Prólogo: Em apuros
Oie, sejam bem vindos
Trouxe aqui uma shortfic de quatro capítulos. Não é necessário que você conheça tudo sobre mitologia grega para compreender a fic, vai estar tudo explicadinho, ok? Mas mesmo assim se surgir dúvidas, só perguntar <3
Boa leitura!!
~♥~
— A gente vai se dar muito mal. — Foi o que Namjoon disse, enquanto Jungkook tentava abrir o cadeado que estava fechando o portão lateral do colégio em que estudavam.
— Que pessimismo, Nam. — Jungkook murmurou, rindo soprado. — Ninguém vai ver.
Jungkook sabia que entrar no colégio durante a noite era proibido, entretanto precisava treinar, naquela semana teria sua prova final de arquearia, e suas notas naquela matéria iam de mal a pior há muito tempo, não queria ter que ficar o verão todo tendo aulas de reforço assim como aconteceu no ano passado.
Jungkook era um jovem semideus, filho de Ártemis, a deusa da lua e da caça, que nasceu vindo de algumas gotas de sangue de sua mãe e de seu pai, foi dado a eles diretamente pelas mãos de Zeus, sendo assim o primeiro e único filho biológico de Ártemis, o garotinho alegre e saudável que foi apresentado a todo o território onde viveria juntamente de seu pai, tendo visitas de sua mãe periodicamente ou quando ela não estava ocupada demais.
Mas Jungkook não foi um mero presente de Zeus ao casal, pois como Ártemis foi a deusa que pediu ao seu pai, Zeus, manter-se virgem pela eternidade, permaneceu em sua castidade até mesmo quando se apaixonou por um guerreiro mortal, entretanto, pela primeira vez desejou que algo nascesse desse amor que construiu, e assim retornou ao seu pai, mostrando seu desejo de ter um filho juntamente de seu amado, pedindo que este nascesse belo, corajoso, bondoso, inteligente e cortês.
E assim agora podemos ver por aí o jovem Jungkook, no auge de seus dezoito anos, enfim chegando ao último ano escolar. Com certeza ele não queria ficar ainda mais longe de seu diploma depois de tantos anos de estudo, mas precisava de uma boa nota naquela matéria se quisesse passar com louvor, sem contar que já estava ficando constrangedor para si ir mal em todas as aulas de arquearia, mesmo estudando aquilo há tanto tempo.
— Um dos símbolos mais conhecidos da sua mãe são o arco e flecha, você deveria ser um mestre nisso. — Namjoon comentou dando um empurrãozinho fraco no ombro do moreno.
— Você acha que eu não sei disso? — Jungkook expressou, revirando os olhos e soltando o cadeado, não estava abrindo de jeito nenhum, mesmo que estivesse tentando usar um grampo de cabelo. — Não consigo abrir esse portão.
— Deixa que eu dou um jeitinho. — Namjoon disse, pegando o grampo das mãos do outro.
Jungkook riu com a expressão presunçosa que seu primo fez, mas já estava acostumado a vê-lo se gabar, pois Namjoon era o único filho de Atena, a deusa da sabedoria e da guerra, e ele amava dizer o quanto era inteligente como sua mãe.
Mas ninguém ali sabia direito qual era a história do garoto, apenas que um dia Atena chegou até seu pai, Zeus, com o neném nos braços, dizendo ser seu filho, e não houveram explicações sobre quem era o pai ou se ela adotou a criança, porém todos sabiam que Atena não havia engravidado, pois a deusa guerreira também mantinha sua castidade. Existiam até boatos sobre Namjoon não possuir o mesmo sangue que sua mãe, e por conta disso não poderia ser considerado um semideus, mas nunca houve confirmação ou negação de nada, e a história continuava um mistério.
— Consegui! — Namjoon exclamou assim que abriu o cadeado.
— Oh, você é mesmo um semideus da inteligência, meu caro. — Jungkook comemorou, dando tapinhas nas costas do primo.
— Só vamos logo antes que alguém nos veja aqui. — Respondeu de imediato.
E assim os dois garotos passaram para o lado de dentro do grande prédio correndo, com Jungkook rindo do jeito medroso do seu primo, mas sabia que mesmo sendo arriscado, Namjoon sempre viria junto de si em aventuras como aquela, era seu melhor amigo há muitos anos, pois como tinham a mesma idade sempre estudaram na mesmas classes, então desde bem pequenininhos estiveram juntos, e também suas mães eram irmãs, era normal que todos os filhos dos deuses se conhecessem, mesmo que nem todos fossem grandes amigos.
Não que houvessem grandes atritos entre os semideuses, apenas alguns não se davam tão bem assim por conta de coisas de um passado tão distante que quase não se lembravam mais o que havia ocorrido, muitas coisas vinham por causa do passado de seus pais, porém não haviam brigas, apenas quem não se gostava muito mantinha-se distante, evitando que alguma nova inimizade maior ocorresse.
O que não queriam que acontecesse por causa de uma regra clara da terra em que viviam, deveriam se manter uma sociedade pacífica, guerras motivadas por ódio e vingança eram coisas do passado, e quem descumprisse poderia ser banido ou castigado pelos deuses.
Aquela terra em que habitavam agora havia sido criada pelos deuses do olimpo, era uma dimensão mágica onde os descendentes dos deuses, dos guerreiros e dos heróis antigos viviam atualmente, assim como também os descendentes dos primeiros ciclopes, gigantes, sátiros, ninfas, musas e outras criaturas, até mesmo alguns monstros estavam protegidos ali dentro, bem longe da dimensão dos humanos, e de qualquer mal que poderia os afligir, porém existiam regras para continuar a viver naquela dimensão utópica, e todos seguiam isso à risca.
— Acende as luzes. — Jungkook pediu assim que entraram no ginásio na escola.
— Tem certeza que estamos sozinhos? — Namjoon indagou após iluminar todo o grande campo ao apertar os interruptores na entrada do local.
— Claro, a escola fica vazia essa hora. — O moreno afirmou, dando de ombros e seguindo andando pelo campo, dando uma olhada para o alto em meio ao seu percurso, podendo ver a luz brilhar majestosa através das claraboias existentes no teto, o fazendo sorrir.
— Então pega logo suas flechas e vamos naqueles alvos, agiliza isso. — Namjoon mandou, apontando para alguns alvos de madeira que estava encostado perto das arquibancadas da quadra.
— Se eu soubesse que você ia ficar tão nervoso, teria vindo sozinho. — Jungkook resmungou de volta.
— Se tivesse vindo sozinho, teria ficado no portão mesmo, porque não conseguiria abrir. — Retrucou, sorrindo presunçosamente.
Jungkook riu da fala do primo, mas não respondeu nada, apenas pegou uma de suas flechas dentro da bolsa que levava na cintura e depois o arco que trazia nas costas, se posicionando e atirando contra um dos alvos, entretanto mesmo que sua posição parecesse correta e ele estivesse concentrado, a flecha atingiu o alvo na linha mais longe do centro possível, fazendo Jungkook suspirar frustrado.
— Os ciclopes só tem um olho e ainda sim tem uma mira dez vezes melhor do que a sua. — Namjoon provocou, soltando uma risadinha nasalada.
— Pelo menos sou melhor empunhando uma espada do que você. — O filho de Ártemis se gabou em seguida.
— Grande coisa, estamos em pleno o século 21, ninguém mais luta com espadas. — O loiro respondeu arqueando as sobrancelhas. — E aqui não existem guerras de qualquer forma.
— Pô Nam, se não vai me ajudar, também não me atrapalhe com esse falatório desnecessário. — Jungkook expressou quando não teve argumentos para retrucar.
Namjoon apenas deu de ombros, assistindo o primo lançar mais flechas contra os alvos, sem que nem ao menos uma dessas atingiram o ponto central do alvo, o que fazia o moreno bufar e xingar, completamente frustrado com sua péssima desenvoltura, talvez sua mãe ficaria envergonhada se visse o filho naquele momento.
— Por que a gente não tenta com aquela máquina ali que atira discos? — Namjoon sugeriu, apontando para o maquinário que usavam naqueles tipos de treinos de arquearia.
— Uma boa, preciso treinar isso também porque vou ter provas com objetos em movimento. — Jungkook afirmou. — Vou ver se eles têm flechas melhores no depósito dos esportes, liga ai a máquina enquanto isso.
— Beleza. — Disse, fazendo um sinal de "joinha" para o moreno antes que o mesmo se retirasse da quadra, pois o depósito ficava do lado de fora do colégio.
Assim que Jungkook saiu, Namjoon andou até a máquina sem saber muito bem como é que se ligava aquele troço, mas não deveria ser algo tão complicado assim, talvez só precisasse apertar um botão e colocar os discos dentro da máquina que ela começaria a funcionar como se deve, atirando os objetos para o alto para que Jungkook tentasse os acertar com as flechadas.
Entretanto Namjoon logo percebeu que não era algo tão simples assim, no mesmo instante em que apertou um dos botões da máquina, a mesma começou a se sacudir, saindo de seu lugar e indo pulando pelo campo, Namjoon correu atrás tentando parar a máquina dançante, porém antes mesmo que conseguisse chegar perto dela, ela começou a atirar seus discos para todo lado.
E foi quando Namjoon viu que não conseguiria fazer nada para impedir, pois os discos que estavam antes dentro da máquina eram feitos de um material bem duro e resistente, não eram os mesmos usados para treinar arquearia, e o aparelho agora os atirava com violência contra as paredes e pilastras do local, até mesmo o teto foi atingido, e grandes rachaduras se formaram, assim como pedaços do concreto foram arrancados com a força dos discos, em menos de um minuto tudo virou uma enorme bagunça.
A máquina descontrolada só parou de atirar quando os discos acabaram, e aí sim Namjoon pode parar de tentar se proteger e ir até a mesma, desligando antes que mais algum desastre acontecesse.
— O que você fez aqui, Namjoon? Eu saí por cinco minutos. — Jungkook chegou gritando, chocado ao ver o ginásio todo destruído.
— Aquela máquina enlouqueceu. — Namjoon informou, levando as mãos até a cabeça.
— Eu estou começando a achar que você também é filho de Perses, Atena nunca disse quem era seu pai mesmo. — Ironizou, ainda olhando para todos os lados sem saber o que fazer.
— Não sou filho do deus da destruição, Jungkook! — Exclamou, dando um tapa no ombro do primo.
— Mas que barulheira foi e- — Uma terceira voz se fez presente, assustando os dois semideuses ao verem um senhorzinho de pijamas aparecer na porta de entrada da quadra, se tratava do caseiro do colégio. — Pelos deuses! O que houve aqui?
— Senhor, podemos explicar... — Jungkook tentou falar, mas o homem o cortou.
— O que tem para explicar? Está bem claro que invadiram a escola e fizeram uma enorme bagunça, o diretor ficará louco quando descobrir. — O homem disse, entrando no ginásio e andando até os rapazes.
— Oh não, por favor, não pode contar isso, podemos ser expulsos. — Namjoon clamou, e o mais velho soltou um suspiro, olhando em volta e depois voltando a encarar os semideuses.
— Meninos, eu os conheço, sei bem a posição de vocês, mas não posso os acobertar, mesmo que sejam filhos de olimpianos. — Ele disse em seguida.
— E se a gente arrumar tudo? — Namjoon sugeriu.
— Sim, e se reconstruíssemos tudo, ainda essa noite. — Jungkook falou, ganhando um olhar surpreso dos outros dois.
— É muito pouco provável que conseguiriam algo assim em apenas uma noite. — O caseiro proferiu, soltando um riso nasalado.
— Mas nós iremos, acredite. — Jungkook afirmou mais uma vez. — Nós juramos por Estige se quiser.
— O que, Jungkook? — Namjoon expressou alarmado. — Nem mesmo Zeus quebrou uma promessa pelo Estige, você ficou louco?
— O plano não era quebrar a promessa, Namjoon. — Jungkook ironizou, dando um empurrãozinho no primo.
O rio Estige, que desaguava no Tártaro, era onde promessas que não poderiam ser quebradas eram feitas, mas dentro daquela dimensão ele tinha apenas a sua versão simbólica, porém mesmo que não fosse o rio original, ainda sim tinha os mesmos poderes, e nem mesmo os deuses descumpriam uma promessa feita ali.
— Não precisam fazer isso. — O homem disse compadecido, era muita coragem dizer que juraria algo por Estige, mas não esperava menos do filho de Ártemis. — Se acham que conseguem consertar isso em uma noite, eu lhes darei esse voto de confiança.
— Obrigado. — Jungkook agradeceu sorrindo.
— Se apressem. — O senhor falou, fazendo movimentos com as mãos indicando rapidez, antes de virar de costas e fazer com que apenas os sons de seus sapatos batendo contra o chão fossem ouvidos, e Namjoon esperou até que o som se distanciar o suficiente para que pudesse dar o seu chilique:
— Você enlouqueceu, Jungkook? — Namjoon expressou quase num grito. — Não existe a menor chance da gente conseguir reconstruir todas essas pilastras em menos de uma noite.
— Eu irei conseguir. — O moreno afirmou, sorrindo de forma confiante.
— Como você vai conseguir? — O loiro questionou de cenho franzido.
— Eu sou um deus, criatura ridícula.*¹ — Expressou, colocando as mãos na cintura.
— Mitologia errada, idiota! — Exclamou, dando um tapa no ombro do primo.
— Vamos dar um jeito, consigo desaparecer com os entulhos usando magia. — Informou dando de ombros, como se fosse a coisa mais fácil do mundo.
— E sabe reconstruir pilastras com magia também? — Perguntou arqueando uma das sobrancelhas.
— Não, isso eu não sei fazer. — Assumiu, olhando em volta e vendo o tamanho dos estragos. — Me ajuda a pensar, Namjoon, estamos nessa por sua causa.
— Foi você que quis entrar aqui a noite para início de conversa. — Expôs apontando o dedo para Jungkook.
— Eu só queria treinar arquearia, você que saiu destruindo tudo, seu projeto de minotauro. — Atestou, apontando para Namjoon assim como ele havia feito consigo.
— Cale a boca e me deixe pensar. — O loiro exclamou, virando de costas para o moreno. — Precisamos de alguém com alguma magia de pedra.
— Alguma ninfa? — Supôs, mas Namjoon negou com a cabeça.
— Não... — Murmurou, enquanto levava a mão até o queixo, ficando pensativo por alguns instantes, com um Jungkook apreensivo ao seu lado, até ver Namjoon arregalar os olhos, o que sempre fazia quando tinha uma nova ideia. — Precisamos de um dos filhos da Medusa.
— Agora quem enlouqueceu foi você. — Alegou apontando para o outro e rindo um pouco. — Acha mesmo que um filho da Medusa ajudaria o filho de Atena? Acorda querido, sua mãe amaldiçoou a mãe deles.
— Precisamos tentar. — Namjoon afirmou dando de ombros.
— Mas você tem medo deles. — Considerou, ainda rindo.
— Eu só tenho um pequeno receio. — Corrigiu, mesmo sabendo que Jungkook tinha um pouquinho de razão.
— Isso vai dar ruim. — Jungkook pressagiou, não confiando nada no plano do seu primo.
— Que pessimismo, Kook. — Namjoon disse sarcástico, imitando o jeito que Jungkook tinha falado consigo mais cedo, quando tentavam entrar na escola.
Mas o moreno não deu muita atenção, apenas rumou-se para fora do ginásio, sendo seguido por Namjoon. Ambos voltaram para a casa de Jungkook e lá pegaram o carro do pai do moreno, precisariam dirigir até um pouco, até quase os limites da cidade, onde havia um pântano, morada dos filhos de Medusa.
~♥~
*¹ Referencia a uma fala do Loki em Vingadores (caso alguém não sabia, ele é um deus nórdico, por isso o Nam diz que o Kook está fazendo uma referencia a mitologia errada)
até o próximo :3
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