≀ ꒰ EG ꒱ ៹ ﹫chapter four, choices ⋆◝﹆
001 - O Spencer vai enlouquecer com a Tina. O que vocês estão achando até agora?
002 - Não esqueçam de comentar muito.
"Escolhas"
Martina Valdez
COLOQUEI UMA MÚSICA ALTA TOCANDO dentro do quarto e sai pela janela, usando uma escada velha que estava presa a parede dos fundos da casa. Senti o ar gélido da noite e respirei fundo, ajeitando a jaqueta preta e o capuz que cobria meus cabelos descoloridos.
Eu já tinha uma grande desconfiança da verdadeira identidade do meu perseguidor, sabia como ele agia e principalmente, sabia que ele achava prazeroso prolongar as coisas o quanto possível. Até o amanhecer, eu enfiaria uma bala no meio da testa daquele merda, mas antes, eu faria ele sofrer como fez meus pais e eu sofrer, há dezessete anos.
O meu plano já havia sido traçado e não eram alguns agentes idiotas do FBI que iriam me impedir.
Dei a volta na casa e estava quase saindo do jardim quando ouvi uma tosse atrás de mim, lentamente me virei, apenas para ver a expressão nem um pouco surpresa de Aaron Hotchner olhando diretamente para mim. Olhei ao redor, apenas ele estava ali, sozinho.
— Oi.
Aaron Hotchner suspirou e enfiou as mãos no bolso.
— Eu imaginei que você iria provocar uma briga de propósito com Spencer, usando o lado emocional dele e depois iria seguir seus planos — comentou, como se estivesse falando da previsão do tempo — Sua mãe teria feito a mesma coisa, foi assim que previ isso.
Bufei baixinho, lembrando a forma como ele era próximo dos meus pais.
— Então você só deixou eu fazer isso e achar que estava dando certo o que planejei?
Ele me encarou, me analisando.
— Não — murmurou — na verdade, fazia parte do meu plano. Reid nunca concordaria em arriscar a sua vida, mas eu sei que você não vai parar, não importa o quanto a gente tente te proteger. Já sabemos quem é o nosso alvo e você também, então eu vou deixar você seguir o seu caminho se concordar em colocar uma escuta para podermos pegar o cara da maneira certa.
Agora que ele já sabia sobre os meus planos, não havia como não concordar com ele, então apenas suspirei.
— Ok... Mas quando pegarem ele, é melhor você acertar um tiro nele.
Aaron quase sorriu.
— Dois, por Marissa e John.
Concordei e segui ele até o carro, que só agora notei que estava estacionado em frente a casa do vizinho. Derek Morgan estava dentro do carro e me encarou, ele me encarou com atenção.
— Oi.
— E aí? — ele perguntou, então sorriu — planejando fugir?
Revirei os olhos e Aaron me encarou.
— Aliás... Não esqueça de me entregar a arma.
O encarei, totalmente incrédula.
— Desculpe?
— A maioria dos cidadãos americanos têm armas, agora por favor, me entrega essa que você escondeu dentro da jaqueta.
Fiz uma careta e entreguei para ele, que rapidamente a guardou.
Derek me encarou, havia uma expressão estranha em seu rosto que não consegui identificar exatamente o que era.
— Garota — murmurou — toma cuidado, ok? O Reid já passou por coisas demais e eu não faço ideia da relação de vocês, mas sei que ele ficaria mal se te perdesse.
Desviei o olhar, me sentindo desconfortável.
— Eu não sou suicida.
— Ótima forma de mostrar isso, indo atrás de um psicopata...
O ignorei, focando em Aaron Hotchner que estava arrumando o ponto no meu ouvido, para que eles pudessem se comunicar comigo. Dei uma breve olhada para a entrada da casa, com medo de que Spencer percebesse que algo estava errado e decidisse ir atrás de mim.
O que havia acontecido com ele desde que entrou na equipe de análise comportamental?
— Sabe, eu perdi as contas de quantas vezes vocês me convidaram para entrar na equipe — murmurei — Quem quer gastar toda a sua vida correndo atrás de psicopatas?
O agente Hotchner suspirou.
— Eu não penso nos psicopatas que vamos atrás e sim nas vítimas que a gente consegue salvar — explicou — às crianças que devolvemos para os pais, os pais que conseguimos evitar de serem mortos... Como os seus.
A porta da casa abriu e Spencer Reid saiu com uma expressão furiosa, desviei o olhar, me preparando para o que estava por vir.
— O que está acontecendo aqui?
— Vamos usar Martina para conseguir pegar o nosso suspeito.
Spencer me encarou.
— Você concordou em ser uma isca? — perguntou, incrédulo — E se as coisas saírem errado e...
— E eu morrer?
Ele ficou em silêncio e por um momento, foi como se eu tivesse sido transportada para a noite do nosso término. Os dois parados no meio da rua próxima ao campus, era noite e estávamos saindo do cinema e um temporal enorme estava caindo.
Eu percebi que ele estava agindo estranho e perguntei o que estava acontecendo até ele não aguentar e terminar comigo.
Nunca havia visto uma expressão tão desesperada no rosto de Spencer, ao menos, até agora.
— Temos profissionais capacitados para pegar o suspeito — ele retrucou — agora volta para dentro de casa, Martina.
Respirei fundo e o encarei.
— Nós dois sabemos que eu não vou voltar para dentro de casa e ficar esperando que vocês me protejam e peguem o cara.
— Tina...
Ele se aproximou de mim e agarrou o meu rosto, parecendo desesperado.
— Por favor — sussurrou — Eu não quero perder você.
Coloquei as mãos em cima das suas e tirei delicadamente do meu rosto, ele suspirou.
— Eu não vou morrer.
— E se ele perder a paciência e te matar?
Revirei os olhos e me aproximei dele, ficando na ponta dos pés e fazendo o que eu queria fazer desde aquela noite.
Eu o beijei.
Spencer congelou por um momento e então retribuiu, colocando as mãos no meu pescoço. Ele retribuiu o beijo como se estivesse desesperado, necessitado e com fome, demorei para conseguir reunir coragem para me afastar dele.
— Você não confia em mim?
Ele franziu a testa.
— Não é questão de confiar ou não em você. Esse cara está acostumado a matar e conseguir se safar por não deixar provas, ele está com a mira em você e é estupidez a gente simplesmente jogar você em cima dele.
O agente Hotchner respirou fundo.
— Reid, a garota não é uma civil qualquer — retrucou — Martina Valdez é extremamente capacitada, apesar da falta de treinamento... E ela vai fazer isso de qualquer jeito, sozinha ou não, então é melhor que a gente esteja apoiando ela e dando o suporte necessário.
Spencer Reid me encarou.
— Por favor, fique viva.
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