween juntos... pode ser?
— É claro que sim. Mas vamos para a sala? Tem mais espaço lá. — Sugeri, tentando de todas as formas resistir aos meus impulsos. Ficar a centímetros de uma cama não ajudava.
— Ótima ideia!
Ela foi na frente e eu tive que respirar fundo para me acalmar mais uma vez antes de segui-la.
Tiramos fotos em frente a uma das paredes da sala, e fizemos várias poses diferentes, inclusive as mesmas poses que Brad Pitt e Angelina Jolie fizeram para o cartaz do filme. Quando terminamos a sessão de fotos, Olivia estava reluzente de tão feliz, e vê-la assim tão sorridente foi bastante importante para mim após ter feito-a chorar no outro dia.
Nos sentamos no sofá para conferir se todas as imagens tinham ficado boas, e ao constatar que sim, demos como finalizada a nossa sessão. Tirei o paletó, ficando apenas com a camisa social por causa do calor crescente, e Olivia deixou o seu celular na mesinha de centro, olhando para mim.
— Agora que terminamos... lembrei que você não chegou a responder a minha pergunta.
— Que pergunta? — Tentei recordar, mas não consegui. Só vinha o seu lindo rosto, e corpo, em minha mente.
— Doces ou travessuras? — Repetiu. — Em doces, você ganha algo doce, e em travessuras, você ganha uma travessura. — Explicou as básicas regras do "jogo" para mim.
E eu tive que me forçar a lembrar do que aconteceu na última vez que tentamos algo. Ela lembrou do Landon. Ela não estava pronta. Ela precisava de tempo e eu não queria apressar as coisas...
— ... Doces. — Decidi por dizer, resistindo a tentação.
Sem aparentar estar decepcionada ou nada do tipo, Olivia saiu de onde estava sentada e veio até mim, se sentando com as pernas juntas para o lado em meu colo. Ela segurou o meu rosto cuidadosamente, e após roçar o seu nariz contra o meu de forma suave, ela lentamente juntou os nossos lábios em um ato que só poderia ser descrito como... doce.
— Resposta errada. — Ela sussurrou contra a minha boca.
— Eu não quero acabar te machucando... — Confessei, ainda sem conseguir abrir os olhos enquanto ela mordiscava o meu lábio e eu mantinha as mãos apoiadas no sofá para tentar resistir melhor, já que acabaria jogando tudo para o alto se a tocasse.
— Você nunca faria isso. Eu confio em você, lembra? — Abri os olhos apenas para encontrar aquele céu azul me encarando de volta, e foi como se toda e qualquer fibra de resistência presente em meu corpo tivesse desaparecido. Eu a queria. Caralho, eu a queria tanto! — Faça-me sua novamente, Edward... dessa vez para sempre.
Suas palavras me atingiram como um raio. Minha. Para sempre. Não havia nada em todo o universo que eu quisesse mais do que isso. E mesmo com medo de fazer algo errado e ir longe demais, eu não pude mais aguentar. A sua confiança em mim foi a última faísca necessária para que o meu corpo todo incendiasse e eu a beijasse, agarrando-a contra mim com todas as minhas forças.
Os seus lábios, o seu corpo, o seu gosto. Tudo nela me enlouquecia completamente. Era uma sensação quase alucinógena. Incontrolável. Desci o beijo para o seu pescoço, e iria descer mais ainda quando ela usou suas mãos para me empurrar para trás e levantar do meu colo.
— O que foi? — Perguntei aturdido. Temendo ter passado dos limites.
— Nada. — Ela sorriu, virando-se de costas para mim. — Só preciso que abra o meu zíper.
Uma onda de alivio percorreu o meu corpo, e eu ergui os braços para conceder o seu pedido, beijando cada pedacinho de pele que ia sendo exposta. Olivia abaixou as finas alças do vestido pelos seus ombros e deixou que ele escorregasse para fora do seu corpo, caindo no chão e deixando-a apenas com uma minúscula e fina calcinha preta. Sua bunda parecia uma maçã, pronta para ser mordida, e quando ela voltou a ficar de frente, me embasbacando com os seus lindos seios, a única coisa que passava em minha mente era a teoria de que ela tinha sido esculpida a mão por algum Deus especialmente para mim.
Segurei os seus braços e a puxei de volta para o meu colo. Dessa vez, ela se sentou de frente para mim, acomodando os seus joelhos dos dois lados do meu corpo.
— Você é simplesmente maravilhosa... — Segurei o seu rosto e trouxe a sua boca para mim, beijando-a novamente.
Sem que eu notasse, Olivia começou a desabotoar os últimos botões da minha camisa, e quando eu fui perceber, suas mãos já estavam adentrando por debaixo dela. Elas estavam um pouco frias, mas iam deixando um rastro quente em minha pele na medida em que subiam, acariciando o meu corpo.
— Tira a camisa. — Ela ordenou, apartando o beijo.
E sem qualquer paciência para lidar com o resto dos botões no momento, eu apenas terminei de abrir a peça na base da força e a tirei do corpo, jogando-a longe. Liv usou suas mãos para percorrer o meu torso com mais liberdade, e até mesmo depositou alguns beijos em minha pele, mas ainda sem se dar por satisfeita, suas hábeis mãos rapidamente alcançaram o fecho da minha calça.
Ergui o meu quadril quando ela puxou a calça na direção dos meus joelhos, e expirei ofegante quando suas mãos envolveram o meu pau.
— Isso tudo é para mim ou você tem algum tipo de queda pela Angelina nesse filme?
Ela começou a fazer movimentos de vai e vem e a minha risada saiu entrecortada por um gemido.
— Eu tenho uma queda, um tombo, uma paixão incontrolável..., mas definitivamente não é pela Angelina Jolie.
Olivia mordeu o lábio toda boba, e saiu do meu colo, se ajoelhando entre as minhas pernas no chão a minha frente. Minha respiração falhou em expectativa, e quando ela de fato lambeu e colocou metade do meu pau em sua boca, eu temi não aguentar mais um segundo sequer.
A visão. A sensação. Jesus....
Arrumei e segurei o seu cabelo atrás da sua cabeça para que ele não atrapalhasse, e deixei que ela ditasse o ritmo que quisesse enquanto eu delirava a sua mercê naquele sofá. Dava para notar que ela não tinha muita experiência no que fazia, talvez até nenhuma, já que eu fui o seu primeiro e não tinha certeza se ela tinha ou não ficado com outra pessoa no tempo em que fiquei longe, ainda assim, a sensação era única. Uma das melhores que um homem poderia sentir durante o sexo, e por causa disso, tive que interrompê-la antes que não aguentasse mais e explodisse ali mesmo em sua boca.
Ela voltou para o meu colo, e eu levei a minha mão até a sua boceta, sentindo o quão molhada ela estava. Olivia estava encharcada! Isso me deu água na boca.
— Jesus Cristo... — Soltei, maravilhado. Mal conseguindo esperar até estar dentro dela.
— E isso também não é pelo Brad... — Sua boca procurou pela minha, faminta.
Comecei a estimulá-la por cima do fino pano, e Olivia se agarrou ainda mais a mim, soltando pequenos gemidos enquanto ia discretamente rebolando em meus dedos. Assim que me vi satisfeito com a luxuria em seus olhos, afastei a sua calcinha para o lado e me posicionei em sua entrada, penetrando-a por inteiro e trazendo mais gemidos as nossas bocas.
— Calma, calma... — Ela falou de repente, erguendo o seu corpo e saindo de cima de mim. Observei ela ir novamente até o seu sobretudo e voltar de lá com um pacote de camisinhas em mãos. — Eu roubei da farmácia. — Informou, voltando a se sentar em meu colo. — Meu pai é amigo do farmacêutico, não queria correr o risco de ele ficar sabendo que eu comprei camisinhas e vir me perguntar algo sobre com quem eu estou saindo.
Liv riu, e abriu o pacote de camisinhas para retirar apenas uma de dentro, que ela logo abriu com a ajuda dos dentes.
— Você está mesmo confessando um crime a um agente do FBI? — Provoquei, observando-a colocar a camisinha em mim.
— Se amar é um crime, prenda-me agora mesmo, agente federal Edward Gabriel Chase!
Sorri, sem conseguir esconder que estava adorando o quão confiante e atrevida ela estava sendo hoje, e enfiei minha mão em seu cabelo, a puxando para mais um beijo. Olivia aproximou ainda mais os nossos corpos, erguendo o seu quadril, e após afastar a sua calcinha para o lado e me posicionar em sua entrada novamente, ela foi se sentando sobre mim, me enterrando lentamente dentro de si.
Fechei os olhos, apreciando a sensação de estar dentro dela, e acabei gemendo quando sem qualquer aviso, ela começou a se movimentar em cima de mim, nos causando ainda mais prazer. E ato, que começou lento, foi se tornando cada vez mais intenso e ritmado, nossas respirações foram ficando cada vez mais ofegantes e instáveis, e nós dois fomos nos perdendo um nos olhos do outro e naquela paixão que nos consumia ardentemente.
Colei o meu corpo ao seu e segurei o seu quadril com força quando senti que estava quase chegando lá, e ela fincou suas unhas em meus ombros ao sentir o mesmo.
Seus seios roçando em meu tronco, sua boca na minha, seu suor, seu gosto, seu prazer... Deus!
Descontroladamente, alcançamos ao ápice juntos naquele sofá. E então novamente em pleno corredor, e uma outra vez na minha cama no quarto. Eu não conseguia manter as minhas mãos longe dela, e para a minha surpresa, e prazer, Olivia também não conseguia manter as suas longe de mim. Liv estava tão excitada quanto eu essa noite, e foi preciso uma quarta vez no chuveiro, enquanto tomávamos banho, para finalmente nos cansarmos de vez e irmos dormir, totalmente acabados.
Um grito agudo ecoou pelo silêncio do ambiente de repente, e eu me sentei na cama em um pulo, acendendo o abajur ao lado da cama e olhando para a garota assustada ao meu lado.
— Ei, ei, ei, calma, calma, eu estou aqui! — Passei os meus braços por cima do seu corpo e a puxei para perto de mim, abraçando-a por trás. — Você está bem, foi só um pesadelo.
— Me desculpa... — Pediu envergonhada, ainda um pouco ofegante. — Isso acontece às vezes, não tem nada a ver conosco ou essa noite, é que...
— Eu sei, eu sei. — Dei um beijo em seu ombro para tranquilizá-la. — Não precisa se preocupar... pelo menos não com isso.
Ela se desvencilhou do meu abraço e se virou para me olhar, preocupada.
— Meu Deus, que horas são? Já anoiteceu! Eu perdi a hora de ir embora?
Olhei para o relógio na parede.
— São oito e meia.
— Caramba! Taylor deve estar surtando de raiva, falei que não iria demorar.
— É só dizer que perdeu a noção do tempo lá pelo terceiro orgasmo. — Ela corou. Iria cobrir o rosto com as mãos, mas eu impedi o ato, segurando suas mãos e beijando cada um dos seus dedos. — Você estava insaciável!
— Eu não sei o que me deu... — Confessou, com os olhos em nossas mãos juntas. — Eu só te queria... muito. — Me inclinei para beijá-la mais uma vez, quando senti o seu corpo ficar tenso de repente.
— O que foi?
— Você usou camisinha quando viemos para o quarto? — Eu assenti prontamente. — No chuveiro também?
— Todas as vezes. — Afirmei, convicto.
Apesar de quase ter esquecido lá no início, Olivia se lembrou e eu não pude mais esquecer, não seria um idiota irresponsável.
— Sobrou apenas uma no pacote que você comprou... — Insinuei, fazendo uma linha de beijos pelo seu antebraço. — Não gosto de deixar coisas inacabadas.
Olivia ficou me olhando ofegante enquanto os meus beijos subiam pelo seu braço, e assim que eu alcancei o seu pescoço, ela balançou a cabeça como se tivesse acordado de um transe e me empurrou para trás, saindo da cama.
— Outro dia, meu amor. — Deitado na cama, eu suspirei de forma exageradamente alta para demonstrar minha insatisfação, e ela apenas riu. — É sério, eu tenho mesmo que ir. Se eu chegar muito tarde em casa, vou receber uma enxurrada de perguntas sobre onde e com quem eu estava, e não quero ter que mentir para os meus pais, estamos numa vibe boa agora.
— Eu sei. E entendo completamente. — Apoiei meus cotovelos na cama para poder apreciar melhor a visão dela penteando o seu cabelo com os próprios dedos em frente ao espelho.
Mesmo tendo recolhido todas as nossas roupas que ficaram espalhadas pela sala, Olivia ainda assim escolheu usar a minha camisa social quando saímos do banho, e por Deus, ela estava sensacionalmente sensual com as minhas roupas!
Após terminar de arrumar o cabelo, ela removeu a camisa, me agraciando mais uma vez com suas curvas, e começou a colocar o vestido, se aproximando da cama no final para que eu pudesse fechar o zíper em suas costas.
— Posso te perguntar uma coisa?
— O que quiser. — Após fechar o vestido, segurei o seu quadril e dei um beijo em sua bunda antes que ela se virasse. Olivia sorriu e enfiou a mão em meu cabelo, fazendo um leve carinho em mim com seus dedos.
— Você já conversou com o meu irmão? Ele deve voltar para Londville amanhã para o halloween e eu preciso conversar com ele sobre algumas coisas.
Eu conseguia imaginar o que essas coisas seriam, e apesar de não gostar, não era da minha conta. Se ela precisava fazer isso, então eu iria apoiar.
— Eu conversei com ele hoje de manhã.
— Ele está "limpo" ou você ainda tem alguma dúvida?
Eu tive o dia todo para ponderar sobre isso e chegar a uma conclusão satisfatória para dizer a ela quando esse assunto eventualmente surgisse, ele surgiu mais rápido do que imaginei, mas de fato não foi uma surpresa, eu já esperava.
— Eu não acho que o Elijah queira te machucar, Liv. Acho que ele te ama demais para sequer pensar nisso.
— ... Como irmão? — Receio tomou conta do tom da sua voz, e a incerteza agraciou o azul dos seus olhos.
— Apenas ele pode te responder isso. — Lhe ofereci um pequeno sorriso de conforto e ela suspirou, pensativa. — Mas saiba que eu estou aqui para o que você precisar.
Abrindo um sorriso lindo, Olivia se inclinou e me beijou com leveza e ternura, encostando sua testa na minha ao se afastar.
— Me leva até a porta?
— Sempre. — Dei um selinho em sua boca e me levantei da cama, caminhando com ela até a porta do apartamento. A sala estava um pouco bagunçada com o sofá e a mesinha de centro fora do lugar e algumas almofadas jogadas pelo chão, e eu certamente arrumaria tudo com o maior prazer mais tarde enquanto recordava de todas as coisas que fizemos... — Como vai para casa? Quer que eu vista algo e te leve? — Perguntei, já que eu estava apenas com um calção.
— Eu combinei de encontrar a Taylor na pracinha aqui perto. Fizemos todo esse esquema maluco para conseguirmos despistar o Carter e eu vir te visitar. Ela deve estar puta comigo agora por eu estar demorando tanto, combinamos duas horas.
— Quer que eu peça desculpas a ela? Algo do tipo... "sinto muito, Taylor, mas eu não conseguia tirar as mãos e outras partes do meu corpo da sua irmã."?
Ela abriu a boca em puro choque.
— Você não está nem louco! — Ameaçou. — E não precisa dizer nada. Ela vai superar. — Liv se aproximou de mim novamente, mas ao invés de me beijar, ela apenas me abraçou, se aninhando a mim. — Seu voou é amanhã à tarde, não é?
— Vai sentir minha falta? — Dei um cheiro em seu cabelo, ouvindo-a suspirar. Ela estava com o meu cheiro. Ou melhor, o cheiro do meu shampoo.
— A cada segundo. Mas podemos repetir o dia de hoje quando você retornar da viagem. — Ainda abraçada a mim, ela ergueu o rosto para me olhar.
— Viagem? Que viagem? Alguém falou em viagem? — Olivia começou a rir, me chamando de bobo mais uma vez ao se afastar de mim. — Nos vemos em alguns dias, ok?
— Ok... — Ela espremeu os lábios como se estivesse se segurando para não me falar alguma coisa, e eu soube no mesmo segundo do que se tratava, e o que ela iria querer ouvir de volta.
Entretanto, seria a coisa mais anticlimática do mundo dizer isso assim na porta do meu apartamento, um dia antes de eu partir em uma viagem. Um apartamento alugado ainda mais, nem sequer era o meu em Nova York. Não estava certo. Minha primeira declaração de amor a ela tinha que ser algo especial... memorável.
— Eu tenho uma coisa para te dizer, Liv. — Anunciei, fazendo com que os seus olhos brilhassem em expectativa e ansiedade. — Eu estou sentindo isso há um tempo já, mas não sou bom nessas coisas sentimentais e não soube como te dizer... deveria ter dito no hospital, teria sido mais romântico.
— Romântico? Eu estava em choque, confusa, cheia de hematomas... seria uma memória bastante confusa. — Afirmou, desacreditada. — Você deveria era ter dito quando eu disse naquela noite.
— É, eu sei... — Lamentei. A nossa primeira vez teria sido ainda mais especial se eu tivesse percebido os meus sentimentos por ela a tempo. — Mas eu digo quando eu voltar, pode ser?
— O que? Não! Não... por que? — Reclamou, fazendo birra. E eu apenas sorri, querendo tê-la em meus braços novamente.
— Quando eu voltar. — Reafirmei, alcançando a sua cintura para puxá-la para mais um beijo. — Seja paciente, Sra. Smith.
Olivia abandonou a careta de frustração e voltou a sorrir aos poucos enquanto nossas línguas iam se encontrando.
— Eu serei, Sr. Smith...
— Olivia?! — Taylor desceu do elevador, irritada. — Eu já estava indo te buscar pelos cabelos, anda logo! — Ela apontou várias vezes para um relógio imaginário em seu pulso.
— Desculpa, desculpa, eu já vou!
Liv me deu um rápido selinho, e então correu de encontro a sua irmã que segurava as portas do elevador com uma expressão irritada.
— Espero que ele tenha te dado um chá de pau com essa demora toda! — Ela resmungou, talvez pensando que eu não conseguiria ouvir dali de onde estava.
— Na verdade, foi o contrário! — Anunciei alto. Observando o rosto da minha namorada avermelhar completamente antes das portas do elevador se fecharem.
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