≀ ꒰ EG ꒱ ៹ ﹫chapter two, revenge ⋆◝﹆
001 - Quais suas teorias sobre o relacionamento dos dois?
002 - Não esqueçam de comentar muito.
"Vingança"
Spencer Reid
EU ESPERAVA MUITAS COISAS PARA aquele caso, infelizmente, nenhuma dessas coisas incluía encontrar minha ex namorada e melhor amiga fingindo ser uma líder de torcida burra.
Saber que Martina Valdez estava ali, mudava tudo o que sabíamos sobre o suspeito.
O agente Hotchner fechou a porta da pequena sala e nos encarou, ele parecia ter envelhecido vinte anos nos últimos vinte minutos.
— Vocês conhecem o caso Valdez?
Alguns soltaram sons de reconhecimento, Hotchner suspirou.
— Marissa e John Valdez eram da equipe quando eu entrei, os dois eram gênios, incomparáveis e foram responsáveis por solucionar casos que ninguém mais tinha esperanças. Os dois se casaram e tiveram uma filha, Martina — ele contou, tenso — O casal se afastou do FBI e decidiu viver uma vida comum no Canadá, quando Martina tinha nove anos, uma série de assassinatos começou a acontecer na cidade em que eles viviam.
Não consegui me impedir de estremecer, eu já conhecia a história, Tina havia me contado há muito tempo atrás.
— O casal não conseguiu evitar de começar a investigar o caso, foi quando eles se tornaram o próximo alvo do suspeito. O FBI se envolveu, eles já estavam mortos quando chegamos, mas conseguimos salvar Martina, porém o suspeito havia fugido — murmurou — Martina Valdez foi a única sobrevivente entre dez alvos do cara.
— As marcas de queimadura em suas mãos são culpa dele, ele a torturou.
Todos me encararam, desviei o olhar para a janela, que dava visão para onde Tina estava, sentada no sofá, encolhida e abraçando as próprias pernas.
— Por muito tempo, Martina ficou sob a supervisão do FBI, pois sabíamos que o suspeito não iria resistir a tentação de se livrar dela, seu único fracasso — O agente Hotchner continuou — Ela se provou um gênio, assim como os pais. Com doze anos, terminou a escola e entrou na faculdade, aos vinte e um, já tinha um doutorado na área comportamental, tentamos a recrutar para a equipe várias vezes, mas ela nunca aceitou.
Jennifer franziu a testa.
— Se ela sabia que um dia ele viria atrás dela, porque saiu da supervisão do FBI, criou uma nova identidade, apagou os históricos anteriores e se mudou?
Derek arregalou os olhos, finalmente entendendo.
— Vingança — murmurou — Martina se afastou e criou uma nova identidade porque sabia que ele viria atrás dela. Ela já esperava isso, a garota quer vingar a morte dos pais.
— Mesmo sabendo que estamos aqui, ele vai vir atrás dela e terminar o que começou quando ela era criança — Hotchner disse — É a nossa chance de pegar ele, finalmente.
Passei a mão pelo cabelo, tentando ignorar a preocupação que começava a surgir, eu sabia que havia chances daquilo dar errado e acabarmos perdendo Martina. Olhei novamente para ela, tentando me acostumar com o seu cabelo descolorido, o ruivo natural ficava muito melhor nela.
Eu ainda não sabia o que fazer, fazia mais de dois anos desde a última vez que a vi, quando terminamos.
— Reid, parabéns, você vai ficar responsável por Martina, fique de olho nela e não a deixe fugir ou se meter em problemas — Aaron Hotchner disse.
O encarei.
— Desculpe, o quê?
— Eu disse que você vai ser o "guarda costas" ou "babá" de Martina, chame do que quiser.
Olhei ao redor, esperando que alguém decidisse que era uma péssima ideia.
— Não vai dar certo, melhor colocar outra pessoa — murmurei — ela me odeia.
O agente Hotchner revirou os olhos.
— Martina é um gênio e além disso, é manipuladora, você é um dos únicos que sabe quando ela está mentindo e a conhece o suficiente para saber qual o seu próximo passo.
— Mas...
— Está questionando minhas ordens, Reid?
Bufei baixinho, desistindo de discutir sobre o assunto. Derek pegou o celular para ligar para a Garcia e pedir a papelada do caso dos Valdez, Jennifer começou a analisar todas as pistas sob uma nova perspectiva junto com os outros e eu peguei a chave do carro.
— Vou levar ela para casa, antes que o nosso suspeito fique desconfiado.
O agente Hotchner me lançou um breve olhar.
— Reid, cuida bem dela.
Concordei e saí da sala, olhando para Martina Valdez, encolhida no sofá e com uma expressão perdida em seu rosto.
— Vou te levar para casa.
Isso chamou sua atenção, ela me encarou e fez um biquinho dramático.
— Wont, o grande Dr. Spencer Reid foi designado para ser a minha babá? — ela debochou.
Respirei fundo, eu sabia o porquê dela estar agindo daquele jeito, era minha culpa. Eu havia prometido que nunca iria a abandonar, mas terminei com ela quando decidi entrar na Unidade de Análise Comportamental.
Foi para o bem dela.
— É, então não tente dificultar meu trabalho.
Ela revirou os olhos e levantou da poltrona, me seguindo para fora da delegacia. A personalidade de líder de torcida estava começando a cair, eu conseguia perceber pela forma como sua postura começava a desabar.
Se eu falasse que não tinha mais sentimentos românticos por ela, seria mentira.
— Então... Líder de torcida? Sério mesmo?
Martina revirou os olhos e entrou no carro, parecendo emburrada. Tentei esconder um sorriso e liguei o carro, começando o caminho para o endereço da casa dela que já estava gravado no GPS.
— Ninguém desconfia de uma líder de torcida loira e burra.
Eu entendia sua estratégia, mas não queria dizer que achava realmente inteligente.
— Entendi.
— E você? Valeu a pena terminar comigo para ser agente do FBI?
Fiquei tenso, sua voz amarga não era inesperada.
— O FBI é legal.
Martina bufou.
— Legal.
Respirei fundo, tentando pensar em como melhorar o péssimo clima que estava ali.
— Sei que não gosta de super proteção e vigilância para cima de você, mas estamos fazendo isso para tentar te salvar — expliquei, devagar — Queremos pegar o cara tanto quanto você.
Ela me lançou um breve olhar.
— Vocês já deixaram ele fugir uma vez.
Era verdade, infelizmente.
— Eu vou proteger você.
Martina Valdez focou na paisagem da janela do carro, seu corpo estava tenso e eu tinha quase certeza de que ela estava desconfortável.
— Você não deveria ficar prometendo coisas assim para pessoas que estão envolvidas em casos.
Fiz uma careta.
— Eu já te conhecia antes do caso.
— E mesmo assim quebrou meu coração sem pensar duas vezes — retrucou — Quer mesmo que eu acredite que agora você vai fazer de tudo para me proteger?
Lancei um breve olhar para ela, apenas para perceber que ela já estava me encarando.
— Nosso término foi o melhor para aquele momento.
— O melhor para você.
Decidi não discutir, pois quando Tina começa uma discussão, ela faria qualquer coisa para machucar a outra pessoa.
O resto do caminho até a sua casa foi silencioso.
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