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Capítulo 23

Pov. Pietra Annunziata

- Respire Pietra. - Não, eu não poderia ser ela! Ivan se sentou ao meu lado, um pouco triste ou talvez emotivo.

- Megan.

- Hum? - Mantive meus olhos fechados enquanto esperava alguém aparecer com o tal exame.

- Era o nome da minha pequena. - Lindo nome, talvez se tudo der certo, mudarei o meu.

- Sabe, tive uma infância difícil. Dante nunca facilitou minha vida, mas... - Apertei os olhos com força, uma lágrima escorre.

- Mas?

- Apenas uma pessoa me tirava do inferno que vivi, mesmo que fossem por alguns segundos, ja valia para alguma coisa. - Senti Ivan ficar incomodado na pontrona.

- E quem é essa pessoa? - Aff! Ciúmes logo agora?

- Da pra ser mais bipolar não? - Senti ele se virar e seu olhar queimar sobre mim. Dei de ombros e continuei de olhos fechados.

- Srta Annunziata? - A enfermeira volta com uma bandeja, tinha um bisturi; faixas; tesoura; remédios; agulha e linha.

Não! Agulha não!

Droga to suando!

- Droga! A última vez que fiz isso desmaiei que não vi nada. - Resmunguei e Ivan riu junto da enfermeira. - Moça é sério isso? Precisa mesmo me furar?

Levantei com tudo sentindo a perna doer, Ivan ficou apreensivo vendo minha cara de pavor.

- Procedimentos necessários. - Ela responde meio arrastado e sorriu a demônia.

- Faça logo isso. - Fechei meus olhos com força enquanto segurava a mão de Ivan, atencioso hein!

Ela começou com a tesoura e os calafrios se intensificavam, tremores. Depois senti a maldita picada, droga! Apertei forte a mão de Ivan.

- Esta sentido o corte? - Balançei a cabeça negando, a anestesia local funcionou quase que de imediato, mas se eu abrisse os olhos...

- Estou retirando o projetil. - A enfermeira disse enquanto sentia o local formigar com os movimentos. Escuto o metal se chocar com a bandeja, não vou abrir os olhos enquanto a perna não estiver enfaixada!

- Pronto Srta Annunziata.

- Posso abrir os olhos? - Abri um de vagar e Ivan apertou minha mão me encorajando. Abri o outro e a enfermeira ja não estava mais lá.

- Já acabou, você está bem? - Ivan manteve os olhos sobre os meus, até que um homem "enjalecado" entra com um envelope em mãos.

- Estou sim.

- Stra Annunziata? - Ergui meus olhos para ver o homem à minha frente. Belo, loiro de olhos castanhos, alto e de porte médio em relação à músculos.

- Sou o Dr Nikolai Ivanov, tive que fazer exames detalhados caso tivesse alguma alergia a medicamentos ou alguma restrição. - Ele diz entregando o envelope grosso para mim, tinha papéis para fazer um livro médio!

Nossa como isso saiu assim tão rápido?

Meus olhos estão arregalados, e encarando o papel por mais tempo do que deveria. Tomando coragem abri o envelope, passei papel por papel e não entendi nada, tudo estava em russo.

- Deixe-me ver. - Ivan pegou os exames e começou a ler. Parou em um papel específico e olhou pra mim. O azul de seus olhos estavam intensos e ele segurava o papel quase amassando em suas mãos.

- Moya malen'kaya doch'! - Ele me abraça forte entre choros e lágrimas.

- Poderia traduzir pra mim? - Retribui o abraço, ele soluçou e soltou meu corpo para segurar minhas mãos.

- Minha pequena! Minha vida! Nao acredito que é você minha Megan! - Congelei, sem reação alguma! Eu, sou filha do cara mais temido no mundo! Não queria chorar, mas o abraçei de novo com os olhos marejados.

- Nao sabe o infernonque foi para descobrir onde estavas! Nao sabe o quanto sofri por não ter te achado minha pequena. - Ele beijou minha testa e enchugou minhas lágrimas.

- Tem mais um exame que precisei fazer. - O homem me entrega um papel amarelo grampeado e dentro de um saquinho plástico.

- Mais? - Peguei o papel e tentei ler, Ivan pegou de minhas mãos assutado, olhava para o papel e suava como se estivesse fazendo 40° graus! Ele me olhou e depois encarou o papel.

- Quem é o filho da puta? -- Hein? Não entendi nada!

Ivan estava claramente irritado, segurando o papel com tanta força que achei que ele iria esfarelar e cair no chão. Pela primeira vez temi por algo que nem eu mesma sabia!

- O que ta escrito? - Ele largou o papel e andou de um lado para o outro. O Dr Nikolai ficou apreensivo e tentou acalmar meu pai e meu cu travou de medo.

Desejei tanto ter alguém que cuidasse de mim e agora que tenho nem sei o que pensar. Ele está na minha frente bufando feito búfalo raivoso!

Meu pai.

O pai que tanto desejei em anos! Estava preocupado comigo como ninguém além de Ricardo e Dona Marisa ficavam por mim!

- Me diz pai! O que ta escrito? - Levantei a voz e ele parou para me encarar. O chamei de pai, droga! Os olhos dele estão brilhando!

Pode ter sido cedo de mais para o meu coração, mas os instintos estavam a todo momento me alertando disso e eu apenas iguinorei como uma perfeita burra!

- Minha pequena! - Ivan se senta ao meu lado e pega minhas mãos. - Ainda não tem confiança em mim não é?

Balançei a cabeça, maldita cabeça que estava dolorosa e o estômago vazio com azia me dando ânsia de vomito!

Droga! Porque eu bebi tanto?

- Você minha pequena, está carregando o futuro herdeiro ou herdeira da Máfia russa. - Meu coração acelerou, puta que pariu! Não pode ser! Eu não posso estar grávida, não posso.

- Não, isto não é verdade! - Balançei a cabeça negando. Lágrimas escorrem em meus olhos e não contive os soluços e as tremedeiras em meu corpo.

- Me diz filha, quem é o pai. - Oh droga! Mil vezes droga!

- Eu não posso dizer assim, é que... Eu fui violentada e torturada um mês atrás... Pode ser tanto de Dante ou de um de seus filhos.- Soltei tudo o que estava entalado por um mês! Tudo o que sofri nesse maldito mês! Meus olhos arduamente de tantas lágrimas em um único dia.

- Eu vou matar esses malditos! - Ele se levantou furioso e me apressei em segurar sua mão o impedindo de me deixar sozinha.

- Pai, Ricardo era o único que me protegia pai! Ele não por favor! Ele não! Talvez seja ele o pai. - Nao sentia mais o meu corpo, tudo parecia estar em câmera lenta, Ivan me olhou com os olhos furiosos!

Droga Ricardo!

- Quando esta criança se formar em seu ventre iremos fazer o exame de paternidade, mas não me impeça de matar o desgraçado que fez isto com você! - Ivan se solta e caminha para fora do quarto me deixando com o coração quebrado em minhas mãos.

***

😆😆😆😆😆 Fer minha filha não me mate!!!

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