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0.7 : FANTASMAS DO PASSADO


Eles haviam conseguido. Natsuki havia se destacado e sido aceita na milícia, todos ouviram falar sobre como Aguni a encontrou com a bandeira do time azul, com uma pilha de cadáveres e seu parceiro mortalmente ferido, pedindo perdão por tê-la desafiado.

Eles diziam que ela matou Yuta, que sacrificou o único aliado que tinha por uma chance de vitória ao seu time.

Graças a lealdade inabalável e a força de vontade que Yuta teve ao fazer com que Natsuki sobrevivesse e ficasse em segurança, ela se tornou uma das figuras intimidantes da praia ─── Não importava que boa parte da historia fosse uma mentira cabeluda inventada por Yuta em seus ultimos suspiros.

Ainda assim, ela forçava a manter a postura. Precisava sobreviver, e essa nova "fama" era uma ferramenta. Uma fachada que protegia suas fraquezas e a tornava menos vulnerável aos predadores daquele lugar.

Durante os momentos de silêncio, sozinha no seu quarto ou no terraço do hotel, a máscara caia.

Encostada no parapeito, com o vento noturno bagunçando seus cabelos, ela encarava o horizonte. Era nesses momentos que a dor e a culpa ficavam mais fortes.

Ela odiava muito tudo aquilo.

Derrepente um som ecoa pelo terraço, era a porta sendo aberta e ao se virar, ela encontra Niragi, encarando-a com um olhar doentio.

Ela ainda não havia entendido o que ele quis dizer da primeira vez que interagiam.

─── Olha só. ─── Ele gargalha, se aproximando perigosamente ─── Miyu Natsuki, a última pessoa que eu imaginei encontrar aqui.

Ela engoliu seco assustada, mas não desviou o olhar de forma alguma, encenando uma falsa confiança.

─── De onde que você me conhece?

O sorriso dele some e uma expressão de raiva tomou seu rosto.

Ah, ela se lembrou.

─── Niragi... ─── Ela sussurra chocada como se o nome dele fosse uma maldição ─── Suguru Nigari.

Como que ela pôde se esquecer, Suguru Niragi era o brinquedo favorito de seus amigos no ensino médio.

Os corredores da escola sempre pareciam mais apertados quando Niragi estava por perto, como se o próprio ambiente conspirasse para engoli-lo. Ele era o garoto que todos ignoravam... ou pior, faziam questão de notar pelos motivos errados.

Natsuki e seus amigos estavam no auge da popularidade. A intocável elite da escola. Tudo o que diziam ou faziam era automaticamente validado. E eles sabiam disso.

─── Olha só quem resolveu aparecer hoje! ─── um dos amigos de Natsuki exclamou, segurando Niragi pelo braço e o empurrando contra a parede.

Era hora do intervalo, e o grupo havia decidido "brincar". Niragi tentou desviar, como sempre, mas eles eram muitos e ele, só um.

─── Você não lava essa porcaria de cabelo, não? Tá engordurado o suficiente pra fritar um ovo! ─── zombou um dos garotos, enquanto puxava o cabelo de Niragi com força. Natsuki soltou uma risada nervosa.

─── Deixa eu ver se tem alguma coisa aí! ─── gritou outra, despejando um resto de refrigerante na cabeça dele.

As risadas foram instantâneas e cruéis. Niragi fechou os olhos, os punhos cerrados, mas não reagiu. Ele nunca reagia.

Eles o arrastaram para o banheiro masculino. Ali, longe dos olhos de qualquer professor, o inferno era ainda maior.

─── Sabe o que tá faltando em você? Um pouco de coragem! ─── disse um dos líderes do grupo, segurando um cigarro aceso. Ele aproximou a ponta acesa do braço de Niragi, que começou a se debater, mas foi contido pelos outros.

─── Kaito, não faz isso não. ─── Natsuki pediu, mas o tom dela não tinha autoridade suficiente ─── Qual é Suguru, não deixa fazerem isso.

─── Relaxa, Natsuki, é só uma marquinha pra lembrar que ele precisa se cuidar. ─── respondeu o amigo, rindo enquanto pressionava o cigarro contra a pele de Niragi.

O cheiro de carne queimada preencheu o banheiro, e Niragi gritou, a dor transbordando pelos olhos que ele tentava fechar com força.

Natsuki não riu dessa vez, mas também não agiu em defesa dele ─── Pelo menos era o que achavam vendo ela apenas sair do banheiro e fechar a porta ───

Com peso na consciência, ela ativou o alarme de incêndio da escola, o que deu início a um caos generalizado.

O grupo jogou Niragi no chão como se ele fosse um saco de lixo. Seus cadernos foram rasgados e jogados no vaso sanitário, e ele ficou trancado no banheiro por horas até os professores destrancarem ele quando descobriram que era alarme falso.

Natsuki se lembrou claramente de como ele olhou para ela antes da porta ser fechada. Não havia mais raiva, apenas algo que parecia muito com desespero.

Tudo o que Natsuki tinha feito ─── ou deixado de fazer ─── veio cobrar seu preço um tempo depois.

Ser expulsa da escola junto com Kaito e o resto da trupe foi o primeiro golpe, mas estava longe de ser o último.

Seus pais, tão frios e indiferentes quanto ela, não pensaram duas vezes antes de expulsá-la de casa, ela era um problema a menos para eles. Sem apoio, acabou se juntando a Kaito e outros três amigos, e o grupo começaram a se envolver em coisas ilegais.

Era para ser um golpe simples, mas o alvo era a pessoa errada. Um criminoso importante não deixou barato, Em poucos dias, foram encontrados pelos capangas dele, arrastados até a boate Gomorra.

Lá, tudo desmoronou. Eles apanharam até perderem os sentidos, Um dos amigos morreu devido aos ferimentos.

0s sobreviventes? Condenados a trabalhar como escravos na boate, sendo explorados para pagar a dívida. Foram anos de trabalho pesado, e quando Natsuki achou que estava finalmente livre, acabou vindo parar nesse lugar.

Agora, de volta ao presente, ela se via encurralada no terraço, com Niragi parado à sua frente, ele tinha um sorriso torto e um olhar carregado de ódio, diferente de qualquer coisa que ela já tinha visto.

─── Você se lembrou, não foi? ─── ele perguntou, avançando mais perto ─── Ou será que só escolheu esquecer?

Ela recuou até sentir o parapeito nas costas, o coração acelerado. Tentou manter a postura, fingir confiança, mas a verdade era que estava apavorada.

─── E-eu nunca encostei em você. ─── gaguejou desviando o olhar por um momento, com medo de ser empurrada daquela altura.

─── Você nunca fez nada. ─── ele rebateu, a voz grave e cortante.

─── O que você queria que eu fizesse?

─── Qualquer coisa. ─── Ele soltou um riso abafado, de forma cruel. ─── Mas, se eu era o lixo que vocês diziam, Natsuki, você é o monstro que todo mundo fala que é.

Ela ficou sem palavras. Niragi avançou mais e, antes que ela pudesse reagir, a mão dele estava em volta do pescoço dela,

─── O que nos diferencia? ─── ele rosnou, apertando com mais força, o sorriso nunca deixava o seu rosto.

Ela lutava para se soltar, a respiração falhando.

─── M-me larga, seu desgraçado... ───
Sussurrou, a voz quase sumindo. ─── S-Suguru

Por um momento, ele hesitou e afroxou o aperto, algo no jeito como ela disse seu nome o fez parar e se sentir da mesma forma de quando era intimidado, ele ficou confuso, assustado, irritado. Mas logo ele retomou a postura e voltou a apertar o pescoço dela.

─── Eu esperei tanto tempo por isso... ─── Ele sussurra, lambendo a bochecha direita dela, que se arrepia ao sentir o piercing gelado da língua dele.

Quando ela já estava perdendo a consciência, a porta do terraço é aberta novamente, Niragi afrouxa o aperto de novo e olha para trás.

─── Ah, aí está você Natsuki. ─── Era Chishiya, com as mãos no bolso e um sorriso leve no rosto ─── Eu te procurei em todo lugar.

─── O que você quer hein seu filho da puta? ─── Niragi questiona, furioso.

─── O Chapeleiro pediu para o Aguni procurar ela. ─── Chishiya explica, de forma desinteressada ─── Que pediu pra mim, já que eu não tinha nada melhor pra fazer. Pode soltar ela? Acho que o Chapeleiro ficaria furioso se soubesse que sua querida e promissora Natsuki morreu de forma tão tosca.

Niragi frutrado olha para Chishiya e depois para Natsuki, soltando-a logo em seguida, que desaba no chão tossindo e resmungando palavrões.

─── Eu odeio você pra caralho. ─── Foi a última coisa que Niragi disse para Chishiya, depois de se retirar do terraço.

Chishiya suspirou, quase que aliviado se aproximando de Natsuki.

─── Você é bem azarada. ─── Ele zomba, se encostando no parapeito ─── Felizmente Niragi é um completo idiota. Só citar o nome do Aguni que ele já fica com o rabo entre as pernas.

Chishiya ficou observando Natsuki enquanto ela tentava recuperar o fôlego, sentada no chão, o rosto ainda vermelho pelo aperto de Niragi. Ela olhou para ele com ódio evidente nos olhos.

─── Eu não pedi sua ajuda. ─── ela disparou entre tosses, com a voz rouca.

─── Eu sei. ─── ele respondeu calmamente, com um pequeno sorriso que parecia feito para irritá-la ainda mais.

Ela se levantou com esforço, apoiando-se no parapeito para não cair.

─── Você só veio porque queria alguma coisa, não é? Vai, me diz o que você quer.

Chishiya deu de ombros, os olhos estreitados e curiosos, como se estivesse analisando cada movimento dela.

─── Talvez eu só tenha ficado com pena. ─── ele provocou, inclinando ligeiramente a cabeça.

─── Pena? ─── Ela bufou, rindo sem humor ─── De mim? Você é o maior manipulador daqui, Chishiya. Pena é a última coisa que você sente por alguém.

Ele riu baixinho, mas não negou. Em vez disso, aproximou-se um pouco mais, ficando bem na frente dela, com as mãos ainda nos bolsos.

─── Você não parece muito grata por eu ter te salvado.

─── Você acha que eu vou te agradecer por evitar que Niragi me matasse? ─── Ela cruzou os braços, mas a postura defensiva não escondia que ainda estava tremendo ─── Você pode muito bem ter salvo a pessoa errada. Talvez o maluco do Niragi que estivesse em perigo.

Chishiya inclinou-se ligeiramente, reduzindo a distância entre os dois.

─── Talvez, você parecia mesmo uma grande ameaça pra ele.

Natsuki estreitou os olhos, irritada com o tom despreocupado e irônico dele. Mas antes que pudesse responder, ele estendeu uma mão, segurando o queixo dela.

─── Você está tremendo. ─── ele observou, quase em um tom de preocupação.

─── Eu tô tremendo porque um lunático quase me estrangulou até a morte, e não por sua causa.

─── Claro. ─── ele respondeu, mas havia algo no jeito que ele olhava para ela, uma suavidade que a desarmava.

Ela finalmente deu um empurrão na mão dele, se afastando rapidamente.

─── Você é insuportável.

─── E você é uma sobrevivente. ─── ele rebateu, com um sorriso mais sincero do que o usual. ─── Mesmo quando a sorte não está do seu lado.

Natsuki ficou em silêncio, encarando-o, incerta do que responder. Era quase desconcertante ver esse lado dele, mesmo que ela soubesse que provavelmente era só mais uma jogada.

─── Se você quer algo, já pode dizer logo. Não tenho paciência pra joguinhos hoje.

Chishiya deu um passo para trás, erguendo as mãos como se se rendesse.

─── Tudo bem, tudo bem. Só queria garantir que você ainda está viva. Não seria tão interessante te ver morrer agora, principalmente depois de tudo que você fez, tudo o que sacrificou.

─── Você é um cretino.

─── Eu sei ─── ele respondeu, com aquele sorriso característico ─── Mas, por enquanto, é bom saber que você também não é fácil de quebrar.

Enquanto Chishiya começava a se afastar para deixar o terraço, Natsuki não pôde deixar de lembrar da raiva que sentia por ele ter incitado Yuta a entrar naquele jogo maldito. A memória dele, exausto e sangrando, passando por algo que nem era necessário ser enfrentado, fez seu peito se apertar.

─── Você... você influenciou o Yuta a jogar. ─── Natsuki disse, a voz saindo entre os dentes, cheia de rancor reprimido ─── Eu e ele ainda tínhamos muitos dias de visto. Ele só quis jogar por que você falou pra ele.

Chishiya parou por um momento, um leve desconforto cruzando seu rosto. Era raro ele se sentir culpado, mas o jeito como ela o encarava, com tanta raiva, o fez baixar a cabeça por um segundo.

─── Eu sinto muito, não imaginei que acabaria desse jeito. ─── ele disse, com uma sinceridade que ela não esperava. ─── Me imagino no seu lugar, perder a Kuina, uma aliada preciosa, seria no mínimo doloroso.

Natsuki o encarou, incrédula. Ela não estava esperando esse pedido de desculpas, muito menos de alguém como Chishiya. O choque a fez se calar por um momento, mas logo a raiva voltou, mais forte do que nunca.

─── Não adianta só dizer, Chishiya. Yuta foi só mais uma peça no seu jogo. Eu não consigo acreditar que você realmente se importa.

Ele levantou o olhar, um pouco mais vulnerável do que o habitual.

─── Você tem razão, eu não me importo. ─── ele disse, um suspiro escapando de seus lábios ─── Mas... ainda assim, eu sinto muito por ele. E por você também.

O silêncio ficou pesado entre eles, mas era uma tensão diferente, mais tensa e ao mesmo tempo, estranhamente, mais honesta. Natsuki sentiu a raiva diminuir um pouco, mas não o suficiente para deixar as coisas passarem despercebidas. Ela não sabia se ele estava sendo sincero ou só tentando manipular a situação a seu favor, mas, por um breve momento, ela realmente sentiu que havia algo genuíno ali. Então, sem dizer mais nenhuma palavra, ela se retirou dali.

Chishiya se recostou novamente contra o parapeito, observando-a enquanto ela ia embora, interagir com ela era algo que ele estava começando a considerar um pequeno, mas valioso, avanço.

Chishiya não precisava de pressa. A verdadeira conquista não era forçar uma aliança imediata, era quebrar as barreiras dela, aos poucos. E isso, ao contrário do que ela pensava, estava acontecendo, Ele sabia que, em algum momento, ela veria que suas opções eram limitadas, e ele seria a resposta. Por isso Natsuki deveria se aliar a ele.

Mas por agora, o simples prazer de ver o desconforto em seus olhos e perceber que ela começava a confiar, mesmo que fosse uma confiança cheia de desconfiança, bastava para ele.


Notas da autora: Esse é o fim do act 0, agora vai começar na linha do tempo de Alice In Borderland uhuuuuuu

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