enemies to lovers
Hyunjin e Felix frequentavam o mesmo colégio há anos, mas nunca tinham sido realmente próximos. Na verdade, a rivalidade entre eles era conhecida por todos. Hyunjin era o astro dos esportes, capitão do time de basquete, popular entre os colegas e admirado pelos professores. Já Felix, com seu talento para música e arte, era igualmente popular, mas de um jeito diferente. Seu sorriso caloroso e seu jeito carismático atraíam a atenção de muitos, e suas apresentações nas festividades da escola sempre eram um sucesso.
Ambos tinham suas próprias qualidades, mas isso não impedia a constante comparação entre eles. Os professores os elogiavam, os amigos comentavam, e logo, aquela rivalidade saudável se transformou em uma competição silenciosa. Quem era o melhor aluno? Quem tinha mais talento? Quem se destacaria mais? Para Hyunjin e Felix, essa comparação constante só aumentava o abismo entre eles.
Então, um dia, durante a aula de Literatura, a professora anunciou um grande projeto que contaria para a maior parte da nota final. E, para o horror de ambos, eles seriam parceiros. As regras eram claras: seria necessário criar algo inovador, misturando a paixão de ambos — arte e expressão corporal. Hyunjin, sendo prático e organizado, revirou os olhos. Já Felix, sempre o sonhador, suspirou de frustração. Como fariam isso funcionar?
[...]
A primeira reunião para o projeto foi tensa. Eles se encontraram na biblioteca da escola, sentados frente a frente, cada um com uma pilha de livros e cadernos. O silêncio era desconfortável, mas nenhum dos dois queria ser o primeiro a falar. Felix, impaciente, decidiu quebrar o gelo.
— Vamos direto ao ponto, Hyunjin. Eu faço a parte criativa, você faz o resto. Fácil assim, não?
Hyunjin arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.
— Criativo? Você quer dizer que vai ficar desenhando enquanto eu faço todo o trabalho duro?
Felix bufou, irritado.
— Desenhar é o trabalho duro! Mas é claro que você, com essa mentalidade de atleta, não entenderia.
As farpas continuaram por toda a tarde. Ambos se recusavam a ceder, presos na ideia de que um tinha que ser melhor que o outro. No entanto, conforme os dias passavam e as discussões se tornavam inevitáveis, algo inesperado começou a acontecer: eles começaram a prestar mais atenção um no outro.
Felix, apesar de seu jeito competitivo, não pôde deixar de notar a dedicação de Hyunjin. Ele sempre chegava na hora, com ideias organizadas e uma vontade genuína de fazer o projeto dar certo. E Hyunjin, por sua vez, ficou surpreso com a profundidade das ideias artísticas de Felix. Suas ilustrações não eram apenas bonitas, mas cheias de significado, com uma sensibilidade que Hyunjin jamais havia visto antes.
[...]
Com o tempo, as provocações deram lugar a conversas mais sinceras. Em uma tarde especialmente chuvosa, eles decidiram se encontrar na sala de música, onde Felix costumava praticar. Hyunjin, que estava frustrado com uma ideia que não parecia funcionar, entrou e viu Felix sentado ao piano, tocando uma melodia suave.
Por alguns minutos, Hyunjin ficou parado na porta, observando Felix. Era como se ele estivesse vendo um lado totalmente diferente do rival. A concentração no rosto de Felix, a delicadeza de seus dedos ao tocar as teclas… algo ali mexeu com ele.
— Isso é lindo — Hyunjin finalmente disse, quebrando o silêncio.
Felix se virou, surpreso. Um leve sorriso apareceu em seu rosto.
— É só algo que eu estava improvisando. Às vezes, a música ajuda a clarear a mente.
— Você deveria usar isso no projeto — sugeriu Hyunjin, aproximando-se lentamente. — Sua música tem algo especial.
Felix deu de ombros, ainda surpreso com o elogio.
— Talvez… E você? O que está planejando para a coreografia?
Hyunjin sorriu de canto, percebendo que pela primeira vez Felix estava interessado em suas
[...]
À medida que o projeto avançava, Felix e Hyunjin passaram a se encontrar com mais frequência, não apenas para trabalhar, mas também para conversar. Descobriram que tinham mais em comum do que imaginavam. Hyunjin, apesar de sua aparência confiante, carregava inseguranças sobre ser sempre o melhor. E Felix, com seu exterior alegre, tinha receios profundos sobre não ser levado a sério.
Certa noite, depois de mais uma sessão de ensaios, eles ficaram sozinhos no ginásio da escola. O local estava silencioso, iluminado apenas por algumas luzes fracas, criando uma atmosfera íntima. Felix, sem pensar muito, começou a tocar uma melodia suave no violão que havia trazido, enquanto Hyunjin, quase sem perceber, começou a dançar.
Os movimentos de Hyunjin eram leves e fluidos, seguindo o ritmo da música de Felix. Os dois se conectaram de uma maneira que nunca tinham imaginado. Quando a música terminou, houve um silêncio entre eles, mas não era desconfortável — era carregado de algo mais.
Felix olhou para Hyunjin, seu coração batendo mais rápido do que o normal.
— Isso foi… diferente, mas no bom sentido — ele sussurrou.
Hyunjin, ainda ofegante pela dança, se aproximou.
— Diferente… Mas eu gostei.
Por um momento, os olhos de ambos se encontraram, e a tensão que antes era fruto da rivalidade agora se transformava em algo mais profundo, algo que os dois ainda não estavam prontos para admitir, mas que sabiam estar ali.
[...]
Na noite da apresentação final, Felix e Hyunjin estavam nervosos, mas dessa vez, não por causa da performance. Ambos estavam conscientes de que algo havia mudado entre eles, mas nenhum sabia como lidar com isso. A apresentação foi um sucesso absoluto — a combinação perfeita entre a música de Felix e a dança de Hyunjin encantou a todos.
Após a apresentação, enquanto todos comemoravam, Hyunjin puxou Felix para um canto mais afastado, onde podiam finalmente ficar a sós. O coração de ambos batia forte, e Hyunjin, que sempre foi tão confiante nos esportes e nos estudos, parecia estar sem palavras pela primeira vez.
— Felix… — começou Hyunjin, olhando nos olhos do garoto à sua frente. — Eu sei que começamos isso como rivais, mas… eu não consigo mais te ver assim.
Felix sentiu seu rosto esquentar, mas sorriu levemente.
— Eu também não consigo. Acho que, no fim, essa competição toda só serviu pra me fazer perceber que… eu gosto de você. Mais do que só um rival.
Hyunjin sorriu, sentindo-se aliviado.
— Então, estamos de acordo.
Eles se aproximaram lentamente, e naquele momento, todas as comparações, as competições e as farpas deixaram de existir. O que restava era o sentimento que floresceu em meio à rivalidade e que, naquele momento, finalmente foi confessado.
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