29. Transição
POV ANA
- Alice eu preciso falar com você....
- Posso fazer minhas malas?- Ela me interrompeu tirando os olhos do celular em suas mãos.
- O que?
- Qual é? Posso. Fazer. Minhas. Malas?- ela disse devagar, como se eu fosse uma retardada.
Rolei meus olhos e sentei ao seu lado no chão, com um pouco de dificuldade, minha barriga de seis meses me atrapalhando um pouco.
- Queria que você não fosse tão perceptiva assim.- eu disse.
- Mas isso facilita sua vida!- Alice exclamou. – Pensa em quantas conversas sérias e chatas nos teríamos se eu não fosse tão inteligente assim.
Sorri para minha companheira. Em toda minha vida, eu jamais imaginei ser órfã e muito menos ser a responsável por duas meninas. Alice era o meu ponto de calma, eu a amei desde o ventre de minha mãe e hoje eu sei que Deus queria que ela fosse minha por isso nos fez tão unidas.
- Desculpa colocar você no meio dessa loucura...
- Essa pelo menos é uma loucura boa.- eu a olhei.- Vai me dizer que você não está fervendo por dentro?
-Fervendo por dentro?- repeti sem entender.
- É! Para pra pensar, você está grávida do Robert Pattinson. Do ROBERT PATTINSON!
Eu tive que rir, finalmente entendendo seu ponto de vista.
- Acho que você tem razão. Pelo menos um pouco....
- Graças a Deus nossa vida vai começar a melhorar. Tudo culpa minha.
- Culpa sua?
Alice deu de ombros. Debochada.
- Eu quem te inscrevi naquela promoção! Tudo culpa minha.
- E Eu tenho que te agradecer por isso.
Nos duas olhamos para a porta do quarto. Robert estava parado ali, com um envelope nas mãos, lindo de morrer dentro de um jeans escuro e camiseta de flanela.
- Se não fosse você eu não teria conhecido o amor da minha vida. Obrigado Alice.
Pela primeira vez eu vi minha irmã sem graça.
- De nada. – Ela disse simplesmente.
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Explicar para Maria que iríamos viajar para um lugar que falava diferente não foi difícil. Agradeci a Deus por tê-la colocado em aulas de inglês desde os dois anos, assim como Alice. No começo seria difícil, mas Robert disse que estava nos cercando de pessoas que falavam português muito bem. Não fiquei muito nesse detalhe, não queria ter que falar pra ele que não queria ter muitos empregados ou empregado nenhum. Ele era famoso, eu não.
Minha cunhada, meu irmão e sobrinha ficariam em Laguna com o convite aberto de Robert para nós visitar sempre. Deixando claro que o jatinho Pattinson sempre estaria disponível para eles.
Nicole, eficiente como sempre, tinha cuidado de tudo. Escola das meninas, passaportes...
- Vamos para mansão?- perguntei no nosso último dia no Brasil. Robert estava sentado no sofá com uma Maria completamente confortável em seu colo.
- Não. Vamos para nossa casa.- ele disse sem me olhar.
- Que casa?- pressionei sentindo meu estômago pesar como sempre.
- A casa que eu comprei dois quarteirões depois da casa de meus pais. Nossa casa.
Não falei mais nada. Simplesmente por que não consegui. Era impossível não pensar em tudo que podia dar errado naquilo tudo. Principalmente nos dois. E eu nem estava falando do fato dele ser famoso ou de não me amar suficiente e vice versa, estava falando da possibilidade que existe em todo relacionamento de não dar certo.
Estávamos juntos a dois meses. E já estávamos indo morar juntos. Se não desse certo o que eu faria? Estando do outro lado do mundo?
As vezes isso me atormentava. Mas o que eu poderia fazer? Não iria desistir antes de tentar. E como tinha dito Alice: era o ROBERT PATTINSON, o cara que eu vivia stalkeando e procurando ter notícias como se fosse alguém muito próximo a mim. Ele era a única parte da minha adolescência que eu não abria mão. Eu torcia por ele, eu o admirava, eu vibrava com cada conquista sua. Sentia ciúmes dele mesmo antes de conhecê-lo. Eu o amava. De minha parte eu sabia que não seria difícil pertencer a ele. E pelo o que eu conhecia dele, de sua personalidade reservada eu sabia o quanto ele se entregava e não mentia em seus relacionamentos.
Seja o que Deus quiser. E por favor, que Deus queira me ver feliz.
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