enemies to lovers
Era uma noite tranquila e fria, e a chuva fina batia suavemente contra a janela do apartamento que Hyunjin e Felix agora dividiam. Eles haviam acabado de voltar de um jantar comemorando o sucesso da turnê de Felix e o novo contrato de Hyunjin como coreógrafo. Havia uma sensação de realização no ar, mas também de calma. Os dois estavam sentados no sofá da sala, envoltos em uma manta que dividiam, com uma caneca de chá quente para cada um.
O silêncio entre eles era confortável, o tipo de silêncio que só existe entre duas pessoas que se conhecem profundamente, sem a necessidade de palavras. Felix estava deitado com a cabeça no colo de Hyunjin, seus dedos traçando padrões suaves no tecido da roupa do outro, enquanto Hyunjin passava lentamente os dedos pelos cabelos de Felix. Era um gesto simples, mas cheio de carinho.
Felix suspirou, fechando os olhos, deixando-se envolver pelo toque de Hyunjin. Ele podia sentir o calor do corpo dele, a segurança de sua presença, e se permitiu relaxar completamente. O mundo lá fora poderia ser um lugar caótico, com expectativas e responsabilidades, mas ali, naquele momento, só existiam os dois.
— Você já parou para pensar em como chegamos até aqui? — Felix sussurrou, sua voz suave quase se perdendo no som da chuva lá fora.
Hyunjin, que também estava imerso no silêncio, olhou para ele e sorriu levemente.
— O tempo todo. — Seus dedos continuaram deslizando pelos cabelos de Felix. — Ainda parece surreal, mas ao mesmo tempo… sinto que sempre estivemos destinados a isso. Mesmo quando estávamos brigando no colégio.
Felix abriu os olhos, seus lábios formando um sorriso preguiçoso.
— Acho que sempre soube. Mesmo naquela época, havia algo sobre você que me deixava inquieto. Eu só não sabia que era… isso.
Hyunjin riu baixinho, abaixando-se um pouco mais para que seus rostos ficassem próximos. Ele podia ver cada detalhe do rosto de Felix à luz suave que vinha da lâmpada ao lado do sofá — os traços delicados, os olhos que sempre pareciam esconder um brilho de mistério e a boca que agora estava tão perto da sua. O coração de Hyunjin bateu mais forte.
— Eu também não sabia — Hyunjin confessou, a voz mais baixa. — Só sabia que, de alguma forma, você estava sempre nos meus pensamentos. E isso me irritava.
Felix riu, sua risada vibrando suavemente no peito de Hyunjin.
— Ainda te irrito?
Hyunjin sorriu, mas dessa vez seu olhar ficou mais sério, mais intenso.
— Não. Agora você me fascina.
Por um momento, tudo parou. O mundo fora do apartamento, as responsabilidades, os medos — nada mais existia. Hyunjin e Felix estavam em seu próprio universo, criado pelo tempo e pela intimidade que construíram ao longo dos anos. Hyunjin se inclinou lentamente, seus lábios encontrando os de Felix em um beijo suave, quase hesitante, mas cheio de emoção. Era como se todas as palavras não ditas, todos os sentimentos que haviam crescido entre eles, fossem condensados naquele toque.
O beijo começou calmo, mas logo se intensificou, uma necessidade mais profunda tomando conta. Não era apenas desejo físico, era a busca por mais proximidade, por uma conexão ainda maior. Felix, sem se mover muito, puxou Hyunjin para mais perto, como se não quisesse que aquele momento terminasse. Os corações de ambos batiam rápido, sincronizados, enquanto as mãos de Felix se entrelaçavam nos cabelos de Hyunjin, aprofundando o beijo.
Quando finalmente se separaram, seus olhos se encontraram, e o silêncio voltou, mas dessa vez, carregado de uma nova compreensão, uma nova profundidade. Não havia necessidade de falar. O que sentiam estava claro em cada gesto, cada olhar. Eles sabiam que estavam exatamente onde deveriam estar: juntos, como sempre.
Hyunjin voltou a se ajeitar no sofá, mantendo Felix perto de si, agora com o braço em volta dele, segurando-o como se nunca mais quisesse soltá-lo. Felix descansou a cabeça no peito de Hyunjin, ouvindo o batimento regular de seu coração. O conforto que sentiam juntos era algo que palavras não podiam descrever — era mais do que amor, era cumplicidade, confiança, e uma profunda compreensão mútua.
— Promete que a gente sempre vai ter isso? — Felix murmurou contra o peito de Hyunjin, a voz suave e um pouco sonolenta.
Hyunjin apertou Felix com mais força, beijando o topo de sua cabeça.
— Prometo. Sempre.
E assim, enquanto a chuva continuava a cair lá fora e o mundo seguia seu curso, eles ficaram ali, abraçados, apreciando o silêncio e a intimidade daquele momento que era só deles, sem pressa para que acabasse. Porque, para Hyunjin e Felix, o futuro não era algo para se preocupar — o presente, compartilhado entre os dois, era o suficiente.
"Porque o amor verdadeiro não é encontrado no brilho dos grandes momentos, mas na quietude dos pequenos gestos, onde o coração se sente em casa."
Fim...
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