Capítulo 14
Últimos retoques em sua maquiagem. Um pouco mais de rímel e brilho nos lábios. Olhou-se no espelho, já um pouco descascado do seu minúsculo banheiro, e sorriu satisfeita. Estava pronta para cair na noite nesse seu dia de folga.
Carmim tinha uma regra desde que começara nessa vida de dar prazer aos homens poderosos que pagavam muito bem pelos seus serviços prestados. Um dia na semana era somente dela, e ali fazia o que bem entendia. E nesse em particular, decidiu que iria se acabar de dançar na pista de dança de uma casa noturna há algumas quadras de seu apartamento.
Essa noite era de Olívia ou qualquer outro nome que ela fosse inventar, tudo dependia da evolução dos acontecimentos.
Deu a última conferida diante do espelho, totalmente satisfeita com o reflexo que mostrava uma silhueta atraente. Olívia tirou do fundo do seu guarda-roupa a sua calça que imitava couro. Ficou lá por motivos de ter relaxado e seu peso aumentado, mas agora, com a intensificação de suas corridas diárias, ela caberia perfeitamente. E estava esculpindo o seu corpo.
A parte de cima foi coberta por um body que tinha um decote profundo na parte da frente, deixando boa parte do desenho dos seus seios amostra. Nos pés, o seu sapato de plataforma. Olívia queria ficar nas alturas hoje.
Casa noturna lotada. A fila para entrar quase virava a esquina, mas Carmim tinha os seus privilégios, e dessa forma, o segurança – velho conhecido de outras bandas –, liberou a sua passagem, ganhando em retribuição aquela piscadinha sacana.
Às vezes é necessário fazer algumas trocas para obter favores. Quem disse que essa vida era fácil, se enganava profundamente.
A música eletrônica já comandava o ritmo das passadas de Olívia, e seus braços já entravam em sincronia. Primeiro, iria ao ato da hidratação. Chegando ao bar, cumprimentou o barman, outro velho conhecido de Carmim. Apreciava mais as trocas feitas com ele do que com o segurança.
Houve um tempo que terminavam juntos em quase toda "noite de folga" de Olívia. Tanto, que houve um confronto entre Orange e o barman tatuado, ambos saíram com os olhos roxos e algumas costelas trincadas.
O tatuado colocou um ponto final naquele lance. Apanhar por causa de uma puta não estava em seus planos. Olívia deu de ombros e seguiu para o próximo.
Com o drink na mão, foi para a sua ronda pelo lugar que tinha uma decoração futurista, luzes piscando incansavelmente, corres berrantes, alguns pufes jogados em pontos estratégicos e mesas com design arredondado lembrando naves espaciais na área VIP. Foi para lá que se dirigiu. Algumas colegas da mesma agência em que trabalhava estavam se divertindo ali. Desde que aceitou ser exclusiva do Sr. White e abandonou a agência, não tinha visto mais as meninas e agora aproveitava para matar a saudades e colocar o papo em dia.
O som vinha alto e Olívia se divertia na pista, adorava esse tipo de música e ambiente. Nessas horas, esquecia que tinha 36 anos e voltava a ter 20.
Um pouco mais de bebida e alguns alucinógenos dispensados. Já não precisava mais disso para se divertir, houve um tempo, bem lá no começo, que eram necessários, ou até indispensáveis.
Em meio a tudo isso, um olhar a seguia. E atenta a movimentação, passou a provocá-los ainda mais.
Seu corpo ondulava conforme a música e uma mão grande e forte a envolveu pela cintura. Em instantes, um corpo imenso se moldava ao seu embaixo daquelas luzes oscilantes. O rapaz era muito alto. Olívia cabia quase que inteira dentro daquele corpo torneado por horas dispendidas em treinos e academias. O jovem rapaz negro era um atleta bolsista da Universidade de Chicago, e estava ali com alguns amigos comemorando a vitória de seu time.
Olívia adorava homens mais velhos, de fato, esse era o seu fraco. Se um dia fosse terminar os seus dias com alguém, seria com um homem assim. Não se sentia protegida com os mais jovens, porém, adorava transar com eles. Mais viris e insaciáveis. Para esses dias de folga era o que buscava. Aquele sexo casual, divertido e ininterrupto. E sentia que seria assim com aquele rapaz que a engolia com a sua boca carnuda num canto escuro daquela casa noturna.
Os amassos avançaram para algo mais, mesmo ali dentro, com milhares de olhos ávidos por algum flagra. As mãos nem um pouco tímidas de ambos já haviam passado por lugares nada ortodoxos. E sentindo a necessidade de terminar com aquilo, ela sugeriu que fossem até o alojamento dele.
Olívia não levava nenhum homem para o seu lar com o intuito de fazerem sex0. Aquele lugar era apenas de Orange, e por um final de semana foi invadido pelo Sr. White. E era assim que ela pretendia deixar.
Abandonaram a música alta e saíram para os ruídos isolados da rua, ainda em euforia e completamente excitados. Por vários momentos, fizeram o que tanto desejavam ali mesmo ao relento, naquela ânsia de saciar os seus desejos.
O rapaz dividia uma casa simples com mais outros quatro colegas, que nesse momento ainda estavam na mesma casa noturna que os amantes urgentes abandonaram, e assim, seguiram para o quarto totalmente em desordem do jovem jogador de basquete.
Olívia, mesmo em cima dos seus sapatos de plataforma, tinha que se equilibrar nas pontas dos pés para tentar alcançar aqueles lábios generosos que sabiam muito bem como proceder.
A voz dele era grave e deliciosamente excitante para ela. E o seu corpo era quente e a aquecia de fora para dentro. As mãos daquele gigante de quase dois metros de altura, novamente a tocava por cima do tecido de imitação de couro que em breve já não estaria mais cobrindo o seu corpo alvo salpicado por algumas manchinhas que lhe acompanhavam desde que era uma criança.
O decote do body já não protegia mais os seus sei0s que estavam apenas esperando serem cobertos por uma boca ávida e voraz. A ausência de cabelos possibilitava a Olívia de passear com a sua mão sobre a pele brilhante de sua cabeça, a pressionando ainda mais sobre o seu peito.
Não desejava que ele parasse com o que fazia tão cedo. A língua dele brindava com suavidade, e em outros momentos, com agressividade. A mulher mais velha arfava de prazer nas duas situações. Hoje ela não estava ali apenas para dar prazer, estava acima de tudo para receber, e o rapaz correspondia o esperado.
Cansado daquela brincadeira assim que percebeu que a coloração dos mamil0s, antes rosa claro, se tornavam avermelhados, desceu em direção a calça apertadíssima que lhe chamou tanto a atenção quando avistou a bunda redonda se movimentando na pista.
Foi por conta dela que não resistiu à mulher loira. Não era o seu tipo, gosta das que são como ele, mas algo naquela mulher o atraia como ímã e seu pêni.s ditou todas as regras naquele momento. Estava literalmente pensando com a cabeça de baixo e ele queria saciar a sua vontade de se ver enterrado ali, entre aquelas nádega.s generosas.
Arrancou aquelas calças apertadas com apenas um puxão. Olívia, com esse movimento, se viu caindo sobre a cama de solteiro já com os lençóis em desalinho, mesmo antes de eles usufruírem do seu conforto.
Gargalhou alto e se acomodou de forma correta enquanto o rapaz se livrava de suas vestes. Estava usando uma jaqueta de couro preta muito bonita e uma camiseta também preta sem qualquer estampa. Ao remover, Olívia teria a visão dos braços e abdômen definidos em gomos. Sua reação foi morder dos lábios, normalmente não ficava tão impressionada, porém, pensando melhor, seus clientes não tinham um corpo como aquele e muito menos aquela idade, ou mesmo a sua cor.
Essa seria a primeira vez que Olívia transaria com um homem negro e aquilo a estava deixando cada vez mais excitada. Seria o novo, o diferente.
— Você é lindo!
— Obrigado. — esboçou um sorriso tímido hesitando em continuar com o seu strip-tease.
— Continua... Não para, estou louca para ver o que essas calças escondem... — Olívia se arrastou até a beirada da cama, ficando na altura de sua cintura com os olhos vidrados em sua virilha — Se bem que estou com um pouco de medo do que vou encontrar
— Não precisa ter medo.
— Então, deixe-me ver!
— Sou todo seu... Para o seu prazer.
Nesse momento, um arrepiou a invadiu.
O rapaz disse, palavra por palavra, a frase que ela usava em todos os seus programas. Subiu o olhar para ele que a encarava com desejo, o feitiço virou contra o feiticeiro apenas com aquela frase e Olívia era a contratante do prazer requerido, e se era assim, iria usufruir dele até a última gota.
O puxou pelo cós das calças jeans escura. Com todo o cuidado, abriu-lhe o botão, seguido pelo zíper. A excitação era visível mesmo debaixo daqueles panos grossos. Passou suas mãos por cima apenas para se certificar de que era aquilo tudo mesmo que havia sentindo encostada na parede sob as luzes oscilantes e com aquele som ensurdecedor de horas antes. Diferente dele, foi abaixando vagarosamente. O menino já demonstrava impaciência e antes que ele mesmo terminasse com aquela tortura, sentiu a boca dela brincando com seu membro ainda por cima da fina camada de tecido de sua cueca.
Olivia soltou um riso de nervoso ao libertar totalmente o que tanto buscava. Era grande. Maior até do que imaginou. Com ele envolto pela sua mão, calculava que não caberia completamente dentro dela, e um sex0 ana.l com ele estava totalmente fora de cogitação. Seriam dias para se recuperar, melhor não arriscar.
O Sr. White estaria na cidade dali dois dias, e se ele quisesse brincar dessa forma? Não era algo que tinha fixação, mas às vezes rolava. Então, melhor precaver e deixar aquilo bem longe dessa entrada.
Quando o Sr. White lhe fez a proposta ele não esclareceu muito bem os termos. Até porque, ignorou que ela pudesse fazer sexo sem cobrar, assim, apenas por diversão. Ignorou que a garota por trás do personagem também sentisse desejo e liberdade de ir e vir como achasse melhor.
Se ele soubesse das noites livres que ela tinha como regra na sua "profissão" teria as incluído no pacote. Certamente, mesmo com todo aquele dinheiro sendo depositado regularmente em sua conta, ela teria recusado sem pestanejar.
Estenderia a mão para ele, agradeceria e sairia de lá com a alma tranquila, sem um tostão, mas, tranquila.
Agora estava no seu momento de liberdade, se divertindo, se deliciando de algo novo na sua vasta lista de conquistas fora do trabalho. A língua o tocou como se provasse uma iguaria exótica. Com cuidado ou até mesmo receio, como se estivesse se acostumando com um gosto que logo lhe agradaria, e assim, se entregaria livremente ao seu novo sabor preferido.
Gostou de chupá-lo. Era algo que gostava de fazer. Olívia, desde muito cedo, ainda na sua adolescência tomaria essa predileção. Brincou dessa forma com vários rapazes do seu colégio, ganhara fama entre os murmurinhos daqueles estudantes cheios de tesão. Essa reprovação ou o que ela preferia definir: inveja, vinha por parte das garotas e Olívia não conseguia entender o motivo de que ela não podia deixar aflorar os seus impulsos como os meninos.
Porque tinha que reprimi-los se era isso que estava com vontade de fazer? E ela sabia que essas mesmas meninas que a difamavam, faziam coisas até piores. Alguém tinha que levar a marca, e a escolhida foi a filha dos pais separados.
O jovem jogador de basquete estava desfrutando desse dote inigualável. Olívia lambia, sugava, raspava os seus dentes até onde conseguia colocar na sua boca. Ele ficou impressionado até onde ela aguentou. As garotas com quem tinha ficado até então, não chegaram nem perto daquilo. Mesmo não conseguindo o ter inteiro em sua boca, Olívia não negligenciou nenhum centímetro, como também não ignorou as suas bolas e desceu pelo períneo levando o rapaz a ofegar com mais intensidade.
Não pararia até que ele gozasse.
Algo que demorou acontecer, e como ela gostou de tudo aquilo. Então, ele veio. Forte, intenso e abundante, lhe sujando toda a face e cabelos. A mulher sorria satisfeita e o rapaz mais excitado. Agora era a sua vez de brincar. Olivia nem teve tempo de se limpar e sentiu o seu corpo sendo jogado para trás e seu body sendo removido da mesma forma como as suas calças foram. Em instantes, a boca dele a invadiu com selvageria.
O menino não era muito bom com aquilo. Depois do Sr. White, nenhum outro homem com quem fez sex0 era.
Orange seria o que mais se aproximava. Essa constatação lhe levou a um breve desânimo e não estava com vontade de ensinar como devia ser feito. Dessa forma, puxou o rapaz para cima avançando sobre aqueles lábios. Roçando seu sex0 contra o dele. Chegou o momento, e antes que ele seguisse para próxima etapa, Olívia sempre muito atenta aos tais esquecidinhos da camisinha, lhe informou o que estava faltando.
Sorriso amarelo. Lacre rompido. Proteção. Penetração. Satisfação. Enfim, exaustão. Chegaram a ela assim que ele realizou o seu desejo de ter a mulher dominada de quatro em sua cama. Acariciando as suas nádegas, para logo em seguida, deixar marcados seus dedos nela. Olívia já estava acostumada com aquilo e até gostava.
Era quase de manhã quando abandonaram os seus corpos suados e sem movimentos sobre aquela cama apertada, e assim entraram no reino dos sonhos. Olívia não se permitiu a dormir por muito tempo, a posição em que estava não a deixava. Já havia se acostumado em camas grandes e a dormir sozinha. Ficar ali, quase que esmagada por aquele rapaz, estava fora de cogitação.
Removeu os braços dele sobre o seu corpo sem muito cuidado. Desviou das camisinhas usadas por eles, e foi atrás de seus pertences. Colocou a sua roupa e o menino dormia profundamente. Sorriu ao vê-lo ali, sereno e tranquilo, completamente nu diante dos seus olhos. Era mesmo muito bonito e atraente, mas não era tão bom de cama, quem sabe daqui alguns anos.
Chegou até o seu apartamento com o sol despontando no horizonte. Ainda estava com sono, mas a necessidade de um banho falava mais alto, e assim, rendeu-se a ela. O sono foi junto com a água ralo abaixo. Descansou de verdade apenas de tarde, acordando no dia seguinte com o som do alarme de mensagem em seu celular.
"Espero você para o jantar."
O dia de folga havia terminado. Carmim tinha que retornar as suas funções de dar prazer à pessoa que lhe enviava a mensagem.
Henry White a aguardava paciente, como sempre.
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