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Capítulo 28.2

Aniversariante.

— Harry? — Bati duas vezes na porta do seu quarto e logo, ele a abriu, me permitindo entrar.

Ele estava sem camisa, e o seu cabelo estava um pouco molhado, indicando um recente banho, e assim que fechou a porta, ele se afastou e foi até a cômoda colocar uma camisa, pois Deus o livre de ficar sem camisa perto de mim! Tentei não sorrir.

Nos últimos dias estávamos meio que trabalhando juntos. Tínhamos lido e relido todos os arquivos sobre o Enigma datados de até três anos atrás, mas nada parecia se destacar ou sequer parecer estranho. Um fato que eu achei interessante de saber, foi que durante o primeiro ano, Enigma não deixava papeizinhos com letras em suas vítimas, ele deixava palavras, frases. As vezes sem sentindo, as vezes números, as vezes versículos da bíblia. Quando ele atacou em Nova York mesmo, ele deixou as palavras "Vamos" "tomar" "café" "da" "manhã?".

Ao ler isso, eu não consegui entender nada. Mas segundo os relatórios, Andrew e Harry conseguiram descobrir o que o Enigma estava mencionando e encontraram a sexta e última vítima antes que ele a pegasse. O nome da garota era Tiffany Stone. As palavras encontradas nos corpos das vítimas anteriores faziam referência ao filme Bonequinha de Luxo de 1961, que se passa em Nova York, e protagonista interpretada pela Audrey Hepburn, tinha o costume de ir tomar café da manhã em frente a joalheira Tiffany's.

Infelizmente, eles terem descoberto quem era a vítima acabou não ajudando em nada, pois a garota cometeu suicídio algumas semanas após ter sido colocada no esconderijo do FBI. Uma pena, pois segundo os relatórios, ela foi a única garota que o FBI realmente chegou perto de salvar. Bem, agora não mais a única, já que eu também estava aqui.

Enigma fez isso de referenciar filmes nos papeizinhos que deixou em outras duas cidades também. Ele parecia ser bem ligado em filmes e cinema. Até mesmo mencionou um cinema na carta que enviou para a polícia aqui em Londville. Mas mesmo sabendo disso, ainda parecia que havia algo faltando. Alguma informação básica que não estávamos vendo, ou não tínhamos encontrado, que explicaria e conectaria toda essa bagunça. Era isso, ou ele era apenas um psicopata louco que gostava de assistir filmes quando não estava matando.

— Como Patty está? — Harry voltou a se aproximar, já vestido com uma camiseta verde, algo que destacava ainda mais os seus olhos, mesmo que naquela luz incandescente.

— Ela acordou. — Respondi, encontrando um lugar vago para me sentar na sua cama, que estava cheia de pastas e papéis.

— Isso é ótimo.

— Sim. Ela está com perda de memória temporária por causa concussão na cabeça, mas o médico falou que irá melhorar logo.

Tentei passar aquela informação de forma séria, mas falhei algumas vezes, deixando escapar um sorriso. Harry claramente notou que havia algo estranho ali, e deu uma leve estreitada em seus olhos, mas decidiu não se aprofundar nisso.

— Tomara que sim. — Disse apenas. — Já que o seu pai não tem nenhuma novidade sobre quem estava dirigindo o carro. O caso literalmente depende do que Patty tem a dizer.

Eu não tinha ideia do que a minha melhor amiga iria dizer sobre o atropelamento e o que aconteceu antes disso. Ela já havia me contado tudo o que rolou, e tudo o que Zach havia dito sobre o Jace, durante uma videochamada que ela fez para mim assim que foi liberada do hospital e chegou em casa. E por experiência própria, eu estava torcendo para que ela fosse o mais honesta possível em seu depoimento. Mentir para a polícia não ajudaria em nada, eu era prova viva disso.

Aliás, falando sobre a polícia. Desde que eu completei dezoito anos há quatro dias atrás, as coisas estavam mais relaxadas por aqui. Ainda haviam dois policiais no corredor do lado de fora do apartamento, assim como outros disfarçados do lado de fora do prédio, mas não estávamos mais trancados vinte e quatro horas por dia dentro desse apartamento apenas aguardando algum ataque, as coisas estavam lentamente voltando a sua rotina normal. David voltou a trabalhar no departamento de polícia, assim como Andrew, e agora, era apenas Harry que passava a maior parte do tempo com Taylor e eu aqui dentro. Por isso o seu quarto estava tão desarrumado, ele estava tendo que trabalhar no caso daqui.

— E sobre o nosso caso... quero dizer, o caso Enigma? — Me corrigi rapidamente.

Havíamos nos aproximado nos últimos dias, mas não de um jeito pessoal, e sim, profissional. Duas cabeças pensam melhor do que uma, e acho que apenas por isso ele não estava me ignorando totalmente e deixando que eu ficasse por perto durante essas horas em que ele lia e relia todas as informações disponíveis sobre o caso. Meu coração ainda estava acelerando com a sua presença, mas eu estava fazendo um belo trabalho em fingir como se não estivesse.

— Nenhuma novidade. — Ele expirou alto e se deitou no chão, que aliás, também estava cheio de papéis. — Não apenas isso, mas eu também não entendi o que o filme Dragão Vermelho tem a ver com tudo isso.

— Confesso que eu também achei bem estranho. Esse filme não tem nada de especial que o conecte a esse caso. Parece aleatório.

— Pois é. Mas nada realmente é aleatório com o Enigma.

Observei ele fechar os olhos e apreciei o subir e descer do seu torso enquanto respirava.

— Você já pensou em não sei... abrir mais a área de pesquisa? Talvez existam casos mais antigos.

— Existem mortes parecidas espalhadas pelo país, mas nenhuma é realmente característica do Enigma.

— E em outros países? Talvez ele tenha atormentado outras cidades pequenas em outros países e ninguém nunca sequer ligou de conectar os casos. — Sugeri. E ele se sentou no chão, pensativo.

— Eu posso pedir para agente amigo meu pesquisar sobre isso. Talvez possa haver algo. — Eu sorri brevemente, feliz por ter ajudado. Então, me levantei da cama e segui até a porta para sair do quarto e deixar que ele continuasse suas leituras em paz. Contudo, antes que eu conseguisse alcançar a maçaneta, ouvi ele me chamar. — Olivia? — Me virei, voltando alguns passos. — ...Você quer almoçar?

— O almoço está pronto? — Estranhei. — Eu não vi nada na cozi... — Ele me interrompeu.

— Não, desculpa, é comigo... eu quis dizer almoçar comigo. Sabe... fora daqui.

Eu pisquei, enquanto uma gaiola cheia de borboletas era aberta em meu estômago. Ele estava mesmo me chamando para almoçar ou isso era um sonho? Eu queria muito me beliscar para ter certeza, mas ao invés disso, me esforcei bastante para conter toda a felicidade dentro de mim. Afinal, se isso fosse um sonho, eu definitivamente não queria acordar.

— Eu vou poder sair? — Questionei, para ter certeza de que esse almoço seria mesmo possível antes de concordar.

Ir visitar a minha melhor amiga foi um caso aparte, afinal, ela estava em um hospital. Sair para um almoço era diferente...

— O seu aniversário passou e nada aconteceu, isso é um bom sinal. Mas você vai estar o tempo todo comigo, e não, sozinha. Então, sim. Vamos poder sair.

"Você vai estar o tempo todo comigo". Repeti aquela simples frase diversas vezes em minha mente. Era algo tão simples, e ele muito provavelmente quis dizer isso no lado profissional da coisa, mas eu não me importava. Meu corpo parecia estar nas nuvens.

— Quero. — Finalmente dei a minha resposta, e ele se levantou do chão, ficando em pé a minha frente.

A sua altura entrou em efeito e eu ergui a cabeça, para admirar o seu rosto, dando o meu máximo para disfarçar um suspiro.

— Ok. Podemos sair em meia hora. Está bom para você? — Eu assenti. E sorrindo da forma mais educada possível, ele me acompanhou até a porta. — Até mais, então.

— Até...

Atravessei o corredor, e assim que fechei a porta do meu quarto, deixei o meu corpo cair no chão enquanto olhava para o teto e me sentia nas nuvens. Isso tinha mesmo acontecido? Harry tinha mesmo me convidado para almoçar...

— Hm... você está bem, Olivia? — Taylor perguntou da cama, e levando um pequeno susto, eu ergui a cabeça para olhá-la. Não tinha percebido que ela estava no quarto.

— Sim. — Rapidamente recuperei a minha postura e me levantei do chão. Não queria que ela soubesse. — Você pode me emprestar alguma roupa? Eu tenho que ir a um almoço.

Todas aquelas roupas que ela havia trazido serviriam para alguma coisa afinal.

— Vamos almoçar fora?

Meu corpo tencionou ao ouvir aquele plural. Isso não poderia estar acontecendo, não, não, de jeito nenhum!

— É tipo... um almoço de trabalho. Harry chamou a gente para falar sobre o caso. Que nem foi na outra noite com o filme. Nossos pais vão estar lá. — Menti descaradamente, pois sabia que ela se recusaria. Ainda estava fazendo birra sobre toda aquela situação que aconteceu no nosso aniversário.

— Aff, passo! — Ela resmungou. — Aquele filme foi chato pra caralho! E no fim do dia, eu não sei de nada mesmo.

Respirei aliviada. Essa tinha sido por pouco.

***

— Tem salada na geladeira se você quiser comer algo, Taylor. — Harry avisou, guardando o seu celular no bolso frontal da calça jeans e pegando as chaves do carro no braço do sofá. — Os dois agentes estão na porta protegendo o apartamento, mas fique sempre com o celular por perto, se qualquer coisa estranha acontecer, você pode me ligar.

— Ok, obrigada. — Ela assentiu. — E Liv, você pode pedir para o David trazer alguns donuts lá do departamento de polícia pra mim?

Eu assenti, nada feliz por ela ter começado a usar "David" ao invés de "pai" novamente. Depois daquela briga, não tínhamos conversado mais sobre esse assunto. Eu já havia assinado os documentos para incluir o nome de David na minha certidão de nascimento e até já entreguei a ele, enquanto Taylor ainda não havia assinado os dela. Era como se estivesse em negação, e para piorar, se recusava a falar sobre isso. Eu até mesmo tentei, mas ela foi rápida em me cortar. Então, decidi deixar que ela lidasse com isso sozinha e no seu próprio tempo.

Eu assenti, concordando. Era estranho ela estar pedindo donuts quando nem sequer comeu uma fatia do nosso delicioso bolo de aniversário dias atrás, mas decidi não questionar nada.

— Ao David? — Harry olhou para mim.

— Eu digo, não se preocupe. Tchau! — Me apressei em falar, antes que Harry estragasse a minha desculpa.

Segurei no braço dele e o puxei na direção da porta. E sem falar mais nada, nós saímos.

— Você disse a ela que íamos encontrar com o seu pai? — Ele perguntou assim que entramos no elevador. Havia um policial conosco.

— É claro que não. Eu disse apenas que íamos almoçar fora, ela deve ter deduzido isso.

Harry deu um meio sorriso, balançando a cabeça disfarçadamente.

— Você está ficando cada vez melhor.

— Em que?

— Mentir. Mas eu ainda consigo perceber.

Senti o meu rosto todo esquentar, e olhei para baixo, finalmente percebendo que eu ainda estava agarrada ao braço dele. Me soltei imediatamente e dei um pequeno passo para o lado, assumindo uma distância segura. Disfarçadamente, olhei para o policial em pé do outro lado de Harry, e suspirei aliviada ao ver que ele parecia estar em seu próprio mundo, nada interessado na nossa conversa. Ainda bem.

O elevador parou no andar do estacionamento, e nós descemos. Eu e ele entramos no seu carro, enquanto o policial seguiu até outro carro e começou a nos seguir assim que saímos do prédio.

— Para onde vamos? — Decidi quebrar o silêncio, já que estávamos a sós.

— Um pequeno restaurante no centro. A comida lá é incrível.

— Você é bastante ligado nesse lance de culinária, não é? Sua comida é muito boa e você parece entender bem do assunto. — Notei.

— Eu fiz alguns cursos. — Ele deu um pequeno sorriso, lisonjeado. —Quando você mora sozinho é meio que inevitável, sabe? Ou você aprende, ou é fast-food e pizza todos os dias. — Explicou. — Mas e quanto a você? Qual o seu "lance"?

— Assistir séries o dia inteiro conta? — Ele balançou a cabeça, desacreditado. — Tá, ok... Eu gosto de ler livros...

— Que tipo de livros? — Se interessou.

Abri a boca para responder, mas a resposta "do tipo erótico" ficou presa em minha garganta. Eu não poderia responder que lia esse tipo de livro, tinha que ser algo mais... apropriado.

— De tudo um pouco. Acho que todos os gêneros tem seu valor.

— Leu algum do Stephen King? Ele é o meu autor preferido.

Olhei para ele em um misto de surpresa e admiração. Ele lia o King, definitivamente tinha um bom gosto literário.

— "Carrie" foi um dos primeiros livros que eu li, e eu adorei. Tentei também ler "It, a coisa", mas ele é tão grande que eu desisti na metade e decidi assistir ao filme. — Confessei, com um sorriso de culpa, e ele deu uma risada.

— Eu custei para terminar esse também. Não é um dos meus livros favoritos.

— Quais são os seus favoritos, então?

— Olha, eu acho que todos tem os seus pontos altos e baixos..., mas se for para escolher, então, eu diria que... "Novembro de 63" e "A Torre Negra".

— Não li esses. Mas assisti ao filme de "A torre negra", e achei bem legal.

— Foi uma boa adaptação. Mas você ainda não respondeu a minha pergunta principal. Qual o seu lance?

Ele voltou naquele assunto, e eu tirei alguns segundos para analisar toda a minha vida e tentar escolher alguma coisa que se destacasse nela. Quando consegui, foi inevitável não sorrir.

— Pode ser animais? — Ele não falou nada, esperando que eu continuasse. — Eles são meio que uma pequena paixão minha. Não sei se você sabe, mas os meus avós maternos, Margot e Samuel Collins, são donos de uma fazenda no Maine. Taylor e eu passamos as férias e os feriados lá as vezes. — Harry assentiu, interessado na história. — Quando eu era menor, vovô tinha um cavalo lindo e forte chamado Hades. Eu tinha um pouco de medo no começo, não gostava nem de chegar perto, mas David me colocou em cima dele quando eu fiz oito anos e foi puxando as rédeas bem devagarinho para que eu me acostumasse a andar. Acho que foi aí que eu me apaixonei completamente por cavalos. E em todas as férias, ou feriado, eu pedia para irmos para a fazenda. Não muito depois, eu fui perdendo o medo de patos, vacas, ovelhas...

— Você tinha medo de ovelhas? — Zombou.

— Eu era uma criança! — Me defendi, sorrindo. — Tinha medo até da minha própria sombra. Sem falar que ovelhas podem ser malignas também, falo por experiência própria!

— Aposto que sim. — Ele deu uma leve risada, e um lindo sorriso se perdurou em seu rosto, trazendo à tona todos os sentimentos que eu mantinha engarrafados em relação a ele.

Olhei para a rua a minha frente, e pensei se deveria ou não dizer o que estava passando pela minha mente, já que eu não queria que esse clima bom entre a gente se dissipasse. No entanto, internalizar tudo também não me ajudaria em nada, então, tomando coragem, eu decidi falar.

— Eu gosto do seu sorriso, Harry... gosto disso, de nós conversando normalmente. Parecer algo natural, sabe?

Minha respiração se tornou falha e eu ansiei por uma resposta, ficando nervosa e com medo do que iria receber. No entanto, quando ele desviou o olhar da estrada para mim ainda com o sorriso em seus lábios, eu me permiti respirar normalmente.

— O seu sorriso é muito mais bonito que o meu, Olivia.

Como se soubesse que eu não sobreviveria a um segundo a mais do seu olhar sobre mim, ele voltou a encarar a rua a nossa frente, e eu fiz o mesmo, tentando controlar a extensão do meu próprio sorriso, pois eu certamente queria explodir de felicidade.

— Obrigada..., mas eu não disse que seu sorriso era bonito, e sim, que eu gosto dele. — Decidi brincar e tirar um pouco o foco de cima de mim.

— Ouch! — Ele colocou uma das mãos sobre o peito, fingindo sentir dor. — Então, o meu sorriso é feio?

— Talvez. — Dei de ombros, sem sequer tentar esconder a mentira. — Tudo o que eu sei é que, ele é bem melhor do que aquela sua expressão sem emoções de antes. Me dava arrepios!

— Eu percebia. — Ele comentou, com um sorriso sacana no rosto. — E você deve estar falando da minha expressão de pôquer, é uma expressão vazia que eu adoto no trabalho para não demonstrar nenhum sentimento, e apenas espelhar o que a pessoa estiver pensando. Isso me ajuda bastante em minhas investigações, pois é sempre bom saber mais do que se diz. Desse jeito, eu consigo ter uma leitura melhor das pessoas.

— Se me perguntassem, eu diria que é bastante irritante. Sem falar que é assustador! Eu cheguei a mandar o meu pai te investigar de tão convencida que estava de que você era um louco!

Harry prendeu uma risada e passou a língua pelos lábios.

— Chegamos. 

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