A partida
Como prometido morangos
O sol estava alto em Telmar, quando Aires estava arrumando suas coisas para partir. O café da manhã tinha sido agradável apesar da melancolia que se apoçava do coração do jovem príncipe. Ele gostaria de poder ficar mais, mas tinha deveres a cumprir. Após juntar suas coisas o moreno vai até o pátio se encontrar com Caspian e os irmãos Pevensie. Tentou se tudo para não olhar naqueles olhos azuis, sabia que veria a mesma melancolia que viu ao olhar no espelho. Ele falhou miseravelmente e encontrou exatamente o que imaginou que encontraria. Seu coração se apertou ao ver aquelas belas jóias azuis refletirem tristeza.
— Foi um prazer conhecê-lo, príncipe Aires.
O moreno sorriu e apanhou a mão da caçula, beijando delicadamente.
— O prazer foi todo meu, rainha Lúcia.
Aires se despediu de Caspian e Edmundo com um aperto de mão e Susana com um aceno de cabeça. Ele tinha a impressão de que se beijasse a mão dela a rainha o chutaria nas partes baixas. Quando se aproximou do seu sol de verão ambos trocaram um olhar de saudade antecipada. Deram um passo a frente, sem saber o que dizer ou o que fazer. O Zypherionano abriu a boca para tentar expressar alguma coisa mais foi interrompido por um abraço cheio de significados, ele dizia mais que mil palavras.
— Volte logo.
Aires riu baixinho contra o ouvido do menor que se arrepiou, ele apertou o corpo de Pedro contra a seu.
— Eu vou voltar. Te conheço a apenas um dia, nem parti mas já sinto sua falta.
— Eu também.
A contra gosto o par se separou, o moreno segurou a mão do Pevensie e a beijou demoradamente. Quando suas mãos se separaram, ele quase quis agarrar o loiro e rouba-lo para si e levar para bem longe.
— Levarei a notícia do bom negócio ao meu tio. Espero que em breve possamos colocar a pareceria em ação. — Diz subindo no cavalo e tomando as rédias.
— Esperamos ansiosamente pelo mesmo. Até breve príncipe Aires. — Edmundo quis comentar que não era pela boa parceria que Pedro esperaria tão ansioso. Mas em respeito aos sentimentos do irmão, ele se calou.
— Boa viagem, príncipe Aires. Mande lembranças a sua família em nosso nome.
— Mandarei, rainha Susana. Até a volta.
Aires partiu com um coro de despedida dos reis e rainhas de Narnia. Menos Pedro, Pedro observava calado e sem entender como caiu tão rápido naqueles sentimentos. Ele nunca imaginou que o amor à primeira vista realmente existisse fora dos livros de romance de Lu que ele lia escondido.
* * *
A viagem de volta foi bem mais tranquila, Aires foi recebido com alegria pela sua família. Marelyn correu para abraçar o irmão mais velho.
— Airi, como foi a viagem? Conheceu o rei Pedro? Ele é tão bonito como nas pinturas?
O rapaz sorriu e girou a gêmea do meio.
— Olá Mare, a viagem foi cansativa. Infelizmente não pude ficar o quanto gostaria devido a contratempos na ida. Mas Narnia é linda, Telmar também e são todos muito hospitaleiros. E não Mare, ele é ainda mais lindo é doce e gentil. Um garoto inteligente e de personalidade encantadora, um líder magnífico.
A garota riu e cutucou a costela do irmão.
— O quão bonito?
— Ele parece um elfo daqueles livros que você gosta.
A gêmea do meio bateu palmas encantada, em sua cabeça adolescente ela tinha formulado uma imagem perfeita.
— Absolutamente lindo então.
Aelyn que apenas escutava a conversa ao lado de Evelyn e Olivia revirou os olhos.
— Os negócios foram bons? Como eles são em quesito organização para os negócios? Funciona, com tantas pessoas com o mesmo título?
Aires arqueou uma sombrancelha e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha da gêmea mais velha.
— Sim foram bons e vantajosos para ambos os lados. Eles são muito bem organizados e levam muito a sério, muito maduros e responsáveis. Funciona tudo muito bem, sabem como cordenar a situação e tem a firmeza e a a postura que se espera de um monarca, mesmo sendo muitos. Cada um tem sua função e sua especialidade, isso os complementa.
Aquilo pareceu deixar a garota ainda mais interessada, Aires tinha certeza que ela seguiria os paços do pai assim como ele. O pai deles estaria orgulhoso de Aelyn. Mas antes que elas pudessem fazer mais perguntas, Olivia os interrompeu.
— E o rei Edmundo? — Perguntou a herdeira aos suspiros. O moreno riu baixinho, Olívia nutria uma paixão quase obsessiva por Edmundo.
— Ele estava muito bem.
— Ele tem uma noiva?
Oh deuses.
— Não.
A garota se imperdigou, ajeitando os cabelos como se o próprio tema do assunto estivesse ali. E era exatamente o que ela fazia quando estava.
— Eu te digo primo, serei eu então. Já imaginou? Eu rainha de Narnia e ele rei consorte de Zypherion? Seríamos um casal perfeito.
Aires não conseguia nem imaginar, Edmundo não suportaria sua prima nem por uma hora. O jovem rei pra falar a verdade fugia da garota sempre que passava por Zypherion.
— Prefiro não imaginar e pouco provável que você consiga realizar essa sua fantasia.
Olívia franziu a testa em confusão.
— Por que?
Não era assunto dele para comentar, então ele se limita a bagunçar o cabelo da prima.
— Intuição. — Aires se virou para Evelyn que não precisou de qualquer sinal para se jogar em cima dele. — Olá alteza, você vem sempre aqui?
A gêmea caçula riu e apertou o mais velho ainda mais.
— Oi Aires, me conta tudo. E a rainha Susana? Ela é tão linda como dizem? O cabelo dela é tão cumprido quanto as cantigas e mitos? Ela é realmente gentil como o título? A rainha Lúcia, como ela é? A voz dela é realmente como a voz de uma ninfa das florestas? O rei Caspian é tão bonito como as fofocas contam?
O mais velho riu e beijou a testa da garota.
— Sim ela é muito bonita, como uma fada e o cabelo dela está quase chegando nas coxas. É gentil mas também sabe ser firme e brava quando necessita ser. Cuide muito dos irmãos até mesmo do grande rei, como a mamãe cuide de nós. A rainha Lúcia é muito adorável e uma companhia maravilhosa, ótima de convesa. A voz dela é de uma calmaria e uma doçura, que você poderia ouvir por horas. E o rei Caspian é ainda mais belo do que as fofocas contam. Eles mandaram lembranças a todos vocês. Agora se me derem licença meninas, preciso encontrar o rei. E mamãe, onde está?
Como sempre, Olívia e Aelyn disputam o local de fala. Mas e Marelyn que responde, uma mão na boca de cada uma.
— O tio rei está caçando com os nombres entediantes da corte e mamãe está na biblioteca real.
Aires sorriu e beijou a bochecha de cada uma.
— Obrigado, até mais ver meninas.
As garotas acompanham o irmão e primo com o olhar. Marelyn alisa o tecido da saia e sorri como se soubesse todos os segredos do universo.
— Ele está diferente.
Olívia e as gêmeas franzem a testa.
— Ele parece o mesmo pra mim, prima.
— Também concordo que ele tem alguma coisa de diferente, mas ainda não consegui identificar o que possa ser. Estou aberta a ouvir suas teorias, Marelyn. — Diz Aelyn segurando no braço da irmã.
Evelyn concorda com a cabeça veenimente, a gêmea do meio sorri e joga o cabelo para trás.
— Amadoras. Claro que não notaram o tom de voz dele ao falar do rei Pedro.
Os olhos das três meninas se arregalaram por motivos diferentes. Olívia por ainda se chocar com o primo se relacionando com homens, Aelyn pela audácia do primo em se envolver com o alto rei de Narnia e Evelyn maravilhada com a possibilidade do irmão mais velho finalmente estar se apaixonando.
— Você não...
— Aelyn, minha querida Aelyn. Marque minhas palavras, nosso irmão caiu na armadilha do amor da deusa Aine.
Enquanto as garotas falavam afobadas do assunto abordado, Marelyn pensava na possibilidade de conseguir mais informações do irmão.
* * *
Quando Aires adentra a biblioteca, vê sua mãe sentada relaxadamente em um dos sofás, um livro em seu colo e o cabelo solto. Sua mãe era tão linda, uma mulher tão forte que sustentou nos ombros as dores do luto de um irmão devastado e uma sobrinha chorosa e em pânico. Que aguentou a perda do marido em silêncio para amparar os quatro filhos. Aquela era a mulher mais forte que ele conhecia e quem disser o contrário não conhecia sua mãe.
Quando ela olhou pra cima tirando a franja da frente do olho, a mãe dele o viu e o sorriso que recebeu fez todo o cansaço sumir.
— Aires.
A mulher se levantou deixando o livro aberto no sofá e correu até o filho o abraçando.
— Olá mamãe.
Aquele era sem dúvidas o melhor abraço do mundo.
— Meu amor, como foi a viagem? — Viena se separou do abraço segurança o rosto do filho. Os olhos brilhando ao ver uma de suas maiores preciosidades novamente. — Já comeu, tomou banho?
— Ainda não mãe, vi vê-la primeiro.
A mulher sorriu e beijou a bochecha do primogênito, logo o guiando até o sofá.
— Precisa tomar um banho, comer alguma coisa e descansar. Mas antes, me conte sobre a viagem. Os negócios foram bem?
— Sim ocorreu tudo bem, gostaria de ter ficado mais. Mas infelizmente me atrasei para chegar lá, peguei uma tempestade de vento em Palatina e perdi o mapa.
Viena arregalou os olhos.
— E você se machucou?
— Não mamãe, estou perfeitamente bem. Só atrasou a minha viagem, o que me impossibilitou de poder ficar mais uns dias lá.
A princesa sorriu enquanto penteava os cabelos do filho com os dedos.
— E como é Narnia, Telmar?
— Ambas muito lindas, o palácio de Cair Paravel está nos estágios finais de reconstrução e já parece um assombro de tão lindo.
A mulher se mexeu inquieta, os filhos tiveram de onde puxar a agitação. Ela estava curiosa para saber sobre tudo.
— Você viu Aslan?
— Não tive a honra.
Ela estalou a língua no céu da boca em decepção e o filho riu.
— Outros seres místicos?
— Sim, Pedro me levou para ver as sereias. Todos os animais em Narnia falam mamãe, todos. Infelizmente não consegui ver as fadas da fauna e os elfos não são muito sociáveis. Mas os centauros contam boas histórias e os anões sabem como dar uma festa, as ninfas são as melhores parceiras de dança que você pode conseguir e apesar de tímidos, os elfos cantam lindamente e os sátiros tocam para acompanhar.
A mulher sorriu imaginando como deveria ter sido. Eis mesma gostaria de participar desse tipo de festividade.
— E os irmãos Pevensie e o rei Caspian?
Aires suspirou saudoso.
— Bem, eles mandaram lembranças.
— Que gentileza a deles, jovens educados.
— Eles certamente são. A rainha Lúcia é uma graça, muito boa de conversa e super prestativa a explicar as coisas. Rei Edmundo é...bem é o mesmo de sempre a senhora já sabe. A rainha Susana é gentil mas sabe ser firme quando tem de ser, ela me lembra muito a senhora para falar a verdade. Nem mesmo o grande rei escapa do modo mãe dela.
Viena riu imaginando uma garota de dezesseis anos mandando em todos, incluindo no irmão mais velho o próprio grande rei Pedro o magnífico. Deveria ser algo engraçado na mesma medida que adorável.
— Imagino que seja algo adorável.
Aires riu junto, era sim. Ele deixou de fora que a rainha parecia querer faze-lo de alvo para suas flechas.
— Muito. O rei Caspian tem um toque debochado e sarcástico como Marelyn, acho que ele está se divertindo muito com a minha pequena confusão em relação aos irmãos, talvez por também já ter passado por isso.
— Provavelmente. E o rei Pedro, notei que você sorriu ao mencioná-lo. — A princesa sorriu segurando a mão do filho, que deu um pequeno sorriso em resposta.
— Ele é simplesmente incrível mãe, doce, gentil e muito inteligente. Um líder nato e um excelente militar aparentemente. Ele é encantador em todos os sentidos e eu...
O sorriso da mulher vacilou un pouco. Ela esperava que seu filho não tivesse tomado liberdades indevidas com o rei.
— Você!?
— Eu gostei muito da companhia dele. Na verdade eu o conheci sem saber quem ele era.
Viena franziu a testa confusa.
— Uhm!?
— Achei que ele era um camponês, o vi no mar que aliás é sim de água doce.
A princesa arregalou os olhos, então era mais um mito verdadeiro sobre Narnia.
— E como foi?
— Ele estava boiando na água, mas acabou adormecendo. — A mulher riu baixinho, que gracinha. — Eu me refresquei e enchi meu cantis, e nada da pessoa se mover. Para resumir tentei socorrer mas ele estava apenas dormindo. Conversámos e pedi informações de como chegar ao palácio de Telmar. Mas não o reconheci apesar de pedir o nome, fiquei com a impressão de que poderia ser. Mas mãe, ele estava sozinho, roupas simples de capones e não de se parece muito com o retrato, só semelhanças. Então não associei, descobri lá no palácio.
— Que situação engraçada.
— Muito.
A mãe aperta a mão do filho, finalmente decida a perguntar sobre o que ouve entre eles.
— E como foi a relação entre vocês?
Aires sorriu com as lembranças.
— Foi apenas um dia mamãe, mas eu sinto como se o conhecesse a vida toda. E senhora está preocupada que eu tomei alguma atitude indevida com ele, a resposta é não. O rei me pediu tempo e paciência, mas me permitiu o cortejo.
Os olhos escuros da princesa se arregalaram. Cortejo? Ele só passou um dia com o garoto e já conseguiu a oportunidade de corteja-lo? Ele era realmente parecido com o pai, embora seu doce e engraçado Hugo teve que suar para conseguir sua permissão de cortejo. Pensar nisso lhe trouxe um sentimento bom de saudade apesar da dorzinha no peito. Aires encolheu os ombros diante da expressão exasperada da mãe. Sem saberem, a pequena bolha de conforto deles estava sendo observada.
— Querido...
— Ele parece gostar de mim, mamãe. E é uma gracinha como ele fica vermelhinho por qualquer elogio que eu faça.
Aquele sorriso fazia Viena se sentir feliz pelo filho mas também temerosa.
— É muito bom saber disso meu amor. Mas por favor, tenha em mente que ele não é como suas outras conquistas.
— Sei disso, não só por ele ser um rei.
- PRINCIPALMENTE por ele ser um rei, Aires.
O garoto deu de ombros.
— Como queira. Mas existe vários motivos que me fazem perceber isso, ele é especial mamãe por inúmeras razões. Não vou tratá-lo como qualquer um e não é só por ele ser um rei.
— É muito bom ouvir isso, mas também não criei muitas espectativas. Ele é o grande rei, um dia vai precisar se casar.
Aires mordeu o interior da bochecha ao ser lembrado desse detalhe. Mas no momento em que ele responderia alguém entrou na biblioteca. Era seu tio, rei Otton de Zypherion. Viena o vê primeiro e se levanta, o filho a segue.
— Tio.
— Meu irmão.
Embora a sós os títulos eram poupados, as referências ainda eram mantidas.
— Minha irmã, Aires que bom recebê-lo em casa novamente. — O homem mais velho beijou a testa da irmã e abraçou o sobrinho com força. Ninguém diria que escutou e que não queria a alguns momentos atrás.
— É bom estar em casa novamente, tio. Trago não só lembranças dos reis e rainhas de Narnia a nossa família quanto boas notícias, os negócios foram fechados com sucesso e muito vajtagosos para ambas as partes.
— Mas essa é uma notícia maravilhosa, tinha certeza que você se sairia muito bem. Vou te dizer uma coisa garoto, você tem o dom para isso tal como seu pai. Hugo teria muito orgulho.
Um pequeno sorriso se tornou no rosto de Aires, muitas emoções passando pela sua cabeça e coração. Saudades, pesar e um pouco de tristeza pelo pai não estar ali para vê-lo seguir seus passos. Mas o príncipe esperava que de onde estivesse, seu pai realmente estivesse orgulhoso.
— Obrigado, tio.
O rei se virou para a irmão e pousou uma mão em seu ombro.
— Viena, pode me deixar a sós com Aires? Precisamos tratar sobre os por menores dos negócios. Acho que não vai ser interessante pô para você.
A princesa sabia que o irmão estava mentindo, conhecia Otton desde que se entendiam por gente. Mas não é como se ela não fosse descobrir depois.
— Claro meu irmão, só não prolongue muito a conversa. Aires precisa descansar.
— Naturalmente.
Se despedindo do rei com um aceno de cabeça e do filho com um beijo no rosto deixando a marca de batom, a princesa de Zypherion deixou a biblioteca o livro esquecido no sofá. Aires e o tio ficaram em silêncio mesmo depois da partida da mulher.
— Bem tio eu trouxe os documentos assinados e...
O homem ergueu a mão pedindo silêncio.
— Me entregue depois, tenho certeza que fará um negócio formidável. Não era disso que queria falar.
Aires franziu a testa.
— Sobre o que poderia ser então?
O mais velho indicou o sofá para o sobrinho sentar, pegou uma cadeira e se sentou de frente ao mesmo.
— Você sabe que eu nunca interferi nos seus casos.
— Sim...
O moreno já tinha uma noção do que se tratava. Seu tio tinha escutado a conversa entre ele e a mãe.
— Mas a certos limites que precisamos ter Aires. Eu mesmo tive alguns romances de uma noite ou duas com rapazes, até mesmo de alguns príncipes e condes. Mas cortejar, um rei ainda por cima? Não é apropriado Aires. Mas se você quiser e achar que ele vale a pena alguma coisa, vocês podem manter uma relação...ocasional em visitas e viagens de negócios, claro com cautela e sigilo.
Aires não conseguia acreditar no que estava ouvindo.
— Como...um amante!?
— Sim.
Era inacreditável, e ele pensou que seu tio era um homem razoável e sensato.
— Meu tio o que o senhor está sugerindo é descabido. Seria muita audácia e desrespeito de minha parte propor algo desse tipo ao ele. O rei Pedro me deu a permissão para corteja-lo.
— Os costumes deles são diferentes, mas para nós assumir um relacionamento assim OFICIALMENTE não convém. Não é errado, mas não é viável, Aires.
— Eu não tenho pretensão nenhuma ao trono, por que eu tenho que seguir essa...por que?
— Se os deuses o livre aconteça alguma coisa a minha filha, você é meu herdeiro. Precisamos manter sua reputação limpa. Casos são casos Aires, ninguém liga para isso mesmo que venham a público. Mas relações oficiais podem acabar com uma reputação.
— Isso é bobagem.
— É a realidade, você é jovem e cheio de sonhos e ideais. Você é como um filho para mim e não vou permitir que estrague seu futuro por arrobos da juventude.
Aires se levantou, o rei faz o mesmo.
— Com todo respeito meu tio, mas o senhor não irá ditar o que eu faço com a minha vida. Eu não vou rebaixar Pedro a um mero amante.
Um brilho de raiva por estar sendo contrariado tão abertamente brilhou nos olhos do monarca.
— Se não me escutar como tio, me escutará como seu rei. Lhe ofereci uma opção muito boa para a sua situação, mas você se recusa a ouvir. Sendo assim, eu lhe proíbo de manter qualquer contato íntimo com aquele garoto, nada fora da formalidade e se insistir nem isso permitirei.
Aires riu desacreditado.
— Você pode ser meu tio, meu rei. Mas não é meu dono Otton de Zypherion. Eu sou um espírito livre assim como sua irmã, como meu pai e é por isso que o amor deles foi tão bonito. Duas almas livres se encontrando abrigo uma na outra. Eu encontrei a minha e você não tirara isso de mim.
— VOCÊ MAL O CONHECE.
Não perca a paciência, não revide da mesma maneira. Pensava o adolescente.
— Teremos tempo para nos conhecer melhor, majestade.
Aires passa pelo homem mais velho que segura seu braço.
— Você vai se arrepender dessa decisão que pretende tomar.
Se livrando do aperto do tio o garoto o olhou nos olhos.
— Eu não pretendo, eu já tomei. Se me der licença.
Fazendo uma reverência muito a contra gosto, Aires saiu da biblioteca vendo vermelho de raiva. Ele precisava sair para esfriar a cabeça e que jeito melhor do que cavalgar? O banho e o almoço poderiam esperar.
****
Segunda feira tem mais ☺️
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro