Capítulo 13
O aperto foi sutil. Estava mais para um toque. As mãos pequenas e macias de White seguraram o braço de Olívia, lhe dando apoio e evitando uma eventual queda. Ela sorriu. Ele permaneceu sério. Ela veio com o corpo próximo ao dele, acariciou aqueles cabelos cinzas com as duas mãos e colocou a sua franja para trás. Foi descendo e tocando em suas têmporas, passeando os dedos pelo lóbulo de sua orelha. Os olhos azuis do Sr. White a fitavam com interesse. Um dos seus polegares contornou o desenho daqueles lábios finos, e Olívia, com um reflexo, umedeceu os seus.
O Sr. White não aguentou. As suas mãos a seguraram pelos quadris colando os seus corpos. A beijou profundamente.
— Quero transar com você... Agora! — Olívia sussurrou.
Sua mão direita envolveu a esquerda dele e o puxou para os fundos do bar. O empurrou para dentro do almoxarifado. Improvisou a tranca da porta com uma vassoura. E enquanto caminhava em sua direção, subiu a sua saia, retirando a calcinha e a jogando em qualquer canto.
O Sr. White apenas observava.
— Abaixe as suas calças e sente-se naquele banco.
Carmim nunca havia usado um tom autoritário. Olívia estava. E o provocava, passeando as suas mãos por todo o corpo.
— Gosta disso, não é? Eu sei que gosta. Das poucas coisas que sei sobre você, disso eu sei que gosta.
Apontava para o seu próprio corpo, apertando os seus seios e subindo mais a sua saia. White podia vê-la nua da cintura para baixo, e os poucos pêlos que ali emolduram o seu sexo faminto.
— Sei que gosta do perigo de ser pego. E aqui podemos ser a qualquer momento. Então, o que está esperando?
Colocou os seus dedos entre o cós da saia de Olívia, a puxando para cima do seu colo. Olívia sentou-se e o encaixe aconteceu seco. Ambos fizeram uma careta de desconforto.
Henry, com a mão espalmada em suas costas, lhe oferecia apoio para assim iniciar a sua movimentação sem que caísse. Algo que não estava se importando. Olívia beijou-lhe novamente, culminando em uma mordida. A outra mão do homem se alocou naquelas nádegas generosas e as apertou assim que a mulher lhe machucara.
Dessa forma, Olivia se movimentou sobre o seu colo. Olhos não se desgrudavam um da expressão do outro, que logo se tornaram de prazer.
A mulher, antes seca, se umedecia à medida que a sua dança sobre o colo oferecido se intensificava. Olívia rebolava cada vez mais rápido. Cada vez mais perdida nos seus desejos e anseios.
As mãos dele percorriam nesse momento pelo pescoço de Olívia, descendo em direção ao decote que sua camisa possibilitou quando alguns botões foram deixados propositalmente abertos.
— Aperte!
Henry não entendeu direito aquele pedido. E apertou os seus seios.
— Aperte o meu pescoço! Quero que faça pressão no meu pescoço. Corte o meu ar!
Como esperado, o Sr. White não realizou o que ela havia lhe solicitado com tanta autoridade. Ela tornou a pedir quase aos berros. O homem se mexeu embaixo do seu colo indicando que estava determinado a acabar com aquilo tudo. E no reflexo dessa ação, foi ela que faria um gesto que mudaria tudo.
Sua delicada mão, que antes se apoiava no seu braço firme, segurou com força os seus cabelos perto da nuca, o puxando para trás. E assim, com esse gesto bruto e dolorido, conseguiu com que ele ficasse totalmente imerso dentro de si.
O Sr. White gozou quase que instantaneamente. Olívia percebeu, e mesmo assim ignorou. Ainda não tinha chego ao seu ápice. Mantendo a cabeça do homem para trás, o segurando pelos cabelos, movimentou o mais rápido que conseguiu e assim se jogou ao mar do seu prazer.
Agora ali, com as duas canecas cheias de café, ajoelhada diante do homem que vinha lhe tirando da realidade e lhe impulsionava para uma vida fantasiosa e irreal, lembrava com nitidez tudo o que havia passado na noite anterior e sua cabeça tornou a latejar com mais força.
White sabia que o que tinha acontecido naquele almoxarifado só foi possível porque a mulher que o trancou ali estava bêbeda e com raiva. Sentiu-se incomodado por ter permitido que chegasse a esse ponto. Já era tarde. Ela poderia pisar em seu peito que já não se importava mais. Ele pagava, mas quem era o patrão e tinha domínio sobre tudo não era ele, e sim ela. Mesmo que ela não soubesse.
Deixaram o lugar sobre olhares de reprovação e cumplicidade. Sentimentos contraditórios e tão possíveis. Os homens gostariam de estar naquela circunstância, não necessariamente com ela. E as mulheres, com o seu falso moralismo e fingindo estar ofendidas, também queriam desfrutar algo semelhante, a diferença é que sabiam que seriam recriminadas da mesma forma que estavam fazendo com Olívia.
A mulher caminhava ainda com dificuldades de firmar os seus passos e desejosa por mais uma dose. Fez menção de parar no bar, mas o Sr. White a impediu e sugeriu que fossem embora. Pelo olhar autoritário que lhe dava o sinal estava muito claro, e optou por cumprir o seu desejo.
Na mesa as despedidas davam início. Fica mais um pouco. Ainda é cedo. A realidade era que estava tarde para qualquer ação. Abraços em Olívia e apertos de mão em Henry – a forma como solicitou e foi apresentado para aquelas pessoas –, apenas um foi evitado e um Sr. White foi emitido com o colocar das mãos dentro das suas costas. E antes que qualquer reação acontecesse, Orange virou as costas e sumiu em meio aos bêbedos daquele cubículo.
Henry ficou com a mão estendida e com um gosto azedo em seus lábios. De alguma forma, esperava por uma atitude vinda da parte do outro. Saiu satisfeito de ter sido uma rude e não uma agressiva. Contava mais com a segunda.
Olívia lembrava-se vagamente dessa passagem e da vontade que cresceu dentro do seu estômago de dar um soco em Orange. O resto seguia ainda como um borrão.
Os olhos azuis se abriram. Encarando os castanhos amendoados dos dela. Um sorriso forçado cresceu nos lábios da moça. A caneca ainda fumegante foi estendida em sua direção. Os cumprimentos matinais foram trocados. Henry sentado no sofá e Olívia a sua frente, com as pernas cruzadas revelando mais do que deveria.
Mesmo com aquele pesar da noite anterior, não conseguia resistir aos apelos que o seu corpo emitia ao ver o dela ali, tão exposto e próximo ao seu. Ficar excitado não era a opção desejada, porém, era o que estava em vigor. Olívia quebraria isso em questão de segundos:
— O que quer de mim?
— Exclusividade.
— Como assim? Desculpa, não entendi.
— Acredito que entendeu. Srta. Carmim, eu quero contratar os seus serviços em período integral de agora em diante. Seria o seu único cliente.
— Isso é loucura, Henry.
— Vou precisar que me acompanhe por mais tempo, até em viagens. Quero que a sua agenda esteja livre.
— Isso é por causa daquele dia no restaurante?
— Será um problema para aquele homem te perder como acompanhante?
— Não sei. Acho que não, ele é...
— O que ele é?
— Não vem ao caso aqui. O que quero dizer é que você pagará por dias que não ficará comigo.
— Não se preocupe com isso. Dinheiro não é problema.
— Certamente que não.
— Vou te dar essa semana para pensar. Sexta-feira jantamos e você me diz o que decidiu.
— E se eu não quiser?
— Sexta-feira. Agora preciso voltar para a minha rotina. Obrigado pelo final de semana incrível, Olívia. Gosto desse nome.
— Mas prefere a Elisa Carmim.
O Sr. White não disse mais nada. Colocou os seus sapatos, levantou do sofá e ajeitou a sua camisa amarrotada por dentro de sua calça. Passou as mãos pelos cabelos, tentando dar forma.
Pegou o seu casaco sobre a maleta que arrumou enquanto a mulher estava desmaiada. Não olhou para trás e deixou o apartamento.
Olívia encarou aqueles gestos de forma confusa. Em um segundo tudo havia evaporado. O homem que esteve naquele ambiente por dois dias sumiu com um estalar de dedos, ficando diante dela apenas o homem de negócios que não sabia perder.
As sobrancelhas dele ficaram juntas e tensionadas a todo momento. E ela já vira isso diversas vezes, quando ele tinha de tratar de assuntos que não lhe agradavam. Talvez o Sr. White tenha gostado de terminar aquele final de semana selando um negócio, depois de ter tido a versão não profissional da garota.
Tanto, que ele nunca pagou por aquele fim de semana.
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