Capítulo 22
A noite seguia com uma fina e gelada garoa. Olívia tentava se equilibrar com as suas botas de salto, quando ao passar perto do bar em que frequentava na época que ainda não era uma dessas mulheres exclusivas, avistou uma cena que a faria ficar preocupada.
Ignorou o fato de o chão estar escorregadio e correu de encontro a um velho conhecido, que ficara estendido ao chão depois de alguns socos que lhe fora deferido no rosto marcado pela sarda cor de ferrugem.
— Orange, pelo amor de Deus! Olha a sua idade! Se metendo em briga. O que eu faço com você?
— Me deixa em paz! — Orange gritou com toda força que ainda lhe sobrava.
— É o que eu deveria fazer mesmo, mas não é em paz e sim na merda em que está.
Olhou para ele com pesar. Orange tentava se firmar em pé e seguir por uma linha reta. Tentou dar dois passos e novamente a tontura quase fez com que voltasse ao chão, foi impedido pelo corpo da garota que o amparou.
— Vamos cuidar desses machucados.
— Não precisa fazer isso, vai lá ficar com aquele velho...
— Velho? — Olívia começou a rir.
— Qual a graça?
— Ele não é velho. Tem apenas alguns anos a mais que você. E já não fico mais com ele.
— Como assim? — Orange lhe encarou com desconfiança e interesse.
— Acabou. Acabou tudo, Orange. Tudo.
Orange se posicionou na frente dela, agora totalmente recuperado da vertigem, e a segurava com as suas duas mãos pelos ombros, impedindo com isso que ela avançasse mais um passo ou desviasse o olhar.
— O que acabou? Explica isso direito!
— Não existe mais a Srta. Carmim.
— Você parou? É definitivo isso?
Olívia afirmava com a cabeça para o homem ainda incrédulo a sua frente. Um sorriso começou a crescer nos lábios dela, e em seguida, no dele também.
— Venha, vamos cuidar desse machucado. Onde você estava com a cabeça de se meter em uma briga com tamanha desvantagem? Ele tem o dobro do seu tamanho e metade de sua idade! Você também está ficando velho, quarentão!
— Olha quem fala!
— Ei! Ainda tenho longos quatro anos pela frente, não vem antecipar as coisas, não!
Seguiram caminhando de mãos dadas pelo resto da quadra, até chegarem ao prédio em que ficava o apartamento de Olívia. No momento de subir as escadas, Orange sentiu a zonzeira voltar e novamente a garota estava ali para lhe amparar.
Dentro do apartamento, foram direto para cozinha onde Olívia retirou uma caixa do armário. Era uma caixa onde guardava o material de primeiros socorros. Limpou primeiro o ferimento que ardia no rosto manchado pelas sardas do seu rapaz ruivo. Havia um corte superficial no supercílio direito. Removeu todo aquele sangue seco, passou um antisséptico e recebeu em troca uma careta, e ele uma repreensão. Tampou com esparadrapos, seguiu em direção a geladeira e de lá retirou algumas pedras de gelo, envolvendo-as em um guardanapo de pano que estava jogado sobre o balcão.
Voltou para próximo dele, ficando entre as suas pernas enquanto Orange seguia apoiado no balcão da pia. Dessa forma, quase que encaixados um no outro, ela colocou o gelo protegido pelo pano sobre o seu ferimento.
As mãos dele seguiam apoiadas no balcão da pia, lado a lado do seu corpo, e então, sairiam dali buscando apoio em outro lugar, mais precisamente na lombar de Olívia. Nesse gesto, ele afastou mais suas pernas e a garota ficou mais próxima ainda do seu contato.
Um corpo já roçava no outro. Sentiam a pulsação de seus corações ficando mais aceleradas. Os lábios começavam a serem umidificados com mais frequência e os olhos pararam de se evitarem e seguiam intensos um para o outro. Orange suspirou e a enjaulou entre os seus braços. Olívia colocou de lado o gelo que usava para evitar que aquele machucado ficasse roxo ou mesmo inchado, e partiu em busca do gosto que aquela boca carnuda guardava. Olívia amava beijar seus lábios, ou mesmo sentir o seu gosto, mesmo não sendo fumante, gostava daquele sabor do homem que nos seus piores dias acabava facilmente com dois maços de cigarros.
Uma das mãos dele, também machucadas pelos socos que deu em troca no seu agressor, envolveram aqueles cabelos loiros e sedosos emaranhando os seus dedos entre as suas mechas, prendendo ela de forma carinhosa. Olívia, por sua vez, segurava aquele rosto quadrado com a barba ruiva por fazer com as suas duas mãos. Também não desejava que ele se afastasse nem para recuperar o ar. Engoliam-se naquele instante. Fazia muito tempo que não se permitiam ficar como estavam, e dessa forma, não desejavam nem por um segundo parar.
— Mais de um ano sem sentir o gosto dos seus lábios e o calor do seu corpo.
Orange murmurou essas palavras nos ouvidos de Olívia, que fraquejando, apenas se permitiu responder como se implorasse que ele não desistisse de ir até o fim.
— Cala a boca e me beija!
Orange em resposta segurou com força aquele rosto que idolatrava, comprimindo os seus lábios com urgência, a jogando em cima do balcão que delimitava o espaço entre a sala e cozinha que os acolhiam. As unhas dela vinham lhe arranhando as costas através da camiseta com a estampa do Pink Floyd até que já não queria que ele usasse nada. E dessa forma, começou a puxá-la sobre a sua cabeça.
As bocas urgentes se desprenderam por um instante, apenas para aquele corpo largo se ver livre do tecido barato e preto que lhe mantinha aquecido. Agora livre, as mãos suaves dela passearam pelo seu dorso liso e manchando por suas sardas. Olívia lambeu sua boca de forma provocante e desceu pelo seu pescoço, contornando a linha do osso da clavícula seguindo em direção ao centro do seu peito, para dali alguns instantes, alcançar os seus mamilos e com eles brincar.
Beliscou, mordiscou, lambeu e sugou repetidamente até ter a sua blusa laranja com uma estampa psicodélica removida, deixando a mostra seus belos pares de seios, que de tão empinados – mesmo com a sua idade –, não precisavam de um sutiã para acomodá-los. As vantagens de não ter tido filhos ficavam evidente naquele corpo bem distribuído e gracioso.
Orange repetiu com ela o mesmo que lhe foi ofertado, porém, com maior intensidade e desejo. Olívia arfava e lhe bagunçava os cabelos que hoje em dia tinha um corte curto, muito diferente da época em que se conheceram.
Olívia jogou o seu corpo para trás quando a língua do seu parceiro desceu em direção ao seu ventre imaculado, seguindo em direção ao cós de sua calça jeans escura e apertada. Era tão justa ao seu corpo, que o toque que ele fazia sobre a sua b0ceta nesse momento era sentindo como se estivesse apenas sobre o tecido fino de sua calcinha. A qual ficava cada vez mais e mais encharcada pelo seu desejo.
Bendito homem canhoto. Olívia pensou.
Desejando sentir o gosto de sua mulher, removeu o seu último empecilho. E agora, se deliciava entre aquelas pernas torneadas pelas corridas matinais feitas diariamente no parque próximo ao seu lar. Orange grunhia toda vez que aquele líquido com a mais pura essência dela descia pela sua garganta. Sua língua e dedos trabalhavam sem cansar, enquanto a mulher arfava já perdendo o controle sobre os músculos do seu corpo.
Seus pés estavam apoiados sobre os ombros dele, e mesmo assim, não impediam que suas coxas contraíssem involuntariamente.
— G0za! G0za aqui na minha boca!
— Está acontecendo! Você vai conseguir fazer aquilo de novo!
Olívia sentia aquele prazer inexplicável tomando conta do seu corpo, logo não conseguiria, e nem queria, controlar o que estava sentindo. Está decidida a se doar por inteiro. Orange, em resposta, movia os seus dedos o mais rápido que podia. Não pararia até a sua garota jorrar o seu g0zo.
— Vou? É assim, não é? Dessa maneira que você gosta? Isso, isso!
— Já falei o quanto amo essa sua mão?
— Não! Fala o quanto você deseja ela? Diz que só ela faz isso com você?
— Orange! Para! Não vou...
Esguichos saiam de Olívia e respingavam no rosto de Orange que mantinha a pressão dos seus dedos sobre o clitóri.s e dentro de sua b0ceta.
Ajudou aquilo aprofundar, colocando os seus lábios naquele espaço encharcado pelo g0zo e Olívia não conseguia enxergar direito. Suas vistas perderam o foco e seu corpo desabou. Orange subiu lambendo aquele corpo alvo até ter os lábios dela de volta ao contato dos seus, ao mesmo tempo em que se livrava agora das suas jeans um tom mais claro que a dela que estava jogada em qualquer canto daquele apartamento. As deles chegariam até os tornozelos, pois a sua urgência de sentir aquele corpo por dentro o impediu de seguir com paciência.
Ambos gemeram quando ele ficou completamente imerso nela. Ele seguiu nessa urgência de se saciar. E ela correspondeu, mexendo o seu corpo conforme os apelos daquele homem que lhe havia proporcionado aquele orgasm0 escandaloso.
E o dele veio com um urro forte perto dos ouvidos dela. Ficaram ainda um tempo encaixados até os batimentos cardíacos voltarem ao seu ritmo normal. Orange se livrou das calças e seguiu Olívia para debaixo do chuveiro. A brincadeira recomeçou muitas vezes durante aquela noite de reconhecimento. O dia estava quase amanhecendo quando pararam. Orange teve de se despedir. Seu turno como empilhador começaria em poucas horas, e Olívia se entregou aos reinos dos sonos completamente exausta.
Por essas horas, esqueceu-se completamente do outro. Daquele que detinha o direito sobre o seu sex0 e ia além. Daquele que detinha os seus sentimentos e que havia lhe magoado profundamente. Ele voltaria para os seus pensamentos após aquele descanso merecido depois de uma noite agitada, ali quando estava limpando o balcão de sua cozinha que continha o goz0 do desejo que aqueles corpos expeliram depois de saciarem as suas sedes.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro