Capítulo 29
Em contato.
Taylor
Assim que a porta do apartamento foi fechada, eu balancei a cabeça em descrença. Olivia e Harry estavam indo se pegar, e isso era certeza! Eu já estava desconfiada há um tempo, já que minha intuição nunca errava, mas surpreendentemente, Liv conseguiu me despistar muito bem. Isso é, até agora. Pedir um vestido emprestado e se arrumar toda para ir a uma reunião discutir uma investigação policial? Ata. A mentira do século!
Fui até a cozinha pegar a minha salada, mas assim que comecei a comer o prato, percebi que aquilo não iria me satisfazer. Eu precisava de algo a mais, de besteira, açúcar e carboidratos! Eu não comia nada do tipo há semanas, a vontade de meter o pé na jaca já estava sendo quase que dolorosa. Eu quase consegui saciar essa vontade no outro dia quando pedimos a pizza, mas então, toda aquela merda aconteceu e a vontade de comer no geral sumiu por uns dias. Ver a minha irmã gêmea sendo atacada daquele jeito foi terrível, foi como me ver, e eu não sei como tive forças de pegar aquele vaso e meter na cabeça do invasor, mas eu fiz, e consegui salvar o dia, por assim dizer.
Eu consegui manter a minha dieta mais do que perfeitamente, há alguns dias atrás até mesmo recusei a lasanha da minha mãe, que era simplesmente dívida! Mas hoje, eu definitivamente acordei virada nos 220 volts, pois tudo no que eu pensava era comida. Eu bateria no meu próprio irmão por um prato de batatas fritas com bastante maionese e ketchup. Certo que eu bateria no irritante do Elijah até mesmo de graça, mas o ponto não era esse. Eu queria comer besteira urgentemente.
Por isso, peguei o celular e liguei para um dos restaurantes mais caros da cidade, pedindo um prato bem calórico, duas latinhas de refrigerante, e uma fatia de torta de morango para a sobremesa. Falei para deixarem a encomenda na recepção do prédio, e que alguém iria buscar, pois isso era mais seguro do que dar o número do apartamento. Em seguida, fiz uma videochamada para o Noah. Como já estávamos com dezoito anos, Enigma já sabia onde estávamos, e o novo plano era sermos iscas, e não, ficar escondida, não havia problema de eu falar livremente com ele mais.
— Deve estar sendo barra! — Lamentou, ele estava deitado em uma cama de lençóis brancos, enquanto eu estava deitada no sofá da sala. — Todo dia o rosto de vocês aparece na televisão. Como a Olivia está, aliás?
Fiz uma careta. Eu ligo para ele depois de semanas sem nos falarmos e ele quer saber da minha irmã?
— Está ótima. Arrumou até um novo namorado. — Ironizei. — Obrigada por perguntar de mim, aliás.
— Eu claramente estou vendo que você está bem, rainha do drama. — Ele sorriu. — Mas sobre esse novo namorado...
— Eu não quero falar sobre ela, Noah. — O cortei. Ele era tão fofoqueiro!
Tudo bem que a culpa dele ser assim em parte era minha, pois fui eu que o transformei nesse fofoqueiro de marca maior quando me juntei ao seu grupinho de amigos com as minhas amigas anos atrás. Antes de mim, Noah era apenas um jogador de beisebol cujo os únicos traços de personalidade eram ser um palhaço e ser jogador de beisebol. Eu trabalhei duro, mas o resultado foi incrivelmente satisfatório. Hoje ele era o jogador de basebol mais gostoso de todo o colégio, e de quebra, um garoto que fofoca e fala sobre coisas consideradas "femininas". Qualquer garota teria sorte de o ter como namorado. Ele era uma ótima companhia.
— Sobre o que quer falar, então?
— Quero falar sobre mim, sobre você. Qualquer coisa normal e que não envolva a minha irmã. — Deixei claro.
Estava com saudades de ter o meu ego inflado. Ficar presa nesse apartamento estava acabando com o meu humor, minha aparência, e o meu psicológico.
— Sobre você? Vamos lá... você está linda! — Ele elogiou, recebendo uma cara de deboche em resposta.
— Eu estou um caco. Meu cabelo mesmo parece que está implorando por um copo de água. Você não tem ideia das coisas que eu faria para ir no salão...
— Você continua linda e perfeita aos meus olhos.
Eu dei o meu primeiro sorriso genuíno do dia... talvez até da semana.
— Você é um amor. — Ele sorriu de volta todo bobo. — Agora me conta sobre as coisas no colégio. Como ficou as audições para o musical da escola?
— As aulas vão voltar ao normal na semana que vem, as audições são na quarta.
— NÃO! Daqui a seis dias? — Quase surtei. Isso não poderia estar acontecendo! Não mesmo!
— Eu posso tentar falar com a professora para adiar mais alguns dias. — Ele sugeriu tristemente.
Eu fechei os olhos e suspirei, tentando controlar a minha raiva, pois eu odiava tanto esse Enigma por estar arruinando o meu último ano no colégio que o sentimento era assustador, até para mim. Se eu soubesse quem ele era, certamente o mataria.
— Não vou me desesperar. Seis dias é muito tempo. Talvez a polícia já tenha conseguido prender esse pervertido até lá. — Falei, escolhendo pensar positivo, ao invés de ser pessimista.
— Você sabe que tecnicamente ele não é um pervertido, não é? — Comentou, e eu franzi o cenho.
— Hã?
— Eu vi uma discussão sobre isso na internet, pois, sabe... ele nunca "toca" suas vítimas. Apenas as mata. Então, tecnicamente, não é um pervertido, apenas um psicopata assassino. — Explicou.
— Noah, querido... primeiramente... mas que merda? — Soltei, incrédula. Tendo visto na internet ou não, era estranho ele destacar isso. — E segundamente, e eu com isso? Ele está atrapalhando a minha vida igualmente! De detalhes e tecnicalidades o inferno está cheio!
— Eu não acho que essa seja a expressão certa... — Ele fez uma careta de confusão.
— Ah, você me entendeu!
— Eu sempre te entendo. — Ele riu, mas o sorriso foi cortado e do nada seus ombros ficaram tensos e ele ficou bem nervoso. — Escuta, eu tenho que ir agora. Surgiu um problema aqui em casa.
— Você não está no hotel? — Estranhei, começando a escutar um barulho estranho na chamada, como se alguém estivesse gritando ao discutir com alguém no fundo. Parecia uma voz feminina... — É a sua mãe gritando?
Ele não respondeu, apenas deu um sorriso fraco.
— Nos falamos outra hora, Tay.
— Noah...
Ele desligou a chamada e eu abaixei o celular com um sentimento estranho no peito. Segundo a Liv, a família Kim não estava mais vivendo na mansão deles, e sim, em um hotel, então... Noah havia mentido para mim agora? Pela primeira vez em... três anos? Difícil de acreditar, mas, parecia mesmo ser esse o caso. Ele tinha quebrado a promessa que me fez quando se declarou para mim e disse que nunca mentiria, ou me magoaria, se ficássemos juntos. No final do dia, eu decidi manter tudo na amizade entre nós, mas ainda assim, a promessa continuava de pé. Éramos melhores amigos, do tipo inseparáveis, nunca mentíamos um para o outro!
Suspirei, agora mais do que nunca realmente precisando afogar minhas magoas com comida. Olhei o aplicativo no celular e vi que o pedido havia saído para entrega, então, decidi ir tomar um banho bem rápido antes que ele chegasse. Já que não gostava de tomar banho de barriga cheia.
***
Um dos policiais do outro lado da porta do apartamento não gostou nadinha quando eu pedi para que ele fosse buscar o meu pedido na recepção do prédio, ainda assim, ele o fez. E agora, de banho tomado, e com o meu prato de espaguete a carbonara em mãos, eu comia desesperadamente enquanto observava o meu aparelho celular em cima da mesinha de centro da sala.
David havia me entregado ele há dois dias atrás, após toda a discussão, e até agora eu não havia criado coragem para ligá-lo e ver as minhas mensagens. Eu estava com medo, e bastante receosa sobre o que eu iria encontrar. Por um lado, se John ainda não tiver respondido as mensagens, eu só iriei provar que a minha mãe estava certa esse tempo todo, mas pelo outro lado... eu não saberia como agir se ele tiver mesmo respondido.
Querer saber quem era o meu pai biológico foi uma curiosidade que eu sempre tive, mas nunca cheguei a pensar na parte onde essa curiosidade era respondida. O que eu diria? Ou melhor, o que ele diria? Qual a melhor explicação para ter abandonado a namorada grávida e em todos esses anos não dar a mínima para as suas filhas? Eu queria mesmo saber? Ou era apenas implicância com a minha mãe e o David?
Confesso que, parte de mim fez tudo isso apenas por birra, por querer contestar toda a história que me foi contada durante anos, afinal, toda a história tinha dois lados ou mais. Contudo, se tudo se provasse ser real, e ele realmente não desse a mínima para mim, eu me sentiria extremamente mal e burra. Seria como uma segunda negação. Um segundo abandono.
"Oi. Sim, eu sou o seu pai. Mas não, não quero contato. BLOCK."
Eu não saberia onde enfiar a minha cara!
Dei algumas garfadas no meu espaguete, apreciando com vontade aquela massa gordurosa e saborosa, e tentei não pensar nos dias seguintes em que eu teria que restringir completamente a minha alimentação para poder balancear o que comi. Eu tinha uma tendência a engordar se perdesse a mão. Durante alguns anos na minha infância, até mesmo fiquei fofinha por um tempo. Esse foi até mesmo o motivo de eu ter empurrado a minha irmã em uma piscina, mesmo sabendo do seu trauma com isso. Simplesmente me senti um lixo pois o menino que eu achava ser o mais lindo da escola gostava da minha irmã e não de mim. Acho que foi aí que o meu problema com comida enraizou.
"Ah, mas a sua irmã come normalmente e não tem tanta neura como você." Sim. Pois apesar de termos o mesmo biótipo, minha irmã não havia desenvolvido problemas psicológicos com comida. Eu realmente perdia a mão.
Não lembro quando comecei, mas entre a idade de onze e quatorze anos, eu costumava me entupir de besteira e depois vomitar tudo. Perdi bastante peso nessa época, e enquanto a minha irmã estava ganhando corpo e começando a desenvolver seus seios, eu estava cada vez mais magra, até mesmo fiquei com anemia por um tempo. No entanto, tudo melhorou quando eu entrei para o teatro e comecei a conversar com a minha professora de atuação, Cintia Levine, que também atuava como a psicóloga oficial do colégio.
Foi por causa das minhas conversas com ela que eu consegui parar a minha bulimia, e parar com os meus "surtos" por comida. Ela me fez conversar sobre a minha vida toda, até consegui determinar os meus gatilhos e me ajudar a superá-los. Depois disso, ela também me recomendou um nutricionista, e é a dieta dele que eu sigo até hoje.
As pessoas podem me achar um pouco extremista, mas é o que funciona 'para mim. Meu psicológico estava funcionando perfeitamente bem agora e eu não tinha mais problema para comer nada. Hoje, eu posso comer este prato super gorduroso tranquila e depois ainda ficar feliz com isso, ao invés de precisar ir correndo até o banheiro para colocar tudo para fora. Hoje em dia eu possuía o luxo de escolher não comer, ao invés de me forçar a não comer, afinal, eu ainda precisava ter um corpo e uma aparência perfeita se quisesse continuar conseguindo os papéis de protagonista nas peças do colégio, e eventualmente, seguir carreira com isso.
Preconceito existe, não vamos fingir que não. Longe de mim julgar alguém além de mim mesma pelo seu peso, mas eu sabia muito bem que as pessoas nesse ramo de trabalho julgavam, e muito! Então, se eu quisesse me tornar uma atriz conhecidíssima um dia, eu precisava seguir o padrão de beleza exigido por essa indústria.
Deixei o meu prato de lado, e peguei o meu celular. Liguei o aparelho, e o desbloqueei. Esperando alguns segundos para que ele pusesse tudo em ordem e eu pudesse usar. Peguei o meu prato de volta enquanto isso, e observei enquanto comia as notificações irem chegando como doidas no aparelho. A barrinha de notificação travou quando alcançou três mil mensagens não lidas, mas isso não parou por aí e mais mensagens continuaram chegando. Eu levaria a tarde toda para ler isso.
Ignorei os grupos de fofoca, as mensagens dos meus amigos, e as solicitações de amizade de completos estranhos, e fui direto para a aba de pesquisa, digitando o nome John Peterson. A sua aba de conversa apareceu, e eu notei que haviam duas mensagens não visualizadas. Larguei o meu celular no sofá e voltei a pegar o meu prato, dando as garfadas finais para terminar de comer, só então, completamente satisfeita, foi que eu criei a coragem para abrir a mensagem e lê-la.
"Olá, Taylor. Fico feliz que tenha me contatado. Como estão as coisas por aí? Espero poder te encontrar pessoalmente em breve, assim como a sua irmã."
"Por favor, mantenha contato."
Eu expirei aliviada. Ele não havia dito para eu deixá-lo em paz, isso já era um bom começo. Pensei em algo legal para responder, algo que não soasse muito carente e desesperando, e assim que consegui, me pus a escrever;
"Oi, John. Estou muito feliz e espero poder te conhecer em breve também"
Hum... Não, não estava muito bom.
Apaguei a mensagem e comecei a pensar em outra, no entanto, não consegui deixar de notar a data das mensagens que ele havia mandado. Uma semana atrás. Ele só havia me respondido depois que todo esse caso Enigma explodiu e o meu rosto e o da Liv foi parar em todos os noticiários. Isso me deixou um pouco estranha, pois durante a pesquisa que eu fiz meses atrás quando o encontrei, eu descobri que ele estava trabalhando como jornalista em uma emissora de televisão de Ohio..., mas isso não precisava significar nada, certo? A demora em responder as minhas mensagens pode muito bem ter sido apenas por ele ser velho e não entrar muito em suas redes sociais. E não algum motivo oculto. Ele era jornalista afinal, deve ter muito o que fazer no seu dia a dia.
Deixei isso para lá e decidi responder logo ao seu contato.
"Olá, John. Estou bem. Obrigada por ter respondido as minhas mensagens. Espero poder te encontrar em breve. Manterei contato."
Li e reli a mensagem algumas vezes para ter certeza de que ela estava boa, e então, finalmente apertei o botão e a enviei. Feito isso, decidi deixar todo esse lance de lado e ir para as mensagens dos meus amigos, precisava desesperadamente me atualizar e descobrir todas as fofocas que haviam rolado pela cidade nesse meu tempo ausente.
Patty
Fingir perder a memória não era algo tão grave assim. Então, por favor, sem julgamentos! Sim, eu causei uma conta enorme no hospital, mas em dois meses meus pais conseguiriam quitar e tudo ficaria bem. Não iriamos a falência. Então... os meios justificam os fins? Eu não tenho ideia. Mas o meu pai estava agora mesmo do lado da minha cama, ajeitando os travesseiros para que eu pudesse deitar e descansar pelo resto da tarde, e isso estava sendo incrível.
Ele me contou como foi lá na sua viagem, e que conseguiu vender dois imóveis com uma bela comissão, o que era ótimo, mas ao mesmo tempo, nada que eu achasse super interessante. Eu só queria que ele continuasse falando e me colocasse para dormir como costumava fazer comigo antes de eu completar dez anos.
Deixei que ele falasse sobre o que quisesse, e sorri feliz durante todo o tempo. Mas então, com um beijo em minha testa, e a promessa de que ainda estaria em casa quando eu acordasse e não viajaria novamente pelos próximos três dias, ele me desejou uma ótima soneca e deixou o quarto.
Como tirar um cochilo depois do almoço era comigo mesmo, eu logo peguei no sono, acordando uma hora depois com uma mensagem de texto de Elijah. Me sentei em um pulo na cama e tratei e ler aquela linda e maravilhosa mensagem...
"E aí? Tudo bem?"
Ok, talvez não fosse tãaao maravilhosa assim, mas ele ainda estava preocupado comigo!
"Oi, estou melhor."
Pensei em incluir algum emoji, mas no final, decidi mandar apenas o texto mesmo.
"Melhor o suficiente para sair?"
Oh meu Deus. Isso era um convite? Calma, Patrícia, você não pode dizer sim logo de cara. Vamos lá...
"Não sei. Depende... o que tem em mente?"
Sim. Isso estava bom.
"Olha pela sua janela."
Em um movimento rápido, joguei os cobertores para o lado, e fui até a janela do meu quarto. Elijah estava parado no meio do meu quintal, e assim que me viu, ele ergueu a mão e acenou para mim. Sentindo o meu coração disparar, eu abri a janela e me apoiei no batente para inclinar o meu corpo para fora.
— O que você está fazendo aqui?
— Vim te visitar, não posso?
Eu abri o meu melhor sorriso.
— Quer entrar ou quer que eu te encontre aí?
— O que for melhor para você.
— Me espera aí, então.
Ele assentiu, e eu saí da janela, calcei minhas pantufas de coelhinho, e posteriormente, saí do meu quarto, descendo as escadas de casa, e saindo pela porta da cozinha para ir encontrá-lo no quintal. Ele estava sentado em um balanço de madeira que meu pai havia construído para mim quando eu era criança.
— Você está bem para quem saiu de uma internação no hospital.
— Isso foi um elogio? — Cerrei os olhos, e ele deu de ombros. — Eu só bati a cabeça e perdi a memória de um dia, Elijah, não estou com uma doença terminal!
— Verdade, foi mal.
Ele riu, e eu aproveitei o momento de descontração para ir me sentar no segundo balanço logo ao lado dele.
— Liv e eu costumávamos brincar que só aqui quando éramos pequenas.
Sorri ao lembrar dos tempos de criança onde a nossa única preocupação era "que cor de roupa iremos vestir as nossas bonecas Barbie?". Eu sempre escolhia um tom de rosa choque ou basicamente qualquer cor que tivesse muito glitter, e a Liv sempre combinava a cor rosa com o preto... acho que não mudamos muito os nossos gostos por cores desde então.
— Você ainda é pequena. — Ele me zoou. — E ainda por cima usa pantufas de coelhinho! — Impressionada com a sua audácia, eu estiquei a minha perna para dar um chute na sua, o fazendo rir.
— Elijah, o que você veio fazer aqui, afinal? Não tem nada melhor para fazer nessa tarde ensolarada? — Decidi ignorar suas implicâncias comigo e olhei para cima para aproveitar um pouco do calor do sol.
— Na verdade, eu tenho. As coisas estão bem melhores por aqui, então, eu vou ter que voltar para a Universidade. Só vim ver como você está antes disso. E agora que eu vi que está bem, e que não perdeu a força nas pernas, já posso ir tranquilo. — Eu balancei a cabeça, sorrindo. Ele era tão idiota.
— A Liv já sabe que você está indo embora?
— Não. Quando eu for, vou passar lá no apartamento para me despedir. É melhor do que ligar. Não gosto de despedidas por telefone.
— Que homem de caráter. — Elogiei ironicamente, e ele entrou na brincadeira, piscando um olho para mim. E senhor, se eu não morri atropelada, certamente morri aqui.
— Mas sério, está tudo bem com você mesmo?
— Está. De verdade. Pode ir tranquilo.
Ele se levantou do balanço, e eu fiz o mesmo para que ele pudesse me abraçar. Foi como estar dormindo em uma cama de algodão doce de tão macio e suave que foi o seu abraço. Além dele estar super cheiroso, é claro.
— Até mais. — Falou, se afastando para me dar um beijo na bochecha.
— Até...
Observei ele ir embora com um sorriso discreto em meu rosto, e então, voltei para o meu quarto para me permitir surtar adequadamente em particular.
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