Capítulo Três
"Apaixonar (v.t.)
É invadir, confundir, bagunçar, despertar o corpo e o coração. É incendiar a rotina. É sentir o calor de cada dia. É sentir raiva da distância. É pôr em jogo tudo o que se tem e o que não têm. É fazer tudo pensando no quão melhor seria 'tudo' com você aqui.
É quando percebo que talvez tenha passado a vida inteira procurando por todas as coisas que achei em você."
- João Doederlein
Jade Fletcher
Dia 08 de junho de 2014 |
Sentimentos profundos.
Já faz um tempo que venho me perguntando como é amar alguém, e hoje, aos 15 anos, acho que finalmente entendo como é isso. Eu estava apaixonada! Sim, apaixonada. Apaixonada por ninguém mais, ninguém menos do que Mason Tony Mount, meu melhor amigo. E, bom, sendo bem sincera, eu não sabia como nem quando essa paixão começara, mas sabia que era amor.
A questão é: será que esse sentimento é recente ou será que eu sempre o amei? Se a resposta for a última como não percebi isso antes? Sério, como só pude entender esse sentimento agora?
Eu me sentia uma completa idiota. Céus, eu não podia amá-lo. Não o Mason.
Isso acabaria com tudo!
Absolutamente tudo.
O pior de tudo isso era saber que este amor não era correspondido. Para a minha tristeza, Mason gostava de uma garota, e ela não se chamava Jade Bertolini Fletcher. Diferente de mim, ela era dona de uma cabeleira loira e tinha lindos olhos azuis. Annie era, sem dúvidas, a menina mais desejada de todo colégio. Fato este que não surpreende absolutamente ninguém, afinal ela era a menina mais popular da escola. Annie tinha a vida perfeita e, em pouco tempo, provavelmente também teria o garoto perfeito.
Era óbvio que Mason tinha uma queda pela garota, a forma como ele a olhava dizia tudo. Mase nunca me olhou assim. Ele queria ela, e não a mim, e isso doía demais. Doía porque eu era obrigada a olhar para aqueles olhos castanhos todos os dias e dizer a mim mesma que eu nunca o teria. Doía porque eu sabia que ele jamais ficaria comigo, pois, no final das contas, Mason sempre iria me ver como uma irmã. Doía porque éramos sempre eu e ele, mas nunca seria da forma como eu queria de verdade.
Nunca.
Nós não podíamos.
Seria errado e estaríamos colocando em risco a melhor e única amizade que tenho. Não posso perdê-lo. Eu me recuso, então me recuso a amá-lo.
— Alôô, e aí, o que achou dessa camiseta? Muito melhor, né? — a voz de Mason me desperta dos meus próprios pensamentos.
Desvio o olhar da janela para poder olhá-lo, e lá estava ele vestido com uma camiseta branca simples e sem muitos detalhes, e, assim como eu lhe havia dito, estava bem melhor. Mason queria inventar de colocar uma camiseta com uma estampa ridícula do Super-Homem junto com sua jaqueta marrom escura. Um verdadeiro show de horror, eu sei. São nesses momentos que você percebe que homem realmente não pensa.
— Agora sim! Ficou ótimo. — Sorrio simpática, e ele comemora. Afinal, fiz ele trocar de roupa no mínimo umas três vezes.
— Aleluia, pensei que não conseguiríamos sair de casa nunca.
— Bom, eu não tenho culpa se seus neurônios só servem para jogar futebol e não para escolher uma roupa decente. — Ele ri, balançando a cabeça negativamente.
— Sei fazer muita coisa, Jade Bertolini Fletcher.
Um arrepio percorre toda extensão de minha coluna e preciso me concentrar para não sair de seu quarto gritando que nem uma maluca.
— Ah, é? Pensei que o sol tivesse torrado o seu cérebro e que suas tarefas fossem mais restritas. — Provoco ainda mais.
— Felizmente ainda me restam alguns neurônios que me permitem fazer muitas coisas.
As vezes tenho a impressão de que ele possa estar flertando comigo, mas logo mudo de ideia pois isso seria uma loucura.
— Que bom. Então, o que você acha de usá-los para ficarmos aqui na sua casa, bem quietinhos e longe de todos os perigos noturnos?
— Na-na-ni-na-não, senhorita, pode ir mudando esse discurso aí. Você concordou que nós iríamos nesta festa, então agora não tem volta. Você vai, nem que eu precise te arrastar, entendeu? — Mase se aproxima tanto que preciso prender o ar para não ter um treco.
Estávamos nos arrumando na casa de Mason para a festa de Annie. Sim, a mesma garota de quem Mason gosta. Como de costume ela havia restringido sua festa de aniversário apenas para um grupinho de umas quinze pessoas. Somente os mais populares iam, e é claro que isso incluía Mason Mount, o famoso jogador da base do Chelsea, o time inglês. Acontece que Mason concordou em ir à festa, caso Annie permitisse que eu fosse com ele, e agora cá estou eu, me arrumando para ir à casa de uma pessoa que detesto.
Maravilha! Eu sei.
Annie era a pessoa mais insuportável que conheci em toda a minha vida, e, como se não bastasse, ainda tinha o seu irmão... O mesmo rapaz que, anos atrás, fez um inferno na minha vida. Era ele quem fazia bullying comigo quando eu era mais nova, o mesmo que vivia me dizendo como meus olhos eram afastados ou que brincava com o meu sotaque, bom, isso quando não estava ocupado destruindo o meu lanche né. Mason sempre me defendia, mas era só eu estar sozinha que aquele grupo de valentões se aproveitavam para me atazanar.
— Oi? Terra chamando Jade. — Pisquei diversas vezes e foquei nele. — O que está acontecendo com você hoje? Está super aérea.
— Desculpa, eu só estou nervosa. Você sabe que eu odeio aquelas pessoas.
Mason parou por um segundo e respirou fundo. Ele encolheu os ombros e me olhou com certa pena, de maneira que toda aquela animação de antes desapareceu numa fração de segundos.
— Tudo bem. Eu posso explicar para a Annie depois. — Ele fez uma carinha de cachorrinho abandonado enquanto se sentava na poltrona.
Fico sem entender sua reação.
Espera, ele estava desistindo de ir? Não, não isso não era impossivel! Não depois dele tem enchido o meu saco a semana inteira tentando me convencer a ir.
Pois bem, era verdade, visto que o próximo passo do garoto me confirmou exatamente isso. Sem mais nem menos, ele atirou seus tênis em um canto qualquer do quarto e se afundou naquela poltrona. Meu coração se apertou vendo aquela cena, e eu suspirei vencida. Eu não conseguiria fazer isso com ele. Mason não tinha culpa de que eu não conseguia me encaixar em mais nenhum grupo, e eu não poderia privá-lo de ir.
Então, sim, eu iria. Iria por ele. Apenas por ele.
— Coloca essa merda logo. — Os olhos castanhos dele ganharam um brilho imediato, e eu sorri ao ver sua alegria.
Eu amava tanto ver aquele sorriso em seus lábios. E, fala sério, quem não se derrete vendo essa imagem? Vendo esse sorriso.
Que ódio, Mason Mount, por que você tem que ser tão perfeito?
— Muito obrigado, Sol. — Soltei um riso fraco quando ele usou esse apelido.
— Para de me chamar assim, já disse que acho brega.
Dei um soco em seu ombro, e ele fingiu que doeu. Virei as costas para Mase, e ele me puxou por trás, abraçando minha cintura com certa força. Juro que, neste exato momento, vi estrelas.
— Você é a melhor amiga que eu poderia ter, te amo muito, solzinho.
Por mais que eu ame quando ele se declara assim, ouvir tais palavras também me dói, afinal, o seu amor era diferente do meu. Como eu disse: Mason me ama como amiga, como uma irmã.
— Chega dessas melosidades e vamos logo.
Me livrei de suas mãos e olhei para minha figura no espelho, conferindo minha roupa. Fiquei pensativa. Talvez estivesse simples demais. Eu vestia uma calça jeans clara de cintura baixa, uma camiseta branca, um cardigan azul-claro e um sapato estilo boneca prateado.
— Você está linda, não se preocupe. — Ele disse de repente, como se tivesse acabado de ler minha mente.
— Obrigada.
Dito isso, nos despedimos de seus pais para finalmente irmos à casa dos Spencer. Mount foi até sua bicicleta e ofereceu sua mão para mim. Sem pensar, eu a agarrei e sentei no assento da garupa. Agarrei sua cintura, encostando minha cabeça em suas costas. Uma brisa forte nos atinge e, então, consigo sentir seu perfume, Deus, como alguém pode cheirar tão bem?
— Está segurando bem firme?
— Estou sim, Mase. Pode ir!
Alguns minutos se passaram e nós finalmente chegamos. Seguimos o caminho de pedras até chegarmos na porta da frente. A casa era belíssima e tinha a típica aparência das casas americanas. Respirei fundo e bati na porta. Minutos depois somos recebidos por Annie.
— Mason, você veio! — A voz estridente dela me fez revirar os olhos. Em seguida, ela o abraçou, ou melhor, se jogou em cima do meu melhor amigo.
— Claro que vim. — Ele sorriu simpático, e, nessa hora, quase coloquei todo meu almoço para fora.
— Pode entrar, fique à vontade. — A loira lhe deu passagem e, por fim, me encarou. — Qual é o seu nome mesmo, meu anjo?
— É...
Antes que eu pudesse terminar, fomos interrompidas. O irmão da garota apareceu puxando-a para dentro, pedindo ajuda com algo. Apenas entrei e encarei Mason entre risos. Em seguida, olhamos para a porta, pensando no que faríamos, e, então, uns meninos gritaram por Mount. Ele resmungou algo que mal ouvi, e eu ri, fazendo um sinal para ele ir. Fechei a porta atrás de mim e segui até o que acreditava ser a sala.
A música alta, as luzes coloridas e o cheiro de álcool pairavam no ar, criando uma atmosfera de euforia e desinibição, mas a única coisa que eu via era um bando de adolescentes desesperados passando vergonha.
— Jade! Vem aqui, senta comigo.
Mase gritou do outro lado da sala, e eu o agradeci mentalmente por isso. Eu odiava a sensação de me sentir deslocada, mas a presença de Mason ao meu lado, de certa forma, me tranquilizava, mesmo que eu estivesse cercada de pessoas que não sabiam nem o meu primeiro nome.
Reparando bem no menino à minha frente, notei que havia algo diferente nele hoje. Os olhos de Mount brilhavam de uma maneira que nunca vi antes. Eu não sabia explicar direito, mas era como se ele parecesse mais adulto, mais confiante.
— Você bebe, Mason? — Uma menina perguntou, e ele negou.
— Amanhã tenho treino, acho melhor não.
Confesso que tentei ignorar a pontada de ciúme que senti ao vê-lo interagindo com os outros, mas não consegui. A insatisfação estava nítida na minha cara. Absolutamente ninguém daquela roda, além de Mason, trocou sequer uma palavra comigo, enquanto as conversas com o garoto pareciam extremamente íntimas, como se fossem amigos de longa data. Ele tentava ao máximo me incluir nas conversas, mas falhava todas as vezes.
— E você? Tem costume de beber? — Liam, que estava em pé, sussurrou em meu ouvido enquanto mostrava a garrafa de vodka em suas mãos. Neguei com a cabeça.
Eu podia sentir sua respiração quente em minha nuca, e confesso que não achei ruim. Por alguns segundos, fechei os olhos, imaginando Mason no lugar de Liam. Apenas voltei à realidade quando escutei a risada estrondosa de Annie.
Quando olhei para Mason, o vi virando uma latinha de cerveja, e, sem pensar, virei-me para o irmão de Annie e disse:
— Na verdade, quero provar isso aí. — Ele sorriu surpreso, o rosto ainda próximo do meu.
Percebi o olhar de Mason sobre nós e senti minhas bochechas queimarem enquanto encarava Liam nos olhos.
— Se quiser, posso fazer um drink para você. — Assenti e logo me levantei para segui-lo.
Fomos até a cozinha, e, chegando lá, o garoto disse que me ensinaria a fazer caipirinha, uma bebida típica do Brasil.
— Agora você corta o limão assim. — Ele demonstrou. Tentei copiar, mas fui um desastre. Liam se divertiu com a cena e balançou a cabeça. — Jesus, você é péssima nisso. Deixa que eu faço.
— Não! — Exclamei, surpreendendo-o. — Desculpa... é que você disse que ia me ensinar, e eu quero aprender.
Liam soltou um sorriso sincero, e, nesse momento, reparei no quanto ele era bonito. Sem querer, desviei o olhar para sua boca. Ele, então, se inclinou para me beijar.
Merda. Merda. Merda.
O que eu faço?
Beijo? Dou um tapa na cara dele? Mas por que eu bateria nele? Seria tão ruim assim beijá-lo?
Passos no corredor nos fizeram nos afastar rapidamente. Era Mason. Meu melhor amigo entrou na cozinha de repente e nos encarou com o cenho franzido. Eu podia enxergar perfeitamente o enorme sinal de interrogação em cores cintilantes em sua testa.
— Que demora. O que vocês estão aprontando? — Ele relaxou a expressão e veio curioso.
— Liam está me ensinando a fazer caipirinhas. — O loiro riu da minha pronúncia.
— Hmm, entendi. Vou querer um desses também. — Avisou, observando tudo por cima do meu ombro.
Não sei, mas tive a impressão de que ele se aproximou dessa forma de propósito. Eu ia falar mais alguma coisa, mas, mais uma vez na noite, fomos interrompidos por Annie.
— Mount, vem aqui. Quero te mostrar uma coisa. — A xinguei mentalmente quando ela saiu puxando o garoto.
— Não esquece de fazer o meu, solzinho!
Ele esbarrou o ombro no batente da porta ao tentar me olhar uma última vez antes de sumir.
— Solzinho? — Liam perguntou, curioso.
— Brega, né? Já disse pra ele parar de me chamar assim. — Dei de ombros, voltando minha atenção para a caipirinha.
Liam continuou me dando as instruções, e, enfim, terminamos o nosso trabalho. O rapaz pegou uma câmera digital e apontou para mim. Fechei a cara, irritada.
— Ei, para! — Tentei pegar a câmera dele, mas Liam era mais velho, forte e obviamente mais alto do que eu.
— Vamos lá, Jade! Eu só quero filmar você provando caipirinha pela primeira vez. Por favor.
Ele quase se ajoelhou no chão, e eu lhe dei um empurrão leve, rindo, sem acreditar que ia aceitar algo assim.
— Tá bom, mas ninguém pode ver isso.
— Combinado, mandona. — Dessa vez, não poupei a força e bati nele de verdade.
O loiro riu e, por fim, começou a filmar. Porém, fiquei incomodada com a falta de enquadramento.
— Poxa, se vai me filmar, pelo menos me filma direito, pra ver se eu fico menos feia.
— Menos feia? — Ele fez uma cara confusa. — Onde você é feia doida?
— Ué, você mesmo dizia que eu parecia o E.T. daquele filme antigo, só porque meus olhos são separados e agora me pergunta onde sou feia?
— Eu era um idiota nessa época e não acho que eles são tão separados agora. — Ele moveu minha cabeça de um lado para o outro me analisando e eu revirei os olhos. — Você está linda.
Estou?
Mason diria que sempre fui linda.
— Obrigada. Agora filma direito! — Arrumei a câmera e peguei meu copo mais uma vez.
— Está bem, mandona. Você está ótima, pode provar.
Respirei fundo e dei um gole. Não consegui evitar uma careta ao sentir o álcool queimando minha garganta, mas, na segunda vez, fiz uma cara de surpresa. Não era ruim. Muito pelo contrário, era extremamente gostoso.
— Meu Deus, isso é incrível! — Ele ficou feliz. — Onde aprendeu a fazer isso?
— Ano passado passei uns vinte dias no Brasil, na casa de um amigo, e ele acabou me ensinando. É bom, né?
— Muito! Isso daqui é uma obra de arte.
— Eu sei, é a minha especialidade! — Neguei, e ele uniu as sobrancelhas, confuso.
— Agora é a minha especialidade. — Apontei para mim mesma.
Ele riu e concordou comigo. A festa seguiu seu curso, e logo alguém teve a brilhante ideia de jogar o jogo da garrafa, o famoso "Verdade ou Desafio". Como já era de se imaginar, a bebida fluía livremente, e as verdades começavam a se revelar em cada desafio. Quando a garrafa apontou para Mason, um dos garotos da escola o desafiou a beijar sua namorada. Mason hesitou por um instante, mas logo respondeu:
— Jade e eu não somos namorados, apenas amigos. E, pra ser bem sincero, acho que ela nunca me beijaria.
Encarei seus olhos castanhos com uma confusão estampada no rosto. Mal sabia ele que o que eu mais queria era poder beijá-lo. Senti meu coração acelerar com a rispidez de sua fala. As palavras de Mason me feriram mais do que eu poderia imaginar. No fim das contas, acabei concordando com a cabeça, tentando parecer indiferente, mas, por dentro, estava em pedaços.
Era como se alguém tivesse enfiado um punhal no meu peito e depois retirado esse, enquanto me olhasse bem no fundo dos olhos.
— Anda fala outro desafio para o Mount. — eu mal consegui ouvir quem o dissera.
O próximo desafio, diferente do que eu imaginava, conseguiu ser ainda mais doloroso. Aquele mesmo garoto desafiou Mason a beijar outra pessoa da roda, já que nós não éramos namorados. E, sem pensar duas vezes, Mason se inclinou e beijou Annie. Naquele momento, senti o mundo desabar sobre mim. A imagem dos dois se beijando ficou gravada em minha mente como uma ferida aberta, e precisei me segurar para não chorar na frente de todo mundo. Apenas engoli em seco e ergui a cabeça, tentando ser o mais forte possível.
Quando menos esperei, a garrafa apontou em minha direção, e automaticamente fiquei paralisada.
— Verdade ou desafio?
Verdade. Com certeza verdade.
— Desafio.
O quê? Que porra acabei de fazer? Sou burra ou é o álcool?
— Eu te desafio a beijar um dos meninos que está sentado ao seu lado.
— E-eu nunca beijei antes.
— Beija agora, então! — uma menina respondeu, simples.
Soltei um riso nervoso, olhando para Mason completamente perdida. Então, meu olhar cruzou com o de Annie. A loira parecia prestes a surtar, seus olhos arregalados, e eu tinha a impressão de que ela voaria em cima de qualquer um que ousasse encostar um dedo em Mason Mount.
Não me restava outra opção a não ser beijar Liam Spencer. Sem pensar nas consequências, inclinei-me e o beijei. O beijo foi intenso, cheio de raiva e desespero. Era como se eu estivesse me vingando de Mason, de Annie e de mim mesma. Senti Liam sorrindo, e me afastei brutalmente dele.
Céus! O que foi isso?
Mordi os lábios, ainda perdida. Eu tinha perdido completamente o rumo. Era um desastre.
— Para alguém que diz nunca ter beijado, saiba que você beija muito bem, Jade Fletcher. — Corei ao ouvir as palavras saindo da boca dele.
Bom, talvez esse beijo não tenha sido tão desastroso assim.
Senti um misto de alívio e culpa. Alívio por ter dado o troco em Mason, mas culpa por ter me entregado a um beijo tão amargo. Liam não era coisa boa, e eu sabia disso. Pensar que meu primeiro beijo foi com ele me deixava, de certa forma, triste. Olhei para Mase, esperando ver alguma reação, mas ele apenas me encarava com um olhar distante e triste.
Naquele momento, percebi que meus sentimentos por Mount eram mais profundos do que eu imaginava. E a dor que estava sentindo era a prova disso.
O que eu fiz? Onde estava com a cabeça?
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